MNV01 - CASA em MONTEVERDE MEMORIAL DE PROJETO O Local Monteverde MG Monteverde, a Suíça Mineira, é situada a cerca 2 horas de São Paulo a 1.600 metros de altura; oferece clima agradável da montanha com temperaturas que variam entre 28 C no verão à -10 C no inverno. O cenário lembra uma paisagem dos Alpes suíços: espalhadas pelo vale e pelas encostas das altas montanhas da Mantiqueira, sempre em meio a muito verde, erguem-se as casas construídas em autêntico estilo alpino. No inverno, a névoa que encobre toda a região e a fumaça que sobe das chaminés tornam ainda mais vívida a impressão de que estamos em um pedaço dos Alpes. O terreno situa-se em um loteamento que fica próximo do núcleo principal da cidade, com as áreas comerciais e os restaurantes. A morfologia do terreno é acidentada com uma inclinação de cerca 15. Um dos objetivos foi desde o começo, e em acordo com o meu cliente de preservar o mais que possível às arvores presentes no terreno, e de privilegiar a vista para a pico selado uma das grandes pedras que caracterizam a paisagem de Monteverde.
Conceitos do projeto O Chalé à moda suíça não se constroem mais nem na própria Suíça. Hoje a arquitetura nos Alpes ou nos Pireneis continua sim dialogando com a paisagem e utilizando materiais locais que bem se relacionam com o entorno, mas isto acontece procurando uma linguagem contemporânea independente de estilos que já pertencem a outras épocas. Fugindo de uma anacrônica arquitetura vernacular, o desenvolvimento e concepção do projeto da Residência de veraneio em Monteverde parte da combinação de linhas inusitadas curvas diagonais, nascem sugeridas pela própria paisagem. Ao combinarmos materiais naturais brutos(pedra granítica)com industrializados como o bloco stone (material que tem uma face irregular que imita a rocha)e telhado de estrutura metálica calandrada este por sua vez,composto por um sanduíche de placas OSB e acabamento com telhas em fibra natural,alcançamos uma certa alternância de materiais entre o natural e artificial. A morfologia do terreno e os elementos paisagísticos constituíram outros imputs para o projeto: a pedra do Pico Selado é um dos elementos paisagísticos que caracterizam as montanhas de Monteverde; ela deveria ser sempre visível a partir de qualquer ambientes da casa: dos dormitórios, da entrada, da sala de estar e da cozinha. A casa fica em um nível rebaixado em relação à rua de acesso, com discrição, quase querendo esconder--se, para não interferir com a deslumbrante vista das montanhas e do Pico. Um muro em pedra granítica sem rejunte, maciço e retilíneo é o primeiro impacto com a casa. Uma porta pivotante em aço corten enferrujado permite transpassar o muro e ter acesso a casa; ao entrar uma grande parede em vidro faz o contraponto plástico entre a parede de granito e emoldura a deslumbrante paisagem das montanhas. Este conceito de contraponto plástico será válido para todos os ambientes: pedra bruta, plástica e matéria em um lado, transparência, leveza e paisagem do outro. Do ponto de vista estrutural a casa é bastante simples: fundações com estacas de concreto, blocos de concreto estrutural de 14 e 20cm (stone), com paginação que evita qualquer corte, estrutura de telhado com vigas de metal calandradas, sanduíche telhado constituído de painéis de OSB, lona impermeabilizante e acabamento com telhas em fibra natural. A rede hidráulica foi executada com sistema de tubos PEX que evita o máximo de vazamentos e facilita a instalação. Alguns dos procedimentos adotados e a tipologia dos materiais podem enquadrar a casa, se não em uma sistemática sustentável, pelo menos em uma sistemática ecológica.
A trilogia ( il trittico) do aconchego Lareira, estufas e fogão mineiro entraram também no início do projeto como elementos que caracterizam os espaços: uma boa calefação dos ambientes é fundamental em um clima frio como aquele de Monteverde. A Lareira ecológica O acolhimento do lar deveria estar presente no centro da sala de estar e ao mesmo tempo não ocultar a vista da paisagem: foi escolhido um modelo de lareira ecológica com recuperador de calor das Chaminés Philippe que permite um uso mais inteligente da lareira e uma melhor eficiência. São lareiras em ferro fundido com uma porta de vidro temperado resistente ao calor. A porta, quando fechada, reduz a queima de oxigênio que acarreta em uma queima sem labaredas na forma de brasa. Desta maneira a combustão produz calor mais intenso e duradouro. A lenha é queimada até o fim, não deixando quase resíduos. Este elemento tecnológico é revestido na frente com uma chapa de aço corten desenhada com um indicador de consumo, enquanto na parte de traz é armazenada a lenha; nos outros lados da lareira foi executado um revestimento em tijolo com acabamento em cimento queimado com pigmento vermelho. Paredes Estufas Para o aquecimento dos dormitórios foram desenvolvidas paredes estufa em tijolo refratário muito comum em Monteverde. Trata-se de um sistema parecido com a lareira tradicional, sempre alimentadas com lenha, tendo como diferença a presença da serpentina oblíqua que aumenta o percurso da exaustão permitindo assim aquecer os tijolos refratários que guardam o calor e o repassam lentamente ao ambiente. Fogão mineiro O que seria uma casa de montanha mineira sem o mítico fogão? O meu cliente é um excelente cozinheiro e conhecedor de vinho. O fogão mineiro foi executado partindo dos princípios funcionais tradicionais e a única novidade é que a lenha queima em cima da mesa de jantar. Esta foi, portanto concebida na continuação do fogão mineiro como algo orgânico a este ultimo. O acabamento do fogão é em cimento queimado com pigmento vermelho igual a da lareira.
distriubuiçaõ funcional A casa foi concebida como uma seqüência de espaços pelos quais o olho humano tem sempre como contemplar a paisagem, o grande cenário da casa. Os ambientes da casa são distriubuidos todos em um só nivel, menos o depósito, a adega e a área de serviço que são situados no porão, abaixo da sala de estar. A entrada da casa funciona como elemento de distribuiçaõ entre a área social e os dormitorios ; um corredor com acabamantos antiteticos, pedra bruta de um lado, parede com gesso liso do outro, encaminha aos tres dormitórios. Do outro lado em um único ambiente se encontram a sala de estar, jantar e a cozinha. Um amplo terraço é contiguo a área social e funciona com extensão em «plein air» da mesma área. Elementos construtivos Fundações estacas e sapatas de concreto armado. Estrutura mista em concreto armado e blocos estruturais ; laje treliça com isopor. Cimento FCK25. Telhado estrutura em vigas de aço calandradas e pintadas ; vedação com paineis em OSB e acabamento com telha TC Shingle cor grafite Vedações Executadas em bloco de concreto 14cm Revestimento em pedra granitica cinza com tons avermelhados originária da região. Pisos realizados em cimento queimado. Forro Executado em placas de gesso 60x60cm com sancas luminosas e tabicas. Esquadria em pvc brancoda linea Shine Windows. Encanamento sistema PEX
Ficha técnica Projeto Enrico Benedetti Arquitetura Enrico Benedetti Rua Augusta 1.104 sl02 01304-001 São Paulo SP Brasil Tel +55.11.3257.3622 www.enricobenedetti.com.br arquitetos colaboradores : Marcos Woeltz, Roberta Villela, Wendell Ferreira Projetos Estrutura e coordenação dos projetos Complementares Bertuci&Garcia engenheiros associados Maringá - Paraná Execução da Obra Gilmar Gomez Cota, São Paulo, Tel 011.3257.3622 Local Monteverde - Minas Gerais Cliente Conceição e Joaci de Oliveira Aréa Utíl 180 m2 de área útil da casa + 52 m2 de terraço Area do terreno 1.104 m2 Custo de Construção 206.000 reais (180.000 c.c.+ 26.000 projetos arquitetura e complementares) Tempo de execução 16 meses Materiais Pedra, blocos de concreto «Stone», ferro, vidro, madeira, esquadria pvc. Fornecedores Esquadria PVC Blocos de concreto estrutural tipo «Stone» metais louça equipamento cozinha pastilha de vidro Estrutura telhado metalico Telha em fibra Lareira/recuperador de calor Encanamento Shine Windows Tatu DECA DECA Bosch e LG JATOBA BCA serralharia em Santos TC Shingle do Brasil Cheminées Philippe sistema PEX