Analista Judiciário TRT/RS



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Transcrição:

8. EXECUÇÃO A execução é fase diferenciada do processo, visando o cumprimento da sentença ou do acordo firmado entre as partes. Regra geral, é deflagrada de ofício pelo juiz (embora possa ser deflagrada também pelo credor, devedor ou Ministério Público, em relação a este último quando se tratar de decisão de tribunal art. 878 da CLT ou de termo de ajuste de conduta firmado perante este art. 876 da CLT), o que faz do procedimento executório mero epílogo do processo de conhecimento.somente goza de autonomia no caso de execução deflagrada pelo exequente quanto a sentença líquida ou título executivo extrajudicial. As regras aplicáveis ao processo de execução na Justiça do trabalho encontramse nos seguintes diplomas normativos: a) CLT arts. 876 a 892 traz princípios e regras básicas relativas ao processo executório; b) Lei 6830/80 Lei da Execução Fiscal à qual a CLT faz menção remissão expressa, no art. 889, como norma subsidiária para a execução trabalhista, eis que os créditos trabalhistas possuem a mesma natureza de crédito privilegiado em relação os demais créditos; c) CPC arts. 566 a 795 aplicável subsidiariamente, na ausência de norma específica nos diplomas anteriores; Os sujeitos no processo executório são o Exeqüente credor da obrigação judicial ou extrajudicialmente reconhecida e o Executado aquele que responde pela dívida judicial ou extrajudicial assumida por si ou por outrem, podendo variar a responsabilidade, de acordo com a relação havida entre as partes. São considerados títulos executivos passíveis de ser executados na Justiça do Trabalho(art. 876 da CLT) os judiciais (sentença transitada em julgado- execução definitiva ou contra a qual não tenha sido interposto recurso com efeito suspensivo (execução provisória; e os extrajudiciais (entendidos como tais o termo de conciliação firmado perante Comissão de Conciliação Prévia e o termo de ajuste de conduta firmado perante o Ministério Público do Trabalho. Qualquer outro título extrajudicial, em face da ausência de previsão legal para a sua execução direta, deverá ser comprovado através de processo de conhecimento, podendo-se fazer uso da ação monitória, visando agilizar a sua cobrança. A execução deverá seguir os princípios da suficiência (somente serão penhorados bens suficientes à satisfação do crédito do exeqüente e não mais art. 659 do CPC); da utilidade (penhora sobre bens economicamente úteis à satisfação do crédito art. 659, 2º. Do CPC); da não-onerosidade (deve ser feita da forma menos gravosa par o executado (art. 620 do CPC) e da disponibilidade (o credor pode, a qualquer tempo, desistir da execução, sem necessidade de consentimento do devedor art, 569 e 794, III, do CPC). 14.1. ESPÉCIES DE EXECUÇÃO A execução, segundo disposição contida no art. 587 do CPC, poderá se processar de forma provisória ou definitiva. A execução provisória se dá quando exisente recurso sobre as matérias constantes do título executivo, cujo efeito foi meramente devolutivo. É execução facultativa, dependendo, portanto, de requerimento expresso da parte, acompanhado da decisão exeqüenda e certidão de interposição do recurso (CPC, art. 475-O, I, e 3º.). Seu efeito é limitado à penhora, uma vez - 1 -

que, em existindo recurso pendente de julgamento, poderá perder o seu efeito, quando do julgamento do mesmo. (art. 475, O, II e III do CPC). Se dará por conta e risco do exeqüente, que deverá reparar o executado pelos danos que houver sofrido em caso de reforma da sentença. (art. 475, O, I do CPC). A execução definitiva, por sua vez, se dará quando fundada em sentença transitada em julgado ou em título executivo extrajudicial, dentre aqueles previstos como executáveis de plano. Se estabelece de forma plena, até a satisfação final do crédito, podendo ser ordenada de ofício pelo juiz (art. 878 da CLT e 580 do CPC). Não há responsabilidade do exeqüente, mesmo que a coisa juglada venha a ser cassada por ação rescisória. 14.2. COMPETÊNCIA É competente para processar a execução o juiz titular da vara do trabalho que julgou originariamente o processo de conhecimento e o presidente do TRT ou TST, para as causas em que a competência originária para o processo de conhecimento fro do respectivo tribunal. Obs.: A execução de ações trabalhistas em curso ou que vierem a ser ajuizadas quando existente falência, competem à Justiça do Trabalho, não sendo atraídas pelo juízo falimentar. Depois de apurado o crédito, este será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença, segundo disposição contida no art. 6º., 2º. Da Lei 11.101, de 2005. Quando existente recuperação judicial, fica suspensa a exigibilidade de créditos trabalhistas ou decorrentes de acidente de trabalho originados de fatos ocorridos antes do ajuizamento do pedido de recuperação, em fase de execução ou não, vencidos ou vincendos, durante o stay period. Findo este, as obrigações serão pagas segundo o plano de recuperação judicial aprovado. 14.3. FASES DA EXECUÇÃO A execução, de um modo geral, comporta três fases distintas: 1ª. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA É espécie de processo incidente dentro do processo de execução, visando liquidar os valores devidos em decorrência do título executivo judicial. Poderá ser feita por cálculos (art. 475 B do CPC)quando depender apenas de operações matemáticas. Os cálculos poderão ser feitos por contador nomeado pelo juiz ou pelas partes, competindo ao julgador a homologação destes, quando entender adequados ao processo. É forma mais usual no processo do Trabalho; por arbitramento (art. 475 C do CPC) quando demanda mais que operações matemáticas, necessitando da realização de perícia para averiguação efetiva sobre o título ou por artigos (art. 475-E do CPC), quando há necessidade de se alegar e provar fato novo. Mesmo que não pedidos na inicial ou não incluídos na condenação, os juros de mora e a correção monetária devem ser incluídos na liquidação de sentença (Súmula 211 do TST) A Súmula 381 do TST esclarece que o pagamento dos salários até o 5º. Dia útil do mês subseqüente ao vencido não está sujeito à correção monetária.se esta data for - 2 -

ultrapassada, incidirá o índice de correção monetária do mês subseqüente ao da prestação de serviços. Os juros serão calculados à fração de 1% ao mês Lei 8177/91, art. 39 e 1º.- desde a data do ajuizamento da ação, até o cumprimento efetivo da obrigação. A correção monetária, por sua vez, deverá ser calculada desde o período em que exigível o crédito trabalhista, até o momento do seu efetivo cumprimento. Não fluem juros de mora sobre os débitos de empresas em liquidação extrajudicial, ainda que sobre elas incida acorreção monetária (Súmula 304 do TST). Não se computarão os juros em massa falida se o ativo paurado na ofor suficiente para pagar o principal das dívidas (art. 124 da nova Lei de Falências) Elaborados os cálculos o juiz poderá abrir vista às partes, no prazo sucessivo de dez dias, para que ofereçam, de forma fundamentada, as suas insurgências quanto a estes, especificando os itens e valores que stão em desacordo (art. 879, 2º. Da CLT). É faculdade do juiz, podendo o executado oferecer sua impugnação aos cálculos nos embargos à execução, acaso não aberto vista dos cálculos em momento anterior. Se for utilizada pelo julgador, existirá a preclusão do direito de impugnação na hipótese de silêncio da parte. 2º. CONSTRIÇÃO Fixado em liquidação o valor efetivamente devido, o executado será citado, através de oficial de justiça, para pagar em 48 horas o débito judicial trabalhista, ou garantir a execução, sob pnea de penhora (art. 880 da CLT). Diante de tal mandado de citação e penhora o executado poderá: a) pagar ao exequente, perante diretor de secretaria da Vara do Trabalho, lavrando-se termo de quitação (art. 881 da CLT), encerrando o processo executório pelo cumprimento da obrigação; b) recolher a quantia devida, mediante extração de guia e depósito junto ao Banco do Brasil ou CEF. Neste caso, poderá estar pretendendo a liberação da obrigação (art. 881, parágrafo único da CLT) ou garantindo a execução, na forma prevista no art. 655 da CLT, com a finalidade de discutir os título executivo; c) nomear bem à penhora (art. 882 da CLT). Poderá o executado, ainda, valer-se da exceção de preexecutividade, até o momento que antecede à penhora, para discução de vícios ou defeitos processuais. Se nenhuma destas atitudes for tomada pelo executado, ultrapassadas as 48 horas, poderá exitir a penhora forçada de seus bens (art. 883 da CLT). A penhora deverá seguir a ordem preferencial contida no art. 655 do CPC. Se o executado nomear bens à penhora em desacordo com essa ordem, poderá o exeqüente aceitalos ou não (art. 656 do CPC). O provimento no. 06/05 da Corregedorial-Geral da Justiça do Trabalho, estabeleceu a possibilidade de uso, nas execuções definitivas, do sistema Bacen-Jud (convênio firmado entre Banco Central e TST, a fim de agilizar a penhora em contas bancárias, mediante a remessa de ofícios eletrônicos dos juízes, solicitando informações sobre a existência decontas correntes e aplicações financeiras dos executados, bem como determinaçõe de - 3 -

bloqueio e desbloqueio das contas), como preferido a qualquer outro meio de constrição judicial. São impenhoráveis os bens inalienáveis, tal como o bem de família (imóvel residencail), os móveis residencais e os vestuários (exceto de valor elevado), os salários, remunerações e similares, os instrumentos necessários ao exercício de qualquer profissão, o seguro de vida, o material de construção de obra em andamento, a pequena propriedade rural de subsistência, recurso públicos de entidades privadas, destinados a educação, saúde e assistência social, a caderneta de poupança (art. 649 do CPC). Esta regra, contudo, admite exceções, já que o crédito trabalhista é tido como privilegiado em face de seu caráter alimentar. Poderá ser penhorado bem hipotecado e o bem alienado fiduciariamente. Em tais hipótesese, o bem não alcançar lance suficiente em praça para o pagamento do exeqüente e do crédito pignoratício ou da alienação fiduciária, continuará gravado pela hipoteca (art. 677 e 954 do CPC). Poderá existir, ainda, mais de uma penhora sobre o mesmo bem, tendo preferência o credor mais antigo sobre o valor obtido pelo bem praceado, ficando o saldo com os demais credores (art. 613 do CPC). É admitida a penhora sobre renda mensal ou faturamento da empresa, limitada a determinado percentual, desde que na ocomprometa o desenvolvimento regular de suas atividades (OJ 93 da SDI-II do TST).. A penhora poderá ser feita por cara precatória, se houver notícia da existência debens do executado em outra comarca, não havendo bens na sede do juízo (art. 658 do CPC). Neste caso, o juízo deprecante é competente para decidir quase todas as questões referentes à execução, ficando ao juízo deprecado decidir apenas sobre as questões relativas aos atos que praticar (art. 747 do CPC). Em hipótese de falência, não existirá penhora, mas habilitação dos créditos no juízo falimentar, após discutidas todas as questões do processo executório e serão pagos seguindo a ordem preferencial abaixo:. 1º. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos últimos três meses anteriores à decretação da falência, até o limite de cinco salários mínimos, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa (art. 151). Está fora do concurso de credores. 2º. Pagar-se-ão os créditos extraconcursais, decorrentes de obrigações originadas no curso da recuperação judicial ou do próprio processo de falência (art.84) 3º. Os créditos decorrentes de acidente de trabalho (pelo seu total) e os créditos trabalhistas decorrentes das habilitações, até o montante de 150 salários mínimos por trabalhador. O valor excedente é tido como quirografário (art. 83 da nova Lei de Falências). As execuções contra a Fazenda Pública serão processadas por meio de precatório, segundo disposto no art. 100 da Constituição Federal, devendo existir a expedição de ofício requisitório para inscrição da verba necessária à satisfação do precatório em previsão orçamentária. O 3º. Do art. 100 da Constituição Federal, abriu exceção aos precatórios, para as hipóteses de pagamento de débitos judiciais de pequeno valor (requisitório de pequeno valor RPV), quando não haverá necessidade de inscrição, sendo procedido o pagamento no prazo de 60 dias. - 4 -

Não há possibilidade de fracionamento do crédito judicial para receber parte mediante RPV e o remanescente mediante precatório, mas é admissível a renúncai do valor excedente, para se receber sem a necessidade de precatório. Feita a penhora com a apreensão dos bens do executado, será nomeado depositário, podendo este ser o próprio executado, e será feita a avaliação dos bens penhorados por oficial de justiça avaliador ou por perito nomeado pelo juiz. EMBARGOS À EXECUÇÃO É ação incidental no processo executório, viável após garantida a execução pela penhora ou feito o depósito da condenação (art. 884 da CLT), própria para impugnar a sentença que fixou o valor da condenação, quando esta houver extrapolado os limites do título executivo. Também visa assegurar que a execução se realize segundo os ditames legais. Somente pela via dos embargos é que o exeqüente poderá impugnar a sentença de liquidação, se o juiz não se valeu da prerrogativa constante do art. 879, 2º da CLT, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo. Os embargos e a impugnação serão julgados na mesma sentença(art. 884, 3º. E 4º., da CLT). A matéria a ser discutida nos embargos está adstrita ao cumprimento da decisão ou acordo, quitação ou prescrição da dívida( 1º do art. 884 da CLT). Embora tal previsão, a doutrina têm reconhecido que os embargos à execução também poderão ter por objeto o excesso de execução, que está ligado aos limites objetivos e subjetivos da coisa julgada ou, ainda, incompetência do juízo de xecução, suspeição ou impedimento do juiz, desde que a parte na otenha conhecimento desses últimos fatos na fase de conhecimento ou sobrevier novo motivo. O prazo para oferecimento dos embargos à execução é de 5 dias (art. 884 da CLT) a contar da data da intimação da penhora pelo oficial de justiça (art. 774 da CLT) ou da data em que efetuado o depósito para garantia do juízo. A impugnação à sentença de liquidação, da mesma forma, terá prazo de cinco dias, contados da ciência da garantia do juízo para o exeqüente (o que poderá se dar no momento em que recebe a intimação para contestar os Embargos a execução ou quando do recebimento de alvará, na hipótese de não ter havido embargos a execução interpostos). O ingresso de embargos à execução ocasionará efeito suspensivo da execução, até sua decisão final. A oposição de embargos à execução manifestamente protelatórios permitirá ao juiz a aplicação da multa de até 20% do valor da execução (art. 740, parágrafo único, do CPC). Da decisão que julga os embargos à execução e/ou a impugnação à sentença de liquidação, caberá Agravo de Petição. EMBARGOS DE TERCEIROS Também são incidente ocorrente no processo de execução, através do qual pessoa que não conste do título executivo judicial ou extrajudicial e que esteja sendo turbada na posse de seus bens possa impedir a constrição judicial sofrida (art. 1046 do CPC). - 5 -

A matéria veiculada em embargos de terceiros está limitada a provar que o bem não pertence ao executado, mas ao terceiro embargante e demostrar que não tem qualquer responsabilidade na execução que se processa. O prazo para a sua interposição é de cinco dias, variando o dies a quo conforme o momento em que o terceiro tem ciência da constrição judicial. 3º - EXPROPRIAÇÃO É a fase de alienação dos bens penhorados, aribuindo o resultado desta ao exeqüente como forma de pagamento da dívida. Tal fase poderá se dar mediante: ARREMATAÇÃO procedimento destinado à alienação dos bens penhorados em hasta pública, para convertê-los em dinheiro, visando ao pagamento do exeqüente. O arrematante será aquele que oferecer o maior lance (art. 888, 1º., Da CLT), devendo fazer o pagamento de uma caução de 20% do valor do lance, complementando o pagamento em 24 horas, sob pena de perda da caução em favor do exeqüente. A arrematação se perfaz pela assinatura do auto (art. 694 do CPC), não se admitindo, contudo, arrematação a preço vil (art. 692 do CPC). Se o executado não era proprietário do bem penhorado, responde pela evicção quando o arrematante for despropriado pelo verdadeiro proprietário. O executado não responde pelos vícios redibitórios ocultos. ADJUDICAÇÃO quando o exeqüente utiliza-se de seu direito de preferência sobre o bem penhorado (art. 888, 1º., da CLT). O valor da adjudicação será o da avaliação dos bens penhorados, devendo o adjudicante restituir ao executado o que sobejar do valor do bem em relação ao crédito trabalhista, ou prosseguir na execução se o bem adjudicado for de valor inferior ao crédito trabalhista (CPC, art. 685-A, 1º). O prazo para requerer a adjudicação é até o final do expediente m que se consumou o leilão frustrado. REMIÇÃO é faculdade que se outroga ao executado de recuperar os bens penhorados, mediante o pagamento da dívida trabalhista, acrescida de juros, correção monetária, custas processuais e honorários advocatícios (art. 651 do CPC). Só é viável antes da assinatura do auto de arrematação ou adjudicação (art. 788 do CPC) e desde que o executado ofereça pelos bens penhorados preço igual ao valor da condenação (Lei 5584/70, art. 13). - 6 -