Referencial para o debate no V Encontro Estadual de Funcionários com base nas Resoluções do XV Congresso Estadual do Sintep-MT A partir da lei nº 12. 014/09 que altera o Art. nº 61 da Lei de Diretrizes e Bases LDB que define quem são os profissionais da educação básica pública e da lei nº 12. 796/13 que aponta a garantia da formação continuada dos/as Funcionários/as, foi necessário ressignificar o conceito de profissional da educação. Nesse sentido, o Sintep-MT convoca todos/as os/as funcionários/as da rede municipal e rede estadual para juntos, de forma coletiva debatermos a formação e a valorização profissional dos/as funcionários/as da educação. Todo o debate está pautado no compromisso com a educação pública de qualidade social. Desta feita, o V Encontro Estadual de Funcionário possui o objetivo de promover um debate acerca da carreira para os funcionários da educação, partindo do princípio de que a formação e a valorização profissional fortaleçam o compromisso e a responsabilidade de cada profissional com a oferta da educação pública de qualidade, independente do ambiente educativo que atua. É importante apontar que o SINTEP/MT defende carreira única para os profissionais da educação, já conquistada em Mato Groso, desde 1998 - com a aprovação da Lei Orgânica dos Profissionais da Educação Básica (LOPEB - LC 050/98) - antes mesmo da nova redação do art. 206 da Constituição Federal inciso "V" que se refere à valorização dos profissionais da educação escolar e da modificação do artigo 61 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que define quem são os/as profissionais da educação. Para superar as distorções nas carreiras dos mais de 5.560 municípios, além dos estados e do Distrito Federal, defendemos a aprovação do Projeto de Lei que faça a regulamentação das Diretrizes Nacionais de Carreira para os profissionais da educação. Na terceira legislatura e, ainda com pouco avanço na tramitação, o projeto foi uma das pautas que motivou a ocupação do Congresso Nacional que os/as trabalhadores/as da educação fez na 14ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública. O Estado de Mato Grosso é protagonista no cenário Nacional na formação de funcionário/as com o Projeto Arara Azul, que foi responsável por profissionalizar mais de 5.500 funcionário/as
da educação entre 1998 e 2003 em Mato Grosso. E que mais tarde, com a publicação da Resolução nº 05/2005 e o Parecer nº 16/2005 que institui a Área 21 Eixo Profissional de Apoio Escolar, o Projeto Arara Azul a partir de uma nova roupagem dada pelo MEC, se torna inspiração e a base para um Programa Nacional de Formação para o/as Funcionário/as da educação o Profuncionário. A partir desse contexto, tem ampliado cada vez mais as mobilizações dos/as funcionários/as da educação Brasil afora e em Mato Grosso especialmente nas redes municipais, na busca de garantia ou ampliação da valorização profissional, impulsionadas por diversos avanços políticos e jurídicos, tanto em nível nacional como estadual, conforme estão relacionados: Criação no âmbito da CNTE, do DEFE - Departamento de Funcionários - 1995 Projeto Arara Azul 1998 Início em Mato Grosso (Gênese do Profuncionário) LC. 050/98 Cria carreira (única) dos profissionais da educação básica MT; Res. nº. 05/2005 Cria a área 21 que deu origem ao Profuncionário; Parecer nº 16/2005 que define as competências técnicas da área 21; E. C. nº. 53 altera art. 206 da C.F nos princípios da educação, substituindo valorização dos profissionais do magistério com planos de carreira e piso salarial, por valorização dos profissionais da educação escolar(junção incisos V e VIII); Lei 12.014/2009 reconhece os funcionários como profissionais da educação; Res. nº. 05/2010 institui as diretrizes para os planos de carreira dos profissionais da educação básica; Decreto 7.415/2010 Institui política nacional de formação dos profissionais da educação. Lei nº 12.796/04/2013 antigo PL 5.395/2009 que altera a LDB e garante formação aos funcionários/as da educação; O grande feito do momento é a aprovação recente da lei nº 12.796 que modifica o artigo 62 da LDB reafirmando a necessidade de formação inicial e continuada aos funcionário/as da educação, a partir da seguinte redação:
"Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas. Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a que se refere o caput, no local de trabalho ou em instituições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação." Esta novidade reforça a luta política, acerca da necessidade do curso superior específico de cada área de atuação, conforme está definido na Portaria nº 72/2010 com a seguinte redação: ''Art.1º - Criar, no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, o eixo tecnológico de Apoio Educacional, bem como, aprovar a inclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Escolares, com carga horária mínima de 2.400 horas''. Bem, somos todos sabedores de qual tem sido a luta desse sindicato em busca da formação e valorização profissional desse segmento da educação, visto que não é possível falar de formação sem ressaltar a valorização profissional, porque ambas estão intrinsecamente ligadas. Neste sentido, o V Encontro Estadual de Funcionários/as da Educação do SINTEP-MT, entidade pioneira no país e no mundo na formulação da política de valorização dos/as funcionários/as da educação com a elaboração dos cursos em nível médio se lança ao desafio de avançar para a construção do currículo da formação em educação superior. A partir do contexto citado e considerando a importância de assegurar os itinerários formativos, é fundamental fortalecermos a formação inicial - o Profuncionário em todo estado matogrossense, com o atendimento dos mais de 7.500 funcionários/as matriculados/as, ofertado em parceria pelo Instituto Federal de Mato Grosso - IFMT e Secretaria de Educação SEDUC. O curso sendo está ofertado, através dos Centros de Formação e Atualização do/as Profissionais da Educação - CEFAPRO, e é urgente ampliar a oferta para o atendimento da demanda social nos Centros de Educação de Jovens e Adultos - CEJAs e Escolas de Ensino Médio Profissionalizante Integrado - EMIEP. A partir da necessidade de avançarmos, temos feito um debate junto à Seduc e cobrado da mesma, a oferta da profissionalização nos CEJAs e estamos exigindo que esses cursos sejam ofertados o mais breve possível, no intuito de que o estado dê o primeiro passo atendendo a demanda social no município de Várzea Grande, uma vez que a subsede do referido município já realizou este levantamento. É importante chamarmos o estado à sua responsabilidade para que os
próximos concursos públicos considerem o ingresso com provas e títulos aos novos funcionários/as da educação superando ainda o prejuízo social à educação e financeiro aos funcionários que ingressam sem a devida profissionalização. Também, é preciso responsabilizar os IFs e universidades públicas com a demanda dos cursos tecnológicos em Processos Escolares com ênfase nas áreas específicas da educação. E nesse cenário, é importante resgatarmos o acordo de redação proposto e aprovado pelo/as Funcionário/as presente no XIV Congresso do Sintep-MT com a seguinte redação: Intensificar a política de Formação e Valorização Profissional dos/as Funcionários/as da Educação, tendo como parâmetro a Lei nº 12.014/09 e as Diretrizes Nacional de Carreira e a partir da definição dos cursos superiores para o Apoio Administrativo Educacional, e do reconhecimento dos mesmos, buscar a elevação de classe para o referido segmento, tendo como princípio a estrutura de carreira da Lei Complementar nº 50/98. Outro aspecto relevante, é que não basta à aprovação das leis como benefício, temos que continuar na luta para que as mesmas sejam cumpridas. Temos que ter clareza de qual é o papel do movimento sindical, dos profissionais da educação que se configura em conjugarmos os verbos, cobrar e exigir incansavelmente, na oferta de políticas públicas que atenda as necessidades da classe trabalhadora, no que tange a formação com promoção profissional. No sentido de oferecermos educação de qualidade à diversidade de educando/as que chegam até as escolas matogrossenses independente da rede, se estadual ou municipal. Ao observarmos as demandas apresentadas por esse segmento, podemos perceber que algumas foram superadas, porém, ainda dependemos de vontade política para avançarmos em várias delas, visto que, estamos amparados legalmente para a efetivação de todas as solicitações. Nesse sentido, listamos alguns pontos que é necessário avançarmos: Cobrar do governo política de formação específica para a vigilância, segurança no trabalho; Ampliar o número de funcionários/as sindicalizados/as; Exigir das esferas estaduais e municipais a expansão do Profuncionário; Exigir do Instituto Federal formação específica para os/as Tutores/as do Profuncionário; Fortalecer a identidade dos/as funcionários/as da educação; Sensibilizar as Instituições formadoras a ofertarem cursos de nível superior para atendermos a demanda em serviço e a demanda social; Cobrar a efetivação da Portaria nº 72 de 2010, que cria o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia que inclui o Curso Superior de Tecnologia em Processos Escolares;
Exigir do Instituto Federal a oferta dos cursos de nível médio para atendimento da demanda em serviço e demanda social, conforme versa o Decreto nº 7.415; Exigir tempo para a formação continuada dentro das 30 horas de trabalho do servidor conforme versa o Art. 5º no inciso XVII do Decreto 7.415; Cobrar dos gestores a profissionalização de todos os/as funcionários/as da educação, principalmente nas redes municipais; Reafirmar a luta pelo piso salarial, jornada única e a reestruturação dos PCCS nos municípios garantindo a inclusão e/ou permanência dos/as funcionários/as; Lutar incansavelmente contra a terceirização; Exigir que o Estado e o Município reconheçam todos os/as funcionários/as da educação como preconiza a Lei n 12.014/09. Exigir do Estado o cumprimento da Lei nº 12.796/04/2013 antigo PL 5.395/2009 que altera a LDB e garante a formação continuada ao funcionário/a da educação; É importante lembrarmos que esses avanços por menores que sejam não são autoaplicáveis, a luta se faz através da organização de cada um e cada uma, no seu local de trabalho, nos sindicatos de base, nas associações e sociedade civil. Parte da responsabilidade para que todos esses apontamentos sejam efetivados, cabe a cada um de nós profissionais da educação e a cada cidadão e cidadã desse Estado, na defesa de uma educação pública de qualidade social. Direção Estadual SINTEP/MT Gestão Determinação, Ousadia e Luta.
INDICATIVOS DE AÇÕES III ENCONTRO ESTADUAL DE FUNCIONÁRIOS (AS) DAS ESCOLAS PÚBLICAS 1. Propor alteração da nomenclatura do cargo de Apoio Administrativo Educacional para Técnico Administrativo Educacional e respectivas funções; 2. Exigir a ascensão horizontal na carreira (ampliação das classes) para o Apoio Administrativo Educacional com a ampliação das classes e vencimento; 3. Reivindicar a oferta dos cursos técnicos de nível médio em educação na rede pública de ensino, EJA, PROEJA, EMIEP, para atender a demanda social; 4. Cobrar a expansão do PROFUNCIONÄRIO com tutores específicos para atender as diferentes funções; 5. Reivindicar junto às universidades públicas a oferta de cursos superiores para os (as) funcionários (as) de escola; 6. Cobrar do CNE e MEC agilidade na regulamentação dos cursos superiores para os funcionários de escola; 7. Exigir do governo a formação permanente dos Técnicos formadores dos CEFAPROS e dos tutores do PROFUNCIONÁRIO; 8. Cobrar a ampliação do número de formadores no Eixo Tecnológico Apoio Educacional; 9. Reivindicar no mínimo duas horas semanais dentro da jornada de trabalho para formação continuada dos (as) funcionários (as); 10. Garantir espaço de formação adequado aos funcionários (as) de escola no ambiente escolar; 11. Reivindicar da SEDUC-MT orientações aos CEFAPROS sobre a formação continuada dos (as) funcionários (as) de escola; 12. Reivindicar a alteração da Lei Estadual 9.241/09 estendendo o direito a todos (as) os profissionais da educação a concorrerem para a função de Assessor (a) Pedagógico (a); 13. Propor alteração da LOPEB ampliando o prazo para Enquadramento Definitivo dos (as) funcionários (as); 14. Cobrar a posse imediata do concurso público; 15. Incentivar os (as) funcionários (as) a ocuparem espaços de poder em toda a estrutura educacional;
16. Exigir a realização de concurso público a cada 02 anos com o número real de vagas e com posse imediata dos aprovados; 17. Lutar pela unificação do sindicato nas redes municipais em que a entidade sindical local responsável pela representação dos trabalhadores da educação não estiver encaminhando a luta; 18. Lutar pela criação e/ou reestruturação do Plano de Cargos Carreira e Salários nos municípios garantindo a inclusão dos (as) funcionários (as) com jornada de trabalho e piso unificados; 19. Lutar pelo enquadramento dos (as) funcionários (as) no quadro da educação, onde os mesmos estiverem no quadro geral da administração; 20. Ampliar a filiação ao SINTEP-MT do segmento funcionários (as) de escola; 21. Publicar material sobre assédio moral; 22. Fortalecer a organização por local de trabalho; 23. Fortalecer o sindicato com maior participação dos (as) funcionários (as) da educação nas atividades sindicais; 24. Fazer cumprir a lei 12.014/09; 25. Conclamar os (as) funcionários (as) para participarem das eleições nas subsedes; 26. Cobrar das lideranças locais do SINTEP-MT debates sobre temas relevantes; 27. Intensificar a cobrança quanto à realização de concursos municipais com número real de vagas para todos os cargos na área da educação; 28. Lutar pela inclusão dos funcionários (as) das redes municipais no PROFUNCIONÁRIO; 29. Reivindicar a ampliação de Apoios Adm. Educacionais para atuarem na função de Segurança, período diurno; 30. Exigir segurança e condições favoráveis de trabalho para todos (as) os (as) trabalhadores (as) da educação; 31. Lutar contra a inclusão das despesas do transporte escolar nos recursos do FUNDEB; 32. Pressionar o Governo do Estado para a aplicação dos 25% do IRRF na educação; 33. Lutar contra qualquer iniciativa de terceirização; 34. Exigir carteira de identificação profissional para os (as) funcionários (as) de escola;
35. Cobrar do governo política de formação para os Apoios Administrativos Educacionais - Vigilância, para a segurança no trabalho; 36. Reivindicar agilidade no Enquadramento dos funcionários (as) que fizeram o PROFUNCIONÁRIO. 37. Cobrar dos municípios o pagamento retroativo do Enquadramento Definitivo aos profissionalizados (as); 38. Exigir do Governo a realização de Conferência para debater a Gestão Democrática conforme previsto em lei; Direção Estadual SINTEP/MT Gestão Determinação, Ousadia e Luta.