Prefeitura Municipal de Vitória Estado do Espírito Santo DECRETO Nº
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- Felícia Lagos Rijo
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1 Estado do Espírito Santo DECRETO Nº Estabelece normas e procedimentos para recuperação, manutenção e valorização de edifícios, obras e monumentos tombados, sujeitos ao tombamento vizinho ou identificados como de interesse de preservação, na forma do disposto nos artigos 284 e 285, da Lei 6.705/06 Plano Diretor Urbano do Município de Vitória. O Prefeito Municipal de Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo, usando de atribuição legal que lhe é conferida através do inciso III do Artigo 113, da Lei Orgânica do Município de Vitória, D E C R E T A: Art. 1º. As construções, reformas e quaisquer obras a serem efetuadas nas edificações, obras ou monumentos tombados, sujeitos ao tombamento vizinho ou identificados como de interesse de preservação, deverão ser previamente aprovados pelo órgão técnico municipal competente. Parágrafo único. Em caso de pintura e quaisquer outros reparos para os quais normalmente não é exigida a aprovação de projeto, será obrigatória a apresentação dos seguintes documentos: I - foto colorida 10 x 15 cm do imóvel; II - croquis da proposta da intervenção. Art. 2º. As obras de reforma, modificação ou qualquer intervenção física nos imóveis tombados ou identificados
2 Decreto nº fls. 2 - como de interesse de preservação, deverão respeitar os critérios que seguem: I - VÃOS/ESQUADRIAS: a) deverão ser respeitados os vãos originais das edificações, não podendo, os mesmos, serem obstruídos; b) as esquadrias originais (portas, janelas e gradis) deverão ser mantidas. No caso de haver necessidade de troca, deverão ser substituídas por exemplares idênticos aos originais. Caso não haja o registro da esquadria original, a nova esquadria deverá ser avaliada pelo órgão técnico municipal competente. c) nos vãos de porta do térreo serão admitidos fechamento com painel de vidro. II ADORNOS: a) os adornos deverão ser mantidos e restaurados; b) no caso de necessidade de reconstituição de adornos, estes deverão ser recuperados com base em registro iconográfico e/ou documental (projeto arquitetônico original); c) as cantarias, texturas, revestimentos em pó de pedra, barras em granito ou pastilhas originais não poderão ser substituídos ou descaracterizados, devendo, os mesmos, serem recuperados, aplicando-se a técnica mais adequada. III - GRADES DE PROTEÇÃO: a) não serão permitidas nas varandas, sendo admitidas telas de proteção, cujos ganchos não poderão danificar ornatos, padronizadas para todos os pavimentos da mesma edificação; b) nos demais vãos de ventilação só serão permitidas grades internas. IV - VARANDAS E SACADAS: a) as varandas e sacadas não poderão ser vedadas por esquadrias de qualquer espécie; b) os peitoris e gradis originais deverão ser mantidos e recuperados;
3 Decreto nº fls. 3 - c) os vãos de acesso às varandas deverão ser mantidos com as esquadrias originais; d) os forros e beirais das varandas deverão ser conservados e padronizados. V - APARELHOS DE AR CONDICIONADO: a) a instalação de aparelhos de ar condicionado deverá seguir as orientações do órgão técnico municipal competente; b) esta deverá ser preferencialmente do tipo central (tipo gabinete ou self-contained), portátil ou split, visando a não descaracterização das fachadas dos imóveis; c) havendo a necessidade de instalação de aparelhos de ar condicionado convencionais na fachada, estes deverão ser instalados, com vãos de dimensões idênticas para todas as unidades da edificação, alinhados vertical e horizontalmente, instalados o mais recuadamente possível, pintados da cor da fachada e não poderão seccionar ornatos e esquadrias. VI EXAUSTORES: a) a instalação de exaustores deverá ser voltada para áreas de ventilação internas; b) não havendo áreas de ventilação internas, os exaustores deverão ser instalados faceando à fachada, pintados na cor da mesma e não poderão seccionar ornatos e esquadrias. VII VITRINES: a) não será permitida a instalação de vitrines do tipo armário para a exposição de mercadorias fixados na fachada. VIII COBERTURAS: a) as coberturas originais dos imóveis tombados e identificados como de interesse de preservação deverão ser conservadas quanto à morfologia e materiais; b) as telhas deverão ser limpas e mantidas em bom estado de conservação. Havendo necessidade de troca e impossibilidade de conservação do material original, tecnicamente comprovado, o mesmo deverá ser substituído por exemplares
4 Decreto nº fls. 4 - semelhantes aos originais, sem que haja alteração em sua morfologia ou inclinação. IX MARQUISES: a) as marquises originais deverão ser preservadas e mantidas em bom estado de conservação; b) poderá ser admitida, a critério do órgão técnico municipal competente, a colocação de elementos de proteção do tipo: 1 - toldo, devendo obedecer a legislação em vigor; 2 - estrutura metálica com material translúcido; c) os elementos de proteção a serem instalados deverão manter a mesma padronização em toda a fachada da edificação; d) os imóveis que possuem marquises não originais deverão seguir as diretrizes estabelecidas pelo órgão técnico municipal competente, quanto à sua demolição ou permanência. X TUBULAÇÕES: a) não será permitida a instalação de tubulação aparente, salvo os casos em que esta for original; XI FIAÇÕES: a) as entradas de eletricidade, telefonia e TV a cabo deverão ser subterrâneas. XII PINTURA: a) a pintura das fachadas deverá observar as diretrizes constantes do Anexo I, parte integrante deste Decreto, de acordo com o estilo arquitetônico da edificação; b) o órgão técnico municipal competente poderá ser consultado para a orientação quanto ao estilo arquitetônico da edificação e o esquema de cores a ser utilizado; c) não será permitida a utilização da mesma cor da fachada dos imóveis vizinhos, salvo no caso de conjuntos arquitetônicos ou situações especiais;
5 Decreto nº fls. 5 - d) a pintura deverá ser igual em toda a edificação, independente da subdivisão das lojas e salas existentes; e) orienta-se o uso de rebocos e tintas que possibilitem as trocas de calor e umidade da parede; f) é vedada a utilização de cores fosforescentes ou ofuscantes; g) as fachadas laterais e de fundo deverão ser pintadas na cor da fachada principal. XIII MUROS: a) os muros e gradis originais deverão ser mantidos. Nos demais casos, a construção de novos muros deverá permitir a plena visibilidade das edificações tombadas e identificadas como de interesse de preservação. XIV ACRÉSCIMOS: a) a construção de acréscimos deverá garantir e respeitar a integridade das características arquitetônicas do bem preservado; b) os acréscimos deverão obedecer a altura máxima igual à do beiral ou platibanda da edificação tombada e identificada como de interesse de preservação, não podendo a altura da cobertura ultrapassar a linha de cumeeira do imóvel preservado; c) altura máxima do acréscimo inclui todos os elementos construtivos, inclusive caixa d água, caixa de escada e demais equipamentos técnicos. XV - MONUMENTOS E ESCADARIAS: a) os pisos originais das escadarias deverão ser mantidos e recuperados. No caso de haver necessidade de mudança, deverão ser substituídos por exemplares do mesmo material; b) os monumentos deverão ser mantidos e recuperados dentro da técnica mais adequada.
6 Decreto nº fls. 6 - Parágrafo único. No grau de preservação secundária GP2, são permitidas modificações internas e acréscimos, nas seguintes condições: alterações internas, inclusive subdivisão do pé-direito, desde que os vãos das fachadas sejam mantidos em funcionamento, livres de interferência e garantidos o acesso aos mesmos, desde que atendidas as exigências do Código de Edificações do Município de Vitória, vigente. Art. 3º. Os imóveis tombados e identificados como de interesse de preservação serão monitorados anualmente, pelo órgão técnico municipal competente, sendo a avaliação do estado de conservação dos mesmos, realizada segundo os critérios especificados na tabela, constante do Anexo II, parte integrante deste Decreto. Parágrafo único. Serão notificados os proprietários de imóveis que receberem percentual inferior a 75% (setenta e cinco por cento). Art. 4º. As edificações sujeitas ao tombamento vizinho e as identificadas como de interesse de preservação no grau GP3 não poderão sofrer alterações que interfiram e/ou comprometam as edificações tombadas ou de interesse de preservação nos graus GP1 e GP2. Art. 5º. Os projetos especiais para iluminação de efeito para valorizar e dar visibilidade aos painéis artísticos, edificações, monumentos e bens tombados ou identificados como de interesse de preservação particulare, deverão receber parecer técnico do órgão municipal competente responsável pela revitalização urbana. Art. 6º. Nos imóveis tombados ou identificados como de interesse de preservação onde se verificar precariedade nas condições de estabilidade, segurança e salubridade, serão aplicados o disposto nos artigos 69, 70, 71,
7 Decreto nº fls. 7-72, 73, 74 e 75, da Lei nº 4.821, de 30 de dezembro de 1998, que instituiu o Código de Edificações do Município de Vitória. Parágrafo único. Somente será possível a realização de obras visando a recuperação dos referidos imóveis em observância aos critérios estabelecidos nos artigos 282 e 283 da Lei nº 6.705, de 13 de outubro de 2006, e deste Decreto. Art. 7º. Em caso de descumprimento das normas aplicáveis a imóveis tombados e identificados como de interesse de preservação, o Município comunicará o fato ao Ministério Público a fim de que sejam tomadas as medidas cabíveis à preservação do patrimônio histórico, cultural e paisagístico do Município. Art. 8º. Nos casos em que o proprietário der início à recuperação de seu imóvel tombado ou identificado como de interesse de preservação, dentro do prazo estabelecido pela notificação, poderá ser firmado Termo de Compromisso, onde o mesmo se obrigará a cumprir, em prazo determinado pelo Município, os reparos necessários à conclusão da recuperação de seu imóvel. de sua publicação Art. 9º. Este Decreto entra em vigor na data Palácio Jerônimo Monteiro, em 11 de abril de João Carlos Coser Prefeito de Vitória Kleber Perini Frizzera Secretário Municipal de Desenvolvimento da Cidade
8 Decreto nº fls. 8 - ANEXO I DIRETRIZES PARA PINTURA DE IMÓVEIS TOMBADOS E IDENTIFICADOS COMO DE INTERESSE DE PRESERVAÇÃO I - IMÓVEIS COLONIAIS Paredes: Cor branca. Adornos: Tons fortes e escuros. Esquadrias: Tons fortes e escuros. II - IMÓVEIS NEOCLÁSSICOS E ECLÉTICOS Paredes: Tons claros, médios e fortes. Adornos: Tons mais claros que as paredes. Esquadrias: Tons claros, médios e fortes. Gradis: Tons escuros (geralmente preto, marrom, verde escuro, azul marinho, cobre, grafite). Porta de enrolar: tons escuros. III - IMÓVEIS PROTOMODERNOS Paredes: Embasamentos revestidos em mármores, granitos e materiais nobres. Estruturas em concreto armado e revestimentos altos em pó de pedra. Quando em pintura, usando tons fortes, com adornos mais escuros. Esquadrias: tons escuros (terrosos, verdes). Gradis: Tons escuros. IV - IMÓVEIS NEOCOLONIAIS Paredes: Blocos de pedras irregulares dispostos na superfície da parede, tratamento texturizado em argamassas, geralmente na cor branca. Adornos: Tons escuros ou branco. Esquadrias: Tons escuros. Gradis: Tons escuros.
9 Decreto nº fls. 9 - V - IMÓVEIS MODERNOS Paredes: Uso do concreto aparente, pastilhas, painéis de azulejo, pedras e pintura na cor branca. Esquadrias: cores primárias (vermelho, azul, amarelo, branco e preto). Gradis e detalhes: cores primárias (vermelho, azul, amarelo, branco e preto).
10 Decreto nº fls ANEXO II CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO E PERCENTUAL DE RECUPERAÇÃO CRITÉRIOS SITUAÇÃO % DE RECUPERAÇÃO Revestimento Externo em bom estado de conservação, com recuperação de reboco, adornos e pintura. Ótimo 30% Bom 25% Regular 15% Esquadrias em bom estado de conservação, conforme o desenho Total 20% original. Parcial 10% Equipamentos e tubulações elétricas e hidro-sanitárias não aparente nas fachadas. Eliminação de qualquer interferência na fachada, como letreiros, faixas ou placas publicitárias, marquises ou anexos que escondam elementos como: gradis, balcões, adornos, dentre outros. Total 10% Total 20 % Parcial 10% Recuperação do telhado Total 10% Eliminação de acréscimos que interfiram ou modifiquem a concepção original da edificação e não descaracterização do térreo. Total 10% Parcial 5%
Vila do IAPI - Patrimônio Cultural da Cidade
Item Diretriz Tipologia 1. Reformas e Ampliações 1.1. Cosntruções Originais 1.1.1. Não será permitida a demolição da edificação original para construção de uma nova edificação ou para qualquer outro fim.
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