SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJA. A Responsabilidade Social nas Empresas e o Trabalho Voluntário



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Transcrição:

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJA A Responsabilidade Social nas Empresas e o Trabalho Voluntário Jaqueline de Morais dos Santos Aluno do Curso de Administração de Empresas Unaerp Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá Jaque186@gmail.com Diane de Souza Prieto Aluno do Curso de Administração de Empresas Unaerp Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá dianeprieto@yahoo.com.br Roseli Ribeiro de Araújo Aluno do Curso de Administração de Empresas Unaerp Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá roseliarau@gmail.com Este simpósio tem apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee RESUMO Este trabalho apresenta princípios sobre a idéia e planejamento da responsabilidade social nas empresas e no ambiente social em geral, e expõe sua principal base de realização, o voluntariado. Expõe também a ordem de como surgiu este espírito pelo trabalho voluntário no Brasil, como se expandiu em meio à resistência de antigos conceitos na sociedade, e como pode ser transformado em um segmento de base e colaborador para os diversos tipos de organizações que existem no mundo. Apresenta as características que o voluntariado pode ter e de que forma tais características podem influenciar no trabalho efetuado pelos funcionários das organizações e também as atitudes e pensamentos das comunidades ao redor dos projetos sociais executados por estas organizações. A visão de esperança e evolução de vida que o trabalho voluntário mostra para a maioria dos núcleos de comunidades carentes que o país possui, a importância desse tipo de ação social e como procedem os investimento das empresas para o crescimento desta área na infra-estrutura da própria empresa. Mas de forma geral, tem o objetivo de provar que a ética, os valores humanos e os princípios morais, são os elementos que dão base e força para uma sociedade e os pequenos grupos que geram o progresso dentro dela, as empresas, de sempre continuarem no caminho da harmonia e evolução do mundo. Palavras-chave: Responsabilidade Social, Voluntariado, Organizações.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1.1. A História do Trabalho Voluntário 1.2. O Voluntariado Empresarial e a Responsabilidade no Brasil 2. TRABALHO VOLUNTÁRIO 2.1. O Conceito do Trabalho Voluntário Brasileiro 2.2. O Trabalho Voluntário nasce nas comunidades carentes 2.3. A Importância do Trabalho Voluntário para os jovens carentes 3. VOLUNTARIADO EMPRESARIAL 3.1. As Empresas Cidadãs aderem ao Voluntariado 3.2. Características do Voluntariado Empresarial 3.2.1. Voluntariado Facultativo 3.2.2. Voluntariado Democrático 3.2.3. Voluntariado Eficaz 3.2.4. Voluntariado Anti-Marketing 4.RESPONSABILIDADE SOCIAL 4.1. Conceito de Responsabilidade Social 4.2. A visão da Responsabilidade Social para as empresas 4.3. Benefícios da Responsabilidade Social para as empresas 5. RESULTADOS 5.1. Quadro Análise do Ganho Educação x Produtividade 6. DISCUSSÃO 7. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. INTRODUÇÃO 1.1 A história do Trabalho Voluntário no Brasil Inicialmente este artigo irá abordar o Trabalho Voluntário de uma forma geral e de forma específica será abordado o Voluntariado Empresarial como Responsabilidade Social nas empresas brasileiras. O voluntariado surgiu no Brasil no século XVI, quando as organizações religiosas, as igrejas, que na sua maioria eram católicas, introduziram atividades em instituições ligadas à saúde, as chamadas Santas Casas conforme o modelo de Portugal. A primeira Santa Casa de Misericórdia foi implantada em 1543, sendo por muitos anos um trabalho feminino. Posteriormente, o país iniciou-se economicamente com o sistema produtivo, das grandes plantações, época em que se traziam os negros africanos para trabalharem nas fazendas, formando um processo de produção movido do escravismo, originando três sentimentos bases do voluntariado na época, tais como: a compaixão, a solidariedade, e a indignação. No Brasil, os negros escravizados usaram os sentimentos de solidariedade nas suas crenças religiosas trazidas com sua cultura própria na união de socorro mútuo, mantendo assim a prática do voluntariado mesmo depois da libertação. Ainda no Brasil nos tempos de imigração, tanto de pessoas de outros países como também pessoas de diferentes regiões brasileiras, o voluntariado solidário, contribuiu para a formação e a relação de algumas comunidades, como os nordestinos em São Paulo, os gaúchos no Centro - Oeste, os descendestes dos imigrantes Orientais, judeus etc., e até mesmo nas relações de boa vizinhança, que o voluntariado praticou entre diferentes religiões. Um exemplo bem típico do Brasil de voluntariado solidário é o mutirão, pode se dizer que é uma reunião de vizinhos, companheiros de trabalho, ou seja, qualquer reunião de pessoas com o intuito de realizar uma determinada tarefa em prol do benefício de uma pessoa ou mais pessoas. Na década de 90, o trabalho voluntário cresceu tanto em sentido de consciência nas pessoas e também em sentido de números de pessoas como voluntárias, pois surgiu o Programa de Voluntários criado em 1996, organizado

pela antropóloga Ruth Cardoso, esposa do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Este programa tinha como propósito seguir um voluntariado participativo, cidadão e dar uma extensão nacional ao movimento, constituindo em quatro anos mais de 30 centros voluntários, instituições nunca vistas no país, difundidas por 16 estados e o Distrito Federal. Eram núcleos regionais formando e organizando a procura e o incentivo de voluntários, investimentos que pudessem ser feitos sobre o tema. Começava os primeiros estudos sobre o voluntariado no Brasil, pesquisas e manuais foram produzidos sobre o trabalho voluntário na época. Foram constatados pelo censo de 2005 que no Brasil mais de 19,7 milhões de voluntários, eram 53% homens e 47% mulheres, o que demonstrava que desde o início que do trabalho voluntário praticado no Brasil, muitos conceitos foram mudados, pois a princípio eram apenas mulheres e até 2005 o número de homens voluntários havia ultrapassado o número de mulheres voluntárias, ainda que em pequena porcentagem. 1.2. O Voluntariado Empresarial e a Responsabilidade Social no Brasil Foram introduzidos no Brasil novas formas de voluntariados, inspirados em modelos internacionais, e pelos bons resultados que demonstravam assim foi se conquistando o empresariado brasileiro, e originando o voluntário empresarial, que depois de muitas transformações de idéias sociais relacionadas aos interesses empresariais, formaram uma modalidade que está sendo implantado atualmente no ambiente das organizações, que é a responsabilidade social. O voluntariado empresarial é uma modalidade que surgiu na década de 70 nos Estados Unidos, e no Brasil vem crescendo muito, pois veio para o país com intuito de ser uma solução ao empenho dos empregados para o bem-estar das comunidades ao seu redor, no começo os próprios empregados desenvolviam as ações voluntárias, mas depois foram apoiados pelas empresas, que pretendiam agir de maneira responsável pela sua área.

2. Trabalho Voluntário 2.1. O conceito do Trabalho Voluntário brasileiro Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança 1996 Uma definição concluída de um recente estudo realizado na Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança dá um conceito muito bem característico de Trabalho Voluntário para perfil dos voluntários brasileiros, é a de que todos agem como um ator social e agente de transformação, que prestam serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realizam um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos propósitos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político e emocional 2.2. O Trabalho Voluntário nasce nas comunidades carentes. Como uma das principais motivações, o fator emocional é o que mais faz diferença, já que a maioria da população brasileira cresce em meio a dificuldades sociais, econômicas, tornando as famílias quase sempre desestruturadas nas comunidades mais carentes, e devido a todos estes problemas de origem política, é muito comum ver nas periferias do Brasil, a existência de dois grupos bem distintos de jovens, a saber: 1) Os jovens que nascem, crescem e vivem ao redor da pobreza, miséria e descaso do governo responsável que não faz nada para mudar esta situação, e com a influência do lugar que não é digno de boa qualidade de vida, sendo assim motivo para uma série de problemas que podem ocorrer para estas famílias, conseqüentemente crescem crianças frustradas de nunca terem tido uma família bem estruturada, se tornam jovens do grupo da revolta, e com raiva da realidade cruel de suas comunidades carentes, então por muitas vezes se perdem no mundo do crime e da violência e fatalmente pioram suas vidas com seus atos ilegais contra a sociedade, daí se formam adultos revoltados com a sociedade que nunca os deixaram sair das periferias e poderem ter um mínimo de dignidade quanto à qualidade de moradia, saúde, segurança e educação.

2) Mas em contrapartida, existem jovens que formam o grupo da esperança, que independente das condições humildes que nasceram, ou seja, as periferias cada vez mais esquecidas, que aumentam ainda mais com a pobreza do lugar onde moram não se deixaram abalar com a miséria e ódio, mas firmes nas bases que com dificuldades seus pais tentaram construir, mesmo correndo o risco de serem mais uma família entre as famílias que se desestruturam no caos da sociedade corrompida por certos políticos corruptos. Estes jovens estão lutando para crescerem em condições dignas, se esforçam para terem educação que lhes possam fornecer meios de terem um emprego descente para sustentarem suas famílias, se unem no espírito solidário, que obtiveram com tanto sofrimento, e determinam que podem sim mudar de alguma forma a sociedade onde vivem e principalmente as suas vidas. 2.3. A importância do Trabalho Voluntário para os jovens carentes Para o grupo da esperança de jovens pertencentes às comunidades carentes, geralmente têm suas idéias formadas para o sentido do voluntariado, já que se sensibilizam com o sofrimento e a dificuldade das outras pessoas ao redor. Por isso é comum verem unidos em igrejas e escolas, onde são seus pontos principais de encontro nas comunidades. E graças à boa formação social destes jovens, muitos deles estão conseguindo alcançar o que a maioria dos seus pais não conseguiram em suas juventudes, que é poder cursar o ensino superior. Muitos estão aproveitando todas as oportunidades para realizar o sonho de se tornarem universitários. Com a consciência da importância do Trabalho Voluntário estes jovens se mobilizam de verdade para os problemas sociais do país, e a partir daí, passam a ter chance de entrarem em grandes empresas que apoiam projetos sociais e acreditam que realmente estes jovens possuem um diferencial em seu caráter, pois se preocupam com suas comunidades carentes e não esperam o governo fazer algo, mas vão direto ao ponto. Tomam a iniciativa de agir, e com o apoio das empresas. As maiorias das empresas que possuem a responsabilidade social em sua missão organizacional estão criando projetos voltados para área mais necessitada

da sociedade, as comunidades carentes. Os empresários que seguem a idéia do voluntariado investem nestes projetos, pois acreditam que estes jovens universitários destinados a esse tipo de ação, ou seja, agir em prol da qualidade de vida das pessoas carentes, sem dúvida nenhuma, serão futuros empreendedores para um mundo melhor e mostram em suas personalidades o bom caráter e a ética, que é essencial para as organizações empresariais que visam um tempo indeterminado e prolongado para sua existência no mercado. 3. Voluntariado Empresarial 3.1. As Empresas cidadãs aderem ao Voluntariado As empresas passaram a dar importância para as comunidades, pois de forma direta, é onde vivem seus funcionários e seus familiares, ou de uma forma indireta, onde se encontram os consumidores e parceiros nas comunidades distantes, mas influenciam para as atividades da organização em geral. Estas empresas então passam, a organizar e criar disposição para o trabalho voluntário, envolvendo todos da organização, seja os próprios funcionários, os gerentes, os diretores, e ainda os familiares destas pessoas, e até mesmo os funcionários já aposentados, como também os clientes e fornecedores. O objetivo principal é proporcionar ações para benefício da comunidade, seja, na cultura, saúde, educação, capacitação profissional, preservação do meio ambiente, esportes, defesa dos direitos, lazer e outras áreas da sociedade. Com essas ações, podemos dizer que as empresas adotam definitivamente o trabalho voluntário, e decidem estudar e investir no voluntariado empresarial, como forma de um programa, que visa alcançar os resultados positivos, tanto para a organização como para comunidade. 3.2. Características do Voluntariado Empresarial É importante ressaltar, que apesar de as empresas divulgarem e incentivarem uma atitude voluntária de seus funcionários, apresentando todas as vantagens que essa ação trás para a própria comunidade e o ambiente onde

trabalham, existem características especiais para o voluntariado, que nem sempre auxiliam o programa voluntário, mas em todos os casos acabam sendo oportunas e de consenso para os que participam. 3.2.1. Voluntariado Facultativo O voluntariado empresarial não é obrigatório, só participa do programa o funcionário que quiser, e na medida em que poder ajudar, e mesmo que não possa participar, não será mal visto pelo restante dos companheiros de trabalho, pois independente da intenção, o mais importante é cumprir a freqüência e a responsabilidade com o programa. Assumir que não é possível a contribuição com as atividades é mostrar que há seriedade com o voluntariado exercido pelos companheiros de trabalho. 3.2.2. Voluntariado Democrático O voluntariado nas empresas é dirigido de uma forma democrática, todos os integrantes do programa podem e devem discutir as decisões que vão direcionar os rumos de todos os recursos e ações desenvolvidas para melhoria da comunidade. 3.2.3. Voluntariado Eficaz O programa de voluntariado empresarial tem o propósito de transformar as pessoas dentro da comunidade, de poder fazer a sociedade mudar diante do desenvolvimento destas pessoas. É lógico que essas alterações de comportamento e pensamento para uma sociedade, às vezes antiquada e desacreditada de seu crescimento social e cultural, acontecerá ao longo do tempo, por isso deve haver determinação para continuar com o voluntariado. Por isso, o programa de voluntariado visa à eficácia, ou seja, os bons resultados, dessa forma o voluntariado empresarial não pode ser visto como assistencialista, por que o objetivo não é socorrer os cidadãos apenas na hora em que precisam realmente de ajuda, mas sim trabalhar para que ocorra o progresso gradativo dessas pessoas.

3.2.4. Voluntariado Anti-Marketing É inevitável que as empresas que apóiam, financiam, investem, ou exercem qualquer influência relacionada aos projetos sociais, acabem ganhando outra imagem diante do mercado e da sociedade em que atuam, mas o voluntariado empresarial não pode fugir da missão social ao qual é destinado, que é a prestação de serviço direta as pessoas necessitadas das comunidades em geral. Portanto, as empresas que tentam se aproveitar da boa imagem social, ou seja, se beneficiar na mídia com os projetos sociais feitos nas comunidades, sempre caiem em contradição, e colocam todo o programa voluntário em risco, pois inviabiliza a possibilidade de adesão de outras pessoas voluntárias e até mesmo de órgãos do governo da área social que poderiam auxilia-lás, pois vêem com descrédito e falta de seriedade os projetos exercidos por essas empresas, em decorrência do marketing criado por meio do voluntariado. Prejudicando então todos que realmente precisam que são as pessoas que vivem por estes programas de voluntariado, que perdem oportunidades de investimento e desenvolvimento e afetam também de forma negativa as próprias organizações diante do mercado, clientes, funcionários, fornecedores e parceiros. 4. Responsabilidade Social 4.1. Conceito de Responsabilidade Social É preciso ter claro, primeiramente, que a palavra responsabilidade diz respeito a indivíduos, a liberdade de ação e decisão pessoais, a ter consciência sobre atos e, portanto, a possibilidade de prever os efeitos do próprio comportamento e opção de evitá-los, assim como a necessidade de assumir as conseqüências dos atos, sejam positivos ou negativos. E social refere-se a tudo que diz respeito à sociedade em geral, logo, responsabilidade social diz respeito a responder pelos atos face à sociedade ou opinião pública (Alessio; Rosemeri, 2004).

4.2. A visão da Responsabilidade Social para as empresas. Atualmente as organizações estão cada vez mais descobrindo que sua missão na sociedade, além de gerar lucro para seus diretores e acionistas é manter a visão da responsabilidade social, pois acreditam que a produção de bens e serviços dá origem a outras demandas, no sentido: humano, social e ambiental. E uma das maneiras de se atender essa demandas é por meio do investimento social, dar incentivos e confiar no trabalho voluntário exercido e nas ações que o programa de voluntariado empresarial pode desenvolver. Isso faz com que as empresas incluem em seus objetivos principais, a consciência de cultivar a responsabilidade social. 4.3. Benefícios da Responsabilidade Social para as empresas. É natural que toda a ação provoque uma reação, é o que acontece com as empresas que definitivamente decidem levar a sério o sentido de Responsabilidade Social, mas nesse caso é certo de que uma ação positiva dê reações positivas, por isso destacam-se alguns dos bons resultados para empresas na área social: Destacado mérito da imagem da organização e marca Identificação por boas ações e fidelidade do consumidor Maior motivação dos funcionários com as atividades da empresa Contratação e permanência dos melhores funcionários do mercado Maior acesso a obtenção de capitais e inclusão em vários mercados Qualidade para se ter uma existência maior no mercado Comunicação direta com a comunidade Conservação dos princípios éticos e valores morais Progresso e transformação da humanidade Crescimento e expansão uniforme da sociedade

5. RESULTADOS Como em qualquer investimento, um retorno tangível deve ser demonstrado para que os benefícios resultantes de um projeto sejam superiores aos seus custos fixos e variáveis. A demonstração de resultados positivos contribui para que futuros investimentos sejam mobilizados para um determinado empreendimento. No caso da área social, há várias maneiras de demonstrar os benefícios tangíveis de um investimento, principalmente quando este é feito de forma planejada. Um exemplo do retorno de investimento social para a economia é o aumento da produtividade em relação aos anos de escolaridade. Com melhoria do nível de escolaridade, como demonstrado na tabela a seguir, o nível de produtividade econômica cresce consideravelmente. Crianças que efetivamente passam de série escolar serão muito mais produtivas e a conseqüência disto será a geração de riquezas econômicas. ANOS DE ESCOLARIDADE SALÁRIO AUMENTO DA PRODUTIVIDADE * 2,0 1,55 40% 5,5 2,39 54% 9,0 3,51 47% 12,5 5,59 59% 15,00 11,63 108% 5.1. QUADRO: ANÁLISE DO GANHO EDUCAÇÃO X PRODUTIVIDADE FONTE: John Snow do Brasil com indicadores do IBGE. * Aumento da produtividade em relação ao nível de escolaridade imediatamente anterior.

6. DISCUSSÃO A atenção voltada para este tema é de extrema importância, para o novo conceito das empresas que estão buscando atingir níveis diferentes numa única sociedade. Por meio da sua imagem e das suas atitudes, faz com que o processo destas idéias referentes ao voluntariado e ao sentimento de responsabilidade seja bem desenvolvido, e já que o administrador que se realiza profissionalmente vendo o seu trabalho crescendo é conveniente e de utilidade que a sua organização englobe não apenas o que está dentro dela, mas também o que está em torno, que no caso é a comunidade onde se localiza o principal capital da empresa. São seus funcionários, sua família, seus amigos, o ambiente onde se vive proporcionando qualidade de vida e conseqüentemente criando dentro das empresas, funcionários não só com espírito de orgulho da empresa, mas também com espírito de solidariedade entre eles, o que acarretará um melhor desempenho das atividades, um maior desenvolvimento da organização. O trabalho voluntário como forma de responsabilidade social, é uma nova maneira de agregar velhos conceitos perdidos e agora reavivados, sob forma de melhoria para a sociedade com a infra-estrutura e recursos oferecidos pelas empresas, juntando o benefício social ao benefício empresarial.

7. CONCLUSÃO Segundo Diderot (2001), o homem mais feliz é aquele que faz a felicidade de um maior número de outras pessoas. Com base nessa idéia muitas pessoas estão deixando de lado o egoísmo, sentimento muito comum na sociedade atual, e lutando por um ideal que beneficie todas as pessoas. O Trabalho Voluntário expressa essa vontade de auxiliar as pessoas necessitadas de forma direta e indireta, por meio de projetos sociais elaborados por empresas ou por pessoas simples da comunidade que visam tomadas de decisões mais ágeis para tentar solucionar os problemas que cercam a população ou ações precisas de imediato, como os mutirões. Mas não basta agir por agir no meio voluntário, é preciso ter o sentimento de solidariedade verdadeiro, próprio do ser humano, para que haja sucesso nos objetivos sociais. Por isso, as empresas que têm a linha de administração voltada para as ações sociais, viram a oportunidade de fazerem algo que proporcionem esperança e chance para as pessoas necessitadas de mudarem de vida e fazerem então uma sociedade melhor, onde todos viverão dignamente e conseqüentemente poderão contribuir de forma positiva para essas empresas que investiram na amenização e até mesmo na solução dos seus problemas sociais, por meio dos programas de voluntariado empresarial. Portanto, as empresas que têm visão de futuro para o mercado e sociedade, são conscientes de que os objetivos e metas de seus negócios aliados aos benefícios de uma visão de responsabilidade social, são o ponto chave do sucesso empresarial e desenvolvimento da sociedade em todos os sentidos. Finalmente, se continuarem existindo empresas que acreditam que seus investimentos são necessários e que produzem resultados eficazes para área social e pessoas dispostas a fazer esse movimento voluntário crescer e evoluir com certeza farão em questão de tempo as pessoas em geral serem mais humanas e solidárias com as outras, pois é isso que falta para o desenvolvimento do Brasil, que as pessoas sejam mais unidas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Site - www.sebrae.com.br/br/parasuaempresa/responsabilidadesocial.asp - data: 04/04/2007 - horário: 10h10min. Site - www.portaldovoluntario.org.br/site/pagina.php?idconteudo=1011 data: 07/04/2007 horário: 15h30min. Site - Pt. wikipedia.org/wiki/voluntariado data: 07/04/2007 horário: 15h45min. Site http://www.voluntariosdasgerais.org.br data: 19/05/2007 horário: 15h15min. Livro - Corullón, Mônica Beatriz Galiano. Voluntários Programa de Estímulo ao Trabalho Voluntário no Brasil. Fundação Abrinq pelos direitos das crianças. São Paulo: Alphagraphics, 1996. Livro Alessio, Rosemeri. Responsabilidade Social das Empresas no Brasil. São Paulo, 2004. Pesquisa SEBRAE e Programas Voluntários. Publicada no Boletim AGIR nº. 10. São Paulo, Fevereiro, 2000. Pesquisa Pesquisa Empresas e Empresários, realizada em 2002 pela TGI Consultoria e pelo Instituto de Tecnologia em Gestão INTG, com o apoio da Fundação W.K.Kellgg, Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Instituto Ação Empresarial pela Cidadania PE e Governo de Pernambuco. Publicação - Corullón, Mônica Beatriz Galiano. Trabalho Voluntário. Publicado pelo Conselho da Comunidade Solidária, 1996.