Introdução à Segurança do Trabalho Desde seu aparecimento na Terra, o homem convive com situações de risco e por não ter controle sobre elas, esteve sempre sujeito a todo tipo de acidentes. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da tecnologia, ele conheceu a roda d água, os teares mecânicos, as máquinas a vapor, a eletricidade, até chegar à era dos computadores. Foi um longo aprendizado. Se por um lado os progressos científicos e tecnológicos facilitaram o processo de trabalho em vários aspectos, por outro geraram novos riscos.
Objetivo(s): Apresentar e refletir sobre conceitos básicos necessários para discussão de conteúdos relacionados às áreas de segurança e saúde no trabalho. A legislação brasileira que trata da segurança e da saúde no trabalho passou a adotar um novo enfoque a partir do final de 1994, ao estabelecer a obrigatoriedade das empresas elaborarem e implementarem dois programas: um ambiental, o Programa de Prevenção de - PPRA, e outro médico, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO.
Adotando como paradigma a Convenção 161/85 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a legislação brasileira específica passou a considerar as questões incidentes não somente sobre o indivíduo, mas também sobre a coletividade de trabalhadores, promovendo, assim, uma ampliação do conceito restrito de medicina do trabalho.
Em verdade, apesar de o Brasil ter ratificado, em 1991, a Convenção 161 da OIT, até 1994 as Normas Regulamentadoras (NR s) caracterizavam-se ainda por um enfoque essencialmente individualista. As NR7 e NR9 intitulavam-se, respectivamente, Exames Médicos e, ou seja, a ênfase era, isoladamente, ora para o corpo do trabalhador, ora para a avaliação quantitativa de certo risco ambiental. As novas normas, mediante preocupação, agora, com a saúde do conjunto dos trabalhadores, privilegiaram o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação saúde/trabalho e introduziram a questão da valorização da participação dos trabalhadores e do controle social. Neste sentido, a exigência legal dos novos programas PCMSO e PPRA representou, na prática, a superação de um viés biologista/ambiental e a introdução de um olhar coletivo nas questões relacionadas com a segurança e a saúde dos trabalhadores brasileiros.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é o órgão de âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e saúde no trabalho, inclusive a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares em todo o Território Nacional. No plano estadual, essa fiscalização é executada pelas Delegacias Regionais do Trabalho (DRT s).
2.1 Introdução breve histórico A proteção legal ao trabalhador contra acidentes e doenças inerentes ao trabalho, no plano internacional, começou somente no século XIX. Em 1802 surgiu na Inglaterra a primeira lei de proteção ao trabalhador acidentado no exercício de sua função. Em 1862, ocorreu a regulamentação da Segurança e Higiene do Trabalho na França; em 1865 na Alemanha e em 1921 nos Estados Unidos.
No Brasil a proteção do trabalhador contra acidentes e doenças do trabalho é mais recente e vem se desenvolvendo ao longo das últimas décadas. Somente em 1919 surgiu a primeira Lei de Acidentes do Trabalho no país, com o Decreto Legislativo nº 3724, de 15 de janeiro. Por meio dela não era considerado acidente de trabalho a doença profissional atípica (mesopatia). Somente era legalmente exigida a reparação em caso de moléstia contraída exclusivamente pelo exercício do trabalho, quando este for de natureza a só por si causá-la.
Em 1943 o governo brasileiro apresentou a nação a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a qual em 1977, por meio da Lei nº 6514, de 22 de dezembro, teve o capítulo V alterado, tornando obrigatória a constituição de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA). Em 1978, por meio da Portaria nº 3214, de 08 de junho, o Ministério do Trabalho aprovou as Normas Regulamentadoras, 28 ao todo, que viriam estabelecer parâmetros para nortear as ações relacionadas à higiene e segurança do trabalho. Em 1994 a Portaria nº 25, de 29 de dezembro promoveu alteração, já citada, na NR9, que passou a se chamar Programa de Prevenção de, introduzindo, por meio de anexo, uma alteração no Mapa de Risco que influenciou significativamente a ação da CIPA, uma vez que a elaboração desse mapeamento é atribuição de seus membros.
Muitas outras alterações foram introduzidas nas normas e regulamentos relacionados ao tema, não podendo deixar de ser também citado que além da CLT, a legislação básica sobre Segurança e Saúde do Trabalho no Brasil também está presente na Constituição Federal e legislação previdenciária.
2.2 Normas Regulamentadoras (NR s) Segundo Cavalcanti (2007), as NR s constituem a espinha dorsal da legislação de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional no Brasil. Estas Normas vêm sendo regulamentadas ao longo do tempo e ainda estão passando por revisões objetivando torná-las consistentes com parâmetros internacionais e nacionais. Essas normas são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela CLT.
As disposições contidas nas NR s aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais. Destaque-se que observância das Normas Regulamentadoras não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos estados ou municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.
Para fins de aplicação das NR s considera-se: a) empregador: a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como empregados; b) empregado: a pessoa física que presta serviços de natureza nãoeventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário; c) empresa: o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obras, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos;
d) estabelecimento: cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, laboratório; e) setor de serviço: a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo estabelecimento; f) canteiro de obra: a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; g) frente de trabalho: a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; h) local de trabalho: a área onde são executados os trabalhos.
2.3 Conceitos 2.3.1 Incidente Tudo o que atinge exclusivamente os objetos provocando prejuízos materiais é considerado incidente. Por exemplo, a queda de material de uma ponte rolante, sem atingir trabalhadores, é caracterizada como um incidente. Embora os incidentes geralmente passem despercebidos, já existem programas de prevenção que levam em conta esse tipo de ocorrência. Esses programas se baseiam em relatos de funcionários sobre incidentes ocorridos e que por pouco não se transformaram em graves acidentes. 2.3.2 Acidente Evento específico não planejado e indesejável, ou uma seqüência de eventos que geram conseqüências indesejáveis.
2.3.3 Acidente do trabalho Acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho prestado à empresa e que provoca lesões corporais ou perturbações funcionais que podem resultar em morte ou na perda ou em redução, permanente ou temporária, das capacidades físicas ou mentais do trabalhador. 2.3.4 Risco Não é difícil intuir que a chance de algo acontecer está relacionada com certo efeito observável sobre um bem que se quer proteger, podendo ser esse bem o homem, uma espécie vegetal ou animal, ou ainda propriedades e equipamentos. Pode ser entendido como uma medida de danos à vida humana, resultante da combinação entre a freqüência de ocorrência e a magnitude das perdas ou danos (conseqüências).
Atividades: Gerais - Efetuar pesquisas e leitura de textos relacionados aos temas abordados, desenvolver atividades on-line, utilizar o mural, bate-papo, correio eletrônico e fórum de discussão para promover difusão e reflexão sobre temas e textos que contribuam para o aprendizado dos integrantes da sala virtual. Elaborar documentos referentes às atividades específicas do Módulo, contemplando os conteúdos/assuntos estudados e sua postagem no Portfólio indicado. Específicas: Não há, neste Módulo, atividades específicas para serem postadas nos Portfólios.