Contextualismo e anti-contextualismo



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ALEGRIA ALEGRIA:... TATY:...

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Transcrição:

Contextualismo e anti-contextualismo Referências: Cappelen, Herman, and Lepore, Ernie, Insensitive Semantics, Oxford, Blackwell, 2005. Kaplan, David, Demonstratives, in Almog, J., Perry, J., and Wettstein, H. (eds.), Themes from Kaplan, Oxford, Oxford University Press, 1989, pp 481-563. Récanati, François, Literal Meaning, Cambridge, Cambridge University Press, 2004. Searle, John, The background of meaning, in Searle, J., Kiefer, F., and Bierwisch, M. (eds.), Speech Act Theory and Pragmatics, Dordrecht, Reidel, 1980, pp 221-232. Travis, Charles, Pragmatics, in Hale, Bob, and Wright, Crispin (eds.), A Companion to the Philosophy of Language, Oxford, Blackwell, 1997, pp 87-107. Récanati: Questão básica diz respeito ao estatuto do conteúdo verocondicional (i.e., identificado de acordo com as condições de verdade). Ele é uma propriedade das frases (em abstracto) ou dos actos de fala (elocuções em contexto)? 1

Anti-contextualistas tendem a favorecer a primeira resposta; contextualistas tendem a favorecer a segunda. Contrariamente ao que se passa nas linguagens formais, a significação nas línguas naturais é fortemente dependente do contexto. Para os contextualistas, isto implica que as frases das línguas naturais não têm condições de verdade determinadas (independentemente da sua elocução num contexto determinado). Já os anti-contextualistas, embora reconheçam essa diferença entre as linguagens formais e as línguas naturais, consideram que é possível proceder a idealizações legítimas para explicar a significação. Idealização anti-contextualista: Para cada enunciado que pode ser proferido num contexto particular com o uso de uma frase com expressões sensíveis ao contexto, há uma frase eterna que pode ser utilizada para proferir o mesmo enunciado em qualquer contexto. 2

Exemplo simples: João disse que está a chover. corresponderia (grosso modo) à frase eterna João Fernandes Moreira, nascido no Porto no dia 19 de Junho de 1984 às 16h15min, disse em Lisboa no dia 17 de Maio de 2005 às 15h00 que está a chover em Lisboa no dia 17 de Maio de 2005 às 15h00. que seria verocondicional em qualquer contexto. Uma primeira resposta contextualista radical (inspirada em Searle e Travis): Mesmo se considerarmos fixos os valores semânticos das expressões mais obviamente sensíveis ao contexto (como o nome próprio João e o tempo do verbo estar no Presente do Indicativo), ainda assim a alegada frase eterna estaria sub-especificada. Por exemplo, o que conta como chover? Apenas algumas gotas? Por quanto tempo? etc. E em Lisboa? Abrange toda a cidade de Lisboa? Apenas alguns bairros? A região da Grande Lisboa? etc. 3

O argumento contextualista é o de que, para cada especificação que aparentemente completa o enunciado e o transforma numa frase eterna, pode-se gerar outras questões que levarão a outras especificações, etc. Um argumento apresentado por Récanati a favor do contextualismo (inspirado em Lewis): certas expressões com o mesmo significado terão valores de verdade diferentes em diferentes contextos, dependendo do padrão de precisão vigente. Por exemplo: A França é hexagonal. Basicamente, a querela entre contextualistas e anticontextualistas diz respeito à seguinte questão: O significado determina as condições de verdade? Para o contextualista, a resposta é não : os factores necessários para se considerar um enunciado como verdadeiro ou falso ultrapassam a mera significação linguística da frase proferida. 4

Para o anti-contextualista, a resposta é sim : os factores necessários para se considerar um enunciado como verdadeiro ou falso esgotam-se na significação da frase proferida. Exemplo de argumento contextualista: Searle Considere-se as seguintes frases: 1. O João cortou a relva. 2. O barbeiro cortou o cabelo do António. 3. A Maria cortou o bolo. 4. O Pedro cortou as unhas. 5. O alfaiate cortou o tecido Em todos esses casos, compreendemos o verbo cortar com o mesmo significado literal e sem ambiguidade. No entanto, a palavra vai determinar diferentes condições de verdade (ou mais geralmente, condições de satisfação) nas diferentes frases em que aparece. 5

Uma forma de compreender isto é imaginar o que é que constitui obedecer a ordem para cortar alguma coisa. Se alguém me diz para cortar a relva e eu corro e a golpeio com uma faca, ou se me mandam cortar o bolo e eu utilizo um cortador de relva, em cada um desses casos eu não obedeci a ordem. Pois não foi isto que o falante quis dizer pela sua enunciação literal e séria da frase. (Searle, The background of meaning, 1980) Como explicar isto? Através do conceito de Background. A razão pela qual o mesmo conteúdo semântico, cortar, determina diferentes conjuntos de condições de verdade nestas diferentes frases deriva, não de algum tipo de ambiguidade semântica, mas antes do facto de que, como membros da nossa cultura, nós compreendemos o enunciado literal e a frase com base num background de informação sobre como a natureza e a nossa cultura funcionam. Um background de práticas, instituições, factos, regularidades e maneiras de fazer as coisas é assumido por falantes e ouvintes quando uma destas frases é proferida ou compreendida. (Searle) 6

Conclusão: devemos abandonar a ideia de que o significado de uma frase determina um conjunto de condições de verdade. Segundo Searle, o significado literal de uma frase somente determina um conjunto de condições de verdade tendo em conta conjunto de práticas e suposições num background. Assim, conforme os diferentes backgrounds em que é proferida uma frase, diferentes condições de verdade poderão ser determinadas. A determinação das condições de verdade é, basicamente, não-semântica (e mesmo não-linguística ). No limite, todas as expressões são sensíveis ao contexto. 7

Anti-contextualismo: a posição minimalista (Cappelen & Lepore) Reconhece-se a existência de expressões sensíveis ao contexto, mas em número reduzido. Basicamente, Pronomes como eu, tu, você, ele, meu, sua Demonstrativos como este, isto, aquilo Advérbios como aqui, agora, amanhã, ontem Adjectivos como presente Esta lista constitui o conjunto básico de expressões sensíveis ao contexto tal como proposto por David Kaplan em Demonstratives (1989). É importante notar que embora essas expressões sejam sensíveis ao contexto, o seu significado não muda. O que varia com o contexto é o referente que será identificado pela expressão. Por exemplo, o significado de Eu (ou o que Kaplan chama carácter ) é uma regra que indica que, quando utilizado, o pronome refere o falante/comunicador. Assim, o que Kaplan chama o conteúdo desta frase pode variar em diferentes contextos consoante o falante que a profere: 8

Eu estou muito contente Mas o significado é o mesmo. Aliás, é com base nesta regra que somos capazes de utilizar apropriadamente pronomes e outras expressões sensíveis ao contexto. Para Cappelen & Lepore, as únicas expressões sensíveis ao contexto são as que compõem o conjunto básico proposto por Kaplan. O significado determina as condições de verdade, através da descitação (disquotation): A frase A neve é branca é verdadeira se, e só se, a neve é branca. A frase Está a chover em Lisboa é verdadeira se, e só se, está a chover em Lisboa. A frase O João pesa 80 kg é verdadeira se, e só se, o João pesa 80 kg. A frase A Marta é alta é verdadeira se, e só se, a Marta é alta. 9

Cappelen & Lepore propõem alguns testes para averiguar se uma expressão é ou não sensível ao contexto: Teste 1 Relatos indirectos por descitação intercontextual Contexto 1: (Cavaco Silva:) Eu não tenho dúvidas e nunca me engano. Contexto 2: (relato indirecto:) Cavaco Silva disse que eu não tenho dúvidas e nunca me engano. O relato no contexto 2 é falso. A expressão Eu, como é sensível ao contexto, bloqueia a sua inclusão num relato indirecto. Para que o relato indirecto seja verdadeiro, é necessário ajustar a expressão sensível ao contexto. Assim, um relato indirecto verdadeiro seria: Cavaco Silva disse que (ele) não tem dúvidas e nunca se engana. Assim, as expressões sensíveis ao contexto bloqueiam os relatos indirectos por descitação intercontextual. 10

Se uma expressão não bloqueia esses relatos, ela é insensível ao contexto. Exemplo: O João está pronto. A expressão pronto é considerada sensível ao contexto pelos contextualistas, já que é necessário especificar para que o João está pronto. No entanto, ela não causa bloqueios. Contexto 1: Maria diz O João está pronto no contexto de uma conversa em que se procura saber quais os alunos que estão prontos para o exame. Contexto 2: Maria diz O João está pronto no contexto de uma situação em que três pessoas estão a prepararse para sair à noite (O João é uma delas). Contexto 3: (relato indirecto:) Em C1 e C2, a Maria disse que o João está pronto. 11

Segundo Cappelen & Lepore, o relato indirecto em C3 é verdadeiro. Isto é, uma pessoa pode relatar indirectamente o que a Maria disse nos outros dois contextos, sem necessidade de ajustar uma qualquer expressão sensível ao contexto (o que seria supostamente o caso de pronto ). Teste 2 Bloqueio de descrições colectivas Expressões sensíveis ao contexto bloqueiam a sua inclusão (sem ajustes) numa descrição colectiva. Contexto 1: (dia 15 de Maio:) Ontem o Roberto foi embora. Contexto 2: (dia 16 de Maio:) Ontem o Dr. Golgi foi embora. Contexto 3: (descrição colectiva no dia 17 de Maio:) Ontem o Roberto e o Dr. Golgi foram embora. É incorrecto relatar a data da partida de Roberto e do Dr. Golgi como ontem, dado que Roberto partiu dois dias antes. 12

Exemplo de expressão insensível ao contexto: o João pesa 80 kg. Contexto 1: O João é o primeiro astronauta português a pisar a Lua. Ele é obcecado com o peso e leva consigo uma balança extremamente precisa. Vestido com o fato de astronauta, ele pesa-se e a balança regista 80 kg. O António (o segundo astronauta português a pisar a Lua, e que está ao seu lado) diz ao Jorge (o terceiro astronauta português, etc.): O João pesa 80 kg. Contexto 2: O Alberto está em casa, em Lisboa. Acabou de acordar, ainda não tomou o pequeno-almoço e foi nu até à casa de banho para se pesar. A balança, que é extremamente precisa, regista 80 kg. A sua mulher, Maria, observa a situação e diz à sua amiga Marta: O Alberto pesa 80 kg. Contexto 3: (descrição colectiva:) O João e o Alberto pesam 80 kg. Para Cappelen & Lepore, a descrição colectiva em C3 é verdadeira, independentemente das circunstâncias em que se deram as pesagens. 13