TÍTULO: COMO, PORQUE E PARA QUE FAZER UM PROGRAMA COMUNITÁRIO DE SAÚDE BUCAL: UMA EXPERIÊNCIA EM VÍDEO-ARTESANAL.



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Transcrição:

TÍTULO: COMO, PORQUE E PARA QUE FAZER UM PROGRAMA COMUNITÁRIO DE SAÚDE BUCAL: UMA EXPERIÊNCIA EM VÍDEO-ARTESANAL. AUTORES: Wilton Wilney Nascimento Padilha; Fátima Regina Nunes de Sousa; Cassandra K. Tomaz 3 ; Ricardo Dias de Castro 4 ; Ermaine Leite 4 ; Renata Maria Maia Félix 4 ; Sônia Saeger Meireles E-Mail: wilpad@terra.com.br INSTIUIÇÃO:UFPB Área Temática: Saúde Resumo A produção de dois vídeos foi proposta aos alunos participantes do Projeto de Extensão Atenção Primária em Saúde componente saúde bucal na Comunidade Maria de Nazaré. Os vídeos deveriam abordar dois aspectos complementares na temática de saúde bucal: Um deles teria a função de diagnosticar o conhecimento sobre saúde bucal entre graduandos da área de saúde e explorar as relações possíveis entre as ações das várias profissões e o segundo deveria diagnosticar as motivações existentes naquela comunidade para assumir a organização autônoma de um projeto de promoção de saúde bucal além de fornecer as informações técnicas mínimas necessárias para a elaboração do programa. O primeiro vídeo não foi concluído por defeito técnico na filmadora (particular), tendo sido concluído o segundo, porém com uma modificação na abordagem, pois, parte dos graduandos manifestou desconforto em ensinar a comunidade a desempenhar ações que seriam da alçada exclusiva do cirurgião-dentista. O projeto, roteiro, cenários, filmagens, evolução e conteúdo do vídeo foi realizado por graduandos de odontologia, enquanto que a editoração foi feita por meio de contrato de prestação de serviços, o qual foi financiado pelos alunos. Assim, o vídeo mostra opiniões da comunidade acerca da saúde bucal e da necessidade da realização de um programa de promoção de saúde bucal. A seguir discute, e

faz algumas reflexões sobre o tema, complementando com informações técnicas necessárias ao auto-cuidado bucal. Embora a peça tenha sido concluída, em formato e conteúdo, diferente da proposta original sua realização implica no respeito às idéias dos acadêmicos, ao mesmo tempo em que se constitui em importante instrumento para reflexão e amadurecimento, para os próprios graduandos, sobre o papel do profissional de saúde como agente da educação em saúde. Introdução Para Cavasin (1999) o que está por trás dos mais diferentes projetos educativos é, além da transmissão do conhecimento, a formação da consciência social crítica do cidadão. E um modelo de educação com esta filosofia não pode deixar de estar atento à informações e às linguagens externas. Antes de se colocar em prática a educação em saúde, é preciso saber a quem podemos ou devemos educar e ter bem claros os limites de influência e as dificuldades dos processos educativos. Para iniciar o processo de transmissão de conhecimentos o uso dos instrumentos educativos torna-se grande aliado ao aprendizado. Entre os instrumentos educativos utilizados podemos citar: entrevista pessoal palestras, em geral com utilização de quadro negro, flanelógrafo, álbum seriado, filmes, slides ou fotografias dramatização cartazes criação de grupos específicos cartas, jornais, televisão, entre outros. Dentre estes, podemos ainda destacar os filmes, que são meios audiovisuais, que podem retratar a própria realidade, contribuindo para motivar e atrair a atenção das pessoas. (PINTO, 2000) A linguagem direta, acessível e clara facilita a compreensão do conteúdo por parte de profissionais de diferentes áreas que, por necessidades diversas, se deparam com a tarefa de ensinar. (GRANDI, 1983) Segundo Piaget (1974) citado por Lins (2000) a educação deve visar ao pleno desenvolvimento da personalidade humana e ao fortalecimento dos respeitos pelos direitos dos homens e pelas liberdades fundamentais. Assim, justificada pela falta de valorização da saúde bucal por parte da população e a grande defasagem do sistema de saúde pública, torna-se necessário e urgente a implantação política destinadas à educação em saúde.

A implantação de um programa de saúde pública visa à promoção, manutenção e recuperação de saúde da população-alvo, ou seja, daquela para qual são dirigidas as ações de saúde (VASCONCELLOS, 1990). Portanto, após um minucioso planejamento, a utilização de instrumentos educativos (filmes, cartazes, palestras, entre outros) como um meio pedagógico, resulta em uma aprendizagem diferenciada, com oportunidade de melhor desempenho. Na odontologia, não basta educar bem e democraticamente, torna-se necessário fazer o possível para resolver os problemas de cada comunidade além de permitir e incentivar que ela própria crie condições para que seus problemas sejam resolvidos. A sistemática educativa deve variar de acordo com o indivíduo ou população alvo a atingir (PINTO, 2000). Segundo Scotney (1981) citado por Pinto (2000), para se desenvolver um adequado projeto educacional, deve-se seguir um método baseado em cinco passos: 1 Passo: Reconhecimento do problema. Por exemplo: por meio de relatos das professoras de uma escola primária ou pelas fichas clínicas disponíveis. 2 Passo: Análise da situação, através de um levantamento epidemiológico. Em princípio deve-se objetivar a conscientização das crianças, seus pais e as professoras sobre práticas necessárias a saúde bucal. 3 Passo: Prescrição educacional. Analisar os prós e contras a partir dos dados obtidos. 4 Passo: Ação. Faz-se uso da seguinte estratégia de ação: reuniões de trabalho específicas, visitas à comunidade, formação de comitê representativo de saúde, aumentar a disponibilidade de trabalho. 5 Passo: Avaliação. Relatórios de desempenho do projeto desenvolvido. Nesse percurso, como particularidade dos processos desenvolvidos no interior da comunidade, tem-se como exemplo da tecnologia, o vídeo como um elo educacional com duplo objetivo: a transmissão de conhecimentos educacionais, e a difusão da consciência política de cada cidadão envolvido na atividade. Nesse contexto, tornou-se necessário à realização de 2 vídeos que propusessem a expansão dos conhecimentos sobre saúde bucal e informações mínimas para uma comunidade autônoma assumir um programa preventivo de saúde bucal.

Objetivo Este trabalho teve por objetivo o desenvolvimento de 2 vídeos na temática de saúde bucal. Um deles com a função de diagnosticar o conhecimento sobre saúde bucal entre graduandos da área de saúde e explorar as possíveis relações entre as ações das várias profissões e o outro teve como objetivo diagnosticar as motivações existentes na comunidade Maria de Nazaré (João Pessoa-PB) para assumir a organização autônoma de um projeto de promoção e prevenção de saúde bucal, além de fornecer informações técnicas mínimas necessárias para elaboração do programa. Estratégias A partir da necessidade verificada na Comunidade Maria de Nazaré, na cidade de João Pessoa, PB, de que as pessoas precisavam de autonomia para assumir a criação e desenvolvimento de um programa preventivo-educativo de saúde bucal, já que a saúde pública brasileira encontra-se em estado deplorável, surgiu como proposta do projeto de extensão Atenção Primária à Saúde Componente Saúde Bucal Na Comunidade Maria de Nazaré a idéia da criação de dois vídeos, que pudessem ser utilizados como instrumento educativo e transmissores de informações úteis à comunidade telespectadora. As observações e discussões realizadas por graduandos de odontologia estenderamse durante o ano de 2001, com bastante intensidade. Semanalmente realizavam-se reuniões para discutir e planejar a elaboração dos vídeos, além de leituras de textos sobre educação e comunicação. Para o primeiro vídeo que tinha o seguinte objetivo: diagnosticar o conhecimento sobre saúde bucal entre graduandos da área de saúde e explorar as relações possíveis entre as ações das várias profissões, os acadêmicos aceitaram e estudaram a proposta, porém esse material não foi concluído devido a defeitos técnicos na filmadora (particular). No segundo vídeo que deveria diagnosticar as motivações existentes naquela comunidade para assumir a organização autônoma e o projeto de promoção de saúde bucal, além de fornecer as informações técnicas mínimas para elaboração do programa, os acadêmicos após várias discussões chegaram a conclusão de que seria inviável a execução

do mesmo, pois acharam desconfortável ensinar a comunidade a desempenhar ações que seria de alçada exclusiva do Cirurgião-Dentista. A execução dos vídeos foi realizada na própria Comunidade e em estúdio artesanal elaborado pelos próprios graduandos. As imagens demonstram a realidade encontrada na Comunidade, opiniões dos moradores a respeito de saúde bucal, serviço de um programa preventivo-educativo já desenvolvido com suas limitações, bem como comentários feitos por uma acadêmica participante da elaboração do vídeo. Após a execução do projeto, roteiro, cenário, filmagem, evolução e conteúdo do vídeo, a editoração foi realizada por meio de contrato de prestação de serviço, a qual foi financiada pelos graduandos. Resultado A elaboração do vídeo aflorou discussões entre os acadêmicos a respeito do tema proposto, cominando numa reflexão sobre monopolização X desmonopolização do saber odontológico. As opiniões ficaram divididas pois parte do grupo acreditava que o conhecimento odontológico apenas deveria ser repassado por um profissional da área, mostrando dessa forma que são produtos de um sistema educacional defasado, formador de profissionais com limitada compreensão acerca de seu compromisso e papel social. Enquanto que outros integrantes do grupo absorveram a idéia inicial, sofrendo amadurecimento profissional que será refletido em suas ações futuras. Estes acadêmicos mostraram ao fim do trabalho, que possuem interesse em desenvolver a proposta inicial, ficando claro que o vídeo contribuiu como instrumento de reflexão. Avaliação Esse trabalho proporcionou uma maior integração da equipe, entre os membros e com a Comunidade; reflexão de conhecimentos e idéias; difusão e absorção de

conhecimentos durante a elaboração dos vídeos; aprimoramento do conhecimento devido às constantes leituras; e um conseqüente amadurecimento por partes dos graduandos que poderão futuramente atuar como profissionais entendedores de suas funções como atuantes da área de saúde. Porém foram encontradas algumas dificuldades, entre elas: a não utilização como instrumento educativo do vídeo concluído; a não conclusão de um dos vídeos propostos por defeitos técnicos, embora sua retomada seja considerada; e a falta de apoio por parte da instituição a qual os graduandos estavam veiculados. Considerações Finais A saúde bucal é, ainda hoje, considerada pela maioria das pessoas como algo sem grande importância. Devido ao fato de que a falta de saúde está veiculada aos problemas sociais e econômicos que o país atravessa, grande parcela da população não tem acesso aos serviços básicos odontológicos. Uma das melhores propostas para solucionar, ou pelo menos amenizar estes problemas seria a motivação e conscientização, através da educação sanitária, utilizando como meios de transmissão: palestras, vídeos, e/ou peças com fantoches. (FEBRE, et al, 1998). O vídeo, produzido objetivava tal proposta, porém com a discordância existente entre alguns graduandos, o mesmo passou a ser um instrumento de reflexão e amadurecimento, proporcionando que em oportunidades futuras os acadêmicos possam atuar adequadamente como agentes de educação em saúde. Desta forma, a realização do vídeo tornou-se um instrumento de reflexão e amadurecimento para os graduandos, que em oportunidades futuras poderão atuar adequadamente como agentes de educação em saúde. Bibliografia CAVASIN, S.; ARRUDA, S.; SIMONETTI, V. www.macfound.org.br/revista2/06_ecos.pdf

FABRE, R. C.; NILELA, E. M.; BIFFI, E. M. A. Programa de prevenção e educação em saúde bucal para crianças de 3 a 5 anos: um relato de experiência. Revista do CROMG, v.4, n.2, jul./dez., 1998. LINS, C. V.; TAVARES, F.; GASPAR, A. A. J.; An. Fac. Odont. Univ. Fed. Pernambuco, Recife, v.10 (1), 2000. MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA GERAL, SECRETARIA DE MORDENIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E RECURSOS HUMANOS. Capacitação Pedagógica para Instrutor/Supervisor. Área de Saúde, Brasília, 1989. PINTO, V. G. Saúde Bucal. Odontologia Social e Preventiva. São Paulo. Editora Santos, 1989. PINTO, V. G. Saúde Bucal Coletiva. Editora Santos, São Paulo, 4 Ed., 2000. VASCONCELLOS, M. C. C.; ROZATO, A. L.; BARONETTO, C.; LÉO, E. P.; BARRETTOS, I. F. M. C.; SILVA, S. A. B. O programa de saúde bucal para crianças préescolares em Araraquara-SP O desempenho em 1998. Revista Odont. UNESP, São Paulo, 19:283-289, 1990.