LOCUS Ambiente da inovação brasileira Ano XVII n o 66 Abril 2012 TORCIDA PELA INOVAÇÃO A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 prometem impulsionar o desenvolvimento, aquecendo a demanda por soluções inovadoras em diferentes áreas. Saiba como micro e pequenas empresas podem aproveitar a oportunidade histórica para alavancar negócios Clovis Meurer, da ABVCAP, revela como o capital empreendedor pode contribuir para o crescimento do país Estudo compara modelos de incubação de empresas de diferentes regiões do mundo Os impactos da crise europeia na competitividade de MPEs inovadoras 1
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ÍNDICE LOCUS Ambiente da inovação brasileira Ano XVII Abril 2012 n o 66 ISSN 1980-3842 A revista Locus é uma publicação da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) Conselho Editorial Josealdo Tonholo (presidente) Carlos Américo Pacheco Jorge Audy Marli Elizabeth Ritter dos Santos Mauricio Guedes Maurício Mendonça Coordenação e edição Débora Horn Reportagem Bruno Moreschi, Camila Augusto, Cora Dias e Débora Horn Colaboração: Trama Comunicação Jornalista responsável Débora Horn MTb/SC 02714 JP Direção e edição de arte Bruna de Paula Colaboração: Hiedo Batista Revisão Vanessa Colla OPORTUNIDADE HISTÓRICA 6 ENTREVISTA 28 A realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Brasil gera demandas em diversos setores, exigindo soluções inovadoras (e praticamente imediatas). Descubra como micro e pequenas empresas podem aproveitar as oportunidades trazidas pelos megaeventos para desenvolverem seus negócios 10 EM MOVIMENTO Foto da capa Shutterstock O novo presidente da Associação Brasileira de Venture Capital & Private Equity (ABVCAP), Clovis Meurer, destaca as contribuições do capital empreendedor ao país De Norte a Sul, as novidades do empreendedorismo inovador no Brasil, incluindo a chamada de trabalhos que serão apresentados no XXII Seminário Nacional Presidente Francilene Procópio Garcia Vice-presidente Jorge Luís Nicolas Audy Diretoria Gisa Bassalo, Ronaldo Tadêu Pena, Sérgio Risola e Tony Chierighini Superintendência Sheila Oliveira Pires Coordenação de Comunicação e Marketing Genny Coimbra Impressão Brasília Artes Gráficas Produção Tiragem 2.000 exemplares Apoio Endereço SCN, quadra 1, bloco C, Ed. Brasília Trade Center, salas 209/211 Brasília/DF - CEP 70711-902 Telefone: (61) 3202-1555 E-mail: revistalocus@anprotec.org.br Website: www.anprotec.org.br Anúncios: (61) 3202-1555 18 21 24 37 40 44 47 49 50 HABITATS Fundos de investimento podem ser uma importante fonte de financiamento para parques tecnológicos INTEGRAÇÃO Agência de inovação da Unicamp completa nove anos e comemora resultados da transferência de tecnologia SUCESSO As competências desenvolvidas por duas vencedoras do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica 2011 INTERNACIONAL Estudo compara atuação de incubadoras de empresas de diferentes regiões do mundo GESTÃO Por que a comunicação ainda representa um obstáculo ao crescimento de MPEs inovadoras CRISE As lições trazidas pela recessão europeia às empresas que buscam a internacionalização EDUCAÇÃO Do vestibular ao Enem: universidades brasileiras procuram alternativas para aperfeiçoar o processo seletivo de alunos CULTURA A indústria cinematográfica busca saídas para acompanhar as transformações do mercado OPINIÃO Mauricio Guedes: Livro Branco da CT&I completa 10 anos 4
CARTA AO LEITOR LOCUS Tecnologia, mobilidade urbana, infraestutura. A evolução desses e de outros aspectos marcam o abismo que separa a Copa do Mundo de 1950, a primeira realizada no Brasil, dos megaeventos esportivos programados para 2014 e 2016 no país. Na metade do século 20, os investimentos se restringiram à construção de estádios. Agora, será preciso ir muito além. Segundo estimativas do Ministério da Fazenda, a realização da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 exigirá investimentos da ordem de R$ 30 bilhões. Entre os principais receptores desses recursos estão os segmentos de mobilidade urbana, portos e aeroportos, saúde e segurança, energia, telecomunicações e hotelaria. Porém, a realização dos megaeventos cria demandas urgentes para outros nichos de negócios. Haveria, então, uma fatia desse bolo reservada a micro e pequenas empresas inovadoras? Essa é a pergunta que a matéria de capa desta edição, que inicia na página 28, procura responder. Para isso, as repórteres Camila Augusto e Cora Dias ouviram especialistas ligados ao mercado e ao governo, além de empreendedores que enxergam nos megaeventos uma grande oportunidade de alavancar seus negócios. Eles comprovam que o caminho para integrar a rede de empresas beneficiadas não é fácil, mas também não é inacessível. Da mesma forma, os caminhos para empresas que buscam a internacionalização parecem mais árduos com a crise econômica que abala a Zona do Euro. Na reportagem da página 37, Locus destaca que, em contrapartida, a recessão tem gerado uma intensa procura de empresas europeias por parceiros no Brasil, um mercado cada vez mais atraente. Além das parceiras, concorrentes estrangeiras chegam com força ao país, exigindo das MPEs inovadoras, e das incubadoras e parques que as abrigam, novas estratégias para garantir competitividade. Tudo indica que, ao final da crise, essa pressão vai gerar resultados bastante positivos. Bons resultados são a especialidade das empresas destacadas na seção Sucesso, integrantes do movimento que estão entre as vencedoras do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica 2011. Em comum, a Reason, de Santa Catarina, e a Scitech, de Goiás, têm a capacidade de alterar a rota dos negócios em função de novas oportunidades. Para ambas, o apoio de incubadoras foi fundamental nesse processo. Fundamental também tem sido o suporte prestado por incubadoras e parques tecnológicos a suas residentes quando o assunto é comunicação, um desafio para empresas de pequeno porte. Na matéria da seção Gestão, especialistas da área e assessores ligados a habitats de inovação dão dicas preciosas para que empreendimentos nascentes passem a dialogar de forma mais eficiente com seus públicos de interesse. Vale conferir esse e outros temas abordados nesta edição. Boa leitura! Conselho Editorial 5
Jefferson Bernardes/Preview.com Capital que empreende Para o gaúcho Clovis Meurer, a melhor tradução do termo Private Equity & Venture Capital não é Capital de Risco, e, sim, Capital Empreendedor. Com mais de 30 anos de experiência no setor, o economista acompanhou o desenvolvimento dessa indústria no país e hoje atua para que ela consiga crescer ainda mais POR CAMILA AUGUSTO 6
ENTREVISTA > Clovis Meurer A história de Clovis Meurer e a da indústria de Private Equity & Venture Capital (PE/VC) no Brasil se confundem. O economista natural da pequena cidade de Horizontina (RS) presenciou o desenvolvimento do setor no país. Desde o início da década de 1980, trabalha na CRP Companhia de Participações, da qual hoje é diretor. A empresa, localizada em Porto Alegre (RS), foi uma das primeiras gestoras de fundo de PE/VC a serem criadas no Brasil. No último dia 9 de março, Meurer assumiu a presidência da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (AB- VCAP), instituição que fomenta investimentos de longo prazo no Brasil e que integra o Conselho Consultivo da Anprotec. Com três décadas de experiência na área, ele acredita no potencial da indústria de PE/VC para o desenvolvimento do país e da inovação, tendo como uma das metas de seu mandato, que segue até 2014, a aproximação entre gestores de fundos e investidores de empresas inovadoras. LOCUS > O senhor entrou na indústria de Private Equity & Venture Capital no início da década de 1980, uma época em que essa área dava os primeiros passos no Brasil. Como esse ramo se desenvolveu no país? Clovis Meurer > Quando criamos a CRP, em 1982, não existia no país nem associação, nem legislação que regulasse essa indústria de PE/ VC. A primeira instrução da Comissão de Valores Monetários (CVM) é de 2004, ou seja, trabalhamos os primeiros 15 anos sem ter legislação específica para investir nessa área. Naquela época, fazíamos investimentos através de uma holding, empresa criada especificamente para colocar recursos em outros negócios. Diria que os primeiros 15 anos foram muito iniciais. Uma época de inflação muito alta, muita instabilidade. Todos os investimentos que fazíamos eram de curto prazo. Isso não rendia ganhos, simplesmente atualizava o valor do investimento. Nesse cenário, qualquer investimento de private equity era difícil de ser executado. A partir de meados dos anos 1990, com o Plano Real, passamos a ter uma estabilidade maior na moeda, uma lenta redução de juros, a queda da inflação, ou seja, um ambiente macroeconômico mais favorável a investimentos de médio e longo prazo. E como ocorreu a mudança de cultura do investidor, para considerar o retorno a médio e longo prazo? A mudança aconteceu ao longo do tempo, à medida em que ocorria a estabilização da economia. Outro fator importante para esse processo foi que, em meados da década de 1990, houve um movimento muito forte das incubadoras e parques tecnológicos, que geraram novos negócios. A Anprotec trabalhou muito em vários estados, reunindo lideranças, fazendo seminários. Nós, da indústria de PE/VC, íamos a esses eventos para explicar como essa indústria podia apoiar empresas incubadas. Surgiram vários empreendimentos que foram apoiados de uma maneira muito modesta no início, mas que foi crescendo. Um dos focos da ABVCAP é o de atrair mais investidores estrangeiros ao país. Como esses investidores veem o Brasil? Há a percepção de que os fundamentos da economia brasileira estão cada vez mais sólidos. Tem um crescimento de demanda, as classes C e D foram para uma faixa maior de consumo, o país vai receber eventos como Copa e Olimpíadas, que requerem investimentos. A descoberta do pré-sal reforçou as oportunidades na área de energia. Isso tudo atrai investidores mundiais ao país o que é fantástico, pois eles trazem para o Brasil sua experiência de investimentos já feitos, um network com empresas globais. Muitas vezes, aplicam seus recursos aqui em um setor no qual têm investimentos em outra região do mundo, o que propicia uma troca de informações importante, abrindo mercados para empresas brasileiras. E o mais importante é que trazem capitais para um série de ações que temos a fazer no Brasil. São recursos que geram renda, empregos e tecnologias, ou seja, aceleram o crescimento do Brasil. 7
ENTREVISTA > Clovis Meurer A CRP é de Porto Alegre, mas essa indústria de Private Equity & Venture Capital sempre esteve concentrada no eixo Rio-São Paulo. Como está hoje esse cenário no país? O forte dos gestores, investidores e administradores da indústria de PE/VC se concentra no eixo Rio-São Paulo, mas a indústria tem se descentralizado. No Sul, temos escritórios de outros gestores. No Nordeste há fundos específicos. No Norte, fundos ligados ao meio ambiente, que investem na exploração sustentável dos recursos naturais da Floresta Amazônica. No Centro-Oeste, em razão dos empreendimentos agroindustriais, também existem investimentos importantes. A ABVCAP está com um trabalho forte para levar essa indústria a todos os cantos do país. Outro aspecto interessante são os investimentos em fundos setoriais. Há fundos, por exemplo, para investir só no Nordeste ou só na região Sul. Assim como há os fundos setoriais, focados só em óleo e gás ou em florestas, por exemplo. Imagine que, se eu tenho um fundo florestal, não poderei investir na cidade de São Paulo, pois lá não há floresta alguma. Vou ter que investir em outros estados, em áreas apropriadas para essa atividade. empregos. Não é um investimento meramente especulativo. E como essa indústria contribui com o desenvolvimento da inovação? Todo negócio inovador, que se diferencia de outro tradicional, é, em princípio, mais interessante. As empresas inovadoras têm uma chance maior de retorno, normalmente. Então, a indústria de PE/VC, por natureza, direciona seus investimentos para negócios inovadores. Dentro da ABVCAP, especificamente, criamos o Comitê de Empreendedorismo, Inovação e Capital Semente para observar empresas inovadoras de tecnologia, que, na maioria das vezes, são empreendimentos menores, nascentes, sem recursos. Esse comitê procura fazer com que a indústria de PE/VC invista nesses empreendimentos, muitas vezes incubados. E tem trabalhado, também, com gestores e investidores, mostrando para eles a importância da cadeia de inovação. Não adianta termos apenas empresas grandes. A empresa grande tem que comprar de uma empresa média. A média, da pequena. O grande empreendimento quer que o pequeno inove para que possa agregar valor ao seu serviço. A INDÚSTRIA DE PE/VC OFERECE UM CAPITAL DIRECIONADO A INVESTIMENTOS NA ECONOMIA REAL, QUE GERA RENDA E EMPREGOS. NÃO É UM INVESTIMENTO MERAMENTE ESPECULATIVO Como está o crescimento da indústria de PE/VC em relação ao PIB do país? Essa indústria tem crescido constantemente e, por conseguinte, a participação no PIB tem crescido. Hoje chega a quase 5% do PIB. Existe muito espaço para crescer e essa indústria oferece um capital direcionado para investimentos na economia real, que gera renda e Um estudo realizado pelo World Economic Forum em 2008, revelou que empresas investidas pela indústria de PE/VC conseguem melhorar seus processos de inovação. A que se deve isso? É simples. Uma empresa apoiada por Venture Capital, por ser menor, precisa ter produtos e processos diferenciados. Quando o investidor avalia esse tipo de empresa, definindo o volume de dinheiro necessário para a industrialização e comercialização, já estima quanto deve ser alocado em atividades de Pesquisa e Desenvolvimento. É lógico que aí há um risco maior. Várias inovações não dão certo. Então, o investidor, olhando um negócio consolidado, pode ter um risco menor. Mas olhando um negócio menor, na área de Venture e Seed Money, pode ter um risco maior, mas um retorno também maior. 8
ENTREVISTA > Clovis Meurer Sobre essa questão do risco, existem muitas pessoas que criticam a tradução do termo Venture Capital por Capital de Risco. Para muitas, o termo correto seria algo como Capital Empreendedor. Qual sua opinião sobre isso? A própria ABVCAP no início se chamava Associação Brasileira de Capital de Risco. Essa tradução não é bem certa. É que o Venture dava ideia de aventura, de arriscar. Mas a tradução mais apropriada é a de Capital Empreendedor. Risco há em tudo. Nos negócios não é muito apropriado dizer que é um Capital de Risco porque se poderia pensar nisso como uma maneira de perder dinheiro. Trata-se, portanto, de um Capital Empreendedor, para mostrar que alguém está empreendendo um negócio, que pode dar certo, mas tem seus riscos. Jefferson Bernardes/Preview.com Como está esse segmento de Seed Money no Brasil? Temos vários fundos, alguns apoiados pela Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Finep), outros pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de gestores especializados nessa área. Eu entendo que é uma área para maior atuação de órgãos governamentais. Isso porque a probabilidade de sucesso no Seed Money é grande, assim como é grande a possibilidade de que esses negócios não avancem, por serem muito embrionários, em fase de pesquisa. Não são empresas, mas sim ideias, muito ligadas a universidade e institutos de pesquisa, que normalmente têm apoio governamental. No ano passado a ABVCAP passou a fazer parte do Conselho Consultivo da Anprotec. Quais são os objetivos dessa aproximação? Nós investimos em empresas incubadas. Então, temos interesses comuns. Ambos queremos investir no mundo empresarial brasileiro. A Anprotec defendendo o desenvolvimento de incubadoras, parques tecnológicos e empreendimentos inovadores, e a ABVCAP investindo em empresas com potencial de sucesso. Nesse sentido, entendo que a participação da ABVCAP no Conselho Consultivo da Anprotec é extremamente importante. É uma maneira de unir os interesses e culturas de ambas as associações. Agora que o senhor é presidente da ABVCAP, além de dar continuidade ao que já vinha sendo feito, quais serão suas principais metas? Temos uma preocupação de cumprir os convênios que temos, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), que possuem o objetivo de divulgar a indústria no país e no exterior. Temos também a preocupação de descentralizar a indústria de PE/VC do eixo Rio-São Paulo. Queremos, além disso, promover a integração dos grandes fundos e investidores com os médios e pequenos nacionais e internacionais. E buscar, junto a autoridades do governo, regras e normas para que a indústria possa trabalhar de uma maneira competitiva. L Meurer: ABVCAP e Anprotec possuem interesses em comum 9
EM MOVIMENTO NORTE E CENTRO-OESTE Projeto incentiva inovação em MPEs industriais do Amazonas Parque de Belém do Pará realiza capacitação em auditoria interna Divulgação FIEAM Divulgação PCT Guamá Auditores atuarão na certificação dos laboratórios instalados ou em fase de implantação no Parque O segundo vice-presidente da FIEAM, Américo Esteves, no lançamento do projeto O primeiro evento do projeto Mobilização para Elevação do Grau de Inovação nas micro e pequenas empresas industriais (MPEs) aconteceu, em Manaus (AM), no final de janeiro. A iniciativa está sendo promovida pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Com o objetivo de desenvolver e incentivar a inovação em MPEs industriais do Amazonas, o projeto pretende dar suporte aos empresários na elaboração de planos de inovação e na submissão desses projetos a órgãos de fomento à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. O foco são empreendimentos dos segmentos de construção civil, madeira e móveis, construção naval, fitocosméticos, fitofármacos, metal-mecânica, panificação, confecção e gás e petróleo. Durante o evento, o coordenador do projeto, José Nabir de Oliveira, anunciou que a expectativa é que 300 empresas sejam sensibilizadas pela iniciativa e que 120 sejam capacitadas. Nos empreendimentos que participarem das capacitações serão realizados diagnósticos e os empresários terão auxilio na implantação dos planos. A meta é que 60 empresas coloquem em prática projetos de inovação até 2013. O Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, de Belém do Pará, está capacitando profissionais em auditoria interna através do programa Sistema de Qualidade nos Laboratórios do PCT Guamá. O curso formará os primeiros auditores internos que, a partir da norma ISO/IEC 9011, poderão iniciar o processo de certificação prévia dos laboratórios instalados no Parque ou em fase de implantação. O último módulo do programa deve acontecer em abril e terá como tema Auditor Líder em Sistema de Gestão de Qualidade. O curso teve início em dezembro de 2011 e é promovido pela Fundação Guamá. CDT/UnB amplia oferta de disciplinas de empreendedorismo O Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB) expandiu a oferta das disciplinas de graduação e de pós-graduação voltadas ao empreendedorismo e à inovação. As aulas antes ocorriam apenas no campus Darcy Ribeiro, em Brasília (DF) e passaram a ser ofertadas também nos campi Ceilância, Gama e Planaltina. As disciplinas são oferecidas por meio da Escola de Empreendedores (Empreend), em parceria com o Sebrae, e têm cerca de 400 alunos matriculados por semestre. 10
EM MOVIMENTO SUL Incubadora Midi Tecnológico recebe aporte do CNPq para expansão Divulgação Midi Tecnológico Recursos serão utilizados para estruturar nova sede da incubadora no Floripa Tec Park O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela Associação Catarinense de Em- que está sendo construído na capital (CNPq) aprovou a liberação de recursos para a ampliação da infra- O novo espaço do Midi Tecnolópresas de Tecnologia (Acate). estrutura do Midi Tecnológico, de gico ocupará 1,5 mil metros quadrados da área total de 14 mil metros Florianópolis (SC). O aporte será utilizado para viabilizar o novo espaço quadrados do parque. Os recursos da incubadora no Floripa Tec Park, do CNPq possibilitarão a estruturação das 15 salas de empresas residentes, da área administrativa, da biblioteca e das salas de reunião, além da aquisição de equipamentos. Com o aporte também será construído na incubadora um laboratório mecânico/eletroeletrônico, que disponibilizará aos empreendedores estação de solda, fonte de tensão, multímetro digital, microscópio, dentre outros equipamentos. O espaço poderá ser utilizado pelas empresas incubadas para a realização de pequenos reparos ou para a produção esporádica de dispositivos ou protótipos. Hoje, o Midi Tecnológico ocupa uma área de 1 mil metros quadrados e tem capacidade para atender 14 empresas na modalidade de incubação residente. A previsão é que a mudança para o Floripa Tec Park aconteça em dezembro de 2013. A incubadora ainda não divulgou o montante do aporte que irá receber, pois a verba está em fase de liberação. Hyundai terá centro de pesquisa no Tecnosinos O grupo sul-coreano Hyundai anunciou, em fevereiro, que construirá uma fábrica de elevadores no município de São Leopoldo (RS). O local onde será instalada ainda não foi definido, mas o Tecnosinos abrigará o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e o escritório de operações e representação de relacionamento com o Estado do Rio Grande do Sul. Os equipamentos fabricados pela Hyundai na Coreia do Sul têm especificidades que atendem às necessidades do país asiático, como a de suportar o frio extremo do inverno coreano. No Centro, serão elaboradas pesquisas para adaptar os elevadores à realidade latino-americana. Serão necessários, principalmente, profissionais das áreas de Engenharia Mecânica, Eletroeletrônica, Automação e Tecnologia da Informação. A previsão é de que a fábrica de O governo do Rio Grande do Sul e a Hyundai firmaram protocolo de intenções em fevereiro elevadores entre em operação até o início de 2013. Divulgação 11
EM MOVIMENTO SUDESTE USP Leste inaugura incubadora social e tecnológica A incubadora é a primeira do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos com caráter social A Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH USP Leste) inaugurou sua incubadora social e tecnológica no dia 3 de fevereiro. A instituição dispõe de 16 salas para O governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, lançou o edital de licitação para obras no Parque Tecnológico de Ribeirão Preto no dia 15 de fevereiro. O total de investimentos previstos é de R$ 13,3 milhões, sendo R$ 11,2 milhões provenientes do governo do Estado (através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e da Universidade de São Paulo), R$ 1,8 milhão da prefeitura de Ribeirão Preto (para infraestrutura de acesso, água, esgoto e outros serviços públicos) e R$ 300 mil do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para o projeto executivo. empresas e tem como objetivo dar suporte a projetos de inovação tecnológica que beneficiem, prioritariamente, a população da zona leste da cidade de São Paulo. Governo de SP lança edital de obras do Parque Tecnológico de Ribeirão Preto Está prevista a construção de dois blocos de edifícios, correspondentes ao Centro de Desenvolvimento e Inovação Aplicada em Equipamentos Médico-Hospitalares e Odontológicos (Cedina) e à Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Supera). O foco do Parque será o desenvolvimento de equipamentos médico-hospitalares, soluções em biotecnologia, fármacos, cosméticos, bioenergia e tecnologia da informação e comunicação (TIC). O empreendimento será instalado em um terreno de 300 mil metros quadrados dentro do campus da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Gabriel Almeida A incubadora é a primeira do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) com caráter social. Ela atenderá empreendimentos das áreas de computação, alta tecnologia, têxtil, saúde, entretenimento e serviços públicos. Atualmente, a incubadora conta com o apoio de R$ 515.833,58 da USP Leste e de R$ 663.552,00 da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de São Paulo. Na primeira fase, seis projetos contarão com a infraestrutura da incubadora, além de apoio técnico e administrativo. No segundo semestre deste ano, a previsão é que mais oito empresas recebam suporte. Incubadora de Negócios de Seguros seleciona projetos para incentivo à inovação A Incubadora e Laboratório de Ideias Incubaseg, lançada em 2011, em São Paulo (SP), selecionou os primeiros projetos que passarão a contar com seu apoio. A instituição é pioneira no incentivo à inovação no mercado de seguros brasileiro e tem como mantenedoras empresas seguradoras como Bradesco, Porto Seguro, Metlife, RSA Seguros e Liberty. Dos 14 projetos selecionados, 50% são de São Paulo, 21% do Rio de Janeiro e os demais da Bahia, de Goiás, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul. 12
EM MOVIMENTO SUDESTE Supera Educa vence prêmio de empreendedorismo sustentável O projeto educacional Supera Educa desenvolvido pela Supera (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Ribeirão Preto) ganhou o 5 Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sustentável na categoria Empreendedorismo Educacional. A premiação aconteceu no dia 8 de fevereiro, em Curitiba (PR). O Supera Educa começou a ser desenvolvido em abril de 2011 em escolas de ensino fundamental, médio e superior de Ribeirão Preto (SP). Inspirado no conceito sem muros, sem professor, que é adotado pela Escola da Ponte, de Portugal, o projeto consiste na realização de encontros quinzenais com foco em temas de interesse dos jovens participantes, além de um concurso de planos de negócios. O objetivo é promover o ensino do espírito empreendedor e inovador nas escolas, envolvendo a realidade social dos alunos e tornando-os capazes de desenvolver e trabalhar com equipes. As atividades foram realizadas de abril a setembro de 2011, com 120 estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Marista do município. Nesse período, eles participaram dos encontros e, divididos em grupos de até cinco pessoas, elaboraram e apresentaram seus planos de negócio. A avaliação dos projetos foi realizada pela Supera, que analisou, principalmente, aspectos como viabilidade do negócio e potencial de mercado. Ao todo, foram recebidos 25 planos de negócios, dos quais dez foram classificados para a fase seguinte do projeto: uma sabatina realizada pela equipe de profissionais do colégio. Nessa fase, foram selecionados os quatro projetos que mais se destacaram. O Supera Educa deve ter continuidade neste ano com a criação de uma mini-incubadora, também chamada de incubadora mirim, que terá espaço para as empresas. O prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sustentável é uma iniciativa do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE/ FGV) e do Grupo Paranaense de Comunicação GRPCOM. A premiação conta com o apoio da Anprotec. Sorocaba sediará conferência internacional de inovação em parques O Parque Tecnológico de Sorocaba (SP) sediará, entre os dias 4 e 6 de junho, a Conferência Internacional de Inovação em Parques Tecnológicos. A ocasião também marca a entrada em operação do empreendimento. Será inaugurado o núcleo do parque, estrutura que possui cerca de 11 mil metros quadrados de área e contará com laboratórios e centros de PD&I, além de uma incubadora de empresas de base tecnológica. No total, o parque terá 20 mil metros quadrados. De acordo com informações da assessoria de imprensa da prefeitura de Sorocaba, até o momento, dez universidades e instituições de ensino superior e técnico foram convidadas e manifestaram interesse em instalar laboratórios de pesquisas no Parque, como PUC-SP, UFSCar-Sorocaba e Unesp, dentre outras. Prédio do núcleo do parque será inaugurado durante o evento Zaqueu Proença 13
EM MOVIMENTO NORDESTE Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia premia ideias inovadoras Estudantes e inventores foram premiados em quatro categorias A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) premiou, no último mês de fevereiro, os vencedores da quarta edição do Concurso Ideias Inovadoras. A competição de propostas de produtos, processos, métodos ou sistemas inovadores com potencial de mercado premiou os candidatos em quatro categorias: graduandos e pós-graduandos lato sensu, pós-graduandos stricto sensu, pesquisadores e inventores independentes. Dos 86 projetos recebidos, apenas 30 foram classificados como finalistas. Os vencedores receberam cheques no valor de R$ 8 mil. Já os A empresa Fotosensores Tecnologia Eletrônica, graduada do Parque de Desenvolvimento Tecnológico (Padetec), da Universidade Federal do Ceará (UFC), inaugurou em fevereiro um Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Parque Divulgação SECTI/BA que ficaram em segundo e terceiro, ganharam R$ 5 mil e R$ 3 mil, respectivamente. Em primeiro lugar na categoria Inventor Independente ficou o projeto Reciclagem de Embalagens Plásticas de Óleo Lubrificante, de Sebastião de Mattos. Já na de Graduandos e Pós-Graduandos Lato Sensu o projeto Motus Órtese Dinâmica, do estudante Daniel Thadeu Torres Fernandes Veiga, da Universidade Salvador (Unifacs), foi o vencedor. Com um projeto sobre filmes flexíveis biodegradáveis, o estudante Márcio Inomata Campos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ficou em primeiro lugar na categoria Pós-Graduandos Scricto Sensu. Por fim, George Andrade Sobré, da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), venceu na categoria Pesquisador, com o trabalho Fertilizante Potássico Extraído da Casca do Fruto do Cacaueiro. Mais informações sobre os projetos vencedores podem ser obtidas no site da Fapesb: www.fapesb.ba.gov.br. Empresa graduada em Parque do Ceará inaugura centro de pesquisa em São Paulo Tecnológico de São José dos Campos. A empresa, que desenvolve tecnologias aplicadas aos sistemas de monitoramento de trânsito, utilizará o centro para o desenvolvimento de pesquisas em áreas como mobilidade urbana. Governo do Alagoas define elaboração de plano de CT&I A expectativa é de que o plano seja apresentado até o final deste ano A Secretaria de Estado da Ciência, de Tecnologia e da Inovação do Alagoas (Secti) começou a realizar reuniões para a elaboração do plano de CT&I do estado. O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, já apresentou a proposta técnica inicial do projeto fundamentada em eixos estratégicos. A programação para a elaboração de plano está dividida em cinco módulos, que envolvem a construção da metodologia e do Plano de Trabalho, a realização de entrevistas e da análise situacional, a promoção de workshops para a construção da agenda estratégica de CT&I e o desenvolvimento e validação da proposta do plano. A expectativa da Secretaria é de que o plano seja apresentado até o final de 2012. Divulgação Secti/AL 14
EM MOVIMENTO NACIONAL Finep deve oferecer R$ 6 bilhões em 2012 A Financiadora de Estudos e Projetos, (Finep) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, prevê para este ano a operação de R$ 6 bilhões em recursos reembolsáveis para empresas. O número representa um aumento de 62,5% em relação aos recursos aplicados em 2011, que foram de R$ 3,65 bilhões. O aporte faz parte do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e se destinam a operações de crédito, com juros subsidiados, para empresas que atuam em setores estratégicos como saúde, tecnologia da informação e comunicação (TIC), defesa e aeroespacial, petróleo e gás, sustentabilidade, energia e desenvolvimento social. No ano passado, a Finep recebeu Os 1,8 milhões de pesquisadores do país que possuem currículos na Plataforma Lattes, mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agora terão que informar dados relacionados à inovação e à divulgação de demanda de cerca de R$ 9 bilhões por empresas inovadoras que apresentaram projetos nesses setores. Ao todo, em 2011, foram apresentados 326 projetos, dos quais,165 foram contratados. A Finep espera que, com a expansão dos recursos neste ano, a demanda restante seja atendida. A Financiadora também criou um grupo de trabalho para identificar gargalos e obstáculos, repensar estruturas e agilizar a tramitação dos processos internos. A meta é reduzir em 80% o tempo médio de análise e aprovação dos projetos reembolsáveis. A Financiadora conseguiu, em 2011, reduzir os prazos de análise em 58%. Eles passaram de 249 dias para 102 dias. CNPq muda plataforma Lattes para valorizar inovação e divulgação científica suas pesquisas. A intenção do CNPq é aumentar o conhecimento da sociedade sobre as atividades científicas que ocorrem no país. As mudanças na plataforma devem ocorrer até maio. O modelo e a funcionalidade das abas dos currículos já estão formatados e respeitarão as regras de transparência de informações públicas. As novas informações serão avaliadas pelos 48 comitês do CNPq quando eles forem analisar projetos de pesquisas e conceder bolsas a estudantes e a professores. MCTI sofre corte de 22% em seu orçamento em 2012 O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) perdeu, neste ano, 22% dos valores previstos originalmente na Lei Orçamentária Anual, ou seja, R$ 1,48 bilhão dos R$ 6,7 bilhões previstos. A redução ocorreu após a decisão do governo federal de bloquear gastos de R$ 55 bilhões no orçamento de 2012. No ano passado, o Ministério também havia sofrido cortes pelo mesmo motivo. Em 2011, do total de R$ 6,4 bilhões previstos, a pasta perdeu R$ 1 bilhão. Brasil e China terão centro conjunto de nanotecnologia Uma portaria publicada no dia 14 de fevereiro, assinada pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, instituiu o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia (CBC-Nano). O Centro será uma rede cooperativa de pesquisa e desenvolvimento e terá, dentre outras funções, o papel de coordenar as atividades envolvendo os dois países em áreas de nanotecnologia. Ele também será responsável por coordenar programas de mobilização de empresas instaladas no Brasil para possíveis desenvolvimentos na área de nanomateriais. 15
EM MOVIMENTO ANPROTEC Anprotec firma parceria com a Finep para ampliar atuação no Seed Forum Divulgação/Int. Gênesis A fim de facilitar a aproximação de empreendedores inovadores e potenciais investidores, a Anprotec se tornou parceira da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Finep) na organização dos Seed Foruns programas de capacitação empresarial realizados por meio de eventos, nos quais os participantes têm a oportunidade de apresentar suas empresas para potenciais investidores. Durante esses encontros, os empresários selecionados passam por um processo de capacitação com a Aranha, do Gênesis: incubadoras devem replicar conhecimento sobre Seed Capital equipe da área investimentos da Finep e são orientados sobre os aspectos estratégicos de seu negócio. O objetivo é disseminar e desenvolver a metodologia dos Seed Foruns, para que esses eventos também possam ser realizados por instituições parceiras. Desde 2007, a Finep realiza o Seed Forum, e, em 2011, a Financiadora começou a apostar em um modelo de parceria com a Anprotec, que consiste em aproveitar as redes locais de incubadoras para que se transformem em uma espécie de replicadoras desse conteúdo. A ideia é que essas redes locais repassem o conhecimento do Seed Forum para as mais diversas regiões do país, explica José Alberto Sampaio Aranha, que integra o Grupo Estendido de Dirigentes da Anprotec. A décima edição do Seed Forum, realizada em junho de 2011 no prédio da BM&FBOVESPA, em São Paulo, é um exemplo de sucesso. Na ocasião, 15 empreendedores da região metropolitana de São Paulo e do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) apresentaram o plano de negócios de seus empreendimentos a uma plateia de investidores anjo. O 11º Seed Forum Finep, que ocorreu em outubro passado, foi realizado pela Anprotec, pelo Instituto Educacional BM&FBovespa, pela Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro Redetec e pela Gávea Angels, com o apoio do BID/Fumin. Próximas edições Neste ano, a parceria entre Anprotec e Finep prevê a realização do 12º Seed Forum, que ocorrerá no dia 17 de maio, em Porto Alegre (RS). O evento terá o apoio de diversos associados da Anprotec, tais como Tecnopuc-RS, UFRGS/CEI e Reginp. Para participar do 12º Seed Forum, a empresa deve estar em estágio pré-operacional ou operacional, registrar um faturamento de até R$ 16 milhões/ano, ter a inovação como elemento de diferenciação em seu mercado e possuir sede no Rio Grande do Sul. Sebrae esclarece dúvidas de gestores a respeito do edital Cerne Entre janeiro e março o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) realizou reuniões locais em várias cidade do Brasil para esclarecer dúvidas de gestores de incubadoras a respeito do processo de inscrição e seleção do edital Cerne. Lançado em novembro de 2011, o edital destinará R$ 28,2 milhões para a implementação da metodologia Cerne nas incubadoras. Os projetos das incubadoras foram apresentados até 16 de março. Foram recebidas propostas para a modalidade 1, destinada a incubadoras mais estruturadas, e para a modalidade 2, que previa o apadrinhamento de incubadoras menores. A divulgação dos resultados acontecerá até 13 de abril e os convênios devem ser assinados até junho. 16
EM MOVIMENTO ANPROTEC Anprotec abre chamada de trabalhos para o Seminário Nacional Artigos poderão ser entregues até 10 de maio O prazo para envio de trabalhos para o XXII Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas começa no próximo dia 20 de abril. O evento promovido pela Anprotec e pelo Sebrae - acontecerá entre 17 e 21 de setembro deste ano em Foz do Iguaçu (PR). Organizado pelo Parque Tecnológico Itaipu, terá como tema Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas: Revelando e Integrando Novas Rotas de Desenvolvimento. O prazo para envio online de resumos de artigos, pôsteres ou cases de boas práticas segue até 10 de maio. Os autores que tiverem suas propostas selecionadas serão comunicados no início de junho, para que enviem os trabalhos completos até 10 de julho. Para a submissão de artigos, é obrigatória a pré-inscrição no Seminário. Serão selecionados até 30 artigos completos, 60 em forma de pôster e 20 boas práticas de empresa. O Comitê Científico do evento avaliará os trabalhos a partir de critérios como clareza dos objetivos propostos, contribuição para o conhecimento e/ ou resolução de problemas práticas, qualidade geral do texto, dentre outros. Os autores dos melhores trabalhos serão premiados com certificados e créditos em cursos e eventos da Anprotec. Os artigos completos podem ter até três autores e devem se enquadrar em uma das quatro plataformas estratégicas para a promoção do empreendedorismo inovador através das quais a Anprotec atua: promoção da cultura do empreendedorismo inovador; Incubação de empresas orientadas para o desenvolvimento Shutterstock local e setorial; Incubação de empresas orientadas para a geração e uso intenso de tecnologias e Habitats de inovação sustentáveis/parques científicos, tecnológicos e de desenvolvimento regional. Os pôsteres, que são artigos curtos, deverão retratar as práticas e experiências inovadoras das incubadoras de empresas e parques tecnológicos brasileiros. Já as boas práticas podem ser submetidas somente por empreendedores vinculados às incubadoras ou aos parques tecnológicos associados à Anprotec e deverão narrar experiências e soluções criativas adotadas para resolução de problemas da empresa e seus respectivos resultados. As regras sobre formatação, estrutura e limites mínimo e máximo de caracteres de cada categoria de trabalho estão detalhadas no regulamento da chamada, disponível no link: http:// www.anprotec.org.br/publicacao. php?idpublicacao=2341 _AGENDA > 20 de abril: Abertura da chamada > 10 de maio: Prazo final para envio online dos trabalhos > 10 de julho: Prazo final para envio dos trabalhos completos > 17 a 21 de setembro: Apresentação dos trabalhos, no Seminário Nacional 17
HABITATS Shutterstock Parceiros potenciais Fundos de investimento podem figurar entre as fontes de financiamento de parques tecnológicos, facilitando sua implantação. Comunicação com o mercado é fundamental Entre as fontes de financiamento de parques tecnológicos no Brasil, recursos provenientes de fundos de investimento ainda estão longe de ocupar posição de destaque. No país, foram principalmente verbas públicas que possibilitaram a criação e desenvolvimento desses ambientes de inovação. Mas existe espaço para que fundos de investimento desempenhem o papel de financiadores de parques? De acordo com especialistas, sim. Porém, o caminho é complexo e exigirá estudos e mudanças. Diretor do Parque Tecnológico da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), Luiz Antônio Gargione desenvolveu, em sua tese de doutorado em Engenharia de Produção, na Universidade de São Paulo (USP), uma estrutura de financiamento de parques utilizando fundos de investimento. Percebi que os fundos, de certa forma, já estão associados aos parques tecnológicos quando financiam as empresas instaladas nesses ambientes. Já há uma sinergia. Então, procurei ver como esses fundos podem, na verdade, se tornar agentes de financiamento dos parques em si, explica ele, que apresentou o trabalho em 2011. Ainda não existem no Brasil, segundo 18
HABITATS Gargione, iniciativas que utilizem esse tipo de estratégia de maneira explícita, algo que é comum, principalmente, nos Estados Unidos. Das experiências que analisei e nos estudos que fiz de várias iniciativas, a grande maioria busca recursos na esfera do governo, seja federal, estadual ou municipal. Existem empreendimentos buscando recursos, também, nas suas instituições originadoras ou nas empresas que vão se instalar no parque, afirma. Para Gargione, a causa disso, no entanto, não está em uma falta de conscientização dos gestores dos ambientes de inovação. Na minha opinião, a grande maioria dos gestores tem a visão de que a busca por esse tipo de recursos é um caminho necessário. Os fundos de investimento estão se tornando cada vez mais importante no cenário do país. Mas ainda não se conseguiu, de uma forma prática, inseri-los no contexto dos parques. Talvez porque seja um caminho realmente árido. Modelo proposto Em sua tese, Gargione elaborou uma estrutura de financiamento nos moldes de um project finance com o uso de Fundos de Investimento em Participações (FIP) também conhecido como Private Equity e Fundos de Investimento Imobiliário (FII) como fontes de recursos para o parque tecnológico. No modelo project finance que geralmente é utilizado em grandes obras de infraestrutura os credores decidem financiar o empreendimento com base na capacidade que ele tem de gerar os recursos financeiros necessários que garantam o pagamento e a remuneração de seus capitais. Ou seja, ao contrário do que ocorre em um financiamento comum, o credor não leva em conta as garantias oferecidas, e sim a capacidade de geração de caixa. Em geral, no project finance, o projeto também é isolado em uma entidade jurídica segregada uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) e os investidores não contam com o fluxo de caixa de outros empreendimentos dos acionistas. Esse modelo, com recursos privados, seria bom para as próprias empresas do parque tecnológico. Imaginemos a seguinte situação: uma empresa pretende investir R$ 300 milhões em um parque ou em um centro de pesquisa. Talvez seja mais interessante para essa empresa, em vez de mobilizar na construção de prédios o capital que poderia ser utilizado para pesquisa e desenvolvimento, atrair o investimento dos fundos, que poderiam disponibilizar recursos para a implantação e serem remunerados por isso, explica o pesquisador. Esse modelo está em implantação no Parque Tecnológico da Univap há cerca de dois anos. Geralmente, a implantação de uma estrutura como essas demora cerca de cinco anos. O parque da Univap é gerido por uma fundação privada, que não é originalmente voltada para parques tecnológicos. Então, fizemos uma revisão no estatuto para permitir o investimento em sociedades de propósito específico e a participação em fundos de investimento. O próximo passo é ter uma estrutura mais profissional para atrair recursos, explica Gargione. Nos próximos anos, Gargione pretende ampliar sua pesquisa realizando estudos mais aprofundados sobre como o modelo pode ser aplicado em parcerias público-privadas. Ele também planeja desenvolver uma modelagem matemática da estrutura de financiamento. É um estudo muito complexo, afirma. Geração de receitas Modelos de negócio para parques tecnológicos são foco do doutorado da pesquisadora Aline Figlioli, também da USP, que vê nos fundos de investimento um caminho possível para o financiamento dos ambientes de inovação. Mas, para ela, ainda são necessárias muitas mudanças. De forma Gargione: Ainda não se conseguiu, de uma forma prática, aproximar fundos de investimento ao contexto dos parques Divulgação 19
HABITATS Divulgação Chameh, da ABVCAP: para serem atrativos, parques precisam apresentar potencial de crescimento geral, nenhum parque foi criado sem financiamento público. O recurso governamental serve até como algo inercial. Ele dá um empurrão e gera todo o investimento posterior. Mas, a partir daí, o parque não tem que ficar necessariamente vinculado a recursos públicos. Tem que gerar receita a partir de suas próprias atividades e pode ter muito sucesso se tiver um bom modelo de negócios: o que ele vai oferecer para o cliente, como ela vai ter as receitas, quais são essas receitas? Um fundo de investimento se interessaria nisso, afirma. Um dos problemas, de acordo com Aline, é o fato de as iniciativas de parques não preverem, desde o início, a busca por recursos privados. Muitos parques começam de forma voluntariada. Alguém em uma universidade vê a possibilidade de criar um parque em determinada área. Aí entra a prefeitura e outros órgãos porque podem promover infraestrutura. O parque se desenvolve mais como um instrumento de desenvolvimento regional e o investimento privado é pensado só muito adiante. O problema é que o fundo, na verdade, está pensando no negócio. E muitas vezes o negócio do parque não está estruturado de forma que ele obtenha receitas de forma clara, avalia. Além disso, a pesquisadora acredita que ainda é necessária uma divulgação maior do que são os parques tecnológicos. O movimento de parques no Brasil é recente. Até hoje, pouca gente sabe o que é um parque tecnológico e ainda existe uma desconfiança dos próprios capitalistas do que seja isso. Essa mesma ideia é partilhada pelo integrante do conselho deliberativo da Associação Brasileia de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP) e membro do conselho consultivo da Anprotec, Sidney Chameh. O conceito de parque tecnológico faz todo o sentido na busca por alavancar o desenvolvimento das empresas. Mas para saber se ele em si seria um ativo interessante, seria necessário mais conhecimento e mais análise sobre esses ambientes pelos investidores, avalia. Os fundos de investimento se interessam por empresas que podem ter uma grande velocidade de crescimento e os parques, para serem atrativos, teriam que ter essa mesma característica, explica. Governança Para que haja uma união entre parques tecnológicos e fundos de investimento, outra questão que deve ser trabalhada é a da governança. Uma vez que você planeja um negócio, ele precisa ter uma estrutura de governança que possibilite a participação dos proprietários nessa estrutura. Se o parque tem uma estrutura extremamente engessada e sem a participação privada, fica complicado para um fundo de investimento avaliar aquele empreendimento como de baixo risco, afirma Aline Figlioli. De acordo com Luiz Antônio Gargione, a utilização de recursos de fundos de investimento exige que o parque desenvolva estruturas de governança mais sofisticadas, o que pode contribuir para o sucesso do empreendimento. O parque terá que estabelecer comitês e passar por auditorias externas, por exemplo. Com um modelo de governança mais profissional, aumenta a chance de sucesso do empreendimento. Os processos de decisão adotam critérios mais padronizados. Isso gera benefícios para o lado social e financeiro. O parque fica menos politizado, afirma. Para os especialistas, o cenário parece promissor. Tal qual aconteceu com o Brasil, que se tornou um país muito interessante em termos de atração de investimento, os parques vão se apresentar como empreendimentos bastante atraentes, afirma Gargione. Ele acredita que a crescente identificação dos parques como promotores de empresas inovadoras, reconhecidas por remunerarem mais o capital dos investidores, atrairão, gradualmente, a atenção de potenciais financiadores. L 20
INTEGRAÇÃO Shutterstock Vanguarda da inovação A Unicamp desponta como uma das principais instituições fomentadoras da inovação no Brasil. Em 2011, alcançou o maior recorde de arrecadação de royalties de sua história A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sempre foi uma das instituições pioneiras no desenvolvimento de iniciativas de estímulo à inovação. Um ano antes da Lei de Inovação, de 2004, determinar a criação de núcleos de inovação tecnológica (NITs) nas instituições de ciência e tecnologia (ICT), a universidade já havia criado a Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp). Os resultados desses quase dez anos de atuação trouxeram um novo recorde para a agência no ano passado: em 2011 foram recebidos R$ 724 mil de royalties em função de licenciamento de tecnologias. Em 2010, esse número havia sido de R$ 191 mil. Dados obtidos pelo jornal Folha de São Paulo em um relatório da Thomson Reuters, divulgados em março deste ano, também revelam que a Unicamp está em segundo lugar no país em relação ao número de patentes deferidas e pedidos de patentes entre 2001 e 2010, com 395 invenções listadas. A instituição só fica atrás da Petrobras, que possui 415 registros. A Universidade de São Paulo (USP), outra ICT brasileira de referência, ficou em terceiro lugar, com 235. Além disso, o número de comunicações de invenções por pesquisadores da Unicamp aumentou 54% no ano de 2011, passando de 61, em 2010, para 94. Esses dados refletem o trabalho de planejamento desenvolvido pela Agência. Um dos motivos para o 21