ADERÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR AO IAS 26



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Transcrição:

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais Curso de Ciências Contábeis Contabilidade de Entidades de Previdência Privada e Seguradoras ADERÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR AO IAS 26 Bárbara Teixeira Ramos Belo Horizonte 16 de outubro de 2010

Bárbara Teixeira Ramos ADERÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DAS ENTIDADES FECHADAS DEPREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR AO IAS 26 Artigo Científico apresentado à disciplina: Contabilidade das Entidades de Previdência Privada e Seguradoras do 4º Período do Curso de Ciências Contábeis Noite do Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais da PUC Minas BH. Professor: Geraldo de Assis Júnior Belo Horizonte 16 de outubro de 2010

ADERÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR AO IAS 26 RESUMO O objetivo do presente artigo é demonstrar a aderência das demonstrações contábeis das entidades fechadas de previdência complementar ao IAS 26, bem como a necessidade de se adaptar as mudanças que ocorrerão nas normas contábeis brasileiras, que vem sendo fortemente influenciadas pelas normas internacionais, com o intuito de padronizar as demonstrações contábeis no mundo. A metodologia utilizada para tanto foram pesquisas nas normas internacionais de contabilidade, através de técnica de leitura analítica individual com o objetivo de possibilitar uma visão geral sobre o assunto. A importância deste trabalho é de mostrar ao profissional da área contábil a necessidade de se adaptar as mudanças que ocorrerão nas normas contábeis brasileiras, que vem sendo fortemente influenciadas pelas normas internacionais e também um melhor entendimento a respeito da Norma Internacional de Contabilidade IAS 26, que trata doa planos de benefícios de aposentadoria. PALAVRAS-CHAVE Contabilidade internacional, normais internacionais IAS. 1 INTRODUÇÃO O presente artigo é o resultado de um trabalho científico envolvendo a disciplina de Contabilidade das Entidades de Previdência Privada e

Seguradoras, em relação da Norma Internacional de Contabilidade IAS 26 com as demonstrações contábeis de planos de benefícios de aposentadoria, que podem ser planos de contribuição definida ou planos de benefícios definidos. Conforme o parágrafo 2 da norma: Os planos de benefícios de aposentadoria algumas vezes são referidos por vários outros nomes, tais como planos de pensão. planos de aposentadoria ou planos de benefícios de aposentadoria. Esta norma considera um plano de benefício de aposentadoria como uma entidade que reporta separada dos empregadores dos participantes no plano. Todas as outras normas se aplicam às demonstrações financeiras de planos de benefícios de aposentadoria na media em que não forem substituídas por esta norma. De acordo com a IAS 26 Contabilização e Relatório Financeiro de Benefícios de Aposentadoria, esta norma foi emitida pelo comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC), em janeiro de 1987 e reformatada em 1994. A partir da década de 60, devido ao crescimento do mercado de capitais americano, a contabilidade passou a ser vista sob uma perspectiva baseada na informação. Esses estudos passaram a ser conhecidos como uma abordagem da informação, e, desde então, a contabilidade passou a ser avaliada a partir da sua capacidade de fornecer informações que sejam úteis ao processo de decisório dos usuários. Diante dessa nova abordagem e da expansão dos mercados globalizados, emerge a importância da contabilidade internacional. Esta tem por finalidade incentivar os investimentos estrangeiros, a partir da unificação das normas contábeis, facilitando o entendimento das informações divulgadas para os usuários de todas as partes do mundo, reduzindo as dúvidas contábeis e, gerando crescimento econômico. Atualmente, tem ocorrido um esforço para estabelecer normas internacionais que pelo menos, possibilitem comparabilidade, transparência e padronização. Para tanto, o IASB- International Accounting Standards Board, entidade internacional sediada em Londres (2001), responsável pela emissão de normas contábeis internacionais de Contabilidade, tem divulgado as IFRS- International Financial Reporting Standards. Além das IAS e IFRS, existem as IFRIC- International Financial Reporting Interpretations Committee que são interpretações técnicas oficiais feitas por um comitê e as 33 SICs que eram interpretações feitas pelo Standing Interpretations Committee. As IAS têm sido

revisadas desde 2003 e 15 delas já estão atualizadas As IAS também incoporaram algumas das SICs. Conforme Conrado e Maciel (2010), as Normas Internacionais de Contabilidade (International Accounting Standard - IAS em inglês), atualmente conhecidas como normas IFRS (International Financial Reporting Standard) são um conjunto de pronunciamentos de contabilidade internacionais publicados e revisados pelo IASB (International Accounting standards Board). Ainda segundo o autor, as normas IFRS foram adotadas pelos países da União Européia a partir do 31 de dezembro de 2005 com o objetivo de harmonizar as demonstrações financeiras consolidadas publicadas pelas empresas abertas européias. A iniciativa foi internacionalmente acolhida pela comunidade financeira. Atualmente numerosos países tem projetos oficiais de convergência das normas contábeis locais para as normas IFRS, inclusive o Brasil. 2 DESENVOLVIMENTO IAS 26 CONTABILIZAÇÃO E RELATÓRIO FINANCEIRO DE PLANOS DE BENEFÍCIOS DE APOSENTADORIA Esta norma da IAS 26, deve ser aplicada nas demonstrações financeiras dos planos de benefícios de reforma sempre que tais demonstrações financeiras forem preparadas. De acordo com a IAS, planos de benefícios de reforma são acordos, pelos quais uma entidade proporciona benefícios aos empregados ou após a cessação do serviço (quer na forma de um rendimento anual ou como uma quantia total) quando tais benefícios, ou as contribuições para eles, puderem ser determinados ou estimados de previamente em relação à reforma a partir das cláusulas de um documento ou das práticas da entidade. Seguindo as definições descritas pela IAS 26 em seu parágrafo 8 temos alguns termos que podem ser especificados: Planos de benefícios de reforma são acordos, pelos quais uma empresa proporciona benefícios aos seus empregados ou após a cessação do serviço (quer na forma de um rendimento anual ou como uma quantia total) quando tais benefícios, ou as contribuições de um empregador para eles, puderem ser determinados ou

estimados de antemão em relação à reforma a partir das cláusulas de um documento ou das práticas da empresa. Planos de contribuição definida são planos de benefícios de reforma pelos quais as quantias a serem pagas como benefícios de reforma são determinadas pelas contribuições para um fundo juntamente com os respectivos ganhos de investimento. Planos de benefícios definidos são planos de benefícios de reforma pelos quais as quantias a serem pagas como benefício de reforma são geralmente determinadas por referência a uma fórmula usualmente baseada nos ganhos do empregado e/ou nos anos de serviço. Contribuição para o fundo é a transferência de activos para uma entidade (o fundo) separada da empresa do empregador para satisfazer obrigações futuras de pagamento dos benefícios de reforma. Para os fins desta Norma são também usados os termos seguintes: Participantes são os membros de um plano de benefícios de reforma bem como outros que tenham direito a benefícios segundo o plano. Ativos líquidos disponíveis para benefícios são os ativos menos os passivos de um plano que não sejam o valor presente atuarial dos benefícios de reforma prometidos. Valor presente atuarial dos benefícios de reforma prometidos é o valor presente dos pagamentos esperados através de um plano de benefícios de reforma a empregados existentes e antigos, atribuível aos serviços já prestados. Benefícios adquiridos (conferidos) são benefícios, cujos direitos, de acordo com as condições de um plano de benefício de reforma, não estejam condicionados a emprego continuado. De acordo com o parágrafo 13 da IAS 26, as demonstrações financeiras de um plano de contribuição definida devem conter uma demonstração dos ativos líquidos disponíveis para benefícios e uma descrição da política de constituição do fundo. Ainda conforme o IAS 26: As demonstrações financeiras de um plano de benefícios definidos devem conter ou: (a) uma demonstração que mostre: (i) os ativos líquidos disponíveis para benefícios; (ii) o valor presente atuarial dos benefícios de reforma prometidos, distinguindo entre benefícios adquiridos e benefícios não adquiridos; e (iii) o excesso ou o déficit resultante; ou (b) uma demonstração dos ativos líquidos disponíveis para benefícios incluindo ou: (i) uma nota a divulgar o valor presente atuarial dos benefícios de reforma prometidos, distinguindo entre benefícios adquiridos e benefícios não adquiridos; ou (ii) uma referência a esta informação num relatório atuarial que a acompanhe.

Se uma avaliação atuarial não tiver sido preparada à data das demonstrações financeiras, a avaliação mais recente deve ser usada como base e divulgada a data da avaliação. (Parágrafo 17, IAS 26). Para os fins deste parágrafo 17, o valor presente atuarial dos benefícios de reforma prometidos deve ser baseado nos benefícios prometidos segundo as cláusulas do plano, sobre os serviços prestados até à data usando quer níveis de salário corrente quer níveis de salário projetado com divulgação da base usada. O efeito de quaisquer alterações nos pressupostos atuariais que tenha tido um efeito significativo no valor presente atuarial dos benefícios de reforma prometidos deve também ser divulgado. As demonstrações financeiras devem explicar a relação entre o valor presente atuarial dos benefícios de reforma prometidos e os ativos líquidos disponíveis para benefícios e a política da constituição do fundo de benefícios prometidos. Os investimentos do plano de benefícios de reforma devem ser escriturados pelo justo valor. No caso dos títulos negociáveis o justo valor é o valor de mercado. Quando sejam detidos investimentos do plano para os quais não seja possível uma estimativa do justo valor deve ser feita a divulgação da razão por que é que não é usado o justo valor. Conforme o parágrafo 34 da IAS 26, As demonstrações financeiras de um plano de benefícios de reforma, quer de benefícios definidos quer de contribuição definida, devem também conter as informações seguintes: (a) uma demonstração de alterações nos ativos líquidos disponíveis para benefícios; (b) um resumo das políticas contabilísticas significativas; e (c) uma descrição do plano e os efeitos de quaisquer alterações no plano durante o período. Um ponto polêmico são os encargos com planos de benefícios de aposentadoria. Devem os encargos e a respectiva obrigação ser reconhecidos no período contábil em que o serviço é prestado ou devem ser reconhecidos quando os pagamentos são devidos? Para Conrado e Maciel (2010), existe uma dificuldade na identificação dos benefícios pelas diferenças culturais, sociais. Exemplos: Japão (emprego permanente) e Alemanha (prêmio por fidelidade). A IASB e FASB recomendam

a contabilização quando o serviço é prestado (competência). No Brasil, apenas as companhias abertas seguem em essência o IASB. As demais empresas adotam o regime de caixa. Não há reconhecimento em países como França, Alemanha, Japão, Holanda, países escandinavos, Itália (em muitos deles o Estado é o responsável pelos pagamentos). Canadá adota método alternativo ao IASB e a Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia, Espanha seguem o IASB com algumas variações. A IAS 26 trata claramente desse assunto. Desta forma, as avaliações dos ativos do plano serão reconhecidas pelo valor justo. No caso de valores mobiliários negociáveis, o valor justo é o valor de mercado. Já a divulgação dos planos, seja de benefício definido ou de contribuição definida, contará as seguintes informações afirmadas no parágrafo 34 da IAS 26: (a) uma demonstração de alterações nos ativos líquidos disponíveis para benefícios; (b) um resumo das políticas contabilísticas significativas; e (c) uma descrição do plano e os efeitos de quaisquer alterações no plano durante o período. 3 CONCLUSÃO A partir do trabalho realizado, é possível concluir que a norma da IAS 26, Contabilização de Planos de Benefício de Aposentadoria orienta a preparação de demonstrações contábeis desses planos. Para um plano de contribuição definida, as demonstrações contábeis devem incluir os seguintes quadros e informações: demonstração dos ativos líquidos para atender aos benefícios; demonstração das mutações nos ativos líquidos referidos acima; um sumário das principais práticas contábeis adotadas; uma descrição do plano e os efeitos de quaisquer mudanças no plano ocorridas no período; e uma descrição das políticas de custeamento do plano.

Para um plano de benefício definido, as demonstrações contábeis devem incluir: uma demonstração dos ativos líquidos para atender os benefícios, o valor presente atuarial dos benefícios de aposentadoria prometidos e o superávit ou déficit do período; ou uma referência a esta informação em um relatório dos atuários. Também para planos de benefício definido, devem ser divulgadas as seguintes informações: demonstração das mutações nos ativos líquidos do plano de benefício; um sumário das principais práticas contábeis; e uma descrição do plano e os efeitos de quaisquer mudanças no plano ocorridas no período. Além disso, as demonstrações contábeis deveriam conter uma explicação compondo o valor presente atuarial da obrigação do plano de benefícios e o valor dos ativos líquidos disponíveis para os benefícios, e uma descrição da política para custeamento do plano. Os ativos do plano, independente de qual seja este plano, devem ser mensurados pelo valor justo. Entretanto, a contabilização dos ativos deve considerar também outros pronunciamentos que sejam aplicáveis. As práticas contábeis adotadas no Brasil são similares ao IAS 26 exceto pelo fato de que alguns ativos do plano podem não estar pelo valor justo. Sendo assim, as principais áreas das demonstrações contábeis afetadas são as demonstrações contábeis de planos de benefício de aposentadoria.

REFERÊNCIAS MARINHO, Liana Márcia C. V. As Normas Internacionais de Contabilidade: IAS, IFRS. Publicado em 15/12/2008. Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br/resenhas/1335801. Acesso em: 11 out 2010. CONRADO, Fábio Eduardo de Paula; MACIEL, Luis Emílio Santos. Diferenças das Normas Contábeis Brasileiras e das IFRS. Disponível em: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_10320/artigo_sobre_diferencas_d as_normas_contabeis_brasileiras_e_das_ifrs. Acesso em 11 out 2010. Norma Internacional de Contabilidade IAS 26: Contabilização e Relatório Financeiro de Planos de Benefícios de Aposentadoria. 37 parágrafos. Disponível em: http://www.iasb.org/nr/rdonlyres/1af39ecf-ad00-439e-944d- 7D693423A3F8/0/PTSummary_IAS26_pretranslation_LA.pdf. Acesso em 11 out 2010. Resumo Técnico. IAS 26 Contabilização e Relato dos Planos de Benefícios de Reforma. Disponível em: http://www.cfc.org.br/uparq/sumario.pdf. Acesso em 11 out 2010.