PERFIL CONCEITUAL: ANALISANDO RESULTADOS OBTIDOS PARA CONCEPÇÃO DE MATÉRIA E SEUS ESTADOS FÍSICOS CONCEPTUAL PROFILE: ANALYSING RESULTS OBTAINED FOR CONCEPTION OF MATTER AND ITS PHYSICAL STATE Maria Bernadete de Melo Cunha Colégio Estadual Luiz Vianna-SEC/BA Universidade Federal da Bahia/ Faculdade de Educação berna.dete@uol.co.br Resuo Este trabalho apresenta o perfil de alunos e alunas para a atéria e seus estados físicos coo resultado de análise feita a partir de atividades desenvolvidas e sala de aula e e laboratório de Quíica, para a construção desses conceitos, baseado no perfil conceitual proposto por Mortier (2000). Palavras-chave: atéria, perfil conceitual, ensino. Abstract This work shows the profile of students for the atter and its physical state as a result of an analysis done fro activities ade in Cheistry s class and lab, to construct the conceits, based in a conceptual profile proposed by Mortier (2000). Keywords: atter, conceptual profile, teaching. Introdução Trabalhando co seis turas da 1ª série do Colégio Estadual Luiz Viana, e Salvador-BA, durante o ano letivo de 2002, realizei ua intervenção didática, e que alunos e alunas fora levados a copreensão de conceitos, a partir de atividades efetuadas por eles/elas e sala de aula e e laboratório de Quíica, para desenvolver u odelo cinético-olecular para os estados físicos dos ateriais, propostas por Mortier (2001), discutindo as propriedades dos ateriais e seus estados físicos para que se pudesse chegar a copreensão da constituição da atéria por partículas, isto é, a natureza particulada da atéria (CUNHA & FREIRE JR., 2003). Os resultados apresentados por alunos e alunas e questões abertas e desenhos representativos fora tabelados e, por fi, analisados através do perfil conceitual proposto por Mortier (2000). Desse odo, o presente trabalho apresenta o perfil conceitual de alunos e alunas de ua das turas envolvida neste trabalho, escolhida aleatoriaente, designada coo Tura A, referente ao conceito de atéria e seus estados físicos. Metodologia Baseada na proposta idealizada por Mortier (2000), fora realizadas atividades para verificar a copreensão de alunos e alunas acerca da atéria e de seus estados físicos, trabalhando, e sala de aula e laboratório de Quíica, co as propriedades coo copressão e epansão de gases, dilatação de líquido, udança de estado físico e solubilidade de ateriais. Essas propriedades fora discutidas e atividades, adaptadas às condições do estabeleciento de ensino e que fora aplicadas, consideradas coo pré-testes para verificar as concepções iniciais de alunos e alunas, atividades consideradas coo de generalização para o odelo atoista da atéria e seus estados físicos coo aplicação desse odelo a situações diversas, e atividades consideradas coo pós-testes para verificar as concepções de alunos e alunas ao final dos processos de ensino e aprendizage. ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 1
Fora obtidos dados a partir das respostas dadas por alunos e alunas a questões abertas e/ou desenhos representativos. (CUNHA, 2003 e CUNHA & FREIRE JR., 2003). Co esses dados, fora confeccionadas tabelas de resultados por alunos e alunas baseadas na proposta de Mortier (2000) para o perfil conceitual, adaptando-as, de acordo co as atividades realizadas e sala de aula. A partir dessas tabelas, fora forados grupos constituídos por alunos e alunas, para as atividades referidas acia, o que possibilitou o traçado do perfil conceitual desses estudantes podendo-se analisar a evolução conceitual alcançada. Resultados e discussão Mortier, utilizando referencial de Bachelard e relação ao perfil episteológico proposto por esse filósofo, indicou coo u conceito científico, ais especificaente conceito quíico, pode se situar e diferentes correntes filosóficas, assi, etrapolando a noção do perfil episteológico de Bachelard, Mortier vai utilizá-lo para análise de conhecientos quíicos e situações de ensino-aprendizage preferindo trabalhar co as concepções dos alunos e alunas, aditindo a possibilidade de que estes possa usar diferentes foras de pensar e diferentes doínios. Para analisar a evolução da aprendizage e salas de aula, Mortier propõe o perfil conceitual (MORTIMER, 1992 e 1994) entendendo, juntaente co outros autores coo Driver, Asoko, Leach e Scott que: e vez de construir ua única e poderosa idéia, os indivíduos pode apresentar aneiras diferentes de pensar [ ] dentro de doínios específicos (DRIVER, ASOKO, LEACH, SCOTT & MORTIMER, 1999, p. 34). Recorrendo a Bachelard, Mortier eplica a possibilidade de u indivíduo apresentar diferentes foras de pensar e representar a realidade a sua volta, pois, para o perfil episteológico daquele filósofo, u conceito necessitaria das diferentes visões filosóficas para ser eplicitado. Desse odo, para o perfil conceitual te-se que: cada zona do perfil corresponde a ua fora de pensar e falar sobre a realidade que convive co outra diferente nu eso indivíduo (AMARAL & MORTIMER, 2001). Mortier, defendendo o perfil conceitual, vai colocar que este perite a evolução das idéias dos estudantes e sala de aula não coo ua substituição de idéias alternativas por idéias científicas, as coo a evolução de u perfil de concepções.(mortiner, 2000). Desse odo, as novas idéias pode conviver co as idéias anteriores, desde que seja epregadas e contetos apropriados. Assi, o que se espera é que haja evolução de idéias, que elas possa conviver e possa ser usadas e situações convenientes. E cou co o perfil episteológico, o perfil conceitual apresenta a característica da hierarquia entre as diferentes zonas, ou seja, a cada zona que se sucede no perfil, o poder de eplicação é aior que na zona anterior, poré, coo chaa a atenção Mortier, ao perfil conceitual fora acrescentadas características que o distingue do perfil episteológico coo a diferenciação entre as zonas, levando-se e consideração aspectos episteológicos e ontológicos do conceito discutido, pois cada zona do perfil corresponde a ua fora de pensar e falar sobre a realidade, ebora essas foras conviva e u eso indivíduo; ua segunda característica é a necessidade que o indivíduo toe consciência do seu próprio perfil, ou seja, fique ciente de que conceito usar a cada nova situação; coo últia característica acrescentada, é que os níveis pré-científicos do perfil não corresponde a escolas filosóficas de pensaento, sendo influenciados pela cultura de cada indivíduo. ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 2
A distinção que se poderia fazer para o perfil conceitual é justaente a convivência de idéias divergentes nu eso indivíduo, não ocorrendo ua udança ou substituição de conceitos. Desse odo, a diferença apontada por Mortier e relação ao perfil episteológico é que no perfil conceitual não se te a intenção de ostrar que concepções seja ultrapassadas as que possa ser copleentares (MORTIMER, 1997, 2000). O perfil conceitual vai peritir que o processo de foração de conceitos por alunos e alunas e salas de aula possa ser acopanhado, entendendo-se que diferentes pontos de vista pode ser copleentares. Assi é que, segundo Aaral, Scott e Mortier, as três características básicas que fundaenta a noção de perfil conceitual, são: "o pluraliso filosófico eistente na constituição de u conceito; a heterogeneidade do pensaento verbal presente e u indivíduo; a copleentaridade entre diferentes visões sobre u eso conceito" ( AMARAL, SCOTT & MORTIMER, 2003). No ensino de u conceito, tendo por base o perfil conceitual, alunos e alunas deve ter consciência das diferentes zonas do perfil, do conteto de aplicação de cada ua delas e das relações eistentes entre elas. Ao eplicare as zonas do perfil conceitual, Aaral e Mortier coloca que: cada zona e u perfil conceitual oferece ua aneira de olhar o undo que é única e diferente das outras zonas. (AMARAL & MORTIMER, 2001). cada zona conceitual corresponde a diferentes foras de ediação, a diferentes teorias e linguagens, que traduze o undo e suas próprias foras (ide, 2001). Nesse sentido, os estudantes ao lidare co objetos ateriais não precisaria, a todo o oento, pensare e partículas, ovientos e interações as, para eplicare fenôenos físicos ou quíicos esta necessidade estaria presente. As diversas zonas estabelecidas no perfil conceitual eplicitado por Mortiner apresenta-se coo realista ou de senso-cou e que as concepções estão diretaente relacionadas à percepção sensorial, isto é, apoiada nos sentidos (visão, olfato, tato, etc), aniista e que é atribuída vida a objetos ou coisas inaniadas, epirista e que se leva e conta edidas que possa ser realizadas, ultrapassando a realidade iediata através do uso de instruentos de edida, substancialista e que são atribuídas propriedades acroscópicas a entidades icroscópicas e racionalista e que se opera co entidades icroscópicas que pode ser eplicadas por odelos representativos. Para os conceitos quíicos, Mortier indica que o racionaliso pode ser copreendido coo racionaliso clássico, e que os conceitos da quíica clássica faze parte de ua rede de relações racionais, e o racionaliso oderno e que os conceitos da quíica oderna se torna ais copleos, fazendo parte de ua rede ais apla de conceitos. Mortier acrescenta tabé o racionaliso conteporâneo, indicando que este ainda está e desenvolviento. Para o ensino das ciências, o perfil conceitual contribuiria para que se pudesse estabelecer estratégias de ensino, através da deterinação das categorias que constitue as diferentes zonas do perfil do conceito a ser estudado, assi coo para analisar a evolução conceitual e sala de aula, apontando obstáculos na construção de conceitos ais avançados, constituindo-se e u instruento de análise para relacionar as idéias dos alunos e alunas co aquilo que é discutido na escola e co o que é cientificaente aceito no pressuposto de que o ensino de ciências pode ser relevante para a vida cotidiana. (MORTIMER, 1992, 1996, 1997, 2001). Para traçar o perfil conceitual de alunos e alunas, coo instruento de análise dos resultados obtidos e sala de aula a partir das atividades realizadas, Mortier (2000) apresenta tabelas que fora adaptadas para a situação vivenciada pela Tura A referida neste trabalho. Por liitação de espaço no presente trabalho, serão apresentadas e destaque alguas tabelas que resue os resultados obtidos nas atividades consideradas coo pré-testes, atividades ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 3
consideradas coo pós-testes e de generalização do odelo atoista, obedecendo a esa nueração já eistente.(cunha, 2003). Essas tabelas apresenta os aspectos relevantes para que seja analisada a presença de que odelo para a atéria está presente e alunos e alunas antes e após os processos de ensino e aprendizage. Coo se buscou a copreensão do odelo de partículas por alunos e alunas, aspectos considerados para esse odelo, coo a presença de idéias descontínuas, traduzidas e aspectos coo a eistência de espaços vazios entre partículas, o seu oviento, a conservação da assa e a densidade dos ateriais, fora ressaltados nas tabelas confeccionadas para a finalidade proposta. Coo eiste a discussão da não-identificação direta dos sujeitos envolvidos nua pesquisa por questões éticas, os alunos e alunas da Tura A apresentados neste trabalho, fora noinados por abreviações ou apelidos nos resultados discutidos e/ou tabelados, procurando-se evitar que seja identificados. Desse odo, a Tabela 5, vista a seguir, resue os dados para as atividades realizadas coo prétestes por alunos e alunas da Tura A (CUNHA 2003), ressaltando as idéias atoistas apresentadas até aquele oento. Até esse oento, o que se pretende é acopanhar a evolução das idéias dos alunos e alunas acerca da natureza particulada da atéria, assi, essa tabela faz u balanço da concepção atoista apresentada durante a realização das atividades consideradas coo pré-testes. Por essa tabela, pode-se ver que soente três estudantes (Deb, Carol e Fab) dão definições atoistas para os diferentes estados físicos, desde o início das atividades. A representação descontínua para os estados físicos, é feita por u núero aior de alunos e alunas, ebora isto aconteça, na aioria das vezes, para o estado gasoso. Para essa Tabela, a ausência de substancialiso foi considerada para o caso dos alunos e alunas que fizera uso de representação descontínua e algua das atividades dos pré-testes interpretada coo odelo atoista clássico. Para a conservação da assa, nessa tabela, foi considerado o registro dessa ocorrência pelo enos ua vez, nas atividades realizadas por alunos e alunas, podendo-se constatar que os estudantes apresenta a conservação da assa coo u dado relevante entre aqueles considerados para a concepção atoista da atéria, haja vista que, para a representação descontínua, foi considerados o odelo atoista, substancialista e o odelo isto, ou seja, aqueles que apresentava evidência de descontinuidade, nessas atividades. Justifica-se a escolha de haver considerado a presença e pelo enos ua ocorrência dos aspectos discutidos anteriorente, quais seja: definições atoistas, representações descontínuas, ausência de substancialiso e conservação da assa, para posicionar os alunos e alunas nesta tabela, pelo fato de valorizar a anifestação da presença da idéia de descontinuidade entre as concepções de alunos e alunas. Nesse caso, foi considerada a possível estabilidade das concepções prévias frente às discussões realizadas nas atividades dos pré-testes haja vista que diferentes autores, a eeplo de Scott (1983) e Chi (1991), coo afira Mortier: adite a possibilidade de que as idéias prévias dos alunos possa sobreviver ao processo de ensino-aprendizage (MORTIMER, 1994, p. 31) ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 4
Tabela 5 Aspectos das idéias dos alunos e alunas que se aproia de ua concepção Atoista Noe Definição atoista p/ sól, líq, gas Representação descontínua Ausência de substancialiso Evidência de conservação de assa Joluc s Rod Jaq Rei Fran N. Marci Thia Deb Carol Fab Cel Leon Louri Mil Ang Ta Mari Mon Sost s Ean s Nei Jose Ren S. Gise Fabi Clei Dai Marc Vivi Ren N. Gil Lili Chei Rai s Alb Iva Mart Fran B. s Math Kari Luc Juli Tig s Van Rog Lean Barb = arcação de resposta = isto s= substancialista ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 5
A Tabela 13 tabé resue os dados para as atividades realizadas pela Tura A dessa vez coo pós-testes e de generalização do odelo, considerando-se as idéias atoistas apresentadas na discussão desse odelo para os ateriais após os processos de ensino e aprendizage. Noe Tabela 13 idéias atoistas dos alunos e alunas depois do ensino Definição atoista para sól, líq, gás s l g Representação descontínua s l g Copensação de perturbação Capacidade de generalização açúcar KMnO 4 Joluc Rod Jaq Rei Fran N. Marci Thia Deb Carol Fab Cel Leon Louri Mil Ang Ta Mari Mon Sost Ean Nei Jose Ren S. Gise s Fabi Clei Dai Marc s Vivi Ren N. Gil Lili Chei Rai Alb Iva s Mart s Fran B. Math Kari Luc Juli Tig Van Rog Lean Barb Coparando-se as Tabelas 5 e 13, que apresenta u quadro geral das atividades realizadas coo pré-testes, antes do ensino, e pós-testes, após o ensino, respectivaente, pode-se verificar u avanço significativo e relação à definição e representação para os ateriais. ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 6
No início, por eeplo, apresenta definição atoista, confore anteriorente colocado, os estudantes Deb, Carol e Fab (três estudantes). No final, alé desses estudantes, tabé Leon, Mil, Nei, Marc e Ren N. (oito estudantes, no total) o faze para os diferentes estados físicos. Para a representação descontínua, observa-se, tanto nas atividades de pré-testes coo nas atividades de pós-testes, u núero aior para representação do estado gasoso co odelo descontínuo. Poder-se-ia usar coo coparação entre as atividades realizadas coo pré-testes e pós-testes, a presença ou não do substancialiso nas respostas obtidas, podendo-se constatar o pouco uso dessa categoria pelos estudantes, inclusive diinuindo nas atividades de pós-teste. Por outro lado, a conservação da assa pode ser considerada u aspecto copreendido por parcela significativa dos estudantes nas atividades realizadas. Co os resultados obtidos nas atividades consideradas coo pré-testes e nas atividades consideradas coo generalização e pós-testes, fora forados grupos constituídos por alunos e alunas para o traçado do perfil conceitual. Para a foração dos grupos co os pré-testes, os critérios considerados fora os seguintes: Grupo 1 - definição realista ou epírica de estados físicos, representação contínua ou ista, ausência de conservação da assa. Grupo 2 - definição realista ou epírica de estados físicos, representação contínua ou ista, conservação da assa. Grupo 3 - definição realista ou epírica de estados físicos, representação descontínua, substancialiso, conservação da assa. Grupo 4 - definição realista ou epírica de estados físicos, representação descontínua, conservação da assa. Grupo 5 - definição atoista de estados físicos co ressalvas para representação e conservação da assa. Para a foração dos grupos co as atividades de generalização do odelo atoista e pós-testes, os critérios considerados fora os seguintes: Grupo I - idéias realistas (contínuas): IA - não generaliza e não copensa a perturbação. IB - generalização e copensação parcial ou copleta. Grupo II - alguas características atoistas: IIA - não generaliza e não copensa a perturbação. IIB - generalização e copensação parcial. Grupo III - características atoistas: IIIA - não generaliza e não copensa a perturbação. IIIB - generalização e copensação parcial. Baseado nesses grupos foi traçado o perfil conceitual apresentado por alunos e alunas da Tura A, para a atéria e seus estados físicos, apresentado na Tabela 14 co o qual pode-se analisar a evolução conceitual obtida por esses estudantes. ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 7
Tabela 14 Perfil conceitual de alunos e alunas da Tura A 1 2 3 4 5 IA IB IIA IIB IIIA IIIB Rod Rod Mil Mil Mon Mon Ren S Ren S Clei Clei Dai Dai Chei Chei Luc Luc Thia Thia Ang Ang Ren N Ren N Van Van Marci Marci Mari Mari Vivi Vivi Cel Cel Nei Nei Marc Marc Gil Gil Math Rei Rei Fran N Fran N Leon Leon Louri Louri Lili Lili Kari Kari Juli Juli Rog Rog Lean Lean Barb Joluc Joluc Sost Sost Ean Ean Rai Rai Fran B Fran B Tig Fabi Fabi Ta Ta Jaq Jaq Jose Jose Gise Gise Alb Alb Iva Iva Mart Mart Deb Deb Carol Carol Fab Fab ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 8
Analisando a Tabela 14, pode-se observar que alunos e alunas, coo Ren S, Chei, Luc, Mari, colocados no Grupo IA, alé de Rod, Mon, Dai, Thia, Ang, Marci e Vivi, colocados no Grupo IB, peranecera co idéias realistas, portanto, do eso odo coo se encontrava de início (Grupo 1), não tendo praticaente avançado no perfil. Situação seelhante apresenta alunos e alunas coo Rei, Fran N., Louri, Kari, Juli (Grupo IA) assi coo Gil e Lean (Grupo IB), co idéias realistas ao final. Esses estudantes encontravase no Grupo 2, inicialente, diferindo dos anteriores por considerare a conservação da assa nas transforações observadas. Apesar de apresentare idéias realistas, os estudantes que se encontra no Grupo IB, fizera generalização e/ou copensação, o que pode ser justificado, talvez, por estare participando co outros colegas nas atividades realizadas co essas finalidades, acopanhando-os nas respostas dadas. Alguns alunos e alunas, coo se pode ver na Tabela 14, apresenta u retrocesso no perfil, pois, de início, encontra-se no Grupo 3, coo Ean, Rai e Fran B ou no Grupo 4, coo Jaq, Gise, Alb, Mart e Fabi, voltando atrás nas suas definições e/ou representações, estando ao final, nos Grupos IA (Ean e Alb) ou IB ( Rai, Fran B, Fabi, Jaq, Gise e Mart), co idéias realistas (contínuas). 1 Apresenta evolução no perfil, coo pode ser visto na Tabela 14, os estudantes Cel, Nei e Lili, que sae do Grupo 2 (idéias contínuas) para o Grupo IIB. O eso pode ser dito dos estudantes Clei e Van, dando inclusive u salto aior no perfil, pois de início estava no Grupo 1 (se nenhua característica atoista) e chega até o Grupo IIB no qual apresenta alguas características atoistas co generalização e/ou copensação parcial, ou seja, aplicando essas idéias a situações diversas. Pode-se observar que Rog apresenta evolução no perfil, pois, inicialente, está no Grupo 2 (definição e representação realista) e passa para o Grupo IIA, co alguas características atoistas se, contudo, generalizar ou copensar essas idéias. O eso ocorre co Leon, tabé apresentando evolução no perfil, pois, de início, tinha definição e representação contínuas (Grupo 2) e, no final, encontra-se no Grupo IIIA, co características atoistas, ebora tabé não tenha epregado essas idéias a situações novas, ou seja, diversas daquelas discutidas anteriorente nas atividades consideradas coo pré-testes. Era de se esperar que alunos e alunas coo Joluc e Sost, inicialente no Grupo 3, e Ta, Jose, Iva e Fabi inicialente no Grupo 4, apresentando idéias descontínuas desde os pré-testes, tivesse avançado ais no perfil, pois chegara ao final dos processos de ensino e aprendizage, nos Grupos IIA (Joluc) e IIB (os deais), co alguas características atoistas. Cabe destacar o avanço considerável no perfil, apresentado por Mil, Ren N (Grupo 1) e Marc (grupo 2), estudantes que inicialente tê idéias realistas co representação e definição contínuas e, ao final, estão no Grupo IIIB co características atoistas, tendo generalização e copensação parcial, sendo, assi, os que ais avançara no perfil. É necessário registrar que estudantes coo Deb, Carol e Fab, que de início colocava idéias atoistas, prosseguira, apresentando ao longo dos processos de ensino e aprendizage, essas colocações estando, ao final, no Grupo IIIB tabé. Desse odo, te-se, pela Tabela 14, seis estudante no Grupo IIIB, o ais avançado desse perfil. Vale salientar que os grupos apresentados para o perfil conceitual, fora constituídos de aneira diversa daquela proposta por Mortier (2000) coo pré-testes, pois, desde o início das atividades, três estudantes fizera colocações atoistas, coo conheciento prévio, justificando a criação do Grupo 5 e que esses estudantes fora colocados. O eso ocorreu nos grupos após o ensino, devido a diferenças de alguas atividades consideradas coo póstestes, co conseqüente ausência de dados correlatos, e pela escolha e valorizar definições e representações descontínuas ais que generalização e copensação do odelo atoista, ebora se tenha levado e conta esses aspectos nos resultados. Deve-se ressaltar que a idéia de ostrar, 1 Pela Tabela 14, pode-se ASSOCIAÇÃO observar que BRASILEIRA os estudantes DE PESQUISA Math, Tig EM e Barb, EDUCAÇÃO não estão EM CIÊNCIAS colocados nos grupos dos pósteste, pois os esos abandonara o curso durante o ano letivo. ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 9
nos grupos forados, ua seqüência crescente de copleidade das idéias foi antida de acordo co os grupos propostos por aquele autor. Conclusão O perfil conceitual apresentado por alunos e alunas da Tura A, para a atéria e seus estados físicos, apresentado neste trabalho, coo se pôde verificar, ostra avanços significativos nas concepções de alguns estudantes, u pouco enos e outros, assi coo alguns retrocessos fora tabé apontados. Desse odo, o perfil conceitual traçado para a Tura A perite avaliar, pelos grupos constituídos por alunos e alunas, aqueles/aquelas que conseguira chegar ao uso de características para o odelo de partículas para a atéria, colocados nos Grupos II e III, e aqueles/aquelas que peranecera co u odelo contínuo para os ateriais, colocados no Grupo I. De toda fora, pode-se verificar u oviento de idéias e relação aos teas trabalhados desde as discussões realizadas a partir das respostas das atividades consideradas coo pré-testes. Meso tratando-se de u trabalho de natureza qualitativa, deve ser colocado u balanço final dos resultados obtidos e relação ao perfil conceitual, anteriorente analisado. Para ua tura de quarenta e sete alunos e alunas que, de início, representava e/ou definia, e sua aioria, os ateriais de fora realista, chega-se ao final verificando-se que, ebora ainda peraneça vinte e seis estudantes co idéias realistas, entre os quais oito retrocedera nas suas concepções iniciais, há que se ressaltar, por outro lado, os avanços apresentados. Desse odo, observa-se que sete estudantes apresentara as características para o odelo atoista clássico, e ais onze estudantes apresentara alguas características atoistas, perfazendo u total de dezoito alunos e alunas que define e/ou representa a atéria coo descontínua, antendo coerência entre as respostas dadas, ostrando u avanço significativo, tendo e vista as condições e que as atividades fora eecutadas. Nesse sentido, os resultados apresentados no perfil de alunos e alunas, fortalece a visão inicial de que o coeço das atividades na disciplina Quíica, no nível édio de ensino, pode ser feito a partir do entendiento das propriedades dos ateriais, observadas a nível acroscópico, para se chegar à constituição dos esos ao nível de partículas, portanto, a nível icroscópico, trabalhando-se co odelos eplicativos, a nível representacional, para os fenôenos estudados. O acopanhaento da evolução dessas idéias pode ser realizado através do perfil conceitual. Referências AMARAL,M.E. & MORTIMER, E., Ua proposta de perfil conceitual para o conceito de calor, Revista da ABRAPEC, vol.2, n.3, set/dez, 2001. AMARAL,M.E., SCOTT,P. & MORTIMER,E., Analisando relações entre aspectos episteológicos e discursivos na sala de aula de quíica. In: Encontro Nacional de Pesquisa e Educação e Ciências ENPEC, IV, 2003, Bauru. Resuos... Bauru: UNESP, 2003. CUNHA,M.B.M. Perfil conceitual: trabalhando concepção de atéria e estados físicos dos ateriais co alunos e alunas do ensino édio. 2003. 104f. Dissertação de estrado. UFBA/UEFS. Salvador, 2003. CUNHA,M.B.M & FREIRE JR.,O. Perfil conceitual: trabalhando concepções de atéria através de suas propriedades co alunos e alunas do ensino édio. In: Encontro Nacional de Pesquisa e Educação e Ciências ENPEC, IV, 2003, Bauru. Resuos... Bauru: UNESP, 2003. DRIVER,R., ASOKO,H., LEACH,J., MORTIMER,E., & SCOTT, Construindo conheciento científico na sala de aula, Trad. Mortier, Quíica Nova na Escola, n.9, ai., 1999. MORTIMER, E.F. Linguage e Foração de Conceitos no Ensino de Ciências. UFMG, 2000, 383p. ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 10
MORTIMER, E.F., Pressupostos episteológicos para ua etodologia de ensino de Quíica: udança conceitual e perfil episteológico. Quíica Nova na Escola, vol.15, n.3, 1992., Concepções atoistas dos estudantes, Quíica Nova na Escola, n.1, ai 1995., Construtiviso, udança conceitual e ensino de Ciências: para onde vaos? Investigações e Ensino de Ciências, vol.1, n.1, 1996., & MACHADO, A.H., Quíica para o ensino édio, Série Parâetros, vol. único, Scipione, 2003., O significado das fórulas quíicas, Quíica Nova na Escola, n.3, ai. 1996., Para alé das fronteiras da Quíica: relações entre Filosofia, Psicologia e Ensino de Quíica, Quíica Nova, 20(2), 1997. ATAS DO V ENPEC - Nº 5. 2005 - ISSN 1809-5100 11