Benefícios da acupuntura e atividade física na melhora da qualidade de vida



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Transcrição:

1 Benefícios da acupuntura e atividade física na melhora da qualidade de vida Resumo Christiane Santos Costa 1 myna-myna@hotmail.com Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Acupuntura Faculdade FAIPE A Medicina Tradicional Chinesa é uma das mais antigas existentes no mundo, baseando-se nos princípios da natureza tenta promover o equilíbrio energético. Os mais variados campos da saúde vêm buscando meios de inserir a qualidade de vida na rotina da população. Na área da educação física e acupuntura não seria diferente. O presente trabalho surge com o objetivo de ampliar informações sobre essas duas áreas e os benefícios que ambas podem proporcionar. A pesquisa foi realizada através de revisão bibliográfica, com base em literaturas que abrangem a acupuntura e também artigos relacionado a atividade física, visando os benefícios que a introdução dessas práticas na vida diária podem proporcionar prevenindo e melhorando sintomas e doenças. Palavras-chave: Atividade Física; Acupuntura; Qualidade de Vida. 1. Introdução A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) vem se tornando cada vez mais popular no ocidente, no entanto as técnicas orientais ainda possuem resistência e são pouco utilizadas pela população ocidental, sendo na maioria das vezes procuradas como últimos recursos para a melhora de patologias. A MTC tem como base a natureza, o Tao, a teoria do Yin e Yang, os Cinco Elementos e o sistema de órgãos e vísceras (Zang Fu) onde o Tao estabelece o caminho ou maneira pelo qual a humanidade deve viver (MOLE, HICKS, HICKS, 2007), o Yin e Yang são qualidades opostas complementares (MACIOCIA, 2007), sendo que uma não existe sem a outra e ambas fazem parte de um movimento cíclico natural, os Cinco Elementos que se baseiam na evolução dos fenômenos naturais (YAMAMURA, 2004) e o Zang Fu responsáveis pela transformação e circulação de substâncias (ROSS, 1994). A acupuntura faz parte da MTC, assim como ventosas, auriculoterapia, reflexologia e muitas outras terapias. Mas nesse estudo vamos nos limitar a prática da acupuntura, cuja terapia visa a cura de doenças e melhora de sintomas. A técnica é realizada pela inserção de agulhas de acupuntura em determinados pontos que funcionam como meio de comunicação entre o exterior e o interior (YAMAMURA, 2004), e esses pontos estão localizados nos meridianos conhecidos também como canais de energia. A prática é baseada em conhecimentos teóricoempíricos e cada vez mais pesquisas estão sendo realizadas com o intuito de mostrar cientificamente a ação da acupuntura no organismo. O corpo tem se tornado o objeto de estudo para tentar mostrar e comprovar como ocorrem as alterações energéticas, fisiológicas, psíquicas, os ciclos e movimentos, entre muitas outras teorias. Essa movimentação interna pode ocorrer de maneira involuntária, ou podemos ajudar através de estímulos. Movimentar-se é natural do ser humano, no entanto com o desenvolvimento tecnológico, a sociedade está se tornando cada vez mais sedentária e as 1 Pós-graduanda em Acupuntura 2 Orientadora

2 doenças da vida moderna estão cada vez mais presentes, como hipertensão, diabetes, obesidade entre outras tantas. Envelhecer faz parte da vida e nesse ciclo natural podemos melhorar hábitos que mais tarde irão fazer a diferença na manutenção da saúde. Porque não inserir uma prática de atividade física em nossa rotina, ou nos alimentarmos de uma maneira mais saudável se isso vai refletir futuramente em nossa qualidade de vida? É importante pensar e debater sobre tais assuntos, pois somente com a adesão de hábitos mais saudáveis poderemos ter uma vida plena e com mais saúde no lugar de doenças. Por ser profissional de educação física, saber da importância da atividade física no nosso dia a dia e estar em busca de conhecimentos em relação a acupuntura, surge a problemática de como esses dois seguimentos da área da saúde podem contribuir com a melhora da qualidade de vida? O presente trabalho tem como objetivo descrever alguns benefícios que a acupuntura juntamente com a atividade física pode proporcionar para o bem estar. 2. Teorias da Medicina Tradicional Chinesa A medicina tradicional chinesa (MTC) surgiu a mais de 4.500 anos na China. Acredita-se que desde a idade da pedra a acupuntura já era utilizada, não existindo nada de concreto de como iniciou, apenas suposições e lendas (YAMAMURA, 1993). Na Era do Imperador Amarelo (2704-2100 a.c.) já possuía suas bases e já apresentava certo nível de desenvolvimento (WEN, 1997). Nessa época, surgiram os primeiros tratados da medicina chinesa, onde o imperador deixou ensinamentos sobre a saúde do corpo, do espírito e de um conjunto de receitas de vida regrada (DULCETTI JR, 2001). A MTC tem como fonte primária a observação da natureza para estudar e compreender os princípios que regem a harmonia dela e passar a entender a harmonia do corpo humano, pois ambos possuem os mesmos fenômenos naturais (YAMAMURA, 2004). O microcosmo do homem é construído de forma idêntica à do macrocosmo do Universo. Partindo desse amplo princípio de base, o corpo humano é construído, arquitetado segundo as mesmas regras do universo e deve respeitar as mesmas leis cíclicas (ODOUL, 2003). Existem algumas teorias básicas da MTC como Yin e Yang, que na observação da natureza Yin é visto como a lua, noite, terra, mulher, frio, inverno e Yang como sol, dia, céu, homem, verão, calor (WEN, 1997). O Yin e Yang são aspectos opostos, entretanto nada é tão Yin que não possa se transformar em Yang e vice versa. Se observarmos o ciclo dia/noite, perceberemos que meia noite é o ápice da escuridão e conforme o passar das horas vai se tornando o dia (Yin se transformando em Yang) até chegar ao meio dia que é o ápice da claridade, que com o passar das horas se torna noite (Yang se transformando em Yin). Essa transformação não ocorre bruscamente, mas sim de uma maneira cíclica e contínua. Existe um símbolo, o Máximo Supremo (Tai Ji), que mostra a interdependência do Yin e Yang (Figura 1). Na Parte Yin existe uma semente de Yang e vice versa (MACIOCIA, 2007). Fonte: www.escola-amor.com.br Figura 1 Símbolo do Yin e Yang

3 Partindo-se do princípio de que as doenças são decorrentes do desequilíbrio entre o Yin e Yang, todos os métodos de tratamento devem visar à restauração do equilíbrio entre esses dois elementos (WEN, 1997). A teoria Yin-Yang, de acordo com Yamamura (2004) possui três aspectos básicos como o de transformação onde apresentam movimento constante de transformação entre si, mantendo-se em um contínuo e constante equilíbrio dinâmico; transmutação quando chegam ao seu extremo, transmutam-se em seu aspecto oposto; e relatividade onde a caracterização de um fenômeno em Yin ou Yang é um conceito relativo dependendo do referencial. Já Maciocia (2007) menciona quatro aspectos: oposição onde são tanto estágios opostos de um ciclo como de agregação; interdependência onde um não pode existir sem o outro; consumo mútuo em que estão num estado constante de equilíbrio dinâmico; e inter-relacionamento onde Yin e Yang não são estáticos, mas se transformam um no outro. A Figura 2 mostra algumas alterações de Yin e Yang. Yin Yang 1 2 3 4 5 6 Fonte: Adaptado de Ross (1994) e Maciocia (2007) 1. Equilíbrio Yin e Yang 2. Yin em excesso, Yang deficiente 3. Yang em excesso, Yin deficiente 4. Yin em equilíbrio, Yang deficiente 5. Yin deficiente, Yang em equilíbrio 6. Yin e Yang deficiente Figura 2 Alterações de Yin e Yang Yang dá energia, movimento e calor. Yin dá solidez, nutrição, umidade, frescor e descanso. O equilíbrio harmonioso entre Yin e Yang dá saúde e contentamento (ROSS, 2002). Essas alterações de Yin e Yang em nosso organismo são os principais fatores das manifestações de patologias no organismo humano, quando Yin e Yang estão em equilíbrio, nosso organismo se torna equilibrado também. 3. Teoria dos Cinco Elementos Na Medicina Tradicional Chinesa, além do Yin e do Yang, há cinco elementos, que contêm em si, cinco movimentos energéticos diversos, chamados de Wu Xing (CAMPIGLIA, 2010). A observação Empírica dos elementos terrestres levou os chineses a constatar que os Cinco Princípios de base geravam, estruturavam e representavam tudo o que existe no Universo (ODOUL, 2003). Cada movimento ou princípio corresponde a um elemento: Água, Madeira, Fogo, Terra e Metal (Figura 3). Porém a idéia de movimento não pode ser corretamente entendida se traduzida apenas como elemento, pois o movimento é naturalmente dinâmico e a palavra elemento gera uma sensação estática. Os movimentos são associados não só a elementos, mas também a cores, sabores, sons, órgãos e funções do corpo e da mente (CAMPIGLIA, 2010). A Água umedece em descendência, o Fogo chameja em ascendências, a Madeira pode se dobrada e esticada, o Metal pode ser moldado e endurecido, a Terra permite a disseminação, o crescimento e a colheita (SHANG SHU apud MACIOCIA, 2007).

4 Fonte: www.cantodofengshui.com Figura 3 Os Cinco Elementos ou Movimentos Os cinco elementos não são os constituintes básicos da natureza, mas os cinco processos básicos, as qualidades, as fases de um ciclo ou a capacidade inerente de modificação de um fenômeno (MACIOCIA, 2007), se perdendo nos tempos mais antigos e se fazendo, pouco a pouco, através da observação profunda de todos os ciclos da natureza (ODOUL, 2003). Para Yamamura (2004), a concepção dos cinco movimentos baseia-se na evolução dos fenômenos naturais, em como os vários aspectos que compõem a natureza geram e dominam uns aos outros. Essa teoria ocupa um lugar importante na MTC, porque todos os fenômenos dos tecidos e órgãos, da fisiologia e da patologia do corpo humano, estão classificados e são interpretados pelas relações desses elementos (WEN, 1997). Cada Elemento ou Movimento possuem um órgão (Zang) e uma víscera (Fu), assim como tem relação com uma estação, clima, cor, emoção, sabor e outros fatores (Tabela 1). Elementos Madeira Fogo Terra Metal Água Órgãos Fígado Coração Baço- Pâncreas Pulmão Rins Vísceras Vesícula Biliar Intestino Delgado Estação Primavera Verão Estômago Início e fim de verão Intestino Grosso Outono Bexiga Inverno Clima Vento Calor Umidade Secura Frio Sabor Azedo/Ácido Amargo Doce Picante Salgado Emoção Raiva Alegria Pensamento Preocupação Medo Movimento Vital Nascimento Juventude Maturidade Velhice Morte Órgão dos Sentidos Visão Fala Paladar Olfato Audição Cor Verde Vermelho Amarelo Branco Preto Energia Manhã Meio-dia Tarde Noite Madrugada Diária Fonte: Adaptado de Wen (1997), Odoul (2003) Tabela 1 Relação dos Cinco Elementos ou Movimentos O Yin e o Yang atuam nos elementos, movimentos, o no sistema de órgãos e vísceras. O nível mais simples do tratamento com base no sistema dos Cinco Elementos compreende tonificar a Deficiência e sedar o Excesso, usando, respectivamente, os métodos de tonificação e de dispersão com as agulhas (ROSS, 2002). 4. Metodologia

5 Este trabalho caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica onde foram utilizados livros e artigos tirados da internet durante período de Janeiro de 2014 a Abril de 2015, datados entre os anos de 1993 a 2014 com as palavras-chave: acupuntura, atividade física, qualidade de vida, com a finalidade de gerar subsídios para melhor compreensão do assunto e assim aproximar teoria e prática. 5. Resultados e Discussão Não há documentos que indiquem precisamente como foi o desenvolvimento inicial da Acupuntura, mas sabe-se que, desde tempos remotos, esta era uma arte muito difundida entre os chineses (WEN, 1997). O conceito inicial da acupuntura era a estimulação de um ponto dolorido fazendo uma pressão, perfuração ou queimadura sobre ele (FRITZ, PAHOLSKY, GROSENBACH, 2002). Antigamente eram utilizadas agulhas de pedras, espinhas de peixe, bambu, ferro, espinhos e com o passar dos tempos, essa técnica foi se aperfeiçoando, hoje as agulhas são de prata, de ouro ou de aço inoxidável. O estímulo originado pela agulha de acupuntura pode variar amplamente, de acordo com a manipulação efetuada ao inserir essa agulha, no que se refere à intensidade, ao movimento giratório no sentido ou anti-horário e à frequência (YAMAMURA, 2004). O tratamento pela acupuntura baseia-se no uso dos pontos de Acupuntura que se situam sobre os Canais (meridianos), localizados abaixo da superfície do corpo, em lugares anatômicos específicos (ROSS, 1994), visando restabelecer a circulação da energia (Qi) nos Canais de Energia, dos Órgãos e das Vísceras e, com isso, levar o corpo a uma harmonia de energia e de matéria (YAMAMURA, 2004). Quando ocorre o desequilíbrio do organismo, começam a surgir as patologias. Segundo a Medicina Chinesa, os fatores que originam as doenças podem ser de Constituição, Fatores Patogênicos Externos ou fatores climáticos, Fatores Patogênicos Internos ou fatores emocionais ou e Fatores que não são nem Externos nem Internos, os chamados fatores do Estilo de Vida (ROSS, 2002). Existe um órgão que está intimamente relacionado com os fatores patogênicos externos que é o Pulmão. Ele capta o ar diretamente do exterior, e se os poluentes do ar ou as condições climáticas rigorosas entrarem no organismo vão direto para o órgão. Daí a fragilidade desse Órgão (MOLE, HICKS, HICKS, 2007). O Pulmão faz parte do elemento Metal, ele capta o Qi (Energia) exterior por meio da respiração. Também é diretamente responsável pela distribuição de energia pelo corpo nos diversos órgãos e superficialmente, que impede a entrada de fatores de adoecimento no organismo. Resfriados freqüentes e transpiração espontânea são sinais de baixa de Qi dos Pulmões (CAMPIGLIA, 2010). Respirar é algo tão natural que até se esquece. A troca gasosa do oxigênio e gás carbônico traz um benefício essencial ao organismo fisiologicamente e energeticamente. Exercícios de respiração e atividades físicas melhoram a captação do oxigênio e do Qi. A expiração expulsa o Qi antigo e a inspiração absorve novo Qi (ODOUL, 2003). O Qi é uma substância fundamental e a respiração está diretamente associada à própria vida. Quem morre expira, dá o suspiro final. Ela é, portanto, fonte de energia, pois o ar que entra no organismo traz consigo o oxigênio, essencial à vida e ao funcionamento das células (CAMPIGLIA, 2010). A questão do equilíbrio entre a atividade e o repouso afeta o Qi diretamente. Quando exercemos nossas atividades, consumimos o Qi; quando descansamos, o Qi é restaurado (MACIOCIA, 2007). Qualquer atividade física que se destina a melhorar a prontidão dos sentidos, que desenvolve a percepção do corpo e que promove a capacidade de se mover de maneira coordenada ajuda a desenvolver o Po (Espírito do Pulmão ou Alma Corpórea) (MOLE, HICKS, HICKS, 2007). O Po também fornece às pessoas a capacidade de ter

sensações claras. Um Po forte significa que os sentidos físicos das pessoas são aguçados e isso, por sua vez, permite que elas sejam física e espiritualmente alertas e animadas (MOLE, HICKS, HICKS, 2007). A atividade física é definida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte em gasto energético maior que os níveis de repouso" (CASPERSEN et al,1985 apud POWERS, HOWLEY, 2000). Essa atividade resulta no gasto de energia proporcional ao trabalho muscular e está relacionada ao condicionamento físico (POWERS, HOWLEY, 2000). Ela promove mudanças corporais, melhora a auto-estima, a autoconfiança e a afetividade, aumentando a socialização. O equilíbrio correto entre o excesso e a falta de exercícios varia de indivíduo para indivíduo e é importante que as pessoas tenham consciência do próprio corpo (MOLE, HICKS, HICKS, 2007). O excesso de atividades físicas é uma causa comum de patologia. O equilíbrio adequado entre trabalho / exercício e repouso é obviamente essencial para a saúde, e a maioria das pessoas excedem para um dos extremos, ou fazem muito ou pouca atividade física, trabalham muito e falham em obter um descanso adequado (MACIOCIA, 2007). Em relação ao exercício Ross (2002) coloca que excesso de exercício vigoroso causa a exaustão, exercício insuficiente causa frustração e depressão, exercício em excesso durante a menstruação causa menorragia, e exercício vigoroso sem aquecimento adequado causa torção muscular. Algumas pessoas são famosas por estimularem excessivamente a si mesmas ao ponto de entrarem em colapso em virtude da obsessão pelo condicionamento físico. Isso em geral enfraquece o Qi e os Rins e o baço de forma específica (MOLE, HICKS, HICKS, 2007). Uma quantidade razoável de exercícios é benéfica e essencial à boa saúde. Mas o excesso de atividade física depauperará o Qi. O exercício físico excessivo é particularmente lesivo se realizado durante a puberdade, especialmente às meninas, que podem desenvolver problemas menstruais no futuro (MACIOCIA, 2007). Quanto ao estilo de vida Ross (2002) descreve que o excesso de trabalho mental pode danificar o baço, excesso de sexo pode deteriorar os rins e a falta de exercícios pode resultar em Deficiência e Estagnação do Qi (energia). A prática regular de exercícios físicos ou esportes é considerada como fator de proteção à saúde das pessoas (IBGE, 2013). De acordo com a OMS, atualmente, 31% da população global não pratica nenhum tipo de atividade física. O sedentarismo está associado a 3,2 milhões de mortes anuais, sendo 2,6 milhões em países pobres e em desenvolvimento, além de 670 mil óbitos prematuros (pessoas com menos de 60 anos) (PORTAL BRASIL, 2011). A atividade física regular é essencial para a circulação adequada do Qi. A falta de exercício conduzirá á estagnação do Qi. Os tipos orientais de exercícios, como Yoga ou Tai Chi, objetivam o desenvolvimento do Qi, em vez de trabalhar somente os músculos, sendo muito benéficos e recomendados aos pacientes que sofrem de Deficiência do Qi, que não possuem energia suficiente para suportar os tipos ocidentais de exercícios (MACIOCIA, 2007). Segundo a tradição chinesa quem praticar Tai Chi regularmente alcançará a paz de espírito de um sábio, a robustez física de um lenhador e a elasticidade de um bebê (METHFESSEL, 2006). O nível recomendado de atividade física no lazer é de, pelo menos, 150 minutos semanais de atividade física de intensidade leve ou moderada ou de, pelo menos, 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa (IBGE, 2013), estudos demonstram que as crianças estão fazendo um terço a menos de exercícios do que faziam na década de 1930. Nos dias de hoje, com o maior uso do carro, da televisão e de jogos eletrônicos, as crianças facilmente deixam de se exercitar (MOLE, HICKS, HICKS, 2007). Os exercícios devem ser praticados desde a infância e juventude, de modo a criar hábitos saudáveis no estilo de vida de cada indivíduo. As oportunidades para indivíduos adultos serem fisicamente ativos podem ser classificadas 6

em quatro domínios: no lazer (no tempo livre), no trabalho, no deslocamento e no âmbito das atividades domésticas (IBGE, 2013). Alguns exemplos de atividades físicas de intensidade leve ou moderada são: a caminhada, musculação, hidroginástica, dança e ginástica em geral. Como exemplos de atividades físicas de intensidade física vigorosa há a corrida, os esportes coletivos no geral, ginástica aeróbica, entre outras atividades que aumentem a freqüência cardíaca muito além dos níveis de repouso (IBGE, 2013). O Ministério da Saúde (MS) lançou em 2011, o Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil (DCNT), com metas e ações previstas até 2022. Cerca de 40% da população adulta brasileira, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas, possui pelo menos uma DCNT (IBGE, 2013). Essas doenças são responsáveis por mais de 72% das causas de mortes no Brasil. A hipertensão arterial, o diabetes, a doença crônica de coluna, o colesterol e a depressão são as que apresentam maior prevalência no país. A existência dessas doenças está associada a fatores de risco como tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, níveis elevados de colesterol, baixo consumo de frutas e verduras e sedentarismo (PORTAL SAÚDE, 2014). A atividade física tem um papel importante na redução da incidência de certos tipos de tumores e o sedentarismo é o quarto maior fator de risco quando se considera o total de óbitos registrados em todo o mundo (PORTAL BRASIL, 2011). As doenças crônicas não transmissíveis são importantes causas de mortalidade no país, além de causarem outras enfermidades que afetam a capacidade e a qualidade de vida da população (PORTAL SAÚDE, 2014). Benefícios significativos para a saúde já podem ser obtidos com atividades de intensidade relativamente baixa, comuns no cotidiano, como andar, subir escadas, pedalar e dançar (CARVALHO et al, 1996). Dentre esses benefícios alguns podem ser notados na aparência, com a melhora do visual e da postura, os músculos ficam mais eficientes e com melhor tônus, combate o excesso de peso e o acúmulo de gordura; no trabalho aumenta a produtividade, diminui a propensão às doenças, melhora o índice de freqüência e a capacidade para esforços físicos, combate o estresse, a indisposição e a ansiedade; no dia a dia aumenta a disposição para as tarefas cotidianas, o coração trabalha de forma mais segura e eficiente, melhora o fôlego, a elasticidade, a flexibilidade do corpo, a qualidade do sono e alimentação, além de maior autoestima e vive melhor; na saúde, aumenta a qualidade e a expectativa de vida, melhora o sistema imunológico, previne e reduz os efeitos de doenças como: cardiopatias, estresse, obesidade, osteoporose, hipertensão arterial, deficiências respiratórias, problemas circulatórios, diabetes, as alterações das taxas de colesterol (lipídicas). Matsudo & Matsudo (2000) apud Assumpção, Morais, Fontoura, (2002), afirmam que os principais benefícios à saúde advindos da prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Uma pessoa sedentária necessita passar por uma avaliação de seu estado de saúde antes de participar de exercícios (POWERS, HOWLEY, 2000). Indivíduos sintomáticos e/ou com importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares, metabólicas, pulmonares e do sistema locomotor, que poderiam ser agravadas pela atividade física, exigem avaliação médica especializada (CARVALHO et al, 1996). Todo início ou reinício de atividades deve ser gradativo. Dentre os inúmeros benefícios que a prática de exercícios físicos promove, um dos principais é a proteção da capacidade funcional em todas as idades (FRANCHI et al, 2005). Ao longo da vida recebemos muitas influências como da alimentação, dos sentimentos, do sono, dos exercícios, etc... e é diferente de pessoa para pessoa, assim como é diferente o metabolismo de cada corpo (QING, 1999). Dados do IBGE (2013) descrevem que a média brasileira de pessoas acima de 18 anos que praticavam atividade física pelo período recomendado, 150 minutos semanais, nas horas de lazer/tempo livre foi de 22%, sendo a porcentagem decrescente com o decorrer a idade. A proporção de adultos classificados na condição de insuficientemente ativos foi de 46%. A 7

8 atividade física deve ser utilizada com outras terapias para reduzir o risco de doença coronariana daqueles que apresentam outros fatores de risco (POWERS, HOWLEY, 2000). Em 1979, a Organização Mundial de saúde (WHO, 2002) editou uma lista de 41 doenças que apresentaram excelentes resultados com o tratamento de acupuntura, e em 2002 publicou o documento com os resultados, onde foram analizadas a eficácia da acupuntura em comparação com a terapia convencional para 147 doenças, sintomas e condições de saúde, Alguns desses resultados foram citados na tabela 2. Local Doença - Sintoma Acupuntura x Terapia Convencional Afecções Físicas Afecções da Pele Afecções no Pulmão e Vias Respiratórias Afecções do Coração Afecções do Fígado, Vesícula Biliar, Distensão muscular Dor cervical Dor aguda na coluna Dor lombar Ciática Inflamação no tórax e costelas Dor no joelho Cotovelo de tenista Periartrite no ombro Fibromialgia Osteoartrite Artrite reumatóide Gota / artrite Acne Eczema Herpes zoster Gripe Comum Dor de Garganta Rinite alérgica Asma Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) Hipertensão Hipotensão Doença coronariana e angina Doença cardiopulmonar crônica Neurose cardíaca Cólica biliar Cálculo na vesícula biliar Alívio da dor e desaparecimento dos sintomas em 82% dos casos Eficácia em 67% dos casos Melhora imediata da dor, aumento significativo na flexo-extensão das costas e ganho na condição do corpo ereto Eficácia em 72% dos casos (superior à medicação convencional) Eficácia em 96% dos casos Cura obtida em 65% dos casos Alívio completo da dor em 65% dos casos Eficácia em 62% dos casos e alívio da dor em 80% após a 1ª sessão Cura obtida em 66% dos casos Melhora significativa Melhora em 61% dos casos (superior à medicação convencional) Alívio da dor em 90% dos casos Melhora em 100% dos casos e redução do ácido úrico similar à medicação convencional Desapareceu em 59% dos casos após 10 dias de tratamento Melhora razoável desapareceram as dores e as sarnas após 1,5 a 6 dias Melhora razoável Melhora em 90% dos casos Eficácia em 97% dos casos (superior e mais duradoura que a medicação convencional) Efeito antiasmático em 93% dos casos e maior ventilação pulmonar em 68% dos casos Melhora significativa após três semanas Eficácia similar à medicação convencional, mas sem efeitos colaterais A pressão foi normalizada em 95% dos casos dos sintomas em 85% dos casos, melhora na dor em 74% dos casos e melhora no eletrocardiograma em 69% dos casos Eficácia em 90% dos casos Eficácia superior à medicação convencional Eficácia em 94% dos casos Eficácia em 94% dos casos

9 Estômago e Intestinos Hepatite B (vírus portador) Eficácia em 94% dos casos Dor abdominal Cólica estomacal Cólica intestinal Espasmo gastrointestinal Náuseas e vômitos- Magnetoacupuntura Hiperacidez no estômago Úlcera Enterite (inflamação bacteriana no intestino) Hemorróida Melhora em 98% dos casos Alívio da dor em 98% dos casos Alívio da dor em 98% dos casos Alívio da dor em 98% dos casos após 30 minutos Eficácia em 93% dos casos Eficácia em 95% dos casos Eficácia em 97% dos casos Cura obtida em 87% dos casos e a cultura de fezes ficou negativa após sete dias Cura obtida em 77% dos casos Afecções nos Rins Cólica renal Alívio da dor em 100% dos casos Cálculo renal Pedras expelidas em 78% dos casos e cura obtida em 90% dos casos Retenção urinária traumática Eficácia superior à medicação convencional Infecção urinária recorrente Desobstrução do trato urinário em 85% dos casos Afecções do Sistema Circulatório Sindrome de Raynaud (mão e pés frios) Melhora significativa e aumento considerável do fluxo sanguíneo Dor em tromboangite Eficácia em 93% dos casos Afecções do Sistema Nervoso Afecções do Sistema Endócrino Afecções dos Olhos, Ouvidos, Nariz e Boca Excesso de gordura no sangue Enxaqueca Tontura Neuralgia do trigêmeo Lesão crânio-cerebral Arteriosclerose Coma AVC - sequela: hemiplegia Paralisia facial Febre hemorrágica epidêmica Obesidade Diabetes mellitus Sensibilidade Vista turva Daltonismo Ataque súbito de surdez Zumbido Sangramento nasal Excesso de salivação Dor de dente pós tratamento Dimunuição em 90% dos casos Eficácia em 80% dos casos Eficácia em 75% dos casos Efeito analgésico em 100% dos casos Cura obtida em 86% dos casos Aumento da memória, da inteligência e da capacidade de cuidar de si mesmo em 68% dos casos Recuperação em 59% dos casos Recuperação em 66% dos casos Cura obtida em 96% dos casos Regula a micção, cura a perda de proteína pela urina e reduz o inchaço nos rins Supressão do apetite em 95% dos casos Redução do açucar do sangue em 20% dos casos Melhora em 50% dos casos Cura obtida em 50% dos casos Discriminação das cores melhorou após três cursos de tratamento de 7-12 dias cada Eficácia em 90% dos casos após duas semanas Eficácia em 23% dos casos (superior à medicação convencional) Cura obtida em 85% dos casos Diminuição da saliva em 97% dos casos Efeito analgésico com duração de 24 a 48 horas

10 Afecções da Cabeça Afecções Psíquicas e Psicossomáticas Dor de cabeça Espasmo facial Depressão Ansiedade Insônia Síndrome do stress competitivo Retardo mental Alívio imediato em 80% dos casos, diminuição da frequência em 50% dos casos e alteração significativa no exame de eletro-miografia Eficácia em 70% dos casos Eficácia similar à medicação convencional, mas sem efeitos colaterais Eficácia superior à medicação convencional O sono foi totalmente normalizado em 98% dos casos Eficácia em 93% dos casos Aumento de 21% do quociente de inteligência e de 18% da adaptabilidade social Afecções Masculinas Impotência sexual (não orgânica) Eficácia em 60% dos casos Aecções Femininas Ejaculação precoce Inflamação próstata TPM Dor menstrual Cistite Obstrução da trompa Ovário policistico Infertilidade Eficácia em 83% dos casos Alívio dos sintomas e melhora das funções sexuais superior à medicação convencional Alívio completo dos sintomas, sem recorrência por seis meses, em 92% dos casos Melhora em 91% dos casos Eficácia em 88% dos casos após seis semanas de tratamento Cura obtida em 81% dos casos Cura obtida em 94% dos casos Eficácia em 75% dos casos Menopausa Eficácia em 77% dos casos Gestação e Enjôo Melhora em 97% dos casos Amamentação Eficácia em 93% dos casos (aumenta atividade Correção da posição do feto fetal e encaixa a cabeça do bebê) Lactação deficiente aumento da lactação em 92% dos casos Afecções infantis 1ª sessão: cura em 82% dos casos; três dias de Diarréia tratamento: cura em 98% dos casos Convulsões cessaram em 98% dos casos após Convulsão dois minutos de aplicação nos pontos de acupuntura Obesidade infantil Redução significativa dos níveis de gordura, glicose, hidrocortisona e tri-iodo-tironina Dependência Química Álcool Diminui a necessidade de ingerir álcool Tabaco Diminui o desejo de fumar em 13% dos casos, redução no hábito de fumar em 20% dos casos e redução no prazer de fumar em 70% dos casos Cocaína Diminuição dos sintomas de abstinência em 44% dos casos Câncer Náuseas, vômito e falta de apetite foram Reações adversas ao tratamento de eliminados em 93% dos casos; tontura e radioterapia e quimioterapia cansaço forma minimizados consideravelmente Perda de leucócitos Aumento dos leucócitos em 90% dos casos Analgesia imediata: efeito em 70% dos casos Dor causada por câncer (similar à medicação convencional); analgesia prolongada: efeito em 92% dos casos (superior à medicação convencional) Fonte: Adaptado de World Health Organization (2002) Tabela 2: Eficácia da Acupuntura em relação ao tratamento convencional (medicamentos)

11 Conclusão Durante milênios, acreditou-se que o mecanismo de ação de Acupuntura fosse puramente energético, ou seja, aceitava-se apenas a concepção dos canais de energia. No entanto, com a difusão da Medicina Tradicional Chinesa no Ocidente, muitos pesquisadores começaram a questionar sobre a participação das estruturas orgânicas no mecanismo da ação da Acupuntura (YAMAMURA, 2004). Yamamura (2004) ainda descreve que no contexto da embriologia energética e subseqüente da embriologia morfológica, a energia incorpora-se à matéria para que, juntas, promovam a atividade da matéria, que pode manifestar-se no nível energético, constituindo as atividades orgânicas, e também no nível da matéria, produzindo diferentes substâncias. Uma dessas substâncias é a serotonina, hormônio responsável pelo bem estar, e tanto a acupuntura como a atividade física podem proporcionar esse sentir. Cada vez mais pesquisas estão sendo realizadas no campo da atividade física e acupuntura. O número de pessoas idosas vem crescendo mundialmente, e a busca por alternativas que melhorem a qualidade de vida também cresce. A qualidade de vida está conceitualmente definida como a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida no contexto sociocultural, que considera seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações, está relacionada com o bem-estar pessoal e abrange aspectos como o estado de saúde, lazer, satisfação pessoal, hábitos e estilo de vida (ASSUMPÇÃO, MORAIS, FONTOURA, 2002). Atualmente existe uma profusão de terapias corporais visando, em geral, o bem estar conjunto da psique e do corpo. No Oriente, as medicinas chinesa, hindu e tibetana são exemplos do tratamento conjunto dos dois aspectos (corpo e mente). No Ocidente, apesar do modelo cartesiano e reducionista do último século, há princípios que buscam a integração da mente e do corpo, mostrando a preocupação com a manutenção de um equilíbrio e de uma saúde global (CAMPIGLIA, 2010). Com o avanço e progresso da medicina moderna é possível descobrir a causa das doenças, bem como curá-las e recuperar a saúde, mas também existem diversos métodos de manutenção da saúde, medidas preventivas e métodos terapêuticos que fica até difícil escolher qual usar quando nos vemos doentes (QING, 1999). A saúde é influenciada por muitos fatores, incluindo fatores herdados e constitucionais. Estilo de vida, nível de atividade, descanso, relacionamentos amorosos, exercícios, dietas, crenças e atitudes positivas, autoestima, personalidade autêntica e ausência de padrões auto bloqueadores, todos contribuem na manutenção da saúde. Cada indivíduo precisará entender seu próprio corpo, mente e espírito ao buscar o equilíbrio para permitir ao corpo manter um estado dinâmico de homeostase (FRITZ, PAHOLSKY, GROSENBACH, 2002). O acupunturista precisa selecionar métodos de autoajuda apropriados á personalidade do paciente e seu estilo de vida, também agradáveis e recompensadores. Isso se aplica não somente aos sistemas de nutrição, exercício e meditação, mas também às técnicas de reorganização do trabalho e da vida diária (ROSS, 2002). Os indivíduos que aumentaram sua atividade física e/ou sua função cardiorrespiratória apresentam uma menor taxa de mortalidade geral em comparação com os que permanecem sedentários (POWERS, HOWLEY, 2000). Em muitas situações os benefícios da acupuntura serão limitados, a menos que os pacientes se esforcem para promover mudanças em si e em suas vidas, ou pelo menos, para aplicar um mínimo de autoajuda (ROSS, 2002). Muitos pacientes comparecem às sessões de acupuntura, sentem-se melhor, mas pouco ou nada fazem para mudar seus hábitos de vida, que são, na maioria das vezes, os causadores das doenças e dos desequilíbrios. Esse é o ponto-chave para determinar quais pacientes irão evoluir. A fim de que a Medicina Chinesa não seja simplesmente mais um remédio na história do paciente, este necessita interagir ativamente com o tratamento, buscando, em sua vida, alternativas saudáveis para seu modus vivendi (CAMPIGLIA, 2010). O principal problema

para mudar costuma ser a falta de motivação. Muitos pacientes estão desanimados pelas inevitáveis contrariedades, então acabam se rendendo a elas. Até certo ponto isso pode ser melhorado pelo tratamento por acupuntura (ROSS, 2002). As práticas alternativas visam assistir o indivíduo em todos os aspectos, seja na prevenção, tratamento ou cura. Buscam o equilíbrio do corpo humano, mediante o uso de técnicas que promovem a valorização da influência da mente e das emoções no processo saúde-doença, importantes para a melhora da qualidade da vida das pessoas. A implantação de programas no sistema público de saúde vem crescendo, o acesso gratuito a práticas de saúde como Homeopatia, Plantas Medicinais e fitoterapia, Medicina Tradicional Chinesa (MTC/acupuntura) e Termalismo (uso de águas para tratamento de saúde) cresceu no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2007, foram realizados 97.240 procedimentos de acupuntura e, em 2008, foram 216.616, crescimento de 122% (PORTAL SAÚDE, 2010). Ainda são poucas as cidades que atuam com as terapias alternativas no sistema público de saúde. As práticas corporais, como Lian Gong e Tai Chi Chuam, também se tornaram mais acessíveis aos usuários. Em 2007, foram realizadas 27.646 práticas, enquanto, em 2008, o SUS contabilizou 126.652 crescimento de 358% (PORTAL SAÚDE, 2010). Essas atividades corporais orientais além de movimentar o corpo, ajudam na movimentação energética, pois geralmente trabalham respiração, concentração, meditação, o que contribui muito com a integração e conhecimento sobre si. Além do Lian Gong e o Tai Chi Chuam, existem também a Yoga e o Chi Kung que também são conhecidos no ocidente. O sistema de saúde chinês é semelhante ao sistema de cura de outras culturas que buscam promover a saúde por meio da busca da homeostase em vez da eliminação dos sintomas (FRITZ, PAHOLSKY, GROSENBACH, 2002). A MTC não trata jamais só da mente ou do corpo, mas, sim, da unidade funcional mente-corpo (CAMPIGLIA, 2010). O homem tem de respeitar a ordem e as leis da natureza, se não as respeitar a corrente de Qi e do sangue ficará perturbada, o metabolismo deixará de ser realizado de forma normal, o equilíbrio do corpo ficará alterado e, além disso tudo, ficará doente (QING, 1999). A saúde é o resultado da adaptação efetiva do organismo ás mudança. A doença ocorre quando a necessidade de adaptação excede a capacidade do corpo e desequilibra os resultados (FRITZ, PAHOLSKY, GROSENBACH, 2002). Quem souber manter a boa saúde freqüentemente sente em si um superávit de energia. Alguém com superávit de energia tem ouvidos aguçados e boa visão, é ágil e goza de sólida saúde mesmo em idade avançada (CHUNCAI, 1999). Manter a saúde significa manter um corpo livre de enfermidades, a autêntica saúde conseguese fortalecendo a capacidade natural de cura que todos nós possuímos (QING, 1999). Tanto a atividade física como a acupuntura prezam pela prevenção e manutenção da saúde e bem estar, no entanto ainda as pessoas recorrem a elas como últimos recursos para melhorar um sintoma ou doença. Os benefícios são muitos como se pode observar, e associando uma com a outra, ocorre a potencialização de ambas. É necessário ainda que se invista em programas de prevenção, assim reduzindo gastos com medicamentos (que geralmente possui algum efeito colateral), além de melhorar a qualidade de vida de maneira funcional. Nós ocidentais ainda estamos acostumados a tratar o sintoma, retirando ele do contexto que é o organismo humano, existem muitas especialidades que tratam diferentes partes desse organismo, e dificilmente ele é visto como um todo, e sim fragmentado. A Medicina tradicional chinesa se baseando na natureza enxerga o corpo como um todo e busca a origem do problema para curar o organismo de uma maneira geral. É importante que essas práticas conhecidas como alternativas se tornem mais populares e acessíveis à população, assim como os benefícios da atividade física vem sendo difundidos na mídia, a acupuntura vem contribuir com a prevenção de doenças e manutenção da saúde. 12

13 Referências ASSUMPÇÃO, Luis Otavio Teles; MORAIS, Pedro Paulo de; FONTOURA, Humberto. Relação entre atividade física, saúde e qualidade de vida. Revista digital Buenos Aires. Nº52. 2002. Disponível em <http://www.efdeportes.com/efd52/saude.htm> Acesso em: 04 Mar 2015. CAMPIGLIA, Helena. Psique e Medicina Tradicional Chinesa. 2ª ed. Roca, 2010. CARVALHO, Tales de; et al. Posição oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde. Revista Brasileira Medicina Esporte- vol2, nº4 Out/Dez, 1996. Disponível em <http://saudeemovimento.net.br_wp-content_uploads_bsk-pdf-manager_265_2014-07-07.pdf> Acesso em: 04 Mar 2015. CHUNCAI, Zhou. Clássico de Medicina do Imperador Amarelo: Tratado Sobre a Saúde e Vida Longa. São Paulo: Roca, 1999. DULCETTI JR, Orley. Pequeno Tratado de Acupuntura Tradicional Chinesa. São Paulo: Andrei, 2001. FRANCHI, Kristiane Mesquita Barros; et al. Atividade Física: uma necessidade para a boa saúde na terceira idade., 2005. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. Disponível em <http://www.redalyc.org_pdf_408_40818308.pdf> Acesso em: 04 Mar 2015. FRITZ, Sandy; PAHOLSKY, Kathleen M.; GROSENBACH, M. James. Terapias pelo Movimento. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2002. IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Disponível em <http://portalsaude.saude.gov.br_images_pdf_2014_dezembro_12_pns2013.pdf> Acesso em: 04 Mar 2015. MACIOCIA, Giovanni. Os Fundamentos da Medicina Chinesa: um texto abrangente para acupunturistas e Fitoterapeutas. 2ª ed. São Paulo: Roca, 2007. METHFESSEL, Thomas. Manual de Tai Chi. Lisboa: Dinalivro, 2006. MOLE, Peter; HICKS, John; HICKS, Angela. Acupuntura Constitucional dos Cinco Elementos. 1ª ed. São Paulo: Roca, 2007. ODOUL, Michel. Diga-me onde dói e eu te direi por quê: os gritos do corpo são as mensagens das emoções. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. PORTAL BRASIL, Atividade física moderada pode reduzir risco de câncer de mama e de cólon. 2011. Disponível em <http://www.brasil.gov.br/oms>. Acesso em: 04 Mar 2015. PORTAL SAÚDE. Pesquisa Nacional de Saúde. 2014. Disponível em <http://www.portalsaude.gov.br/index.php/cidadao/pincipal/agencia-saude> Acesso em: 04 Mar 2015. PORTAL SAÚDE. Acesso à medicina não convencional cresce no SUS. 2010. Disponível em <http://www.portalsaude.gov.br> Acesso em: 04 Mar 2015. POWERS, Scott K.; HOWLEY, Edward T.. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2000. QING, Sun Jun. Chikung: a iluminaçao do coração através do Wudang Chikung. São Paulo: Madras, 1999. ROSS, Jeremy. Combinação dos Pontos de Acupuntura: A Chave para o Êxito Clínico. São Paulo: Roca, 2002. ROSS, Jeremy. Zang Fu: Sistema de Órgãos e Vísceras da Medicina Tradicional Chinesa. São Paulo: Roca, 1994. SITE: <http://www.escola-amor.com.br/artigos/a9.php> Acesso em: 25 Abr 2015.

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