CONTABILIDADE DE SEGUROS: UM ESTUDO SOBRE OS CONHECIMENTOS DOS CONTADORES NO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS-RJ



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Transcrição:

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS CONTABILIDADE DE SEGUROS: UM ESTUDO SOBRE OS CONHECIMENTOS DOS CONTADORES NO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS-RJ. ALEXANDRE SILVA DE ALMEIDA TERESÓPOLIS JUNHO, 2011

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS CONTABILIDADE DE SEGUROS: UM ESTUDO SOBRE OS CONHECIMENTOS DOS CONTADORES NO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS-RJ. ALEXANDRE SILVA DE ALMEIDA Trabalho de Conclusão de Curso com requisito Relatório obrigatório do para Estágio obtenção Curricular do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis, no UNIFESO, sob orientação do Prof.(a) Natiara Penalva Muniz. TERESÓPOLIS JUNHO, 2011

À Memória de Sergio de Almeida, pelo pai exemplar, dedicado e carinhoso, que me ensinou a ser um homem com dignidade.

1 AGRADECIMENTOS À Deus, por ter concedido mais uma vitória em minha vida; Ao Prof. Natiara Penalva, pela constante orientação; À minha Mãe, Rosa Silva de Almeida pela dedicação e paciência; Às minhas Irmãs Celina Silva de Almeida e Letticia Silva de Almeida pela força e carinho; Em especial, pela minha namorada Otavia Struch, sem a sua presença esse sonho não teria se concretizado; À Etthic Corretora de Seguros, por ter proporcionado tempo e compreensão durante esses quatro anos de estudo ; À Turma, pela amizade, companheirismo e força que jamais esquecerei; À Todos os Professores, e pelo conhecimento oferecido ao longo de quatro anos; À todos os meus familiares e amigos, pela compreensão de minha ausência por dedicação aos estudos.

A força de vontade transforma as grandes barreiras em pequenos obstáculos e constrói os grandes vencedores. (Autor desconhecido) 9

9 RESUMO A contabilidade é ligada a vários ramos suplementares para o controle do patrimônio inclusive os seguros. Uma modalidade que está diretamente voltada ao patrimônio empresarial e pessoal. Vinculado a órgãos governamentais como a Superintendência de Seguros Privados (SUPEP), Comitê de pronunciamentos Contábeis (CPC) que divulgou um pronunciamento específico para tratar os seguros descritos na CPC 011, com isso a contabilidade possui várias referências para tratar as contas do seguro, que possuem nomes e lançamentos contábeis variados que podem gerar dúvidas quando necessária a contabilização. Uma pesquisa de campo foi aplicada aos contadores visando analisar o conhecimento dos profissionais e como se deve classificar contas e os métodos de pesquisas aplicáveis a valores de ativos que podem ser perdidos ou avariados. Com tudo pode-se perceber que em alguns assuntos analisados o conhecimento se tornou vago, porém em contra partida uma boa proporção de contadores se demonstrou com bons conhecimentos gerando uma análise geral positiva para a categoria contábil. Palavras-chave: contabilidade de seguros; susep; pesquisa com contadores.

9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01: Tempo que é contador... 32 Gráfico 02: Estudou contabilidade de seguros... 32 Gráfico 03: Realizou pós-graduação em contabilidade?... 33 Gráfico 04: Estudou contabilidade de Seguros na pós-graduação... 33 Gráfico 05: Qual o Órgão do governo vinculado aos seguros?... 34 Gráfico 06: Despesa adicional paga a seguradora referente a perdas parciais... 35 Gráfico 07: Qual a referência para calcular o valor do ativo indenizável?... 35 Gráfico 08: Qual o documento emitido pela seguradora?... 36 Gráfico 09: Normatização contábil diretamente ligada aos seguros... 37 Gráfico 10: Classificação dos seguros a vencer... 37 Gráfico 11: Classificação do seguro pago antecipadamente... 38 Gráfico 12: Análise Geral... 39

9 SUMÁRIO Resumo... 5 Lista de Gráficos... 6 Sumário... 7 1. INTRODUÇÃO... 9 1.1. Objetivo... 10 1.2. Justificativa... 10 1.3. Metodologia... 11 1.4. Estrutura do Trabalho... 12 2. SEGUROS... 13 3. HISTÓRIA... 15 3.1. História do Seguro no Brasil... 16 4. CARACTERÍSTICAS DO SEGURO... 18 4.1. Contratos de Seguros... 18 4.2. Apólice... 19 4.3. Segurado... 19 4.4. Seguradora... 19 4.5. Prêmio de Seguros... 20 4.6. Sinistro... 20 4.7. Indenização... 20 4.8. Franquia... 21

10 4.9. Depreciação... 22 4.10. Risco... 22 4.11. Características do Seguro Junto ao Contratante... 23 5. CONTABILIZANDO... 24 5.1. Divulgação das Contas de Seguros... 25 5.2. Prêmios Pagos Antecipadamente... 25 5.3. Seguros a Apropriar... 26 5.4. Contabilização de Sinistros... 27 5.5. Seguros a Vencer... 30 6. ANÁLISE DA PESQUISA DE CAMPO... 31 7. CONCLUSÃO... 40 BIBLIOGRAFIA... 42 APÊNDICE A... 45

9 1. INTRODUÇÃO Com os primórdios da sociedade a contabilidade surgiu junto da preocupação de medir e mesurar os bens de valores relevantes, com o passar dos anos o seguro começa a ter importância e a necessidade de proteger os comércios marítimos. Sempre que se teve noção de quantidade patrimonial, houve a preocupação de proteger. O seguro tem o objetivo de garantir que o patrimônio não seja perdido. Partindo dessa premissa surge a intenção de contabilizar os gastos referentes as despesas de seguros. A globalização e o crescimento da economia brasileira, hoje considerada a 7ª mundial, vem passando por um processo de harmonização contábil junto as normas internacionais, cujo objetivo é utilizar as mesmas bases contábeis dos demais países. Regida pela lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007 e lei n 11941, de 27 de maio de 2009 o Brasil participa dessa espécie de adaptação mundial, a qual engloba as diversas áreas da contabilidade, incluindo os contratos de seguros. Os seguros são de suma importância para as empresas preocupadas com ativos que precisam ser protegidos das ameaças do dia a dia. Contratos que geram saídas de capital e precisam ser contabilizadas corretamente para não gerar diferenças no final do exercício. O seguro gera obrigações, direitos, avalia ativos, gera prêmios e paga indenizações, fatos que devem ser contabilizados e apurados para manter o controle do patrimônio, das despesas que o cliente está arcando e o tempo de cobertura que o mesmo tem o direito de se beneficiar.

10 1.1. Objetivo O trabalho tem como objetivo principal, verificar o nível de conhecimento dos contadores de Teresópolis-RJ sobre a contabilidade seguros, com intuito de analisar se os profissionais da área sabem como contabilizar as despesas referente ao assunto e se possuem alguma dificuldade na classificação dessas despesas que decorre pelo exercício financeiro da empresa. O objetivo secundário do trabalho apresenta a parte teórica e técnica da contabilidade em relação a os lançamentos, classificação e fontes de pesquisa que podem auxiliar o contador para mesurar patrimônios ativos cobertos por uma apólice de seguros. 1.2. Justificativa A finalidade será elaborar um trabalho que poderá futuramente servir como fonte de pesquisa para agregar conhecimento de uma área pouco explorada pela categoria, e com isso gerar a saída de um conhecimento tácito para um conhecimento mais formal e fundamentado sobre o assunto proposto. Evidenciar os principais lançamentos contábeis foi uma das preocupações da pesquisa já que os seguros trabalham com vigência equivalente a 12 meses, a ser considerado a partir da data da proposta, tempo predeterminado da segurança do cliente que também tem como obrigação pagar uma importância monetária a seguradora contratada, podendo ser paga adiantada ou creditada durante o período da vigência.

11 As Contabilizações corretas das contas de seguros são de suma importância para que os contadores que especificam detalhadamente todos os lançamentos contábeis de uma empresa, pois o seguro esta ligado diretamente ao patrimônio ativo das empresas como veículos e prédios que podem ser perdidos caso não haja uma gerência de riscos, com isso o seguro passa a ser na atualidade uma importante ferramenta de minimização de prejuízos já que o risco é considerado incerto. 1.3. Metodologia O presente trabalho utilizará como base as referências contábeis elaboradas pelos órgãos competentes a categoria como, Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC. Órgãos vinculados ao governo, Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, artigos e livros que relatam o assunto de seguros e com isso gerar uma relação direta entre a contabilidade e o seguro. Sendo os livros da Fundação Escola Nacional de Seguros - FUNENSEG as principais fontes de pesquisas para tratar a questão. A pesquisa realizada na cidade de Teresópolis-RJ teve como seu foco principal analisar o nível de conhecimento em relação a contabilidade de seguros por meio de questionário contendo onze perguntas de conhecimento específico ligando a profissão contábil ao ramo de seguros, dentre as perguntas o pesquisador buscou enfatizar o tempo de formação, a relevância de ter uma pós graduação e se onde estudou cursou alguma matéria relacionada a seguros. O questionário contém perguntas de respostas rápidas que focam o conhecimento de como o contador deve classificar contas referente as despesas com seguros, como o contador deve pesquisar se uma indenização foi paga corretamente qual o instituto de pesquisa ele poderá prever o valor médio de mercado do ativo a ser indenizável. E por fim os órgãos reguladores e mecanismos de consulta onde os contadores poderão pesquisar caso tenha alguma dúvida referente a seguros no Brasil.

12 O nível de conhecimento da categoria contábil será medido por forma de pesquisa de campo através de um questionário com perguntas objetivas aos contadores conforme apêndice A, com perguntas objetivas aos contadores de áreas de especificações variadas da cidade de Teresópolis-RJ. A intenção do trabalho é analisar os profissionais contábeis e interagir com o grau de conhecimento do assunto pesquisado. As identidades serão mantidas em sigilo e as respostas serão demonstradas por gráficos relacionadas por números de acertos a cada pergunta proposta. As respostas que não foram respondidas pelos profissionais foram consideradas como não sei, pois a possibilidade de apuração dos dados pode se perceber que o conhecimento do assunto é ainda algo vago e a possibilidade do contador entrevistado não saber a resposta era muito grande. 1.4. Estrutura do Trabalho O trabalho foi estruturado em sete capítulos. A introdução se decorre no primeiro capítulo, onde se apresenta a situação proposta para pesquisa. O objetivo seguido pela justificativa, metodologia aplicada a pesquisa e da estrutura como o trabalho foi dividido. O segundo capítulo trata do seguro e suas definições. O terceiro capítulo apresenta uma breve a história dos seguros no mundo e no Brasil com base teórica na Escola Nacional de Seguros. O capitulo quatro revela as características do seguro, sendo divididos e onze subtítulos referentes ao mesmo. O capítulo cinco traz a importância de contabilização, foi divido em cinco subtítulos tratando as contas mais comuns voltadas para contabilidade empresarial. No capítulo seis decorre a pesquisa de campo realizada para medir o grau conhecimento dos contadores. No capítulo sete foi desenvolvida a conclusão e as considerações finais da pesquisa desenvolvida.

13 2. SEGUROS O seguro gera obrigações, prêmios a pagar, direitos, avalia ativos e paga indenizações, fatos que devem ser contabilizados, apurados. Universo que a contabilidade tem o dever de manter atualizados para controle do patrimônio e das despesas e que as empresas assumem o tempo determinado das coberturas que os contratantes tem o direito de se beneficiar e limites definidos em apólices são fatores temporais que o sistema de gestão deve manter-se informado para evitar futuras surpresas desagradáveis para empresa. Santos (1959, p. 7) definiu seguro como: proteção econômica que o indivíduo busca para prevenir-se contra necessidades aleatórias e o desconhecimento da duração da vida, a incerteza quanto ao que o futuro reserva para cada um, a possibilidade de destruição dos seus bens, tudo isso conduziu o homem a idéia do seguro. A palavra seguro vem da preocupação de proteção onde até mesmo as pessoas nas mais antigas das sociedades já pensavam em proteger seus patrimônios. Conforme Freire (1969, p 14) a primeira idéia de proteção revela-se na reunião de várias famílias primitivas formando grupos e tribos fortes para se precaverem da ameaça perante outras tribos hostis, não só contra a vida dos indivíduos, mas também conta danos e usurpação de coisas.

14 15 Em sua evolução o homem sempre procurou algo que lhe transmitisse segurança e conforto, onde a terceirização da tranquilidade junto as empresas seguradoras fica bem definida com a palavra seguro. O seguro é feito através de um contrato. O novo Código Civil, Lei n 10406 de 10 de janeiro de 2002, Capitulo XV Seção I, artigo 757, a redação sobre o contrato de seguro diz. Pelo contrato de seguro, o segurador obriga mediante pagamento de prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa contra riscos predeterminados. O termo contrato de seguros segundo Santos (1959, p. 33). Denomina-se contrato de seguro aquele que estabelece para uma das partes, mediante o recebimento de prêmio da outra parte, a obrigação de pagar a esta, ou à pessoa por ela designada, determinada importância em caso da ocorrência de um evento futuro incerto ou de data incerta prevista no contrato. Este contrato é feito entre duas partes interessadas, o segurado que geralmente pessoa física ou jurídica que visa a proteger seus bens ativos na maioria das vezes tangíveis de valor mensurável e o segurador pessoa de natureza jurídica que assume o risco do bem contratado a partir de uma análise de risco, visando exclusivamente o lucro estimados por cálculos atuariais e estáticos de localidades isoladas, são denominadas hoje companhias de seguros. O segurado paga o seu contrato de seguros mediante premio onde adquire um direito de usufruir de determinadas garantias até o final da vigência desse contrato. A seguradora recebe eletronicamente a proposta gerada por um corretor legalmente autorizado pela SUSEP, caso não haja nenhuma crítica no período de análise de risco ou falta de pagamento a seguradora emite um documento chamado apólice onde descreve todas as obrigações que se propôs com o segurado, sendo propício a pagar indenização caso haja alguma perda parcial ou total ao bem segurado ou de terceiros afetados pelo segurado. Tudo isso regulado no Brasil pela Superintendência de Seguros Privados SUSEP.

15 3. HISTÓRIA Desde as épocas primitivas o homem sempre se preocupou com seu patrimônio contabilizando e tentando mantê-lo seguro. Uma das primeiras evidências de segurança é destacada por Freire (1959, p.15) que descreve em sua obra, um papiro do ano 4500 a.c., as importantes construções monumentais do Egito que os trabalhadores contribuíam para formar um fundo destinado a cobrir os prejuízos causados por acontecimentos danosos as vítimas. Segundo a FUNENSEG (2007, pg. 11) na antiga civilização Chinesa há milhares de anos os transportes fluviais eram feitos em barcas extremamente frágeis e como medida de segurança, a qual dividia a carga em várias barcas distribuindo assim o risco, para que em caso de sinistro não se arcasse com um prejuízo total, apenas com os bens contidos na barca sinistrada. Depois de Cristo aproximadamente no século I. Os Imperadores romanos ofereciam uma espécie de cobertura durante o inverno para o risco marítimos de importação de cereais, a qual proporcionava privilégios aos navegantes que se arriscavam. Na cidade de Genova por volta de 1937 o centro comercial de forma principiante, formalizou o primeiro contrato de seguros com o transporte de mercadorias. Na Itália em 1385 publicou-se a Ordenança de Pisa, caracterizando a primeira legislação conhecida sobre seguros com emissão da primeira apólice contendo as garantias na cidade de Pisa.

18 16 Com passar dos anos a Europa veio se modernizando e cultivando o mercado até que no final do século XVII o seguro se espalhou pelo mundo e muitas seguradoras foram surgindo, sendo organizadas em bases científicas. Neste século também ocorria a revolução industrial na Inglaterra, que ocasionaria drásticas mudanças na sociedade européia gerando aumento no investimento das empresas e por sua vez o seguro se expandiu tecnicamente e comercialmente por ter finalidade de reparar e recuperar ativos. (ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS, 2007) Ainda segundo a Escola Nacional de Seguros, 2007, com as empresas injetando capital demonstrando vida longa e sólida principalmente com a descoberta da lei das probabilidades que determinavam mais precisamente a administração do risco e dos sinistros garantia maior segurança e tranquilidade para o segurado e para seguradora. 3.1. História do Seguro No Brasil No Brasil a história do seguro segundo a FUNENSEG, (2005) é divida em 3 partes: colônia, império e república. Onde na colônia pode-se desacatar a utilização do seguro no comércio negreiro e como no início da civilização voltado para às atividades marítimas e a Corte Portuguesa era quem regulava os contratos. A primeira seguradora autorizada a se instalar no Brasil pelo decreto de 24 de fevereiro de 1808 foi a Boa-Fé. Atendendo o medo dos comerciantes contra riscos marítimos e com o aumento do comércio logo novas seguradoras foram surgindo. O Império construiu as regularizações das atividades de seguro, devido ao crescimento da mesma no país e com interesse de seguradoras internacionais no Brasil, o governo Brasileiro autorizou a entrada de filiais de várias empresas estrangeiras desse ramo. Com a proclamação da república o governo passou a fiscalizar as seguradoras criando decretos e normas que causando o desinteresse das seguradoras estrangeiras.

17 19 Em 10 de dezembro de 1901 foi criada a Superintendência de Seguros Privados que era subordinada ao ministério da fazenda e dividida em duas Superintendências de seguros terrestres e Superintendência de seguros de vida. Em 03 de 1939 foi criado o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) com objetivo de nacionalizar as operações de resseguro evitando a saída de mercado para outro países.

18 4. CARACTERÍSTICAS DO SEGURO 4.1. Contratos de Seguros Segundo a CPC 011 (2008, pg. 21) Contrato de seguro é um contrato segundo o qual uma parte (a seguradora) aceita um risco de seguro significativo de outra parte (o segurado), aceitando indenizar o segurado no caso de um evento específico, futuro e incerto (evento segurado) afetar adversamente o segurado. O seguro contratual em geral tem a característica de proteger e quem o contrata tem o privilégio de ser protegido. É um contrato bilateral, onde as responsabilidades são direito e obrigações de ambas as partes. Oneroso, onde o segurado fica sujeito a pagar prêmio e a seguradora a pagar indenização. É um contrato aleatório onde não se pode prever o resultado no momento da sua formação. Por ser um contrato previsto e baseado em lei pode-se caracterizá-lo como solene. Nos instrumentos físicos utilizados no contrato de seguros destaca-se as propostas, documento que declara a vontade do contratante segurado contendo as coberturas das qual necessita.

19 24 4.2. Apólice De acordo com a Circular SUSEP nº 308, (2005) apólice é emitida pelo segurador é a efetivação da proposta depois de aceita pela Cia seguradora formaliza o contrato de seguros, documento este que em caso de sinistro o segurado consulta seus direitos e seus deveres. 4.3. Segurado Pessoa física ou jurídica que contrata o seguro interessado nos benefícios que posso vir a usufruir e ter a segurança de ter seus ativos protegidos. Segundo a SUSEP Pessoa física ou jurídica que, tendo interesse segurável, contrata o seguro em seu benefício pessoal ou de terceiro. (Resoluções CNSP 184/08). Segundo a CPC 11(2008, pg. 21) Segurado é a parte que tem direito à indenização em um contrato de seguro, se ocorrer um evento segurado. 4.4. Seguradora São entidades de personalidade Jurídica constituídas na forma de sociedade anônimas, que segundo Costa (2005) por meio de recursos gerados pelos prêmios cobrados dos segurados, garante-lhes uma indenização no caso da ocorrência de um sinistro que esteja coberto na apólice contratada. Segundo a CPC 11 (2008, pg. 21) Seguradora é a parte que tem a obrigação, em um contrato de seguro, de indenizar o segurado se ocorrer um evento segurado.

20 25 4.5. Prêmio de Seguros Após a aprovação da proposta em relação ao risco, o segurado é submetido ao pagamento, podendo ser em uma única parcela ou em frações de acordo com sua necessidade e as condições oferecidas pela seguradora. Segundo Escola Nacional de Seguros, (2005) o prazo para o segurado efetuar o pagamento do prêmio e as consequências, caso o mesmo não ocorra, são estabelecidos no contrato de seguro. Esse contrato informa que qualquer indenização é realizada após o pagamento do prêmio no máximo até a data limite para esse fim na nota de seguro ou documento equivalente. 4.6. Sinistro Segundo a SUSEP (2011) ocorrência do risco coberto, durante o período de vigência do plano de seguro. Quando denomimado para o mercado de seguros o sinistro traz referência a uma extraordinária 20 situação onde o bem segurado é surpriendido por um acidente ou dano material trazendo prejuízo para a seguradora. A qual quando informada de um sinistro, faz uma vistoria ao bem segurdado, onde avalia o tamanho da perda. No ramo de automóveis quando o bem é avariado em até 75% do seu valor de mercado cabe ao segurado uma parte do prejuíjo chamado franquia conforme declarado no contrato, já quando ultrapassa esse percentual o segurado recebe seu bem integral de acordo com os índices de mercado e tabela específica. 4.7. Indenização Reparação de danos a bens próprios ou de terceiros, as seguradoras podem indenizar o sinistro pelo valor de novo ou pelo valor atual do ativo. O valor de novo corresponde ao seu estado sem dedução de depreciação pelo período e de uso ou de vida útil os valores são definidos de acordo com o dia e local do sinistro.

26 21 Já o valor atual (VA) do bem é calculado no dia e no local do sinistro levando-se em consideração a depreciação correspondente ao uso tempo de vida e estado de conservação e segundo a Escola Nacional de Seguros (2005), pode calculada na seguinte equação: VA= Valor de Novo Depreciação. 4.8. Franquia As franquias são cláusulas do contato que determinam a faixa mínima de prejuízo que não cabe a seguradora, sendo esta paga pelo segurado diretamente a oficina podendo ser parcelada ou paga a vista segundo a preferência do segurado. A SUSEP (2011) destaca As franquias são elementos contratuais que estabelecem faixa mínima de prejuízo pelo qual o segurador não responde. As franquias podem ser fixadas em valor absoluto como percentual da importância Segurada ou dos prejuízos indenizáveis. São de dois tipo a Susep (2011) completa da seguinte maneira: Pela cláusula de franquia simples, os sinistros, até determinado valor preestabelecido, são assumidos integralmente, pelo segurado. Porém, aqueles que excederem o limite contratual serão indenizados pelo seu valor total, sem qualquer participação do segurado. O sistema de franquia simples objetiva eliminação de indenizações muito baixas, mas que determinam consideráveis gastos administrativos; eliminação de sinistros de indenizações não relevantes, mas de certa frequência, e que se caracterizam com uma perda normal esperada. Por isso mesmo, não devem ser assumidos pelo segurador. Franquias Dedutíveis são aquelas cujos valores são deduzidos de todos os prejuízos ocorridos. Esses tipos de franquias são as mais utilizadas.

27 22 Segundo a SUSEP (2011): O sistema de franquia dedutível objetiva otimizar a situação preventiva do segurado, já que este participa obrigatoriamente dos prejuízos. 4.9. Depreciação Segundo a Escola Nacional de Seguros (2008. p47), definiu tal fato da seguinte maneira depreciação é a desvalorização sofrida pelo bem segurado em decorrência do uso, idade e estado de conservação e corresponderá a à diferença entre o valor de novo e o valor atual (D=VN-VA). Na prática, geralmente, o vistoriador apura o valor de novo e o deprecia para atingir o valor atual. A depreciação expressa em percentual, será calculada dividindo o resultado da subtração do valor de novo (VN) menos o valor atual (VA) pelo valor de novo e multiplicando-se por 100 como segue: D= {[ (VN-VA )/VN]x100}% Também é comum representar-se a depreciação por um percentual, obtido a partir de da vida útil do bem segurado. Nesse caso, a depreciação será o resultado do quociente do valor de novo pelo valor do bem, multiplicando-se por 100, como segue: D=[(IDADE DO BEM / VIDA UTIL DO BEM)X100]%. 4.10. Risco Refere-se ao período vigente do seguro que as partes, tanto seguradora e segurado estão sujeitos a prejuízos por parte de pagamento de franquias ou indenização. Segundo a CPC 11 (2008, pg. 27) A definição de risco de seguro refere-se ao risco que a seguradora aceita do segurado. Em outras palavras, o risco de seguro é um risco preexistente, transferido do segurado para a seguradora.

28 23 Segundo a SUSEP (2011) Evento futuro e incerto, de natureza súbita e imprevista, independente da vontade do segurado, cuja ocorrência pode provocar prejuízos de natureza econômica. (Circular SUSEP 347/07). 4.11. Características do Seguro Junto ao Contratante De acordo com Escola Nacional de Seguros (2008, pg. 97) a característica marcante do seguro pode ser bem descrito pela palavra tranquilidade, onde uma pessoa ou uma empresa paga para não perder seu bem e ter uma série de benefícios que o possa deixar despreocupado das obrigações de danos a terceiros, assistências que poderão precisar no futuro e a garantia de ter o valor do seu ativo de volta caso não seja possível recuperá-lo nos casos de um incêndio roubo e colisão. Gerando a segurança que vem a ser outra característica que influência a fazer um contrato de seguro. Uma das características secundárias do seguro é a avaliação de ativos de acordo com o valor médio de mercado atualizado mensalmente e regido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE. Esse instrumento é utilizado pelas cias de seguros brasileiras para pagar as indenizações de seus segurados.

24 5. CONTABILIZANDO A importância de contabilizar os registros de uma empresa é fundamental para sua sobrevivência, é o fato apurado que se perdendo o controle interfere diretamente no resultado empresarial. O termo contabilidade segundo a definição de Marion (1998, pg.30) Reflete um dos aspectos dos anseios mais arraigados no homem hedonístico, isto é, põe ordem nos lugares em reinava o caos, toma pulso do empreendimento e compara uma situação inicial com outra mais avançada no tempo. De certa forma, o "homem contador" põe ordem, classifica, agrega e inventaria o que o "homem produtor" em seu anseio de produzir vai às vezes desordenadamente, amealhando, dando condições a este último para aprimorar cada vez mais a quantidade e a qualidade dos bens produzidos, por meio da obtenção de maiores informações sobre o que conseguiu até o momento. As organizações passam por um período em que "aplicar recursos escassos disponíveis com a máxima eficiência" tornasse devido as dificuldades econômicas (concorrência, etc.) uma tarefa difícil. No seguro vários fatores levam a contabilização, como notas explicativas, prêmios pagos antecipadamente, seguros a apropriar e sinistros. Desta forma se a contabilidade anda de mãos dadas com as contas referentes aos seguros que não apuradas, podem gerar uma diferença de caixa no final do exercício financeiro.

31 25 5.1. Divulgação das Contas de Seguros É a parte da contabilização onde o contador deve explicar como foi feito o seguro, como o ativo está protegido e os respectivos pagamento e adicionais a seguradoras em caso de sinistro por perda parcial ou recebimentos de indenizações em caso de perda total do ativo. Caso o ativo tenha uma cobertura acima do valor de mercado estabelecido pela seguradora o contador deverá relatar na nota como o valor foi apurado. Como exemplo os veículos cobertos por valores acima de 100% da tabela FIPE. De acordo com Eliseu Martins e Ernesto Gelbcke no manual de contabilidade das sociedades por ações (2003, pg. 421) A companhia deverá incluir em suas notas explicativas informações dos ativos, responsabilidades ou interesses cobertos por seguros e os montantes respectivos especificados por modalidade. Segundo o livro Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade 3ª edição Conselho Federal de Contabilidade. Brasília (2008 pg, 238) As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas explicativas elaboradas de acordo com a NBC T 6 Da Divulgação das Demonstrações Contábeis e as respectivas interpretações técnicas, além das específicas da atividade, tais como: seguros contratados para os atletas profissionais e demais ativos da entidade. 5.2. Prêmios Pagos Antecipadamente São as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte, que segundo a Cosif (2011) são sempre classificadas no ativo circulante e em comparação ao demais ativos, são muito significantes, pois no balaço são lançadas pelo seu valor total. Para esses ativos representam pagamentos antecipados e seus benefícios ou prestação de serviços ultrapassam um ano.

32 26 Segundo o art. 179 da lei das sociedades por ações define-se como aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte tais aplicação que não serão recebidas em dinheiro e não representam bens físicos. Existem casos especiais em que as despesas antecipadas não geram saída de dinheiro imediato nas, parcelas ainda a pagar a curto prazo. Segundo a FIPECAFI (2000, pg.121) os prêmios de seguros, quando parcelados ou financiados representam exemplo pratico dessa hipótese. Segundo o portal de contabilidade - COSIF (2011) existe um exemplo de contabilização dos prêmios de seguros pagos antecipadamente. Contratação do Seguro a Vista Lançamento em Contas de Compensação Contratação do Seguro a Prazo Pagamento das Parcelas do Seguro Apropriação das Despesas Baixa do Seguro em Contas de Compensação no final do Contrato. 5.3. Seguros a Apropriar Refere-se a prêmios de seguros vigentes dos quais os custos serão apropriados nos meses posteriores de acordo com a forma de parcelamento combinada entre as partes. O artigo 179 da Lei nº 6.404/76 dispõe, em seu item I, que as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte devem ser classificadas no Ativo Circulante, devendo ser apropriadas no resultado quando incorridas. O pagamento do prêmio do seguro é uma antecipação de despesa, que será lançada no ativo circulante, ou no ativo não circulante, dependendo do prazo de vigência do seguro.

33 27 As despesas incorridas são consideradas na competência do período equivalente que tenham sido pagas ou não, como a despesa com seguros que ultrapassa o exercício atual são consideradas as parcelas de pagamentos subsequentes ativo circulante ou ativo realizável a longo prazo e a apropriação dessa despesa é feita proporcialmente de acordo com o período de realização. Apropriação contábil da despesa de seguros será feita de acordo com a vigência prevista no documento legal descrito na apólice, e a contabilização nas contas de despesa ou custo é feita mensalmente até o final da vigência do contrato. Com uma apólice com prazo de vigência de 365 dias, mensalmente se calcula com base proporcional o número de dias segurados no mês de competência apurando o que deve ser pago no mês equivalente e as parcelas correspondentes ao meses seguintes deverão ser mantidas no ativo circulante pois, se trata de uma despesa não incorrida. Segundo o portal de contabilidade (2011) a maneira correta de contabilizar a conta seguros pagos antecipadamente ou seja, nesse caso o seguro não foi pago a vista, seria a seguinte: 1) Apropriação do valor total da apólice: D - Seguros a Apropriar (Ativo Circulante) C - Seguros a Pagar (Passivo Circulante). 2) Pagamento da parcela do seguro:d - Seguros a Pagar (Passivo Circulante) C - Bancos c/movimento (Ativo Circulante). 3) Apropriação mensal das parcelas de seguro: D Seguros Patrimoniais (Resultado) C - Seguros a Apropriar (Ativo Circulante). 5.4. Contabilização de Sinistros Sinistros no ativo imobilizado, a perda a ser contabilizada será correspondente ao valor líquido contábil, que seria o valor do ativo corrigido ao valor de mercado, diminuído de depreciação acumulada.

34 28 De acordo com a Escola Nacional de Seguros (2007, p.41) quando uma empresa perde seus bens ativos por uma fatalidade sinistra terá o tratamento de perda de capital, quando ocorre essa situação se a empresa perde bens do seu estoque como mercadorias podendo-se levar em relevância duas situações segundo Art. 251 do RIR/1999. se os produtos e mercadorias componentes do estoque estão cobertos por seguros, as perdas em decorrência de sinistro serão tratados como perda de capital; se os produtos e mercadorias componentes do estoque não estão cobertos por seguros, as perdas em decorrência de sinistro integrarão o custo dos produtos e mercadorias no resultado. O tratamento tributário referente a ICMS, PIS e COFINS não cumulativos, IR e Contribuição Social também é devido para contabilização de sinistros. Quando o sinistro ocorre dentro da empresa, sem a circulação da mercadoria é necessário fazer o estorno do crédito de ICMS através da nota fiscal. Quando ocorre a circulação da mercadoria e ocorre um sinistro fora da empresa o ICMS será devido apurado na venda e não poderá ocorrer estorno de crédito. O tratamento tributário independe da existência de indenização de seguro sobre a operação. Os bens adquiridos para venda ou utilizados como insumos na forma de prestação de serviços e na produção ou fabricação de produtos destinados a venda, que tenham sofrido sinistros devera realizar o estorno dos créditos gerados para sua compra. De acordo com a Lei nº 10.865, de 2004 13.

35 29 Deverá ser estornado o crédito da COFINS relativo a bens adquiridos para revenda ou utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados, destruídos em sinistro ou, ainda, empregados em outros produtos que tenham tido a mesma destinação. Se o sinistro ocorrer após a venda o faturamento gerado servirá de base de cálculo para do PIS e COFINS, e neste fato não se estorna os créditos. Quando o sinistro acontece com os bens do ativo imobilizado que possuam direito a crédito de ICMS, PIS e CONFINS, que não tenham sido aproveitado integralmente nos períodos legais, o contribuinte deverá estornar os créditos que ainda restam. Tratamentos ao imposto de renda e contribuição social na ocasião de um sinistro dos bens do ativo e estes tiverem valor contábil menor que a indenização paga pela seguradora o valor que exceder será considerado receita tributável ao imposto de renda e contribuição social. O valor correspondente a indenização paga pela seguradora em decorrência de sinistro referente a bens do ativo imobilizado será considerado receita não operacional. A contabilização segue no exemplo. Dados na baixa de um veículo sinistrado com perda total segundo o Fisconet (2011): Valor contábil do bem registrado no ativo permanente imobilizado R$ 18.000,00 Depreciação acumulada R$ 8.000,00 Indenização paga pela seguradora R$ 15.000,00 Baixa do valor contábil do bem na data do sinistro D- Ganho ou Perda de Capital (Resultado)

36 30 C- Veículos (Ativo Permanente Imobilizado) R$ 18.000,00 Baixa da depreciação acumulada do ativo na data do sinistro: D- Depreciação acumulada de Veículos C- Ganho ou perda de Capital (Resultado) R$ 8.000,00 Indenização da seguradora paga a empresa: D- Caixa ou Bancos (Resultado) C- Ganho ou perda de capital R$ 15.000,00 Neste caso pode-se notar que houve um ganho de capital de R$ 5.000,00 apurando o valor do bem menos a depreciação mais a indenização da seguradora, a conta ganho ou perda de capital resultou em um crédito de R$ 5.000,00. 5.5. Seguros a Vencer A denominação de acordo com Portal de contabilidade (2011) registra a fração da despesa de seguros contra os riscos que podem afetar o ativo. Se paga antecipadamente referente ao período de cobertura ainda não utilizado os chama-se de Seguros pagos antecipadamente. Representam um direito, pois se o seguro for cancelado por alguma política interna da seguradora a empresa segurada terá direito a reembolso da parcela do seguro pago. Na verdade só muda a nomenclatura para os seguros a apropriar.

31 31 6. ANÁLISE DA PESQUISA DE CAMPO A análise do questionário foi dividida em três faixas de formação, para se obter também uma análise mais isolada, os contadores formados de 0 a 5 anos considerados como recém formados, os formados de 6 a 10 anos considerados como formação intermediária e os contadores com mais de 10 anos de formação. Durante o mês de abril e maio foram distribuídos 100 questionários a profissionais contábeis, onde 46 foram respondidos e analisados pela pesquisa. A pergunta inicial buscou filtrar o tempo de formação dos 46 contadores analisados pela distribuição dos questionários. Onde chegou-se a um resultado de curto, médio e longo prazo da profissão contábil na cidade, pode-se perceber que no passado houve uma gama maior de profissionais formados em contabilidade tendo uma queda significante nos anos intermediários e voltando a se aquecer nos últimos cinco anos conforme o gráfico 1. Observa-se mais nitidamente a linha do tempo e quantidade de contadores formados ao longo do ano.

32 40 Gráfico 01: Tempo que é contador Fonte: Elaborado pelo autor A segunda pergunta buscou analisar em números a importância da contabilidade de seguros na grade das faculdades que os contadores pesquisados estudaram, por sinal o resultado foi relevante ao trabalho pois apenas uma pequena parcela dos profissionais contábeis viram alguma matéria relacionada a seguros na faculdade. Já partindo de um ponto de vista mais otimista, grande parte dos contadores que estudaram seguros na faculdade de contabilidade vem da categoria de recém formados. Sinal que as instituições de ensino estão começando a agregar os seguros no conhecer da categoria contábil. Como pode-se perceber o gráfico 2 evidência a grande proporção de contadores que não tiveram a oportunidade de estudar a matéria contábil ligada a seguros. Gráfico 02: Estudou contabilidade de seguros Fonte: Elaborado pelo autor.

33 41 A parte do trabalho referente a terceira pergunta da pesquisa teve como objetivo evidenciar a continuidade do estudo dos contadores teresopolitanos, onde obteve-se uma baixa contagem com apenas 6 contadores de um total de 46 que haviam cursado algum tipo de pós-graduação conforme gráfico 03. Um sinal que grande parte dos contadores não dão continuidade aos estudos voltados a pós-graduação. Gráfico 03: Realizou pós-graduação em contabilidade? Fonte: Elaborado pelo autor. A análise seguinte buscou dentre os contadores que responderam sim a pergunta anterior se algum profissional estudou a matéria de seguros em sua pós-graduação. Com consequência de ser uma matéria sem muita relevância ao mercado contábil até o início da harmonização contábil o resultado da análise foi 0%. Já que no gráfico 01 pode-se perceber que é muito recente o estudo da matéria de seguros. Gráfico 04: Estudou contabilidade de seguros na pós graduação 8 6 4 2 0 Sim Não total Fonte: Elaborado pelo autor.

42 34 Os seguros no Brasil contam com seu órgão regulador com vínculo direto ao governo para reger as regras mínimas de como o mesmo deverá ser comercializado no país. Foi uma pergunta de grande satisfação para área contábil, pois ao analisar que grande parte dos contadores entrevistados responderam corretamente a pergunta, onde entre as opções tinha-se BACEN com 2,17% de opções marcadas, CVM com 2,17% de e Não sei com 13,47% de opções. Destacando um total de erros de 17,39%. Gráfico 05: Qual o Órgão do governo vinculado aos seguros? Fonte: Elaborado pelo autor. Sempre que se tem um sinistro, com até 75% de chances de recuperação do ativo o segurado é sujeito a pagar uma despesa adicional a seguradora, uma saída de caixa que nem sempre está prevista. Obrigação que segue a vigência da apólice, contrato estabelecido assinado junto a seguradora. Perguntou-se num caso desses, como o contador deverá classificar na contabilidade a saída de caixa da empresa. Como despesa de seguros obteve-se 17,39% de respostas. Como sinistro obteve-se 10,87% de respostas. Como prêmio de seguros a pesquisa obteve o surpreendente resultado de 8,70%, sendo que prêmio de seguros é o recebimento da seguradora pela prestação do serviço no qual foi contratada.

43 35 Em 13,04% dos contadores não sabiam como seria classificada a conta. A resposta correta seria franquia onde se obteve nada mais de 50% de acertos. Gráfico 06:Despesa adicional paga a seguradora referente a perdas parciais 120,00% 100,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% Prêmio de Seguros Sinistro Frânquia Despesa de seguros a pagar Não sei Total Fonte: Elaborado pelo autor. Ao simular uma indenização paga pela seguradora referente ao ativo veículo perguntou-se ao contador onde poderia ser feita a pesquisa do valor a ser recebido pela empresa segurada. A forma de pesquisa é única para todas as seguradoras no Brasil e por meio dessa pesquisa já se pode fazer a previsão da entrada de dinheiro em caixa. Obteve-se 8,7%, onde 6,52% eram contadores formados a mais de dez anos responderam Valor Econômico o qual é um jornal de São Paulo focado em notícias do mercado financeiro. Calculou-se um resultado de 17,39% de contadores respondendo não sei, gerando com isso 26,09% de erros nessa questão e uma maioria com 73,91% de contadores acertando a questão conforme gráfico 07. Gráfico 07: Qual a referencia para calcular o valor do ativo indenizável? 150,00% 100,00% 50,00% 0,00% Tabela Progressiva Tabela de Classificados Tabela Fipe Valor Econômico Não Sei Total Fonte: Elaborado pelo autor.

44 36 A apólice é o documento emitido pela seguradora, sempre que um risco de perda material se torna realidade a seguradora emite um documento que fica em posse do segurado, nesse documento se encontra todas as coberturas contratadas no seguro. O valor de coberturas a terceiros em caso e danos materiais e corporais e até mesmo a cobertura de incêndios danos elétricos e responsabilidade civil no caso de seguros para imóveis de empresas. Essa parte do trabalho tem o objetivo de analisar o conhecimento do contador no documento mais importante do seguro, a análise foi muito positiva onde a maioria dos contares entrevistado responderam apólice resultando em 91,30% de acertos conforme gráfico 08. Gráfico 08: Qual o documento emitido pela seguradora? Fonte: Elaborado pelo autor. A CPC 011 (2008). tem como objetivo focar os contratos de seguros. A Pergunta que foi lançada aos contadores tinha o objetivo de saber se existe alguma noção de conhecimento referente a normatização contábil diretamente ligada aos seguros. Dentre as opções SUSEP, CPC, CVM e obteve-se 19,57% de acertos ou seja apenas 9 contadores conseguiram acertar essa pergunta que possui teoria de um comitê contábil, dos contadores, 6 tinham formação superior há 10 anos e apenas 3 eram recém formados.

45 37 Gráfico 09: Normatização contábil diretamente ligada aos seguros Fonte: Elaborado pelo autor. Seguros a vencer, denominação usada pela classe contábil para citar as despesas pagas antecipadamente que terão continuidade no ano seguinte. Conta muito usada para aluguéis a vencer e seguros a vencer, pois geralmente tem um ano de vigência e nunca são feitas no primeiro dia do ano, com isso sempre ultrapassam o exercício gerando um direito a ser utilizado no exercício seguinte. Nessa análise 63,04% da categoria contábil não considerou o contexto como despesas antecipadas tendo um aproveitamento de apenas 36,96% de acerto equivalente a 17 contadores conforme gráfico 10. Gráfico 10: Classificação dos seguros a vencer Fonte: Elaborado pelo autor.

46 38 O seguro pago antecipadamente representa aplicação de recursos em despesas do exercício seguinte, proporcionando o direito de utilização pelo período prédeterminado na apólice de seguros na maioria dos casos equivale há um ano. Sempre que um seguro é pago antecipadamente gera um crédito de caixa e deverá ser debitado na conta de seguros a vencer e cada período mensal utilizado do seguro será debitado uma conta de despesa de seguros até o valor se extinguir junto com a vigência proporcionalmente. Essa parte da pesquisa buscou a avaliação dessa mecânica contábil onde o resultado obtido em analise foi de 60,87% de acertos um total de 28 contadores sendo que 28,26% são recém formados, 8,70% com formação intermediária 23,91% tinham mais de 10 anos de formação. Gráfico 11: Classificação do seguro pago antecipadamente Fonte: Elaborado pelo autor. Fazendo um apanhado geral das questões propostas ao mercado contábil teresopolitano obteve-se a uma quantidade de 322 respostas onde, os acertos formam um total de 191, os erros geram um total geral de 131 respostas.