GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM



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Transcrição:

Public Disclosure Authorized GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DOS TRANSPORTES RP898 Public Disclosure Authorized DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM Public Disclosure Authorized POLÍTICA DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO PARA OBRAS RODOVIÁRIAS Public Disclosure Authorized DIRETRIZES BÁSICAS Fevereiro de 2008

SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO...3 2. O PROGRAMA...3 3. INTRODUÇÃO...3 4. HISTÓRICO DER/SP...3 5. CONCEITOS BÁSICOS...4 6. FUNDAMENTOS DO PLANO DE REASSENTAMENTO...5 7. ATIVIDADES DO PROJETO COM POTENCIAL PARA ACIONAR A SALVAGUARDA...5 8. PROCEDIMENTO PARA A AQUISIÇÃO DE TERRAS NA FAIXA DE DOMÍNIO DAS RODOVIAS...5 9. PROCEDIMENTO PARA IDENTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DE REASSENTAMENTO...6 10. CADASTRAMENTO DA POPULAÇÃO AFETADA...6 11. AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA...8 12. QUESTÃO DA DOCUMENTAÇÃO...9 13. PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA...9 14. PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO...11 15. POLÍTICA DE ATENDIMENTO...11 15.1 OPÇÕES DE COMPENSAÇÃO...12 15.2 REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA...14 15.3 ESTUDO DE VULNERABILIDADE...14 16. PLANO DE AÇÃO...15 16.1 MATRIZ INSTITUCIONAL...15 16.2 CRONOGRAMA DE TRABALHO...16 16.3 ORÇAMENTO...16 16.4 FONTE DE RECURSOS...17 17. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO...17 18. RESOLUÇÃO DE CONFLITOS...18 2 de 18

1. APRESENTAÇÃO Este documento apresenta as diretrizes e procedimentos para a eventual implantação de um Plano de Reassentamento Involuntário de população afetada por obras rodoviárias pelo DER Departamento de Estradas de Rodagem. 2. O PROGRAMA O Programa de Recuperação de Estradas Vicinais, compreende as intervenções necessárias destinadas às melhorias e recuperação de Estradas Vicinais em operação no Estado de São Paulo. As ações do Programa, seus possíveis impactos sociais e ambientais se encontram descritos no documento de Avaliação Ambiental do Pró-Vicinais. 3. INTRODUÇÃO Este documento apresenta as diretrizes básicas e os procedimentos adotados pelo DER Departamento de Estradas de Rodagem, órgão responsável pelo planejamento, construção e manutenção das rodovias estaduais, em projetos de reassentamento involuntário quando da execução de suas obras. As diretrizes, aqui expostas visam atenuar os eventuais impactos negativos gerados por meio de definição de um Plano de Reassentamento Involuntário. Dado o caráter das obras desenvolvidas pelo DER/SP, estas tem afetado imóveis rurais, e urbanos, e que por serem de natureza tão diferente, devem ter tratamentos específicos. Mas, o importante é que o fundamento dessas diretrizes é baseado no princípio da restauração da qualidade de vida das famílias afetadas. Portanto, todo o elenco de ações que compõem estas diretrizes para plano de reassentamento involuntário busca atenuar os efeitos negativos quer sejam eles mensuráveis, como a perda de uma moradia quer sejam eles imensuráveis, como a quebra das relações de vizinhança ou da rede de apoio social. 4. HISTÓRICO DO DER/SP O Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER/SP) é uma autarquia criada pelo Decreto n 65, de 02 de Junho de 1934, vinculada à Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo, que tem por principal atribuição a elaboração de projetos, implantação, manutenção e operação de estradas de rodagem estaduais. Das rodovias pavimentadas no Estado, 1.182 km correspondem a estradas federais, 9.804 km a municipais, 3.842 km concedidos a consórcios privados, e 18.348 km (rodovias tronco e dispositivos de acesso), sob jurisdição do DER/SP, constituindo uma rede viária de suma importância para o desenvolvimento de atividades sócio-econômicas do Estado, apoiadas notadamente nesse modal de transporte. O DER/SP foi responsável por desapropriações espalhadas por todo o Estado de São Paulo, com programas de reassentamento para as famílias de baixa renda que optassem aderir ao programa, ou o pagamento de indenizações às famílias que não aceitassem aderir ao programa. As indenizações sempre foram efetuadas com base em avaliações, de valores condizentes ao bem imóvel objeto de desapropriação, avaliações essas que consideravam o valor imobiliário, as benfeitorias e o lucro cessante quando comércio. 3 de 18

5. CONCEITOS BÁSICOS Para melhor entendimento de um plano de reassentamento involuntário e para que se evitem distorções quanto à interpretação de determinados termos, apresentamos as definições: Plano de Reassentamento Involuntário: plano a ser elaborado baseado nas diretrizes do DER/SP para a situação específica, ou seja, quando da execução de determinada obra deverá ser elaborado plano específico que contemple ações que minimizem o impacto sobre a população afetada; População Afetada ou População Atingida: são todas as pessoas atingidas direta ou indiretamente pela obra. Proprietário: é a pessoa que detêm o título de propriedade. Posseiro: é o ocupante do imóvel no momento do cadastro, podendo ser ou não proprietário do mesmo, o posseiro se divide em duas categorias a do posseiro direto ou do posseiro indireto. Posseiro Direto: é o dono da benfeitoria que pode ou não ser proprietário do terreno; posseiro indireto é a pessoa ou família que vive sob o regime de cessão. Inquilino: é a pessoa ou família que vive sob o regime de alugues documentado ou não; Arrendatário: é a pessoa ou família que aluga imóvel rural para moradia ou para atividades agrícolas; Cadastro Sócio-Econômico: é a pesquisa realizada em 100% dos casos de forma a identificar e definir quem e quantos são, e onde estão os afetados; Área Afetada: é a área atingida pela obra. Decreto de Utilidade Pública: é o instrumento do poder Executivo que declara determinada área de utilidade pública para fins de desapropriação, para implantação de determinada obra. Laudo de Avaliação Imobiliária: é o laudo técnico onde é feito todo o levantamento das benfeitorias e dos terrenos atingidos tanto qualitativamente quanto quantitativamente para determinação de seu valor monetário para fins de negociação, que poderá ser pela via amigável ou judicial, como foto e croqui de todas as benfeitorias. Pesquisa de Mercado Imobiliário: é a pesquisa do valor das terras na mesma região de forma a fundamentar à apropriação de preços do laudo de avaliação imobiliária. Custo Unitário Padrão: é o valor do metro quadrado de construção, dentro do padrão construtivo do imóvel afetado, normalmente adotam-se os valores publicados por instituições de credibilidade na área. Fator de Depreciação: é o índice que deprecia os imóveis conforme o seu estado de conservação e idade de construção. Indenização: é o valor oferecido à família afetada, e que é o resultado do valor da avaliação dos terrenos e benfeitorias atingidos acrescidos da compensação social; Compensação Social: é a parcela definida para repor as perdas não mensuráveis tais como a quebra das relações sociais, a rede de apoio da vizinhança, as mudanças nos hábitos de vida, etc.; Reassentamento: é a reposição pelo órgão promotor do empreendimento dos imóveis suprimidos pela desapropriação, ou seja, é a construção de conjuntos habitacionais ou aquisição e transferência destes às pessoas reassentadas. 4 de 18

Título ou Registro: é o documento registrado em cartório de registro de imóveis que comprova a propriedade. Processo: é o documento individual de cada família ou pessoa atingida composto dos seguintes documentos: cadastro sócio-econômico, laudo de avaliação, documentos de propriedade (se houver), atas das reuniões de negociação e acordos, no caso de negociação amigável; Negociação: é a etapa do plano de reassentamento involuntário quando as famílias são convocadas a comparecerem junto ao órgão promotor do projeto para conhecer de forma específica ao seu caso quais são as suas opções de compensação. Durante esta reunião é explicado à família afetada todo o levantamento social e imobiliário, o método de avaliação, os valores definidos, e por fim apresentado as suas opções de escolha. Esta etapa pode se encerrar de forma amigável ou judicial; Consulta pública: processo pelo qual o DER/SP informa às pessoas potencialmente afetadas pelo projeto dos seus direitos e mecanismos de participação e resolução de eventuais conflitos. 6. FUNDAMENTOS DO PLANO DE REASSENTAMENTO A política de reassentamento involuntário do DER/SP tem como meta assegurar, garantir a recomposição da qualidade de vida das famílias afetadas por suas obras, ou seja, minimizar os impactos negativos causados sobre a vida dessas pessoas, bem como assisti-las para que possam restaurar ou melhorar as suas atividades, condições de moradia e vida social o mais rápido possível. 7. ATIVIDADES DO PROJETO COM POTENCIAL PARA ACIONAR A SALVAGUARDA De acordo com as atividades do Programa de Recuperação de Pró-Vicinais rodoviária, poderá ocorrer, isolada e raramente a necessidade de desapropriação e/ou reassentamento involuntário. Porém se a mesma ocorrer, imediatamente será providenciado o cadastro do imóvel o levantamento e laudo de avaliação, para realizar o acordo, de forma satisfatória ao expropriado. Os procedimentos a serem tomados nos eventuais casos de reassentamento, ainda que raros e isolados, serão explicitados conforme o roteiro para elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário descrito neste documento. 8. PROCEDIMENTO PARA A AQUISIÇÃO DE TERRAS NA FAIXA DE DOMÍNIO DAS RODOVIAS Os procedimentos específicos a serem seguidos para o caso de aquisição de terras na faixa de domínio, são: Definição e quantificação de afetados. Definição de Direito dos Expropriados e do montante da indenização. Além dos garantidos pela Constituição - indenização da terra nua e das benfeitorias existentes, as propriedades recebem a recolocação de cercas e relocação do seu acesso, caso haja a necessidade de modificá-lo. Pagamento da indenização. O pagamento da indenização é realizado pelo DER/SP, com recursos próprios ou do Tesouro Estadual. 5 de 18

9. PROCEDIMENTO PARA IDENTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DE REASSENTAMENTO Os procedimentos específicos a serem seguidos para o caso de reassentamento involuntário de pessoas estão descritos neste capítulo. Os demais capítulos complementam com indicação do procedimento-padrão mínimo. No caso de haver necessidade de reassentamento, um PBA (Plano Básico Ambiental) específico para reassentamento será elaborado por empresa de consultoria especialmente contratada pelo DER/SP, seguindo a metodologia descrita a seguir. O PBA deverá ser desenvolvido antes da elaboração do Projeto de Obras. O edital para implementação do plano será elaborado e contratado pelo DER/SP. A sua execução se dará antes da emissão da ordem de serviço para execução das obras no trecho no qual o reassentamento é necessário. 10. CADASTRAMENTO DA POPULAÇÃO AFETADA Na definição da área afetada deve-se incluir, também as afetadas temporariamente pela execução das obras, por ruídos, vibrações, qualidade do ar, transtorno no trânsito, dificuldades de acesso às suas moradias, trânsito de equipamentos, etc. Antes de se iniciar este cadastramento será estabelecido um canal de comunicação entre o DER/SP e as lideranças locais e à comunidade de forma a garantir o acesso às benfeitorias e aos terrenos a serem cadastrados. Este canal de comunicação terá como função informar as pessoas afetadas de seus direitos, dos mecanismos e procedimentos para resolução de eventuais conflitos e do andamento das obras. Todas as atividades de comunicação serão estruturadas em um Plano de Comunicação para o projeto a ser elaborado antes do início de sua implantação. Estas atividades são muito importantes no desenvolvimento do processo de desapropriação, tanto a de cadastramento quanto a de comunicação entre os agentes envolvidos: 1. Cadastro sócio-econômico; 2. Cadastro imobiliário; 3. Notificação. O cadastro sócio-econômico tem por objetivo identificar e definir o perfil da população afetada. São informações básicas deste cadastro: quantos e quem são os ocupantes do imóvel; qual a relação familiar e/ou social entre eles; características da moradia, incluindo a descrição do sistema produtivo, as relações de trabalho, e a organização social das e entre as pessoas que nela vivem); o uso do imóvel (residencial, comercial, industrial, serviços ou misto); a ocupação do imóvel (próprio, alugado); definir se há família expandida, sob o mesmo teto; tempo de residência no imóvel; escolaridade dos ocupantes; 6 de 18

atividade ocupacional; renda familiar e número de participante nesta renda; número de crianças, idosos e deficientes; e outros grupos vulneráveis, com indicação das eventuais situações de atendimento especial requerido. condições especiais de saúde de membros da família; Magnitude da perda esperada total ou parcial dos pertences, e o impacto provável do deslocamento, tanto físico quanto econômico; Padrões de interação social na comunidade afetada, incluindo teia de apoio comunitário, e sistema de proteção social presente ou necessário; e como poderão ser impactados pelo projeto; Infraestrutura e demais serviços públicos a serem afetados. Características culturais e sociais da comunidade, incluindo descrição das instituições formais e informais que formam opinião, apontando as que possam ser relevantes para o processos de consulta e implementação do processo de reassentamento. Definidas as informações básicas, estas serão formatadas e transformadas no modelo de cadastro a ser aplicado. O universo de aplicação é de 100% das famílias afetadas, uma vez que se necessita conhecer a todos os que serão desapropriados. Esta atividade é fundamental, quando da etapa de negociação com as famílias porque é através do cadastro sócio-econômico é que se define quais as opções que poderão ser oferecidas especificamente a cada família. Portanto, é necessário que toda e qualquer informação seja obtida de forma muito clara e com a qualificação e assinatura do informante ao término da entrevista. Em caso de analfabetos e iletrados o entrevistador deverá informar, em campo próprio da impossibilidade de coleta de assinatura. É importante ressaltar, que se houver um intervalo superior a dois anos entre o cadastro e o início da negociação, o cadastro deverá ser atualizado e as pessoas que se inserirem na área neste tempo farão jus ao atendimento do programa. No entanto, aquelas que se inserirem na área após o cadastro não terão direito as compensações, o que deve ser amplamente divulgado por todos os meios de comunicação. A segunda parte do cadastro é o cadastro imobiliário, o levantamento físico do imóvel afetado deve ser muito cuidadoso e recomenda-se o seguinte: que o imóvel seja numerado; que o imóvel seja fotografado e que o seu número apareça na foto; que seja feito um croqui do bem com todas as medidas; que seja cadastrado todo e qualquer investimento realizado pelo seu ocupante e/ou proprietário, como por exemplo, muros, cisternas fossas, hortas, pomares, canil, etc.; que seja bem definido as medidas, limites e confrontações do terreno; que o ocupante ou seu representante acompanhe o levantamento; que seja cadastrado todo serviço disponível na propriedade, como por exemplo, água, luz, esgoto, telefone, pavimentação, etc.; 7 de 18

que seja cadastrado todos os serviços nas imediações, como escola, comércio, transporte, associação, postos de saúde, campos e quadras esportivas, etc.; que seja descrito as condições topográficas de localização, etc.; que seja indicado qual o grau de afetação do imóvel, aonde que a linha de off-set atravessa o mesmo e terá área remanescente ou se será totalmente atingido; que seja identificado e registrada a opção da família, que neste momento será apenas um indicador; Estas informações são elementos fundamentais quando da elaboração do laudo de avaliação, ou seja, são parte integrante do mesmo, representam a sua etapa de campo. A metodologia e os critérios de avaliação por serem muito importante dentro do processo de desapropriação mereceram capítulo específico. E por fim, a terceira e última etapa deste cadastro consiste na notificação ao proprietário e/ou posseiro do bem afetado de que a inserção de qualquer pessoa ou família naquele imóvel não dará direito a estas pessoas de serem contempladas pelo projeto e que a expansão, melhoria, ampliação não serão consideradas para fins de indenização após aquele cadastro. No entanto, o cadastrado pode executar qualquer intervenção em sua moradia principalmente as de caráter emergencial e de segurança, apenas não serão indenizadas. Mas, se o intervalo entre o cadastramento imobiliário e o início da etapa de negociação for superior a dois anos, este deverá ser atualizado e as modificações que caso tenha ocorrido incorporadas ao laudo de avaliação. Esta notificação deve ser feita em duas vias e assinada pelo proprietário e/ou posseiro ou seu representante, que deverá receber uma das vias, sendo a outra incorporada ao processo. 11. AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA A avaliação imobiliária deve ser realizada baseada no princípio da reposição do bem, ou seja, o valor de avaliação obtido pelo laudo deve possibilitar ao afetado que o mesmo obtenha um imóvel igual ou melhor ao que ele possui no momento da desapropriação. O laudo de avaliação será elaborado utilizando as informações do cadastro imobiliário. A equipe de cadastro deve ter um elemento de formação na área de edificações para os laudos urbanos e na área de agronomia para a área rural, uma vez que nestas propriedades é necessário inventariar e avaliar as culturas, pastagens, benfeitorias rurais que a propriedade afetada dispor. Outro aspecto também relevante na avaliação é a pesquisa do mercado de terras tanto em área urbana ou rural. No caso de área rural, por qualquer que seja o motivo, seca, geada, se o mercado de terras estiver deprimido e logo após a implantação do empreendimento o mesmo se restabelecer é necessário que se faça uma projeção desse valor e que este valor projetado seja incorporado. Portanto, a avaliação deve levar em conta a valorização dos terrenos e benfeitorias após a obra, bem como, as flutuações climáticas e econômicas. 8 de 18

Igualmente importante é a pesquisa do mercado de construção. É necessário que se aproprie o custo real da construção de forma a possibilitar que o afetado possa adquirir ou construir moradia igual ou melhor do que ele dispõe no momento da desapropriação. Se o laudo for elaborado com muita antecedência relativo ao período do início das negociações o mesmo deverá ser atualizado. Deve ser analisado se neste intervalo de tempo houve alterações significativas no mercado quer seja devido a problemas relacionados com inflação, pacotes econômicos, problemas climáticos, com a colheita, entre-safra, etc. 12. QUESTÃO DA DOCUMENTAÇÃO Sendo o processo de desapropriação de responsabilidade única e exclusiva do poder executivo é necessário que seja feito de forma bem clara e bem documentada, dando-lhe toda transparência necessária, por meio de ampla divulgação nos meios de comunicação locais, incluindo rádio e/ou televisão. Um aspecto muito importante e que torna transparente já foi abordado é o relativo as avaliações do bem a ser desapropriado o outro é sobre a comprovação da propriedade. Nem sempre, ou melhor dizendo na maioria das vezes o imóvel afetado tem a sua documentação de propriedade regularizada. Caso isto ocorra e não seja possível realizar a desapropriação amigavelmente, obrigando o órgão promotor da desapropriação a percorrer a via judicial, o DER/SP fornecerá, por meio de convênios no que couber, amparo jurídico e social às partes expropriadas. Somente a pessoa que comprovar a propriedade da terra é que poderá retirar o valor referente a sua indenização em juízo, sem prejuízo da indenização dos bens e bemfeitorias. Considerando isto, o DER/SP sempre que iniciar um processo de desapropriação colocará à disposição da população afetada uma equipe de advogados para orientá-los quanto à documentação requerida, e a forma de obtê-la. Evitando com isto situação de ruptura social. Aos que detêm apenas a posse e esta não é possível ser regularizada, o valor ofertado de indenização será baseado apenas no valor do imóvel não sendo incorporado o valor da terra, que em alguns casos é reclamado por outro. Tão relevante quanto à documentação relativa à comprovação da propriedade é a documentação de caráter pessoal, muitas vezes as pessoas afetadas pelas obras não possuem sequer a certidão de nascimento. Da mesma maneira o DER/SP auxilia-os na providência de obtenção da carteira de identidade, e de CPF, logo o afetado tem a sua situação resolvida sob o menor impacto possível. Este trabalho ele por si só representa uma ação social dentro do processo de desapropriação muito significativa, e o DER/SP ao apoiar a população na solução destas questões, obtém em contra partida uma alta credibilidade junto à comunidade. Realizada esta etapa de trabalho o processo de negociação ocorrerá em menor tempo, principalmente se o mesmo acontecer pela via amigável. 13. PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA Considerando o caráter fundamentalmente social de um projeto de desapropriação e reassentamento involuntário, é que o DER/SP, nestas diretrizes considera o intercâmbio 9 de 18

de idéias, opiniões e discussão sobre as soluções a serem adotadas como o elemento chave de condução de todo o projeto. A discussão com as comunidades afetadas, através de suas lideranças e também diretamente deve permear todo o projeto, em todas as suas fases. Este contato deve ocorrer de forma permanente e freqüente, porque interrupções e distanciamento, de tempos em tempos, por parte das autoridades corroem os entendimentos e à credibilidade do projeto. Esta forma de dialogo e contato será detalhado no Plano de Comunicação mencionado acima. O DER/SP entende que não há como ser bem sucedida em projeto dessa natureza se os canais de comunicação com os afetados não implantados ou se estiverem fechados ou burocratizados. A relação entre os afetados e o órgão promotor deve ser a mais transparente possível, de forma que a troca de informações além de esclarecer as duas partes possam também fundamentar as soluções a serem adotadas, como resultado dessa ação conjunta. Portanto, ao iniciar o desenvolvimento de um plano de reassentamento involuntário é necessário que se identifiquem as lideranças e organizações locais formais e informais, e que através dessas lideranças e organizações se estabeleça um canal de comunicação com os afetados, sem, todavia se inserir nas disputas locais. Todas as fases do projeto devem ser amplamente informada e discutidas com eles mas existem algumas mais sensíveis, que é necessário que se ressalte, são elas: Projeto de desapropriação o DER/SP promove reuniões com as comunidades visando informá-las do projeto da obra, de sua importância de seus benefícios e da ocorrência das desapropriações, e também informa aos presentes da mudança de tratamento que os desapropriados passaram a receber após a Constituição Brasileira de 1988, e das novas diretrizes do órgão. Estas reuniões iniciais são importantes não só para esclarecer à população, mas, sobretudo para tranquilizá-las. Cadastramento sócio-econômico e imobiliário antes de iniciar esta etapa de trabalho é necessário a promoção de reuniões com as famílias para que as mesmas sejam informadas da importância da realização deste cadastro, e para que também ao serem visitadas pelo cadastrista elas posam fornecer as informações o mais corretas possível. É também, sobretudo, de bom tom pedir licença para adentrar seus domicílios; Áreas de reassentamento, a participação da comunidade na definição quanto à escolha da área de reassentamento é imprescindível. Após a pesquisa, identificação e estudo de viabilidade técnica e econômica das diversas áreas é necessário consultar à comunidade quanto escolha da área. Para isto o DER/SP promove reuniões quando esclarecido todas as vantagens e desvantagens de cada área, e nessas reuniões procurar-se apurar qual é a de maior agrado. Este fator, localização da área de reassentamento é determinante no grau de adesão da comunidade quanto à opção reassentamento; Unidade Habitacional Urbana/Lote Agrícola qualquer que seja o modelo de assentamento, tanto no caso do urbano quanto no caso do rural, também aqui é desenvolvido pelo DER/SP, uma unidade padrão a ser adotada e provida de infraestrutura. Este modelo proposto é apresentado à comunidade pelo DER/SP, juntamente com a sua estimativa de custo para discussão. Este fator juntamente com o descrito anteriormente define o grau de aceitação pela opção reassentamento; 10 de 18

Avaliação Imobiliária é necessário que os afetados sejam esclarecidos da metodologia adotada para a elaboração da avaliação imobiliária. O DER/SP promove reuniões de forma a informar e prestar esclarecimento quanto à metodologia empregada, utilizando uma linguagem simplificada e despojada de termos técnico bastante acessível ao cidadão. Estas reuniões dão credibilidade ao projeto. Mas, o trabalho de envolvimento comunitário desenvolvido pelo DER/SP não se restringe a promoção de reuniões, é também realizado através de visitas as moradias, principalmente nos projetos rurais, quando o deslocamento da família é mais difícil. 14. PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO Há planos de reassentamento involuntário que a alteração dos hábitos de sobrevivência da população sobre radical alteração, ainda que muitas vezes em teoria seja para melhor, nem sempre a comunidade está preparada para absorver esta nova realidade. Nestes casos, a população pode ser levada a situação de flagelo, e estas que na maioria dos casos enfrentados, já são carentes e frágeis se tornam mais vulneráveis. Portanto, nos casos acima descritos não basta repor a moradia ou o lote agrícola é necessário que se auxilie esta população na sua re-inserção em outro local. Para isto, o DER/SP deve implementar programas paralelos de desenvolvimento que visam restaurar não apenas renda familiar, mas também desenvolver novos horizontes de atividades e promover uma melhor integração social àquele grupo. Estes programas devem ser altamente discutidos com a população porque o seu êxito está muito mais relacionado com o envolvimento da população do que com o suporte institucional. Estes programas de desenvolvimento podem iniciar-se desde a fase da construção dos locais de reassentamento, com projetos sendo realizados através da autoconstrução, do mutirão, até a fase pós-relocação com atividades de implementação de renda. É recomendado, que além do treinamento na área afim da atividade a ser desenvolvida um pequeno grupo deve ser treinado nas atividades gerenciais, de forma que possam conduzir o processo dentro das regras do mercado. 15. POLÍTICA DE ATENDIMENTO Baseada nos conceitos de compensação justa e de recomposição da qualidade de vida, a política de compensação deve garantir no mínimo a reposição da situação atual de vida da população atingida. É muito importante, tendo em vista, que as necessidades e preferências entre as famílias variam, que lhes sejam oferecido, opções de compensação. No entanto, existem perdas que são imensuráveis, como por exemplo, o rompimento dos laços de vizinhança, familiares, de uma rede de apoio social, da afetividade, da tradição estabelecida entre o local de moradia e os seus ocupantes muitas vezes ao longo de várias gerações. O que nos leva a concluir que nem sempre a simples oferta de uma moradia ou de lote agrícola seja suficiente para recompor a vida do cidadão. Portanto, o que a política de atendimento do DER/SP almeja é possibilitar á reconstrução dos laços comunitários e também a recuperação ou melhoria da capacidade produtiva, da qualidade de vida, compensando ao máximo todas as perdas possíveis. 11 de 18

É importante ressaltar que todo e qualquer bem de uso comunitário (como escolas, postos de saúde, sede de associações, sede de sindicatos) se for afetado é reconstruído ou compensado. 15.1 Opções de Compensação As opções de compensação devem prever atendimento diferenciado entre os proprietários rurais e os urbanos. Em se tratando de imóvel urbano, as opções normalmente oferecidas poderão ser as seguintes: Indenização; Reassentamento. A indenização é baseada nos laudos de avaliação. Mas, o seu valor final é composto da somatória do valor do laudo de avaliação mais de uma parcela de compensação social pelas perdas não mensuráveis. Este valor final deverá ser no mínimo suficiente para que a família possa recompor a sua condição de vida. Os imóveis de uso comercial, industrial e serviços serão avaliados e também farão jus à compensação social se estiverem alugados os seus inquilinos recebem a ajuda para que possam fazer sua re-inserção no mercado. A opção reassentamento é baseada na construção de conjuntos habitacionais, com as seguintes características: o mais próximo possível do local da retirada das famílias (quando isto é impossível devido a falta de terrenos adequados, devem ser discutidas alternativas tais como a verticalização da moradia ou a seleção de lotes mais distantes dotados de infraestrutura, inclusive transportes urbanos que permitam o acesso ao mercado de trabalho, em qualquer das hipóteses a solução deve ser discutida com a comunidade); dotados de infra-estrutura urbana; com área disponível para equipamentos; A unidade habitacional deve atender aos critérios de habitabilidade, ou seja de iluminação, ventilação e condições hidráulico-sanitárias. Todas as pessoas que tenham posse direta do imóvel poderão fazer a opção pelo reassentamento ou pela indenização. Se o imóvel não for totalmente atingido o proprietário e/ou posseiro poderá optar pela permanência na área remanescente, desde que atendida o critério da área remanescente mínima. É também permitido que todos os proprietários e/ou posseiros retirem de seus imóveis todos os elementos construtivos que julgarem reaproveitáveis. Em se tratando de imóvel rural, a questão é bem mais complexa. A maioria dos casos não há apenas a afetação do local de moradia mas também da atividade produtiva, e neste caso as opções oferecidas são as seguintes: Indenização; Reassentamento; Auto-reassentamento. 12 de 18

A indenização, como já foi dito para os imóveis urbanos, é baseada nos laudos de avaliação, que nesse caso incluem todas as áreas de cultura atingidas. Também aqui, o seu valor final é composto pela somatória do valor do laudo de avaliação acrescido da parcela de compensação social pelas perdas não mensuráveis. Este valor final deverá ser no mínimo suficiente para que a família possa recompor a sua condição de vida, tanto no que se refere à moradia quanto as atividades produtivas. A opção reassentamento é baseada na construção de lotes agrícolas individuais ou agrovilas. Esta opção é oferecida aos que tiverem sua propriedade totalmente atingida ou aqueles que não possuem terras mas que tem acesso à mesma, isto é vivem da terra (arrendatário, cedente, rendeiro), e perderam o acesso com a implantação da obra. A área escolhida deve ter as seguintes características: que área de relocação esteja dentro da área de influência do empreendimento; em localização estratégica, com relação à transporte e acesso à mercado; com topografia favorável, ao tipo e de atividade desenvolvida pelos desapropriados; com qualidade de solo mais adequado possível ao tipo de atividade desenvolvida pelos desapropriados. Os lotes agrícolas ou as agrovilas deverão ser dotados de: deve ter a área mínima suficiente para o desenvolvimento do trabalho de uma família padrão da região, dentro de suas atividades produtivas; ser titulada; ser dotada de moradia que atenda aos critérios de habitabilidade, ou seja de iluminação, ventilação e condições hidráulico-sanitárias. Mas, no caso de afetação de um imóvel rural não basta a recomposição física do imóvel, é necessário que também seja oferecido ao afetado condições de recompor suas atividades, ou seja, se este trabalha na agricultura deve ser oferecido assistência técnica que consiste (conforme as necessidades) no fornecimento de insumos e de tecnologia, crédito rural, havendo alteração de atividade cursos de novas técnicas, e apoio à família até a primeira safra no lote agrícola do reassentamento. Para os que tiverem sua propriedade parcialmente atingida este recebem, o valor da indenização correspondente ao laudo de avaliação da parte atingida, acrescido do valor de compensação social. A terceira opção é a do auto-reassentamento, esta opção visa a atender à família afetada que mora em imóvel rural, que será totalmente atingido, que quer continuar morando em um imóvel rural, mas não lhe agrada os lotes agrícolas produzidos. Esta opção deve ter uma compensação social maior que a opção da indenização por dois motivos: 1. não há intenção de induzir o deslocamento da população rural para as áreas urbanas; 2. a recomposição da condição de vida em um imóvel rural é mais dispendiosa do que na área urbana e bem mais lenta; Por isto, esta opção é monitorada pelos técnicos do DER/SP e só após a comprovação de que o afetado realmente adquirirá um imóvel rural e nele se estabelecerá com sua família é autorizado o pagamento. 13 de 18

Recomenda-se que em casos de indenização em dinheiro a mesma seja paga conjuntamente ao casal residente, e quando a união for consensual a mulher do casal. Mas, independente de se tratar de imóvel urbano ou rural há aqueles que serão atingidos temporariamente, apenas durante a execução da obra, por exemplo, imóveis situados próximos as jazidas, que serão utilizadas quando da execução da obra. Nestes casos é ofertado um aluguel de casa mais o transporte para as mudanças, mais uma compensação monetária devida a interrupção da produção, no caso de imóvel agrícola, no caso de imóvel urbano este o imóvel a ser alugado deverá oferecer condições de conforto e localização semelhantes ao ocupado pela família afetada. 15.2 Regularização Fundiária A regularização fundiária tratada aqui se refere a basicamente duas situações: 1. regularização fundiária das áreas desapropriadas; 2. regularização fundiária das áreas de reassentamento, sejam elas urbanas ou rurais. O DER/SP dá suporte técnico à população para que se possa proceder a regularização da documentação tanto da propriedade quanto do proprietário e/ou posseiro, para que se efetive da forma mais rápida e eficiente possível o processo de desapropriação. Este é o passo inicial. O próximo passo, que ocorre logo após o encerramento da negociação, tenha ocorrida de forma amigável ou judicial é proceder ao registro das áreas desapropriadas em nome do DER/SP. A outra questão é a regularização fundiária das áreas de reassentamento, ou seja, a entrega de título de registro dos imóveis do reassentamento. Para isto, é promovida a aprovação do conjunto habitacional junto à Prefeitura do município onde está situado o conjunto e após aprovação da planta de parcelamento a registra em cartório e entrega os títulos de propriedade aos que optaram pelo reassentamento e ocuparem de fato as suas moradias. Muitas vezes, devido a problemas judiciais no processo de desapropriação do terreno para implantação do conjunto habitacional, constrói tento apenas a imissão provisória de posse, até a aquisição definitiva do terreno pelo DER/SP, esta pode conceder um termo provisório de ocupação à população que não deve perdurar por mais de três anos. Da mesma forma é realizada a aprovação dos lotes agrícolas junto ao INCRA, faz o registro e entrega os títulos de propriedade aos que optaram pelo reassentamento. 15.3 Estudo de Vulnerabilidade Para cada projeto de desapropriação a ser desenvolvido é elaborado um plano de reassentamento involuntário, específico para aquele projeto. Este plano é baseado nestas diretrizes e define de forma precisa a política de atendimento. O que significa dizer que define todo o elenco, que compõem a política de atendimento de um plano de reassentamento involuntário, ou seja, as opções de compensação a serem ofertadas, as tabelas de compensação para a opção de indenização e local e o modelo de reassentamento a ser adotado, considerando todas as premissas apresentadas neste documento de diretrizes. 14 de 18

Mas, para termos certeza de que esta política de atendimento irá mesmo atenuar os impactos decorrentes do projeto e que a população poderá administrar uma nova realidade, se inserindo nela de forma gradativa e os menores transtornos possíveis, é que se realiza o teste de vulnerabilidade, para checar, se na verdade suas intenções, serão realizadas. O teste consiste em selecionar 15% das famílias afetadas aquelas que possuem maior relação entre número de dependentes pelo número de pessoas em idade produtiva. Isto é, soma-se o número de crianças, idosos e deficientes (impossibilitados de participarem da renda familiar) divide-se pelo número de pessoas em idade produtiva. As famílias que se enquadrarem nos 15% com o maior número deverão ser analisadas com mais detalhes. Dá-se maior atenção, também, aos portadores de necessidades especiais, mulheres chefe de família e idosos. É preciso verificar a capacidade de sobrevivência destas famílias dentro do modelo de compensação ofertado. Porque de nada adianta oferecer um bom lote agrícola a uma mulher que vive na companhia de sua mãe idosa e duas crianças bem pequenas. Após verificação, se for necessário procedem-se as correções necessárias para o ajuste da política em atendimento a este grupo. 16. PLANO DE AÇÃO Pode-se dizer que um plano de reassentamento involuntário divide-se em três, são elas: PARTE 1 é a de identificação, levantamento de dados e diagnóstico é constituída pela determinação da área afetada, pela realização do cadastro sócio-econômico imobiliário e pelos laudos de avaliação, pela análise do perfil da população atingida, pela documentação da população afetada. O plano de ação é constituído pela matriz institucional, pelo cronograma, pelo orçamento e pela definição das fontes de recursos. PARTE 2 é a elaboração da política de atendimento de suas opções, de suas compensações, da definição dos mecanismos de envolvimento da comunidade, etc. PARTE 3 é a parte do plano de ação, que vamos nos deter mais neste capítulo e que é constituída pela matriz institucional, pelo cronograma de trabalho, pelo orçamento e pela definição das fontes de recursos. 16.1 Matriz Institucional Um plano de reassentamento involuntário requer o desenvolvimento de atividades de diversa natureza, que por conseqüência, vão exigir o envolvimento de profissionais de diversas formações. É necessário também o envolvimento dos órgãos responsáveis pelo gerenciamento de programas de capacitação técnica, como por exemplo a Secretaria de Estado do Trabalho e Ação Social, quando desenvolvido programas de desenvolvimento. Quando da reposição dos equipamentos de uso comunitário, como escolas, postos de saúde, sede de sindicatos ou de associações, os agentes responsáveis deverão ser envolvidos na solução de reposição. Deve-se contar com pessoal especializado, com dedicação exclusiva ao plano de reassentamento involuntário. 15 de 18

16.2 Cronograma de Trabalho O cronograma de trabalho é um instrumento de planejamento e controle das atividades. Mas, para que funcione é necessário prever todas as dificuldades e facilidades com a maior exatidão disponível no momento de sua elaboração, porque snedo feito maior será o grau de confiabilidade e exatidão do mesmo. O cronograma de um plano de reassentamento involuntário deve conter além de todas as suas fases de trabalho, apresentar como marcos as datas de início das obras. Este elemento no cronograma é muito importante porque estará sempre sinalizando qual o prazo disponível para que a área afetada esteja totalmente desimpedida para a execução das obras. A gerência do plano de reassentamento involuntário deve se manter em contato constante com a equipe de obra de forma que a ordem de serviços não ocorra antes da conclusão do plano de reassentamento involuntário. Esta atitude evita possíveis acidentes, transtornos, reclamações, enfim impactos sobre a população, desgaste para o órgão executor. Portanto, são dois os cuidados ao elaborar um cronograma de plano de reassentamento involuntário: (i) o de prever todas as etapas e suas dificuldades de desenvolvimento e (ii) a compatibilização com o cronograma da obra do programa a ser desenvolvido, além de prever os possíveis atrasos. 16.3 Orçamento Ao elaborar o orçamento do plano de reassentamento involuntário considera-se o seguinte itens: Custo das atividades meio: 1. Elaboração do cadastro-sócio econômico; 2. Elaboração dos laudos de avaliação; 3. Elaboração do plano de reassentamento involuntário; 4. Apoio jurídico à população afetada; 5. Despesas com à equipe do plano; 6. Plano de comunicação e participação social. Custo das atividades fim: 1. Aquisição da(s) área(s) para reassentamento; 2. Construção das unidades de reassentamento; 3. Pagamento das indenizações acrescidas dos subsídios; 4. Custas judiciais (distribuições de ações e pagamento de perito judiciais); 5. Despesas com a mudança das famílias; 6. Despesas com a demolição dos imóveis; 7. Despesas com a guarda da área desocupada; 8. Despesas com a guarda da área de reassentamento até a sua total entrega. 9. Despesas com projetos de engenharia específicos. 16 de 18

Portanto, feito à apropriação de cada um dos itens acima descrito da forma mais real e detalhada possível tem-se o orçamento do plano de reassentamento involuntário. É importante ressaltar que a disponibilidade dos recursos financeiros dentro das datas previstas é fundamental ao bom andamento do programa, e é imprescindível à disponibilidade de recursos quando da fase de negociação do projeto, porque uma vez encerrada a negociação amigável ou judicial e marcada a data de pagamento que ocorre no mesmo dia da demolição não pode haver falha em hipótese alguma. O pagamento pontual, mas também a execução dos compromissos assumidos no devido prazo gera elevado índice de credibilidade para as negociações que ainda restam, sendo elemento facilitador do processo. Se isto não acontece a dificuldade de negociação é muito maior e custo também. 16.4 Fonte de Recursos Recursos é outro elemento de planejamento e controle do plano de reassentamento involuntário. É necessário ter conhecimento da origem dos recursos para que se possa planejar e controlar desenvolvimento de um plano de reassentamento involuntário. Muitas obras são realizadas apenas com recursos do DER/SP, mas outras possuem recursos federais, internacionais. Daí torna-se importante conhecer a participação de cada agente e quais as formas e mecanismos de liberação de cada entidade. Portanto, matriz institucional, cronograma de trabalho, orçamento e fonte de recursos são informações interdependentes e que no seu conjunto formam o plano de ação do plano de reassentamento involuntário. No caso de algum empreendimento contemplado na segunda fase do Programa acionar essa política, os recursos necessários para a implantação das atividades de reassentamento serão oriundos do Governo do Estado e/ou do Banco conforme o caso e atividades elegíveis listadas na política de salvaguardas do Banco Mundial. 17. Monitoramento e Avaliação O monitoramento é uma das etapas do plano de reassentamento. Ela ocorre na fase posterior a implementação do plano de modo a acompanhar o desenvolvimento do processo e possibilitar mitigar à contento, impactos negativos que por ventura surgirem durante o processo. O monitoramento tem os seguintes objetivos: observar se as ações do plano de reassentamento estão sendo desenvolvidas dentro dos conceitos básicos e, caso venha ser detectados distorções, propor correções de rumo; detectar entraves e oportunidades para implantações das ações, indicando, em tempo hábil, as soluções para superação das primeiras e otimização das segundas; avaliar os efeitos do Programa sobre a população afetada, considerando, para isto, os momentos antes, durante e depois do projeto; formar um banco de dados, de forma que esta experiência venha a servir de referência a futuros programas; 17 de 18

O processo de monitoramento proposto é realizado por uma equipe interdisciplinar não envolvida diretamente no processo de desapropriação, de forma que a mesma tenha condições de observá-lo e criticá-lo. Através de comparação, antes e depois do processo de reassentamento, avalia-se se os reassentados tiveram sua qualidade de vida alterada. No entanto, o trabalho desta equipe deverá ter sempre como indicador o grau de satisfação da comunidade afetada. 18. Resolução de conflitos Espera-se que conflitos não ocorram durante as obras da segunda fase do projeto, considerando o uso da metodologia aqui proposta e o Manual de Consulta Popular como base para as negociações com a população afetada. Em caso de conflito local, haverá tentativa em resolver a questão, com negociações amigáveis e, em último caso, procederá com os tramites legais adequados. 18 de 18