CAMPANHA NACIONAL HOSPITAIS SEGUROS FRENTE AOS DESASTRES



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Transcrição:

CAMPANHA NACIONAL HOSPITAIS SEGUROS FRENTE AOS DESASTRES Realização: Ministério da Integração Nacional

Logo após um desastre, os governos e as comunidades que atuam em emergências, e também os meios de comunicação se concentram imediatamente no socorro às vítimas. Mas, se desejamos que esta atenção aos vitimados realmente tenha sentido, devemos compreender e apoiar os serviços médicos como prioridade.

Feridos necessitam atenção médica urgente, mas também os que saem ilesos de um desastre não podem desconsiderar a necessidade de contar com serviços médicos e de saúde pública a longo prazo.

Quando os serviços de saúde e os hospitais sofrem danos devido a um desastre, pessoas morrem e sofrem sem necessidade, tanto durante a situação de emergência, como também muito tempo depois. Os danos e prejuízos no setor de saúde podem ocasionar devastadores desastres secundários.

Por isso, todos devem ter em mente a importância deste tema e comprometer-se a zelar para que os estabelecimentos de saúde sejam resistentes frente as ameaças e perigos naturais dos desastres e emergências.

Nas palavras de Sálvano Briceño, Diretor da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (EIRD) da Organização das Nações Unidas (ONU): A diferença em termos de custo entre um hospital seguro e um que não o é pode ser insignificante, mas este investimento mínimo pode representar a diferença entre vida e morte, ou entre o empobrecimento de uma comunidade e seu desenvolvimento sustentável.

Em 2007, a cidade de Pisco, no Peru, perdeu boa parte dos seus leitos hospitalares num terremoto. Entretanto, uma ala do hospital que havia sido reforçada, permaneceu de pé, confirmando a estratégia que recomenda que hospitais devem ser capazes de comportar-se de tal forma a sofrer danos mínimos e continuar operativos frente a fenômenos destrutivos de grande intensidade. Ala reforçada do hospital São João de Deus, no Peru.

Em abril de 2003, o hospital infantil Dr. Orlando Alassia, de Santa Fé, Argentina, sofreu a perda de equipamentos valiosos durante uma inundação. Ainda que se tenha realizado um estudo de impacto ambiental antes de sua construção, este projeto não levou em conta a vulnerabilidade do hospital em relação as cheias do rio Salado.

Atualmente, a maioria de nossos hospitais atendem diariamente mais de 700 pessoas. O custo médio de um hospital de 100 leitos é de US$ 15 milhões de dólares. Os governos destinam até 70% dos orçamentos de saúde ao funcionamento destes estabelecimentos.

Hospitais, especialmente em países em desenvolvimento, oferecem mais que atenção médica para os doentes, sua função em medicina preventiva é fundamental. Hospitais concentram recursos de ordem econômica em equipamentos de diagnóstico e tratamento, laboratórios de alta tecnologia, bancos de sangue e desenvolvimento de investigações para a proteção da saúde.

Por tudo isso, os hospitais têm um grande valor social, econômico e político. Além dos aspectos econômicos, a complexidade de um hospital se reflete no seu funcionamento diário. Na América Latina um hospital público de terceiro nível funciona 24 horas por dia, tem várias especialidades e um centro de leitos que habitualmente supera os 90% de ocupação.

Entre pacientes, visitantes, pessoal de saúde e administrativo, um hospital poderia abrigar mais de 1.000 pessoas por dia, com toda a logística que isso representa. O funcionamento deste hospital depende também de serviços básicos como água, saneamento, eletricidade e comunicações.

Por outro lado, para oferecer serviços especiais, dentro da edificação existem materiais radiológicos, nucleares, químicos e combustíveis. Toda essa estrutura complexa pode ser afetada por eventos imprevistos, um deles é um desastre de origem natural.

Segundo estudos realizados pela Organização Pan- Americana de Saúde (OPS), mais de 8.000 hospitais (50% dos existentes na América Latina e Caribe) estão localizados em zonas de alto risco. De acordo com a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), nos últimos 25 anos, a perda direta por danos em estabelecimentos de saúde, por desastres de origem natural, foi de 4.000 milhões de dólares.

Quando acorre um desastre, a perda de um hospital afeta gravemente as comunidades, especialmente em países em desenvolvimento. O impacto na população hospitalizada e naqueles que não conseguiram atenção médica causam um sentimento de frustração e insegurança na comunidade. Esses sentimentos transcendem o desastre e podem se converter em revolta, quando a população exige de seus líderes políticos atenção médica e recursos econômicos.

Durante a segunda Conferência Mundial sobre Redução de Desastres (WCDR II), realizada 2005, na cidade de Kobe, no Japão, os Estados membros das Nações Unidas acordaram o início de um programa dedicado a redução de desastres baseado no tema Hospitais Seguros Frente aos Desastres.

Mas o que é um hospital seguro? Entende-se por hospital seguro, um estabelecimento de saúde cujos serviços permanecem acessíveis e funcionando na sua capacidade máxima instalada e com sua própria infra-estrutura, imediatamente após a ocorrência de desastre natural de grande intensidade.

Como alcançar essa meta? Através de um engajamento e da vontade política para estabelecer critérios e normas relacionados tanto aos novos investimentos na área de saúde, como também, na redução das vulnerabilidades dos estabelecimentos de saúde já existentes.

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