JOGOS E BRINCADEIRAS: O Lúdico na Educação Infantil e o Desenvolvimento Intelectual



Documentos relacionados
A LUDICIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO TRANSFORMADOR NO ENSINO DE CIÊNCIAS PARA OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA.

O LÚDICO NA APRENDIZAGEM

O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS EM SALA DE AULA E DE UM OLHAR SENSÍVEL DO PROFESSOR

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

LUDICIDADE: INTRODUÇÃO, CONCEITO E HISTÓRIA

JOGOS ELETRÔNICOS CONTRIBUINDO NO ENSINO APRENDIZAGEM DE CONCEITOS MATEMÁTICOS NAS SÉRIES INICIAIS

Jéssica Victória Viana Alves, Rospyerre Ailton Lima Oliveira, Berenilde Valéria de Oliveira Sousa, Maria de Fatima de Matos Maia

PROJETO MEDIAR Matemática, uma Experiência Divertida com ARte

SALAS TEMÁTICAS: ESPAÇOS DE EXPERIÊNCIAS E APRENDIZAGEM. Palavras Chave: salas temáticas; espaços; aprendizagem; experiência.

OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS

ESCOLA ESPECIAL RENASCER- APAE PROFESSORA: JULIANA ULIANA DA SILVA

Prof. Kildo Adevair dos Santos (Orientador), Prof.ª Rosângela Moura Cortez UNILAVRAS.

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NUMA ESCOLA DO CAMPO

A MATEMÁTICA ATRÁVES DE JOGOS E BRINCADEIRAS: UMA PROPOSTA PARA ALUNOS DE 5º SÉRIES

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

ENSINAR MATEMÁTICA UTILIZANDO MATERIAIS LÚDICOS. É POSSÍVEL?

O uso de jogos no ensino da Matemática

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NOS ANOS INICIAIS: UMA PERSPECTIVA INTERGERACIONAL

PEDAGOGIA EM AÇÃO: O USO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COMO ELEMENTO INDISPENSÁVEL PARA A TRANSFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

RECOMENDAÇÕES PARAO DESENVOLVIMENTO DE BRINQUEDOS INFANTIS UTILIZANDO O DESIGN EMOCIONAL. Artigo para revisão cega

SEDUC SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MATO GROSSO ESCOLA ESTADUAL DOMINGOS BRIANTE ANA MARIA BALDINOTTI O LÚDICO E A LÍNGUA INGLESA

O BRINCAR E SUAS IMPLICAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL DENTRO DO PROCESSO GRUPAL (2012) 1

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

PIBID: DESCOBRINDO METODOLOGIAS DE ENSINO E RECURSOS DIDÁTICOS QUE PODEM FACILITAR O ENSINO DA MATEMÁTICA

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Introdução Mídias na educação

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

IMPLANTANDO OS DEZ PASSOS DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA EDUCAÇÃO INFANTIL RELATO DE UMA EXPERIENCIA

LUDICIDADE NA SALA DE AULA UNIDADE 4 ANO 1. Abril de 2013

Contribuições das brincadeiras infantis de ontem em espaços escolares

A utilização de jogos no processo de ensino aprendizagem de matemática no Ensino Fundamental

A DANÇA E O DEFICIENTE INTELECTUAL (D.I): UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA À INCLUSÃO

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

A EDUCAÇAO INFANTIL DA MATEMÁTICA COM A LUDICIDADE EM SALA DE AULA

Creche Municipal Pequeno Príncipe

DANÇA NO CONTEXTO ESCOLAR: QUANDO A RELIGIOSIDADE ATRAVESSA A PRÁTICA.

INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS E A RECONSTRUÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL A PARTIR DE JOGOS DIDÁTICOS: UMA EXPERIÊNCIA EXTENSIONISTA NO MUNICÍPIO DE RESTINGA SÊCA/RS/Brasil

A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO CIENTISTA SOCIAL: SABERES E COMPETÊNCIAS NECESSÁRIOS

INCLUSÃO ESCOLAR: UTOPIA OU REALIDADE? UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A APRENDIZAGEM

PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COMPROMISSOS E DESAFIOS

PRÁTICAS LÚDICAS NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESCRITA DO INFANTIL IV E V DA ESCOLA SIMÃO BARBOSA DE MERUOCA-CE

QUANTO VALE O MEU DINHEIRO? EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O CONSUMO.

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR

BRINCAR E APRENDER: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

OS CANAIS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO PÓS LDB 9394/96: COLEGIADO ESCOLAR E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Atividades lúdicas na educação o Caminho de tijolos amarelos do aprendizado.

II MOSTRA CULTURAL E CIENTÍFICA LÉO KOHLER 50 ANOS CONSTRUINDO HISTÓRIA

Luzinete André dos Santos LER, INTERPRETAR E PRATICAR A MATEMÁTICA

Educação Infantil: Procedimentos. Teleaula 2. Contextualização. Educar e cuidar na Educação Infantil. Educar e cuidar. A importância do brincar

Unidade I. Estrutura e Organização. Infantil. Profa. Ana Lúcia M. Gasbarro

A INFORMÁTICA E O ENSINO DA MATEMÁTICA

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

O COORDENADOR PEDAGÓGICO E AS REUNIÕES PEDAGÓGICAS POSSIBILIDADES E CAMINHOS

Avaliação e observação

ISSN PROJETO LUDICIDADE NA ESCOLA DA INFÂNCIA

O USO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Palavras-chave: Lúdico. Aprendizagem. Desenvolvimento. Necessidades Especiais.

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO DE METODOLOGIAS FACILITADORAS PARA O PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA

OFICINA DE JOGOS MATEMÁTICOS E MATERIAIS MANIPULÁVEIS

USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRESENCIAL E A DISTÂNCIA

MAPA INCLUSIVO GEOGRÁFICO - M.I.G.: O LÚDICO GEOGRÁFICO

A ENERGIA DO BRINCAR: UMA ABORDAGEM BIOENERGÉTICA

REPRESENTAÇÕES DE AFETIVIDADE DOS PROFESSORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Deise Vera Ritter 1 ; Sônia Fernandes 2

PROFESSORES DE CIÊNCIAS E SUAS ATUAÇÕES PEDAGÓGICAS

SEDUC SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MATO GROSSO ESCOLA ESTADUAL DOMINGOS BRIANTE ANA GREICY GIL ALFEN A LUDICIDADE EM SALA DE AULA

Projeto em Capacitação ao Atendimento de Educação Especial

A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O PSICÓLOGO (A) E A INSTITUIÇÃO ESCOLAR ¹ RESUMO

EXPRESSÃO CORPORAL: UMA REFLEXÃO PEDAGÓGICA

ENSINO E APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, COM A UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Elaboração de Projetos

LEITURA E ESCRITA NO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE APRENDIZAGEM COM LUDICIDADE

A escola para todos: uma reflexão necessária

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS NO CONTEXTO ESCOLAR

TEORIAS DA APRENDIZAGEM: DA TEORIA À PRÁTICA

JOGOS MATEMÁTICOS RESUMO INTRODUÇÃO

Colégio La Salle São João. Professora Kelen Costa Educação Infantil. Educação Infantil- Brincar também é Educar

JOGOS MATEMÁTICOS: EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS

PROJETO MÚSICA NA ESCOLA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NO CONTEXTO TECNOLÓGICO: DESAFIOS VINCULADOS À SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Profª. Maria Ivone Grilo

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 10

UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O AMBIENTE MOTIVADOR E A UTILIZAÇÃO DE JOGOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA

O PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM ATRAVÉS DOS JOGOS EDUCATIVOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

AS CONTRIBUIÇÕES DO CURRÍCULO E DE MATERIAS MANIPULATIVOS NA FORMAÇÃO CONTINUADA EM MATEMÁTICA DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

HISTÓRIA ORAL NO ENSINO FUNDAMENTAL: O REGIME MILITAR NO EX- TERRITÓRIO DE RORAIMA

PROGRAMA DE METODOLOGIA DO ENSINO DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES ENTRE EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

20 Anos de Tradição Carinho, Amor e Educação.

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS TEMPO FORMATIVO JUVENIL

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS NOS ANOS INICIAIS RESUMO

Pedagogia Estácio FAMAP

R0BÓTICA EDUCACIONAL. Curso Extracurricular de Robótica educacional

Mão na roda. Projetos temáticos

Projeto Pedagógico e de Animação Do Estremoz Férias

GT Base Nacional Comum Curricular da Educação Infantil

A ARTE DE BRINCAR NA ESCOLA

Transcrição:

1 JOGOS E BRINCADEIRAS: O Lúdico na Educação Infantil e o Desenvolvimento Intelectual Elirian de Oliveira Morais 1 Eudeiza Jesus de Araújo 2 Resumo: O presente artigo tem por finalidade levar o educador/a repensar as suas práticas educacionais utilizando jogos e brincadeiras para que o ensino e aprendizagem sejam significativos ao/a educando/a. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, na qual haja uma argumentação eficiente respaldado por teorias especializadas. A ludicidade na educação infantil tem se tornado cada vez mais um dos instrumentos que fomentam um ensino aprendizado de qualidade para o/a educando/a, promovendo o desenvolvimento de várias habilidades fundamentais durante o processo de crescimento do/a mesmo/a. Considera-se então, que o trabalho com o lúdico, é necessário ao desenvolvimento integral do/a educando/a. Palavras chave: Lúdico. Ensino. Aprendizagem Significativa. INTRODUÇÃO Diante de vários temas foi feito a escolha deste, pois é de grande relevância na vida do/a educando/a e educador/a. Observar como uma criança em idade escolar aprende expressivamente utilizando jogos e brincadeiras e perceber que ao assimilar tal atividade de forma divertido e agradável, são ao mesmo tempo desafios ainda presentes na prática educacional. A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n.º 9.394/96 em seu Artigo 29, expressa que: A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Embora já estejamos no século XXI, ainda existem muitas escolas que funcionam no sistema tradicional de ensino, fazendo com que seja limitado a ação educativa do educando, e acaba deixando de incluir no planejamento educacional, jogos e brincadeiras, Freire afirma que: (1996, p. 30) ensinar implica em respeitar os saberes dos educandos e não simplesmente transferir os conteúdos sem discutir o 1 Acadêmica do 8º Período de Pedagogia na FAP (Faculdade de Pimenta Bueno RO). e-mail: eliriabdeoliveira@hotmail.com 2 Mestre em Educação e Linguagem, especialista em Metodologia de Ensino e Educação Brasileira; e Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas. e-mail: eudeiza@hotmail.com

2 porquê daqueles conteúdos [...], sabendo que essas atividades trabalham os movimentos livres e espontâneos do educando (FREIRE, 1996). Observando o processo de ensino-aprendizagem no decorrer dos anos, notase que embora venha sofrendo mudanças na metodologia de ensino, sempre buscando formas que facilitem a apropriação dos conteúdos trabalhados pelo professor/a, facilitando assim no processo de aprendizagem do/a educando/a (VYGOTSKY, 1998), são poucas as práticas realizadas com o intuito de conciliar ludicidade e aprendizagem. Então, de que maneira os jogos e brincadeiras podem favorecer o desenvolvimento integral do educando da educação infantil? Infelizmente o lúdico não está ocupando o espaço de aprendizagem, observa-se que o jogo e brincadeira, tem sido realizada como mera atividade que preenche o tempo dos/as educandos/as, sendo desenvolvidas sem objetivos definidos e sem propósito educacional para que isso não aconteça é preciso levar o educador/a repensar as suas práticas educacionais utilizando jogos e brincadeiras para que o ensino e aprendizagem sejam significativos ao/a educando/a com isso a utilização da ludicidade é de suma importância. Embora hoje sejam usados diversos recursos tecnológicos modernos, tais como: computadores, tabletes, jogos online, lousa digital entre outros, é necessário que seja utilizado o lúdico para trabalhar o lado criativo do/a educando/a e dessa maneira não haja defasagem em sua aprendizagem. Este trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica, na qual haja uma argumentação eficiente respaldado por teorias especializadas. Assim Gil (1991 p. 48) conceitua a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de materiais já elaborados, constituídos principalmente de livros e artigos científicos. (...). Vários teóricos como Vygotsky (1998), Santos (2002), Antunes (1992), Carvalho (2004), Wajskop (2009) e Kishimoto (2002) apoiam essa prática, pois com o lúdico a criança se apropria com mais facilidade dos conteúdos e de todas as propostas que o educador lhe propuser. Veem-se mudanças nos recursos didáticos, principalmente os das áreas pedagógicas, nestes incluem-se os jogos e as brincadeiras que, quando são usadas de maneira

3 adequadamente tornam a aprendizagem mais agradável, significativa e prazerosa para o/a educando/a. Em primeiro lugar far-se-á um breve relato do contexto histórico do uso do lúdico na educação infantil, depois a sua relevância para o ensino aprendizagem dos educandos. Em seguida como alguns teóricos defendem essa pratica tão essencial na vida de uma criança e concluindo como os jogos e brincadeiras poderão ser um excelente instrumento de ensino para o/a educador/a. 2.CONTEXTO HISTÓRICO Fazendo uma abordagem histórica e observando-se a construção do termo lúdico com uso de jogo educativo já existia a muitos séculos, pois essa atividade já demonstrava seus benefícios, desde Roma e da Grécia Antiga. Diante de relatos existentes Kishimoto (2003), relata que na Grécia antiga e em Roma já havia o uso de atividades lúdicas como jogos educativos para que as crianças tivessem maior desempenho diante das atividades sugeridas a elas. E no século XIX o ensino de línguas é enfatizado pelo desenvolvimento comercial e pela ampliação dos meios de comunicação e aparecem, assim, os jogos para o ensino de línguas vivas de forma lúdica. Desta maneira Kishimoto (2002), fala da importância do jogo e da brincadeira na educação, na antiguidade já se destacava, os filósofos como Platão e Aristóteles, e posteriormente Quintiliano, Montaigne e Rousseau, que já defendiam essa pratica de ensino, em sua época, pois o papel do jogo e da brincadeira na educação é de extrema relevância. Destacou-se também como grande defensor das atividades lúdicas São Tomás de Aquino, que, no século XIII, defendia o brincar como necessário para o desenvolvimento humano. No entanto a autora ressalva que Fröebel (1913), que fora o precursor da escola infantil, ou seja, por ser o criador do jardim da infância, com ele o lúdico passou a fazer parte do currículo de educação infantil. E a partir da década de cinquenta do século XX, começou a surgir vários estudos sobre o jogo e brincadeira como ferramenta auxiliadora da aprendizagem. Kishimoto (2002) ressalta ainda que os jogos foram transferidos de geração em geração por meio de sua pratica, permanecendo na memória infantil. E que através da tradição e da universalidade dos jogos são observados que os povos, antigos da Grécia e do Oriente, já brincaram de amarelinha, empinar pipas e jogar pedrinhas.

4 Pois bem os jogos tradicionais infantis são tipo livre, espontâneo, no qual a criança brinca pelo prazer de brincar. Kishimoto (2002) fala sobre as percepções froebelianas na educação, do homem e da sociedade, pois estão intimamente vinculadas ao brincar. [...] a brincadeira é uma atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típico da vida humana enquanto todo da vida natural/ interna do homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, e paz com o mundo [...] a criança que brinca sempre, com determinação auto-ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornarse um homem determinado, capaz de auto-sacrifício para de seu bem e dos outros [...] O brincar, em qualquer tempo, não é trivial, é altamente sério e de profunda significação (FROEBEL apud, KISHIMOTO, 2002, p.23). Segundo esta autora observa-se, como a/o educado/a brinca com os conhecimentos de arrastar, andar, pegar, entre outros e quando aprende a representá-las mentalmente, passa utilizar ou ainda jogar com eles, por que com o jogo, no qual a brincadeira está inserida, as representações mentais na qual foram construídas pela criança, irá se desenvolvendo e construindo a realidade do mesmo. Kishimoto (1993, p. 15) afirma: Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um convívio mais social e democracia, porque enquanto manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social. O lúdico na educação infantil deve ser visto pelo/a professor/a como a oportunidade leva-lo compreender os significados e a importância das brincadeiras para a educação, (CARVALHO, 1992). O/a educador/a deve ser instigado a inserir o lúdico na sua forma de trabalhar, sendo levados a ter consciência das vantagens de transmitir seus conhecimentos através de jogos e brincadeiras. (...) O efeito educativo da brincadeira infantil, na qual as crianças se sentem ligadas por toda uma rede de regras complexas ao mesmo tempo aprendem a subordinar-se a regras a essas regras como a subordinar a elas o comportamento das outras e a agir nos limites rigorosos traçados pelas condições da brincadeira. (VIGOSTSKI, 1934 p.263).

5 Assim segundo Vigostski, o uso de atividades lúdicas tem uma enorme contribuição para que haja de forma agradável a aquisição do saber. Pois a/o educando/a irá assimilar as regras do jogo e assim automaticamente levará essa aprendizagem para sua vida. A brincadeira, que referimos como melhor mecanismo educativo do instinto, é a melhor forma de organização do comportamento emocional. (VIGOSTSKI, 1934 p.147). Do ponto de vista de Vygostky, o/a educando/a deve se sentir motivado, para isso a utilização do lúdico, é um dos fatores principais não só para o sucesso da aprendizagem, mas também para que haja crescimento do ser. Sendo assim, os jogos e brincadeiras são excelentes métodos de mediação entre o prazer e o conhecimento. (...) o brincar e o jogo documentam como o adulto coloca-se com relação a criança e mostra suas concepções e representações do sujeito criança. O jeito de lidar, organizar, propor, respeitar e valorizar as brincadeiras das crianças (...). A criança expressa-se pelo lúdico e é desse ato que a infância carrega consigo a brincadeira. (...). (DORNELLES, 2001 p. 103). Dessa maneira, a autora mostra que, enquanto o/a educando/a está fazendo uma atividade lúdica a tal brincando estará aprendendo várias coisas durante a execução dela. Com essa ferramenta a favor do educador ele pode levar seu/sua educanda/o a vivenciar várias experiências diferentes e obter resultados excelentes utilizando a ludicidade. 2.1 Lúdico na perspectiva de alguns teóricos. O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo. No dicionário escolar da Academia Brasileira de Letras (2001), traz o significado de Lúdico como: [...] que se refere a jogos, brinquedos e divertimentos: o aspecto lúdico da aprendizagem. Durante o desenvolvimento da palavra "lúdico" no aspecto educacional, não parou apenas nas suas origens. O lúdico passou a ser reconhecido como algo essencial para o auxílio do desenvolvimento e comportamento humano. Deste modo a definição deixou de ser uma simples brincadeira ou jogo. Pois os resultados do uso da ludicidade excedem os alcances do brincar instintivo. Brincadeira, de acordo com o dicionário Aurélio Júnior (2011); divertimento, sobretudo entre crianças. E o jogo brinquedo, folguedo, divertimento, ou seja,

6 brincar é algo muito presente nas nossas vidas, e para a criança a brincadeira e os jogos faz parte de sua realidade de vida. A importância do lúdico para, Vygotsky: É na atividade de jogo que a criança desenvolve o seu conhecimento do mundo adulto e é também nela que surgem os primeiros sinais de uma capacidade especificamente humana, a capacidade de imaginar ( ). Brincando a criança cria situações fictícias, transformando com algumas ações o significado de alguns objetos. (VYGOTSKY, 1991, p.122). De acordo com o autor, a criança envolve-se em um mundo imaginário, nos quais realizam todos os seus desejos, usando o lúdico a criança demostra o mundo e é onde vivencia suas fantasias. E os jogos conseguem despertar no educando um grande interesse e atração, pois ao mesmo tempo em que em que está se divertido também está aprendendo e se desenvolvendo. A escola ao estar valorizando o lúdico, adaptando jogos e brincadeira no seu planejamento pedagógico, assim o educador consegue que o/a educando/a forme um bom conceito de mundo e da sociedade, pois com a utilização do lúdico trabalha-se afetividade, a sociabilização, a criatividade, a estimula-las, os direitos e deveres de cada uma. Enfim, utilização da brincadeira e do jogo, é um instrumento para a aprendizagem da/o educanda/o, porque ela aprende a lidar com o mundo, formando sua personalidade, sentimentos a lidar com o medo. Para Wajskop (2009) o lúdico proporciona um desenvolvimento sadio e harmonioso, sendo uma maneira agradável dos/as educandos/as aprender. Através do brincar, o/a educando/o aumenta a sua independência, estimula sua sensibilidade visual e auditiva, valoriza a cultura popular e ainda desenvolve habilidades motoras, diminuindo a agressividade e assim trabalhar a imaginação e a criatividade, aprimorando a inteligência emocional, aumentando a integração com os colegas, promovendo assim, o desenvolvimento um crescimento sadio. Considerando que a brincadeira deve ocupar um espaço central na educação infantil, entendo que a professora é figura fundamental para que isso aconteça, criando os espaços, oferecendo-lhes material e partilhando das brincadeiras das crianças. Agindo desta maneira, ele estará possibilitando às mesmas uma forma de acender às culturas e modo de vida adultos, de forma criativa, social e partilhada. (WAJSKOP, 2009 p. 112).

7 De acordo com a autora, o trabalho diferenciado, criativo e dinâmico, levando assim métodos para que o educando realize a construção de um saber através de experiências práticas, com situações do cotidiano, desenvolvendo, o conhecimento lógico, sua capacidade de pensar, executar e resolver situações problemas usando jogos e brincadeiras, para que de forma lúdica se possa mediar os conteúdos de maneira diferenciadas e a concepção de mundo. Para Kishimoto (2002), usar atividades lúdicas no processo de ensino e aprendizagem pode ser uma grande ajuda, para o desenvolvimento do/a educando/a, os jogos e brincadeiras são atividade que despertam muito o interesse do aluno. O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola. (KISHIMOTO 2002, p. 13). Dessa forma percebe-se a necessidade do/a educador/a, pensar nas atividades lúdicas, como uma ferramenta e com isso utiliza-las em diferentes momentos de seu planejamento. Sempre lembrando que o jogo e a brincadeira exigem que haja confronto, negociação e trocas, sempre promovendo conquistas cognitivas, emocionais e sociais. De acordo com Carvalho (1992, p. 28), (...) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador(...). o lúdico se torna importante no desenvolvimento do educando, desta forma os jogos e as brincadeiras vão surgindo gradativamente na vida da/o educando/a, assim as regras, o respeito, a socialização e a construção do conhecimento. Então atividades com elementos bem elaborados, proporcionam experiências, possibilitando a conquista e a formação da sua identidade. Como se pode perceber, o lúdico é usado para que haja total interação do/a educando/a. Para um ensino-aprendizagem, eficaz é preciso que o aluno construa o seu próprio conhecimento e assimilem os conteúdos. Assim o jogo e a brincadeira, são um excelente recurso, um facilitador da aprendizagem, neste sentido, Carvalho (1992, p.3), brincadeiras, músicas e histórias que expressam o olhar infantil, olhar construído no processo histórico de diferenciação do adulto. Para Santos o lúdico é:

8 (...) uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimento. (SANTOS 2002, p. 12). Santos (2002), mostra a dimensão que a atividade lúdica desempenha na vida do ser humano, pois o autor vê que a ludicidade como algo essencial para o homem ele fala que não importa a idade da pessoa, mas que em todas as idades o ser humano gosta de brincar, essa brincadeira só toma dimensões e proporções diferentes, sendo assim o lúdico tem grande importância para a humanidade. Antunes (1992, p. 13) diz, uma capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários. Assim o papel do/a educador/a instigar o educando, pois o professor é o grande responsável para que haja utilização do lúdico como instrumento didático, feito de maneira eficiente. Os jogos ou brinquedos pedagógicos são desenvolvidos com a intenção explícita de provocar uma aprendizagem significativa, estimular a construção de um novo conhecimento (ANTUNES, 2002, p. 38). O/a educador/a deve preparar seus/suas educandos/as para o momento do jogo e esclarecer as regras a serem obedecidas, após o termino da atividade lúdica o/a professor/a deve leva-los a consciência do que fora trabalhado naquele período da aula. Sendo assim Antunes, afirmar que a ludicidade do jogo educacional proporciona momentos mágicos e únicos na vida do/a educando/a, porque no instante que se diverte, o/a educador/a está em busca de ensina e desenvolve o raciocínio e a criatividade de seu aluno e ainda obter um espirito de responsabilidade diante da situação colocada a ele. 3. JOGOS E BRINCADEIRAS ATIVIDADES PARA O FÍSICO E O PSÍQUICO DA CRIANÇA. Hoje no século XXI, já se observa que há algumas tendências na qual o/a educador/a utiliza jogos e brincadeiras que exigem mais raciocínio lógico das/os educandas/os. E estas atividades favorecem o desenvolvimento de habilidades

9 motoras, sensoriais e estimulam o raciocínio lógico dos educandos. Kishimoto (2002) ainda comenta que os jogos de construção são considerados de grande importância por enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver as habilidades das crianças. (KISHIMOTO, 2002, p. 40). Muito se ouve falar sobre a necessidade de melhorar o ensino em nosso país. Mas, para que isso aconteça, é necessário que se mude a maneira de ensinar, nossos/as educandos/as. O/a educador/a deve instigar o aluno e mostrar formas diferentes para que ele crie, inove, descubra e construa o seu conhecimento. Diante disto Carvalho diz: (...) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo. (CARVALHO, 1992, p.28). Santos (2002, p.41) afirma que, [...] a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. Muitos/as educadores/as ainda não dão a real importância do brincar, pois isso facilita no desenvolvimento pessoal, social e cultural do aluno. O/a educador/a precisa compreender que para o/a educando/a, o lúdico é um facilitado no processo de aprendizagem. Wajskop (2009, p. 32) afirma que "Do ponto de vista do desenvolvimento do/a educando/a, a brincadeira traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas." Portanto Wajskop vê o uso do lúdico como algo de extrema relevância no aprendizado do aluno. Pois quando o/a educador/a faz uso de maneira adequada pode levar o/a educando/a a se apropriar do conteúdo com mais prazer e de forma que faça sentido para a ela. A criança que brinca pode adentrar o mundo do trabalho pela via da representação e da experimentação; o espaço da instituição deve ser um espaço de vida e interação, e os materiais fornecidos para as crianças podem ser uma das variáveis fundamentais que auxiliam a construir e a apropriar-se do conhecimento universal (WAJSKOP, 2009, p. 27). Diante desta perspectiva pedagógica, (WAJSKOP, 2009) afirma que, o desenvolvimento do ensino-aprendizagem, através do lúdico faz com que o/a educando/a adquira à capacidade de interação com o meio social, cognitivo e imaginativo, pois com jogos e brincadeiras pode ser trabalhado o espaço, valores

10 ultrapassados e os conservadores, com as quais boa parte delas se deparam no seu cotidiano. A autora ainda enfatiza que ao mesmo tempo em que a brincadeira é um espaço de constituição do educando, é também lugar de superação do aluno. Dessa maneira pode-se dizer que, [...] a brincadeira deixa de ser concebida como uma característica inata da natureza infantil e passa a ser vista como uma atitude e uma linguagem que é aprendida nas relações sociais e afetivas desde a mais tenra idade (WAJSKOP 2009, p. 67). Assim espera-se que os/as professores/as de educação infantil utilizem o lúdico para desenvolver suas habilidades e competências de maneira agradável para o/a educando/a. 3.1 O processo de ensino-aprendizagem com auxílio do lúdico na educação infantil. Sabendo que de modo geral os/as educadores/as, sentem dificuldade de compartilhar seus conhecimentos, sendo que isso poderia ser mais facilmente propagado, se os professores usassem jogos e brincadeiras para isso acontecesse. O lúdico deve ser visto como uma ferramenta didática para o/a educador/a, como forma de tornar a aprendizagem mais prazerosa, agradável e eficaz. Proporcionar conhecimento através de atividades como jogos e brincadeiras pode auxiliar a/o educando/a, para que a mesma obtenha melhor desempenho em sua aprendizagem. Torna-se muitas as vantagens de transmitir o conhecimento ludicamente e, dentre elas, podemos citar: a melhoria da capacidade cognitiva do/a educando/a, a potencialização da sua capacidade psicomotora, bem como, da sua capacidade de relacionar-se com seus colegas. Carvalho (1992, p.14) afirma que: [...] desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades vivenciadas naquele instante. Dessa maneira o/a educador/a se torna peça fundamental nesse processo. Educar não é apenas repassar informações ou apenas mostrar um caminho, mas é algo muito mais amplo é ajudar ela a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade.

11 É mostrar várias formas ou ferramentas para que eles possam escolher seus caminhos. Até que os mesmos escolham um caminho compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30): O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Segundo Vygotsky (1998), o/a educador/a pode utilizar jogos, brincadeiras, histórias e outros, para que de maneira lúdica o/a educando/a seja desafiado/a a pensar e resolver situações problemas, dessa maneira ela imita e recrie regras usadas pelo adulto. Jogos e brincadeiras podem ser utilizados como uma estratégia para que haja o ensino e a aprendizagem. De acordo com Kishimoto (2002), o jogo e a brincadeira são considerados uma atividade com valor educacional, a utilização de tal no ambiente escolar traz muitas vantagens, no processo de ensino aprendizagem, a criança através do jogo tem um impulso natural e é um grande motivador, pois usando jogos e brincadeiras o/a educador/a através do prazer realiza a atividade e consegue atingir o objetivo da mesma, com o jogo e a brincadeira o/a educando/a cria alguns esquemas mentais, e estimula o pensamento, o tempo e espaço, assim integra várias dimensões da personalidade tais como, afetividade, socialização, coordenação motora e cognitiva. E Antunes (2004 p.31) diz: (...) no ato de brincar que toda criança se apropria da realidade imediata, atribuindo-lhe significado. Em outras palavras, jamais se brinca sem aprender e, caso insista em ima separação, esta serie de organizar o que se busca ensinar, escolhendo brincadeiras adequadas para que melhor se aprende. Segundo Kishimoto (2002), o/a educando/a que brinca sempre, acaba se esquecendo sua fadiga física e isso certamente fara com que torna-se homem determinado, capaz de auto sacrifício para a promoção do seu bem e de outros. Pois o brincar é essencial, por que ela revela-se de diversas formas buscando maneiras, objetos, movimentos, atividades que ira trabalhar diversas habilidades. E

12 isso auxiliara na boa formação infantil nos aspectos emocional, intelectivo social e físico. Kishimoto (2002) fala, sobre a importância do jogo e da brincadeira na educação infantil em suas pesquisas procura mostrar a necessidade que se tem do uso dessas atividades na educação infantil. A ludicidade, tão importante para a saúde mental humana, precisa ser mais considerada; o espaço lúdico da criança está merecendo maior atenção, pois é o espaço para a expressão mais genuína do ser, é o espaço de exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos. (CUNHA, 2005 p. 09). Assim as atividades lúdicas podem propiciem uma vivência plena, integrando desta maneira a ação, o pensamento e o sentimento. Essas atividades podem ser um jogo, uma brincadeira ou alguma outra atividade relação coletiva ou que o sensibilize, tais como: um trabalho de recorte e colagem, jogos, teatros dramáticos, exercícios de relaxamento e respiração, movimentos significativos, atividades rítmicas, entre outras tantas possibilidades. Sendo que essas atividades lúdicas devem de ser muito bem orientadas e sempre que necessário fazer reajustes. Sendo que essas atividades além de serem divertidas as próprias devem apresentar certo grau de dificuldade de maneira que os/as educandos/as consigam desenvolve-las, e sempre que necessário o/a educador/a deve encorajar seu/sua educando/a para que ele se desenvolva e aprenda a enfrentar seus desafios. Pois através de jogos eles aprendem a respeitar regras, trabalhar em equipe toma consciência entre certo e errado, tornando-se assim um adulto consciente de seus direitos e deveres. As relações cognitivas e afetivas, consequentes da interação lúdica, propiciam amadurecimento emocional e vão, pouco a pouco, construindo a sociedade infantil. Especialmente nos jogos grupais, a interação acontece de maneira mais fácil, pois é estimulada pela necessidade que os elementos de grupo têm de alcançar determinadas metas. Para extrair resultados mais ricos dessa interação é necessário mudar sempre os elementos dentro de cada grupo. (Cunha, 2005 p. 13). Dentro de um ambiente lúdico o professor pode mediar e induzir o/a educando/a, a construção e aquisição de diferentes saberes. Sendo que diante das manifestações e posicionamento do/a o/a educador/a poderá observar e perante essa

13 observação, fazer ajustamentos ou alterações necessárias para uma melhor compreensão deles/as, assim além dela/e experimentar o mundo ao seu redor estará desenvolvendo diversas habilidades enquanto brinca. Considerações Finais Este artigo, mostra que é bastante relevante utilizar o lúdico no currículo da Educação Infantil, pois os jogos e brincadeiras necessitam ganhar um lugar e um tempo planejados para seus adequados fins. Garantir um espaço de ludicidade na instituição de ensino é garantir um ensino e aprendizagem com uma perspectiva de um ambiente de socialização, de edificação de relação com o outro, de assimilação de diferentes culturas, de aprendizado, resolução e escolhas e de ampliando a imaginação e capacidade criadora do educando. Dessa maneira, a recriação de significados é um item integrante das atividades com jogos e brincadeiras, assim dando condição para que o/a educando/a se constitua e se desenvolva em um lugar de contínua transformação. É fundamental que o espaço para o/a educando/a e o tempo comportem seu inteiro desenvolvimento. É direito do/a educando/a ter uma educação de qualidade e o brincar dentro das instituições de ensino é uma ferramenta para que esse aprendizado aconteça. Mas para que isso realmente aconteça o/a educador/a deve usar o espaço do planejamento e buscar atividades para que realmente aconteça um aprendizado em suas atividades lúdicas. Sendo que é de competência da educação infantil adequa-se para que seus/suas educandos/as tenham um espaço rico em atividades lúdicas, pois sabe-se que a maioria das crianças acabam passando grande parte de sua vida dentro de instituições ensino, assim sendo tal ambiente tem que criar um local no qual permita que elas vivam, sonhem, criem e instruam-se. E é assim que o lúdico entra na vida deles para proporciona um desenvolvimento sadio e harmonioso. Ao brincar, a/o educando/a aumenta sua independência, é com o uso da ludicidade que consegue-se estimular sua sensibilidade visual e auditiva de maneira agradável, sempre valorizando a cultura popular, desenvolvendo habilidades motoras, diminuindo a agressividade que muitas vezes acontecem pois trabalha-se inúmeras regras, exercitando a imaginação e a criatividade, desenvolvimento um/a educando/a sadio trabalhando desde cedo a vida em sociedade.

14 Portanto, como o brincar é próprio da cultura da infância e para que seja assegurada a qualidade, é indispensável, que na escola tenha em sua concepção as atividades lúdicas com fundamentos para o desenvolvimento de um todo no seu/sua educando/a. Sendo assim é necessário que o/a professor/a sempre planeje as situações de suas atividades lúdicas, sempre o delimitado tempo para essa brincadeira, oferecendo deste modo um brincar de qualidade, assim além do desenvolvimento de capacidades e habilidades construídas enquanto os/as educandos/as brincam far-se-á um cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres diante da sociedade. REFERÊNCIAS ANTUNES, Celso, Novas Maneiras de Ensinar - Novas formas de Aprender. Rio de Janeiro: Artmed, 2002., 1937- Educação Infantil: prioridade imprescindível- Petrópolis, RJ: ed. Vozes, 2004. BECHARA, Evanildo (organizador). Dicionário escolar da Academia Brasileira de Letras: língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2011 BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96. Brasília: DF, 1996.. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. CARVALHO, A.M.C. et al. (Org.). Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992. CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedos, desafios e descobertas. Petrópolis, RJ: ed. Vozes, 2005. DORNELLES. Leni Vieira. Na escola infantil todo mundo Brinca se você Brinca. In Carmen Craidy, Gládis E. Kaercher. Educação Infantil, Pra que te quero? Org. Porto Alegre: ed. Artmed 2001. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. 2.ed. Curitiba: Positivo, 2011. FREIRE, P. (1996). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 19. ed. São Paulo: Paz e Terra.

15 KISHIMOTO. Tizuco Morchida. Jogos tradicionais infantis; O jogo a criança e a educação. Petrópolis. Rio De Janeiro: Vozes,1993.. (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3ª Ed. São Paulo: Cortez 1998.. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2002..O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 2003. MENEZES, Josinalva Estacio. Razões sócio-histórico-filosófico-científicas para usar jogos no contexto ensino-aprendizagem de matemática. Recife, PE: 2004, Disponível em: http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/07/2cc19453574449.pdf, Acessado em: 08.agos.2015. SANTOS, Santa Marli Pires dos. O lúdico na formação do educador. 5 ed. Vozes, Petrópolis, 2002. VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes Editora Ltda., 1998.. Psicologia Pedagógica/ L. S. V Vygotski : tradução do russo e introdução de Paulo Bezerra. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.