Processo CVM nº RJ2013/11017



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Transcrição:

Processo CVM nº RJ2013/11017 Interessados: Assunto: Diretora Relatora: Citibank DTVM S.A. Pedidos de dispensa de requisitos da Instrução CVM nº 356, de 2001, com alterações introduzidas pela Instrução CVM nº 531, de 2013. Luciana Dias Declaração de Voto 1. O presente processo trata de pedido apresentado pelo Citibank DTVM S.A. ( Citibank ), na qualidade de adm inistrador, gestor e custodiante do BB Recuperação de Crédito Banco do Brasil FIDC-NP ( Fundo ou FIDC ), com relação à dispensa do cum prim ento de requisitos previstos na Instrução CVM nº 356, de 2001, após a sua alteração pela Instrução CVM nº 531, de 2013. 2. Pedi vista ao presente processo porque, apesar de concordar com o posicionam ento da Superintendência de Relações com Investidores Institucionais ( SIN ) em relação aos pedidos apresentados pelo Citibank quanto à guarda dos docum entos que com provam direitos creditórios objeto de disputa judicial, quanto ao pagam ento desses direitos em conta corrente do cedente e quanto à isenção de responsabilidade do custodiante, não concordo com o entendim ento m anifestado pela m esm a superintendência em relação à possibilidade de guarda, pelos cedentes, dos docum entos com probatórios de créditos adquiridos por um FIDC. 3. Dessa form a, abordarei no presente voto som ente os argum entos pelos quais entendo não ser possível, adequada ou conveniente a dispensa de cum prim ento do art. 38, V e 7º, II da Instrução CVM nº 356, de 2001, tal com o pleiteado pelo Citibank. 4. Conform e m e m anifestei no Processo CVM RJ2013/4911, referidos com andos tratam da custódia e da guarda da docum entação relativa aos direitos creditórios e dem ais ativos integrantes da carteira do fundo. A questão da guarda física de docum entos que representam os créditos adquiridos pelos FIDC e, de m aneira m ais genérica, o papel do custodiante nesses fundos tem sido objeto de intenso debate, ao m enos, desde 2010. 5. Referido debate está refletido em diversas decisões[1], m em orandos[2] e nos aperfeiçoam entos introduzidos na Instrução CVM nº 356, de 2001, pela Instrução CVM nº 531, de 2013. 6. Esse debate e os avanços que dele decorrem não foram exclusivam ente fruto da natural obsolescência de regras pertinentes a um a m atéria diante de inovações da indústria. Eles têm origem na experiência da CVM diante de situações bastante concretas em que a m anutenção da guarda dos docum entos relativos aos créditos cedidos aos FIDC junto da entidade cedente correspondeu a um im portante foco de conflito de interesses e fraudes. 7. No passado, a prática de alguns participantes do m ercado de m anter os docum entos representativos dos créditos cedidos possibilitou, em alguns casos concretos, a dupla cessão de direitos creditórios, a criação de direitos creditórios fictícios e um descontrole gerencial dessas cessões, prejudicando a confiança na indústria de FIDC. 8. Diante desse cenário em que a função de custodiante estava sendo delegada ao próprio originador ou cedente do crédito, a SIN consultou a Procuradoria Federal Especializada junto à CVM ( PFE ) a respeito da possibilidade de terceirização dos serviços de custódia e, em especial, da delegação a terceiros da guarda física dos docum entos que em basam os créditos cedidos aos FIDC. 9. A PFE, por m eio do MEMO/PFE-CVM/GJU-1/Nº 129/11, m anifestou-se pela possibilidade de terceirização das atividades de custodiante som ente a outro agente igualm ente autorizado pela CVM a prestar serviços de custódia. 10. Em seguida, a SIN passou a exigir que os regulam entos dos FIDC fossem aprim orados, de form a a atender plenam ente a Instrução CVM nº 356, de 2001, nos term os da m anifestação da PFE. 11. Diante do entendim ento da PFE e das ações de supervisão da SIN, alguns participantes do m ercado propuseram novas estruturas que perm itissem que a guarda física de docum entos fosse feita por terceiros não autorizados para o exercício da atividade de custódia, m as que ao m esm o tem po m itigassem os riscos inerentes à terceirização da guarda física de docum entos. 12. Com base em análise desenvolvida pela SIN no âm bito do Processo CVM nº RJ 2011/12712, o Colegiado, em reunião de 2.5.2012, aprovou a terceirização, pelos custodiantes, da guarda dos docum entos com probatórios e da cobrança dos direitos creditórios, desde que o custodiante não se exim isse de qualquer responsabilidade. Além da m anutenção de suas responsabilidades, o Colegiado considerou, entre outros aspectos, que a guarda dos direitos creditórios seria operacionalizada por um a em presa especializada e independente em relação ao cedente e ao originador, além de observar um processo detalhado e pré-definido de averiguação da existência dos créditos, que envolvia a adoção de ações de controle por parte do custodiante. 13. Para justificar essa flexibilização, a SIN ponderou que a terceirização, per si, não é o cerne dos problemas que afetam a indústria e sim a forma como as terceirizações foram efetivamente implementadas, materializando hipóteses de conflito de interesses, nas quais o originador e/ou o cedente dos direitos creditórios, ao realizar atividades típicas dos custodiantes de FIDC, fragilizaram a plataforma regulatória. 14. Depois dessa decisão, algum as outras autorizações foram aprovadas em term os sim ilares, m as todas com

base nas prem issas de que a terceirização não im plicava um conflito de interesses e de que as funções de gatekeeper típicas do custodiante estavam sendo exercidas por um terceiro independente. 15. Tendo em vista a experiência acum ulada com o debate descrito acim a, o edital da Audiência Pública nº 05/2012 ( Audiência Pública ), que culm inou na edição da Instrução CVM nº 531, de 2013, consubstanciou as preocupações da CVM naquele m om ento, buscando esclarecer o que se esperava dos custodiantes no que concerne às obrigações de guarda física de docum entos, bem com o as condições para delegação desses serviços a terceiros. 16. Referida audiência deixou claro que a proposta de norm a tinha com o objetivo aperfeiçoar determ inados aspectos da Instrução CVM nº 356, de 2001, sobretudo, com relação: (i) à m itigação de estruturas que propiciam a ocorrência de conflito de interesses, em que a concentração indevida de funções por um m esm o participante ou por partes a ele relacionadas com prom ete a boa governança dos FIDC; e (ii) ao aperfeiçoam ento dos controles por parte do adm inistrador e dos principais prestadores de serviços aos FIDC, com a definição m ais clara da atuação e de responsabilidades dos atores desse m ercado[3]. 17. A m eu ver, m ais do que prevenir situações idênticas àquelas enfrentadas pela própria CVM e pelo m ercado com o um todo pouco antes (incluindo aquelas em que fraudes foram verificadas), essa audiência buscou preservar veem entem ente a independência e atuação diligente e eficiente dos gatekeepers e dem ais atores desse m ercado. 18. Sob essa perspectiva, ao perm itir que o custodiante pudesse contratar, sem prejuízo de suas responsabilidades, prestadores de serviço para a verificação de lastro dos direitos creditórios e para a guarda da docum entação a eles pertinente, a nova instrução vedou que fossem contratados o originador, o cedente, o consultor especializado ou partes a eles relacionadas (vide redação final do art. 38, 6º, 7º e 8º da Instrução CVM nº 356, de 2001[4]). 19. No edital da Audiência Pública, destacou-se que tal vedação foi prevista em estrita relação com o objetivo central da Instrução CVM nº 531, de 2013. Sua principal m otivação foi a de afastar os riscos oriundos de conflitos de interesses verificados quando os agentes acim a m encionados exercem a atividade de guarda da documentação relativa aos direitos creditórios ou a de verificação desse lastro, minimizando a ocorrência de fragilidades nas estruturas dos FIDC que possibilitem fraudes tais como a dupla cessão de direitos creditórios [5]. 20. No âm bito da Audiência Pública, alguns participantes argum entaram que a vedação de contratação do originador, do cedente, do consultor especializado ou de partes a eles relacionadas (art. 38, 6º, 7º e 8º da Instrução CVM nº 356, de 2001) não deveria ser aplicável em função das obrigações de due diligence pertinentes ao custodiante e da atribuição de responsabilidades aos fiéis depositários nos term os do art. 627 e seguintes do Código Civil[6]. 21. A CVM, por sua vez, rejeitou a flexibilização da regra, inclusive, na hipótese em que fosse contratualm ente assegurado ao custodiante am plo acesso aos docum entos. Conform e indicado no relatório da Audiência Pública, essa flexibilização iria no sentido oposto à mitigação de estruturas que propiciam a ocorrência de conflito de interesses, causados pela concentração indevida de funções por um mesmo participante ou por partes a ele relacionadas [7]. Por essa razão, a CVM m ais um a vez ressaltou que há potencial conflito de interesses entre o controle e guarda da documentação comprobatória dos diretos creditórios e a sua originação e cessão, entendendo ser pertinente a associação de obrigações pelo gatekeeper responsável (custodiante) com as vedações presentes nos 7º e 8º do art. 38 da Instrução CVM nº 356, de 2001[8]. 22. Tal com o m encionado pela SIN no âm bito do Processo CVM RJ2013/4911, as alterações prom ovidas pela Instrução CVM nº 531, de 2013 alm ejaram e, em m inha opinião, tem sido bem sucedidas em assegurar a preservação da credibilidade da indústria de FIDC com o um todo. 23. Depois de iniciado o debate ora relatado, os únicos casos em que o Colegiado da CVM perm itiu que a guarda física dos docum entos relativos aos direitos creditórios cedidos a um FIDC perm anecesse com o originador foram o Processo Adm inistrativo n RJ2012/1961, decidido em 10.10.2012, e o Processo CVM RJ2013/4911, decidido em 15.7.2014. 24. O prim eiro precedente, contudo, é anterior à Instrução CVM nº 531, de 2013, e, ainda, trata de caso m uito diferente daqueles aqui analisados. Lá a totalidade das cotas do fundo seria adquirida por um único cotista, controlador do originador dos créditos a serem cedidos para o FIDC e havia um a vedação para negociação das cotas do fundo no m ercado secundário. O controlador do originador não era realm ente um investidor e, m elhor do que qualquer outra pessoa, conhecia as condições do fundo e dos créditos cedidos ao FIDC. 25. Em outras palavras, nesse precedente utilizado com o justificativa tanto para fins do Processo CVM RJ2013/4911 quanto do presente não havia realm ente terceiros a serem protegidos ou um risco à im agem da indústria de FIDC. Assim, a SIN entendeu que era possível conceder a dispensa da obrigação de o custodiante perm anecer com a guarda física dos docum entos relativos aos direitos creditórios com base no art. 9º da Instrução CVM n o 444, de 2006, tendo em vista que (i) não havia afronta ao interesse público; (ii) o investidor tinha conhecimento e aceitava as condições, encontrando-se, portanto, informado e protegido; e (iii) existia vedação a negociação secundária das cotas do fundo. 26. O segundo precedente, no qual fui voto vencido, com argum entos idênticos aos que aqui apresento, baseou sua análise, prim ordialm ente, no fato de que o art. 9º da Instrução CVM nº 444, de 2006[9] autoriza a CVM a dispensar um FIDC-NP de requisitos previstos na Instrução CVM nº 356, de 2001, se observados o interesse público, a adequada inform ação e a proteção do investidor. 27. Para auxiliar na interpretação de tal dispositivo, o voto condutor do Processo CVM RJ2013/4911 e o m em orando da SIN referente ao presente processo m encionam o voto proferido pela então presidente Maria Helena

Santana no âm bito do Processo CVM RJ2011/12448, decidido em 20.3.2012 e, portanto, anteriorm ente à Instrução CVM nº 531, de 2013, e que, no m eu entender, tratava de um a discussão distinta. 28. Em seu voto, a então Presidente explicou que ao desenvolver o FIDC-NP o regulador sabia estar diante de uma espécie de fundo de investimento que aplicaria em direitos creditórios especiais, o que demandaria um regramento próprio, e que, por conta da diversidade de hipóteses para a sua utilização, preferiu não restringir seu escopo, podendo excepcionar o cumprimento da regra para o caso específico quando não vislumbrasse prejuízo ao interesse público, ao mercado e aos investidores. Esse trecho foi transcrito tanto pela a área técnica e o voto vencedor da Diretora Ana Novaes no Processo CVM RJ2013/4911 para contextualizar e justificar o tratam ento diferenciado dado aos FIDC-NP em relação à guarda física de docum entos. 29. Assim com o a área técnica e a Diretora Ana Novaes no Processo CVM RJ2013/4911, eu concordo com a colocação da então Presidente Maria Helena Santana. FIDC- NP são fundos não padronizados, com o seu próprio nom e diz, e m erecem análises específicas. No entanto, acredito que no caso analisado pela então Presidente a estrutura do fundo era diferente daquela que se analisa agora e as dispensas a serem concedidas visavam proteger bens jurídicos distintos daqueles que as alterações prom ovidas pela Instrução CVM nº 531, de 2013, alm ejaram resguardar. 30. Em relação à estrutura do fundo, no processo analisado pela então Presidente, tal com o ocorreu no Processo Adm inistrativo n RJ2012/1961, a totalidade das cotas do fundo seria adquirida por um único cotista e havia um a vedação para negociação das cotas do fundo no m ercado secundário. Essa estrutura fez parte das considerações do voto condutor do Processo CVM RJ2011/12448, conform e evidencia o seguinte trecho: penso que o investidor exclusivo do Fundo tem conhecimento e aceitou as suas condições encontrando-se, portanto, informado e protegido. Além disso, conforme consta dos autos, existe vedação à negociação secundária das cotas do Fundo.. 31. O trecho do precedente incansavelm ente repetido se refere a um fundo que não seria um produto de investim ento, não haveria um a oferta de contas para investidores, tam pouco seria possível negociá-lo no secundário. Essas características, a m eu ver, m udam substancialm ente a análise que a CVM deve fazer a respeito do risco trazido por eventuais flexibilizações. 32. Além disso, essa introdução repetidam ente citada para justificar as dispensas aqui discutidas é correta, m as genérica, e foi utilizada para conceder duas dispensas m uito diferentes daquela ora pleiteada. A prim eira dispensa discutida no processo decidido em m arço de 2012 dizia respeito ao art. 40-A da Instrução nº 356, de 2001, autorizando o fundo a adquirir, em m ontante superior ao lim ite de 20% de seu patrim ônio líquido, direitos creditórios de um m esm o devedor, ou de coobrigação de um a m esm a pessoa ou entidade. A segunda dispensa estava relacionada ao art. 36, III, da Instrução nº 356, de 2001, autorizando o fundo a aplicar recursos diretam ente no exterior. 33. A m eu ver esses dois com andos dizem respeito a m itigações de risco de contraparte (exigindo a diversificação) e riscos relacionados à variação do câm bio e às dificuldades operacionais de cobrança no exterior. Riscos estes que um investidor qualificado deve saber interpretar e calcular e, portanto, faz sentido que eles sejam flexibilizados em um fundo destinado exclusivam ente a um único investidor m ais que sofisticado. 34. Nem o art. 40-A, tam pouco o art. 36, III, da Instrução nº 356, de 2001, têm com o objeto cuidar da segurança do produto e dos riscos de fraude que foram endereçados pela Instrução CVM nº 531, de 2013. O risco de fraude não é um risco com a m esm a natureza que o risco de contraparte, que o risco cam bial ou m esm o que o operacional. Ele é m ais grave, m ais difícil de precificar (se é que é possível precificá-lo) e im plica riscos reputacionais para o m ercado e para a própria CVM que os outros não m e parecem im plicar. Por isso, entendo que a análise de flexibilizações relacionadas ao risco de fraude deve ser m uito m ais rigorosa que aquela relacionada a outros riscos, com o o de contraparte e o cam bial. 35. Conform e já m e m anifestei, em casos em que se está protegendo do risco de fraude, com o no presente, a previsão do art. 9º da Instrução CVM nº 444, de 2006, que autoriza a CVM a dispensar FIDC-NP de requisitos previstos na Instrução CVM nº 356, de 2001, não observa o interesse público, requisito m encionado no próprio com ando, porque o propósito da exigência de guarda física dos créditos visa à segurança da indústria, à proteção do investidor e à m itigação dos conflitos de interesses. 36. Diante do am plo e longo debate havido nos últim os anos e consubstanciado no novo texto da Instrução CVM nº 356, de 2001, não vejo porque a CVM deveria m udar seu entendim ento a respeito da vedação de contratação do originador, do cedente, do consultor especializado ou de partes a eles relacionadas para a consecução da guarda física dos docum entos que dão lastro aos direitos creditórios cedidos aos FIDC. A CVM estaria abrindo m ão das proteções geradas pelos serviços de um gatekeeper im portante na cadeia dos FIDC, produto tão relevante para o sistem a financeiro nacional, sem um a justificativa que m e pareça razoável ou pertinente. 37. Adem ais, há ainda três observações que eu gostaria de fazer a respeito do caso específico aqui analisado e, em especial, a respeito de alguns dos elem entos que justificam o entendim ento da SIN. 38. Para a área técnica, um dos m ais im portantes elem entos presente neste caso concreto e que justificaria perm itir que o cedente m antivesse a guarda física dos docum entos representativos de direitos creditórios seria o fato de o cedente se com prom eter a indenizar o fundo com o valor integral dos créditos caso eles não existam (não se confundindo com a substituição de direitos creditórios em que há um a m era troca de recebíveis ou com a recom pra de créditos). Essa obrigação de o cedente indenizar o fundo caso os direitos creditórios não existam supriria a necessidade de guarda física dos docum entos. 39. Em bora eu com preenda o raciocínio da SIN e entenda que o dever de indenizar o fundo im posto ao cedente possa significar um conforto adicional para os investidores[10], cujo risco passa a ser analisado, em parte, pela

solidez do próprio cedente e não do fundo, não vejo com o tal característica possa m itigar a necessidade de segregação entre os diversos prestadores de serviços do fundo e a existência de gatekeepers independentes. Na hipótese de falha do cedente, com o ocorrido em alguns casos concretos no passado, em nada tal obrigação de indenizar socorreria o investidor, tam pouco tal obrigação seria capaz de prevenir fraudes. 40. A segunda observação é em relação ao frequente argum ento de que os custos de im plem entação das regras trazidas pela Instrução CVM nº 531, de 2013, inviabilizariam a própria existência de FIDC com créditos pulverizados e de baixo valor. Essa parece ter sido, inclusive, um a das considerações m ais relevantes no convencim ento da Diretora Ana Novaes no voto que conduziu a decisão do Processo CVM RJ2013/4911. 41. Com o já havia afirm ado, esses custos já foram considerados quando da elaboração da norm a pela CVM. A fim de reduzir os im pactos por esta gerados, a própria Instrução CVM nº 531, de 2013, adm itiu com o com provante dos direitos creditórios não apenas a docum entação física, m as tam bém aquela: (i) em itida a partir dos caracteres criados em com putador ou m eio técnico equivalente e de que conste a assinatura do em itente que utilize certificado adm itido pelas partes com o válido; e (ii) digitalizada e certificada nos term os constantes em lei e regulam entação específica (vide a redação final do art. 38, 11 da Instrução CVM nº 356, de 2001[11]). Ou seja, há inúm eras form as de cum prir com o com ando regulam entar e a CVM facultou ao custodiante escolher qual a form a de adaptação m ais conveniente e, conform e o caso, m enos custosa[12]. 42. Há dois outros com entários sobre custos que m erecem ser ponderados. Prim eiro, a m aioria dos FIDC se adaptou plenam ente à regra em janeiro de 2014 pelo m enos, essa é a percepção plausível após o período de adaptação dos fundos à Instrução CVM nº 531, de 2013, e diante do núm ero de pedidos de dispensa que ora discutim os. Por isso, o argum ento de que os custos não justificam a própria existência do produto não m e parece realista. 43. E ainda que esse fosse um argum ento realista, não sei se esse ponto seria o m ais im portante. De m odo algum pretendo deixar de lado o direito de qualquer regulado de propor à CVM reflexões sobre casos específicos, m as lem bro que as principais m issões dessa autarquia estão estabelecidas no art. 4º da Lei nº 6.385, de 1976, e que são elas que devem orientar as nossas atividades. Lá estão elencadas, dentre outras m issões, a proteção ao investidor e o funcionam ento regular e eficiente do m ercado. 44. O desenvolvim ento do m ercado de recuperação de crédito não está indicado dentre as m issões da CVM e, por isso, não deve se sobrepor a elas, ao m enos não sob o ponto de vista da própria CVM. Obviam ente, porque tal m ercado é im portante para econom ia com o um todo e para m uitos dos regulados da CVM, se a CVM puder contribuir, com o acredito que tem contribuído com o bom trabalho que tem feito em relação à indústria de securitização, ela deve contribuir. Mas, isso não justifica sacrificar suas próprias m issões. 45. A segunda razão pela qual eu acredito que o argum ento de que os custos inviabilizariam os FIDC deve ser afastado corresponde aos recentes esforços legislativos e regulam entares no sentido de validar tecnologias m ais atuais e baratas de arm azenam ento de dados, em especial, dentro do sistem a financeiro nacional. Vale citar as Leis nº 12.682, de 2012, e 12.865, de 2013, que asseguram que o docum ento digitalizado tem o m esm o valor legal que o docum ento que lhe deu origem nas operações realizadas no sistem a financeiro nacional, bem com o os esforços do Banco Central do Brasil para que m uitos dos títulos bancários já nasçam em form a eletrônica. 46. Meu terceiro com entário sobre os elem entos apresentados pela SIN diz respeito ao argum ento sobre a cobrança de créditos dispersos de baixo valor. De acordo com o Citibank, a lógica dessa cobrança prescinde de docum entos. A cobrança é feita, em geral, por m eio de negociação extrajudicial com os devedores. E, por esse m otivo, seria indiferente para os investidores quem m antém a guarda física dos docum entos que representam os direitos creditórios. 47. Eu não questiono o fato de a cobrança de créditos dispersos e de baixo valor ser feita sem a necessidade de docum entos. Parece bastante lógico que a cobrança de créditos de baixo valor privilegie form as m ais baratas e céleres com o as negociações extrajudiciais e que, para isso, a docum entação seja m enos relevante. 48. No entanto, a exigência de guarda física dos docum entos não tem por objetivo viabilizar a cobrança dos créditos cedidos aos FIDC, m as, sim, garantir a verdadeira cessão do crédito e, consequentem ente, a sua propriedade pelo fundo. Insisto que esses custos que a regulação im põe não são irracionais ou um desperdício de recursos dos cotistas. Eles são im putados pela regulação com o um custo necessário para verificação da existência dos créditos. Se esses custos não viabilizam a securitização de certos tipos de crédito, esses produtos devem ser repensados ou, ao m enos, não devem existir com o produtos financeiros passíveis de distribuição pública e negociação em m ercado secundário com o se propõe no presente caso. 49. Por fim, julgo pertinente esclarecer que, antes de alterar ou flexibilizar os term os de norm a recentem ente editada, é adequado e conveniente enfrentar com firm eza o período de adaptação da indústria às novas regras. A Instrução CVM nº 531, de 2013, obviam ente m uda os custos e a m aneira de estruturar os FIDC. O objetivo da reform a era esse, era tornar esses fundos m ais seguros. E parece precipitado falar que tal reform a inviabiliza a indústria de FIDC, m esm o os FIDC-NP de créditos pulverizados inadim plidos, tendo em vista que os requerentes representam um a parcela reduzida dos fundos hoje existentes. 50. Conform e procurei dem onstrar acim a, estou convencida de que (i) a estrutura do BB Recuperação de Crédito Banco do Brasil FIDC NP não atende as expectativas da CVM consolidadas na Instrução CVM nº 531, de 2013, com relação à m itigação de conflitos de interesses na guarda da docum entação pertinente aos direitos creditórios cedidos aos fundos; bem com o, de que (ii) qualquer flexibilização dos com andos trazidos pela reform a de 2013 é precipitada. 51. Por todo o exposto acim a, voto pelo indeferim ento do pedido de dispensa form ulado pelo Citibank quanto

ao cum prim ento do art. 38, V, bem com o do art. 38, 7º, II da Instrução CVM nº 356, de 2001. Rio de Janeiro, 23 de setem bro de 2014. Luciana Dias Diretora [1] Ver, com o exem plo, o Processo CVM n RJ2011/12712 e o Processo CVM n RJ2012/7947. [2] Ver, com o exem plo, o MEMO/PFE-CVM/GJU-1/Nº 129/11, no qual a Procuradoria Federal Especializada junto à CVM m anifestou-se pela im possibilidade de terceirização das atividades de custodiante, e o Ofício Circular/CVM/SIN/Nº 4/2012 em que a área técnica destacou a decisão do Colegiado quanto à possibilidade de terceirização dos serviços de guarda física: ART. 38,IV, INSTRUÇÃO CVM Nº 356/01 - O Colegiado, em reunião de 2/5/2012, no âmbito do Processo CVM nº RJ -2011-12712 (Driver Brasil One Banco Volkswagen FIDC Financiamento de Veículos), aprovou a terceirização pelos custodiantes do fundo de alguns dos serviços previstos no art. 38, IV, a saber, a guarda dos documentos comprobatórios e a cobrança dos direitos creditórios, desde que o custodiante não se exima de qualquer responsabilidade. Para tal decisão, o Colegiado considerou que (i) a guarda dos direitos creditórios será operacionalizada pela Recall, não pelo cedente, observado um processo detalhadamente pré - definido, que envolve a adoção de ações de controle por parte do Custodiante; (ii) a cobrança, conforme estruturada, embora origine um trânsito de 3 dias pelo patrimônio do cedente, ao contar com bancos de cobrança e conta vinculada sob o controle do Custodiante, não representa risco de fungibilidade; (iii) as cessões de direitos creditórios serão registradas na Central de Cessão de Crédito C3, administrada pela CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos; e (iv) a proposta não representa prejuízo ao interesse público, à adequada informação ou à proteção do público investidor (no caso, formado exclusivamente por investidores qualificados), nem tampouco hipótese de fragilização da regulação que incide sobre as operações dos FIDC. [3] Edital de Audiência Pública nº 05/2012, disponível em : http://www.cvm.gov.br/port/audi/ed0512sdm.pdf. Últim o acesso em 16.1.2014. [4] Art. 38, 6º Os custodiantes som ente poderão contratar prestadores de serviço para a verificação de lastro dos direitos creditórios referidas nos incisos II e III e para guarda da docum entação de que tratam os incisos V e VI, sem prejuízo de sua responsabilidade. 7º Os prestadores de serviço contratados de que trata o 6º não podem ser: I originador; II cedente; III consultor especializado; ou IV gestor. 8º A restrição m encionada no 7º tam bém se aplica a partes relacionadas, tal com o definidas pelas regras contábeis que tratam desse assunto, aos participantes listados nos seus incisos I ao IV. [5] Edital de Audiência Pública nº 05/2012, disponível em : http://www.cvm.gov.br/port/audi/ed0512sdm.pdf. Últim o acesso em 16.1.2014. [6] A título de exem plo, m enciona-se que o art. 629 do Código Civil dispõe que [o] depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante. [7] Relatório da Audiência Pública nº 05/2012. Disponível em : www.cvm.gov.br. Últim o acesso em 16.1.2014. [8] Idem. [9] Art. 9º. A CVM poderá, a seu critério e sem pre observados o interesse público, a adequada inform ação e a proteção ao investidor, autorizar procedim entos específicos e dispensar o cum prim ento de dispositivos da Instrução CVM nº 356/01, para os fundos registrados na form a desta Instrução. [10] Quanto a esse caráter adicional, noto que, nos term os do art. 295 do Código Civil, [n]a cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu. [11] Art. 38, 11. Para fins do disposto neste artigo, considera-se docum entação dos direitos creditórios aquela: I original em itida em suporte analógico; II em itida a partir dos caracteres criados em com putador ou m eio técnico equivalente e de que conste a assinatura do em itente que utilize certificado adm itido pelas partes com o válido; III digitalizada e certificada nos term os constantes em lei e regulam entação específica. [12] Com relação aos custos, a CVM se m anifestou expressam ente no relatório da Audiência Pública no sentido de que as possibilidades de guarda da documentação listadas no atual 11 desobrigam a efetiva transferência física da documentação original para os custodiantes ou prestadores de serviço por ele subcontratados, uma vez que se pode utilizar meio digital.