Cultura do algodoeiro (Gossypium ssp.) Março de 2013
Originário da Ìndia Origem e histórico O algodoeiro americano teria sua origem no México e no Peru Em 1576, os índio usavam a pluma para fazer cama e o caroço para fazer mingau. No século XVIII o algodão foi se transformou na principal fibra textil
Origem e histórico O Maranhão foi o primeiro grande produtor do Brasil (a partir de 1760) No século XIX os EUA sugiram como grandes produtores; Com a guerra civil nos EUA em 1860, houve um novo surto de produção de algodão no Brasil; Nos Anos 30 o Estado de São Paulo e o Paraná eram os maiores produtores de algodão do país (Crise do café)
Origem e histórico Até a década de 90 a produção concentrava-se nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste; A partir de 90 o plantio de algodão no centro-oeste aumentou muito; 1990 8,8% da produção nacional 2002 63% da produção nacional
Origem e histórico Até a década de 90 a produção concentrava-se nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste; A partir de 90 o plantio de algodão no centro-oeste aumentou muito; 1990 8,8% da produção nacional 2002 63% da produção nacional
Origem e histórico Expansão do cultivo no Maranhão (Balsas) e Oeste Baiano (Luis Eduardo Magalhães); O Brasil é o 5º maior produtor mundial de algodão O Brasil é o 3º maior exportador de algodão
Importância Do algodoeiro tudo se aproveita - 65% de caroço (Ração animal, óleo)
Importância Do algodoeiro tudo se aproveita - A fibra tem mais de 400 aplicações
Importância A indústria têxtil brasileira consome 70% da produção; Os maiores compradores são Coréia do Sul, China, EUA e União Européia Produtividade Brasileira é 60% superior a dos EUA
Semeadura - Época com menor incidência de pragas e doenças - Condição climática - Colheita no período seco Florescimento
Semeadura Época de plantio no cerrado - Novembro a dezembro (espaçamento: 0,7 a 0,9 m) - Janeiro a início de fevereiro (algodão adensado: 0,4 a 0,5 m) - Número de plantas: 8 a 10 por metro - Profundidade: 5 a 6 cm
Semeadura Plantio adensado - Opção de safrinha (soja precoce) - Uso em solos menos férteis
Plantio adensado Semeadura - Custo de produção menor (colheita e ciclo) - Menor problema com plantas invasoras - Menor problema com bicudo (ciclo precoce) - Fibra de qualidade inferior
Cultivares
Cultivares A CNTBio aprovou o algodão RR em outubro de 2008; Austrália: Em 2006, 75% da área plantada com Algodão RR EUA: Em 2006, 65% da área plantada com Algodão RR
Cultivares Algodão BT: Bollgard da Monsanto CONVENCIONAL BT
Cultivares Zonas exclusão de algodão transgênico Áreas de refúgio de 20%
Estádios de desenvolvimento algodão Fases fenológicas - Vegetativa (V) - Formação de botões florais (B) - Abertura de flor (F) - Abertura de capulho (C)
Estádios de desenvolvimento algodão Fase vegetativa
Estádios de desenvolvimento algodão Formação de botões florais
Estádios de desenvolvimento algodão Abertura de flor
Estádios de desenvolvimento algodão Abertura de capulho Capulho no 5º Ramo Capulho no 1º Ramo
Fitorreguladores 1. Reguladores de crescimento - Utilizados para manter plantas com altura ideal; - Sistema convencional (1,2 a 1,3 m) - Sistema adensado (0,7 a 0,8 m)
Fitorreguladores - Problemas com colheita - Controle de pragas - Apodrecimento das maçãs
Fitorreguladores Reguladores utilizados - Cloreto de mepiquat (Applicato 50 SL, Driver, Pix HC, Stage) - Cloreto de clormequat (Tuval)
Recomendação Fitorreguladores
Recomendação Fitorreguladores - Aplicação única - Aplicação sequencial (2 a 4 aplicações) - Obs: evitar aplicação em plantas com estresse.
1ª Aplicação Fitorreguladores - 50% das plantas com botão floral em desenvolvimento (3 a 6 mm) - 30 a 40 dias - Obs: plantas com mais de 45 cm e não iniciaram o florescimento indicam crescimento excessivo;
2ª, 3ª e 4ª Aplicações Fitorreguladores - Sistema convencional: quando a taxa de crescimento for maior que 1,5 cm por dia, recomenda-se a aplicação; - Sistema adensado: taxa de crescimento maior que 1 cm por dia; - Flor no 3º nó de cima para baixo (parar aplicações)
Fitorreguladores Dessecantes, Desfolhadores, maturadores - Dessecantes (glifosato, paraquat) - Desfolhante (Dropp) - Maturador (Prep, Ethrel, Cottonquick, Finish) - Aplicação quando 60 a 90% de frutos abertos;
Pragas da cultura do algodão
Pulgão Aphis gossipii Glover, 1877 - Uma das principais pragas do algodoeiro - São insetos de tamanho pequeno e coloração variando de amarelo-claro ao verde-escuro. - Apresentam enorme capacidade de reprodução (partenogênese). Podem completar seu ciclo de vida em 1 semana e geram 10 ninfas por fêmea
Pulgão Aphis gossipii Myzus persicae
Pulgão - São ápteros mas em condições de estresse podem desenvolver asas. - É importante na cultura do algodoeiro até os 60 dias após o plantio; - Sugam a seiva de folhas e brotos novos - Promovem a curvatura das folhas mais novas
Pulgão - Promovem a formação de fumagina (Gênero Capnodium)
Pulgão - Transmissor de viroses, como azulão (mosaico das nervuras) e vermelhão
Pulgão Amostragem - Área mínima de amostragem: 10 ha em cada talhão de 100 ha. - Frequência de amostragem: germinação ao florescimento (1x semana); florescimento ao primeiro capulho (2x por semana); capulho a colheita (1 x na semana) - Número de amostras: 100 amostras por 10ha, usando-se 20 pontos de amostragem, sendo 8 pontos na bordadura e 12 pontos no interior da área, os quais se retiram 5 amostras (para pulgão usa-se ponteiros)
Nível de controle Pulgão - Cultivar resistente: 70% de plantas atacadas - Cultivar susceptível: 1 a 5% de plantas atacadas
Pulgão Controle - Tratamento de sementes - Aplicação de inseticidas no sulco de plantio. - Aplicações iniciais de inseticidas (evitar piretróides)
Tripes Frankliniella schultzei Trybom, 1920 - São insetos pequenos ( 1 a 3 mm) - Apresentam coloração variável (amarelada a negra) - Apresenta ciclo de 15 dias em média - Ocorrem em condições de baixa temperatura e estiagem
Tripes Prejuízos - Alimentam-se da seiva, raspam as folhas, produzem deformações nas folhas - Em determinados anos podem ocorrer tardiamente provocando intensa queda de folhas
Tripes - Brotamento lateral e danos na área foliar
Tripes Nível de controle (folhas) - 6 indivíduos por folha O controle é feito principalmente na fase inicial
Tripes Controle químico - Tratamento de sementes - Aplicação de inseticidas no sulco de plantio. - Aplicações iniciais de inseticidas (evitar piretróides)
Controle cultural Tripes - Rotação de culturas - Semeadura simultânea entre talhões vizinhos e pulverizações iniciais - Destruição de restos de cultura - Adubação equilibrada
Broca-da-Raiz Eutinobothrus brasiliensis (Hambleton, 1937) - O adulto é um besouro de 5mm - Apresenta coloração parda-escura, pouco brilhante - As larvas se alojam nas raízes das plantas, impedindo a circulação de seiva. - Os prejuízos são maiores em solos arenosos e em condição de seca
Broca-da-Raiz
Controle Preventivo Broca-da-raiz - Destruição de soqueira - Tratamento de sementes com inseticidas - Aplicação de inseticida no sulco de plantio - Aplicação de inseticida na fase inicial de desenvolvimento - Preparo de solo
Curuquerê Alabama argillacea (Hueb, 1818) - O adulto é uma mariposa marrom-avermelhada com duas manchas circulares escuras na parte central das asas anteriores - Os ovos são de cor verde azulada e são depositados na face inferior das folhas. - As lagartas apresentam coloração verde-amarelada, apresentam movimento mede-palmo
Curuquerê A fêmea coloca em média, 500 ovos. Após 3 a 5 dias as lagartas eclodem. A lagarta passa por 5 ínstares (17 dias), passa para o estádio de pupa e depois de 8 dias emergem os adultos.
Danos Curuquerê
Nível de controle Curuquerê - 2 lagartas por planta - 15% de desfolha
Controle químico Curuquerê - Através do uso de inseticidas Controle Biológico - Bacillus Thuringiensis (Dipel, Agree, Thuricide, etc) - Trichogramma sp
Lagarta-da-maçã Heliothis virescens (Fabricius, 1781) - O adulto apresenta asas anteriores de coloração verde-olivapardacenta, com três linhas oblíquas claras margeadas de preto - Os ovos são de cor branca, passando a alaranjado-marrom - A pupa fica a 3 a 5 cm da superfície do solo
Nível de controle Lagarta-da-maçã - Ovos: 20% dos ponteiros com ovos - Lagartas: 15% de ponteiros atacados
Controle químico Lagarta-da-maçã - Através do uso de inseticidas Controle Biológico - Bacillus Thuringiensis (Dipel, Agree, Thuricide, etc) - Trichogramma sp.
Lagarta-rosada Pectinophora gossypiella (Saund, 1844) - O adulto apresenta asas anteriores de coloração pardo-escura com três manchas escuras e franjadas. As asas anteirores são acinzentadas - Os ovos são brancos. A lagarta recém eclodida tem coloração branco-palha, depois desenvolve coloração rosada
Lagarta-rosada - O adultos apresenta m hábito noturno e grande capacidade de dispersão, vivendo por 15 dias. A fêmea faz a postura de 200 ovos de forma isolada. A eclosão ocorre após 4 a 5 dias. As lagartas passam para pupa no solo e depois de 8 dias se transformam na faze adulta. Diapausa das lagartas.
- Danos Lagarta-rosada
Nível de controle Lagarta-rosada - 5% das maçãs atacadas - 10 adultos por armadilha (gossyplure)
Controle cultural Lagarta rosada - Rotação de culturas - Semeadura simultânea entre talhões vizinhos - Destruição de restos de cultura (diapausa) - Preparo de solo
Bicudo Anthonomus grandis (Boh, 1843) - Adulto de cor acinzentada, com 7 mm de comprimento. Apresenta pelos dourados. Apresenta olhos bico escuros e antenas com 12 segmentos. - O ovo é liso e branco - A larva é de cor branca com cabeça cor pardo-clara
Bicudo Anthonomus grandis (Boh, 1843) - As fêmeas colocam 150 ovos em média. A postura é feita no interior dos botões florais; - O período de desenvolvimento de ovo ao adulto é de 19 dias e podem ocorrer de 4 a 6 gerações durante a safra. No final do ciclo, os adultos migram para matas. - Reduz atividade metabólica e se alimenta de pólen - Problemas com soqueira
Bicudo Danos (50 a 90 dias) - Penetram nas bordaduras e o ataque é em reboleiras - Se alimentam de folhas e pecíolos - Utilizam maçãs e botões florais como alimento e para reprodução
Bicudo Monitoramento - Armadilha com ferormônio grandlure - 60 dias antes do plantio - Altura de 1,5 m e 300 m uma da outra; - Fazer troca de pastilha - Monitoramento semanal
Bicudo Sugestão de controle - Nenhum bicudo/armadilha/semana: não aplicar inseticida no aparecimento do primeiro botão floral - 0 a 1 bicudo/armadilha/semana: fazer 1 aplicação em área total no aparecimento do primeiro botão floral - 1 a 2 bicudo/armadilha/semana: fazer 2 aplicações em área total no aparecimento do primeiro botão floral - 2 a 3 bicudo/armadilha/semana: fazer 3 aplicações em área total no aparecimento do primeiro botão floral
Bicudo Nível de controle - 10% de botões atacados - 2 a 3% de danos - 1 adulto por armadilha
Bicudo Controle químico - Através do uso de inseticidas (dificultado) - Aplicação no aparecimento do primeiro botão floral - Fazer 1 a 3 aplicações espaçadas de 5 dias (quando constatada) - Plantio de linhas de planta isca antes do plantio, próximo aos locais de refúgio (aplicação em intervalos de 3 a 5 dias) - Aplicação frequente em bordadura
Bicudo Controle biológico - Catolaccus grandis Burks - Liberações inundativas - Seletividade de inseticidas
Controle cultural Bicudo - Rotação de culturas - Semeadura simultânea entre talhões vizinhos - Destruição de restos de cultura - Adubação equilibrada
Controle cultural Bicudo - Uso de variedade precoce - Espaçamento de plantio - Colheita cedo - Adubação
Bicudo Medida legislativa de controle Resolução SEPRODES/MS nº 355 de 05 de abril de 1999 - Destruição da soqueira até 15 dias após a colheita - Microregião do Alto Taquari e Cassilândia: até 31 de agosto - Até 31 de maio para demais regiões
Percevejo-rajado Horcias (Berg, 1883) - Adulto colorido brilhante, com 5 mm de comprimento. - Ovos brancos inseridos na casca de partes tenras dos ramos - As ninfas são ápteras, apresentando Y invertido no dorso
Percevejo-rajado - Geração a cada 30-35 dias - Os adultos são muito ágeis, apresentando grande mobilidade - Se escondem entre brácteas e brotações
Percevejo-rajado Prejuízos - Queda de botões florais - Deformação bico-de-papagaio - Injúrias na casca e na fibra - Formação de carimãs
Nível de controle Percevejo-rajado - 20% de infestação Controle químico - Através do uso de inseticidas
Percevejo-manchador Dysdercus spp. - Adulto de corpo elíptico, com 10-15cm de comprimento - Ovos brancos, se tornando alaranjados antes da eclosão (no solo) - As ninfas são ápteras de coloração avermelhada
Percevejo-manchador - As fêmeas fazem a postura em escavações e fendas do solo. pós 10 dias ocorre a eclosão. - As ninfas se aglomeram nas maçãs e nos capulhos. - Penetram entre as fibras dos capulhos abertos, e sugam as sementes - Após 30 dias surge o adulto. - > umidade > infestação
Percevejo-manchador Danos - Queda das maçãs novas - Mau desenvolvimento das maçãs - Abertura defeituosa dos capulhos - Manchas na fibra
Nível de controle Percevejo-manchador - 20% de infestação Controle químico - Através do uso de inseticidas