Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel ANÁLISE SINTÉTICA DA SITUAÇÃO DO SETOR AUTOMÓVEL EM PORTUGAL 2012-2013



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Transcrição:

Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel ANÁLISE SINTÉTICA DA SITUAÇÃO DO SETOR AUTOMÓVEL EM PORTUGAL 2012-2013 Abril 2013 1

MERCADO AUTOMÓVEL EM PORTUGAL EM 2012 De acordo com as piores previsões da ANECRA, registou-se no ano de 2012 uma quebra de 40,7% nas vendas de veículos novos face ao ano de 2011. O cenário macroeconómico e às medidas de austeridade impostas pelo Governo contribuíram de forma decisiva para este desfecho desastroso. Para os dirigentes da ANECRA, o Setor Automóvel em Portugal atravessa uma situação dramática, em consequência da considerável diminuição do rendimento disponível das famílias, da acentuada quebra do Índice de Confianças dos Consumidores, da quase nula concessão de crédito por parte das instituições financeiras e do crescimento da carga fiscal incidente sobre o automóvel, fatores que originam significativos efeitos recessivos no consumo e no investimento que se irão acentuar em termos absolutos no ano de 2013. S E T O R A U T O M Ó V E L / P O R T U G A L - V E N D A S E M 2 0 1 2 J A N E IR O - D E Z E M B R O U N ID A D E S D IF E R E N Ç A S 2 0 1 1 2 0 1 2 U N ID. % * L IG E IR O S P A S S A G E IR O S 1 5 3.4 0 4 9 5.2 9 0-5 8.1 1 4-3 7,9 C O M E R C IA IS L IG E IR O S 3 4.9 6 3 1 6.0 0 9-1 8.9 5 4-5 4,2 P E S A D O S M E R C A D O R IA S 2.6 6 5 1.8 8 9-7 7 6-2 9,1 P E S A D O S P A S S A G E IR O S 3 3 0 2 2 3-1 0 7-3 2,4 T O T A L D E P E S A D O S 2.9 9 5 2.1 1 2-8 8 3-2 9,5 T O T A IS 1 9 1.3 6 2 1 1 3.4 1 1-7 7.9 5 1-4 0,7 F o n te : G a b in e te d e E stu d o s E conóm icos d a A N E C R A * In clu i o s ve ículo s d e to d o o te rre n o Vendas de veículos novos no ano de 2012 1. Ligeiros de Passageiros Pior registo dos últimos 27 anos: 95.290 unidades vendidas, equivalendo a um decréscimo de 37,9% (-58.114 unidades), face a igual período do ano anterior. VENDAS LIGEIROS DE PASSAGEIROS* - JAN.-DEZ. 350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 241.781 232.912 201.471 217.910 213.636 248.398 297.670 289.945 255.215 226.092 189.792 197.584 206.488 194.702 201.816 213.389 161.013 223.464 153.404 95.290 50.000 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 FONTE: ANECRA-GEE * Inclui os veículos todo o terreno a partir de 1999 Fonte: ANECRA 2

2. Comerciais Ligeiros Pior registo dos últimos 36 anos: 16.009 veículos vendidos, ou seja, menos 18.954 unidades comercializadas face ao ano antecedente (-54.2%). Note-se que estamos perante veículos que se assumem como bens de equipamento/trabalho. VENDAS COMERCIAIS LIGEIROS - JAN.-DEZ. 150.000 125.000 100.000 75.000 50.000 72.035 88.180 58.734 74.597 90.199 100.986 102.288 120.585 98.679 79.295 69.068 71.291 66.638 64.487 68.421 55.404 38.906 45.669 34.963 25.000 16.009 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 FONTE: ANECRA-GEE Fonte: ANECRA 3. Pesados Pior registo desde que há informação estatística setorial: 2.112 veículos transacionados, menos 883 unidades face ao ano de 2011, correspondendo a um decréscimo de 29,5%. VENDAS PESADOS - JAN.-DEZ. 9.000 8.000 7.723 8.351 7.572 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 4.908 3.810 4.049 4.176 5.638 6.460 5.436 4.294 5.320 5.344 5.985 6.369 6.334 3.841 3.621 2.995 2.112 1.000 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 FONTE: ANECRA-GEE Fonte: ANECRA 4. Mercado Total Pior registo dos últimos 28 anos: verificou-se uma contração de 40,7%, face ao período homólogo do ano anterior, totalizando 113.411 viaturas comercializadas. Assim, no ano de 2012 venderam-se menos 77.951 veículos em Portugal, em comparação com o mesmo período do ano de 2011. 3

VENDAS MERCADO TOTAL - JAN.-DEZ. 500.000 450.000 400.000 350.000 300.000 250.000 200.000 326.046 335.175 271.701 306.684 322.430 374.616 407.681 418.881 361.466 310.823 263.154 274.195 278.470 265.174 276.606 275.127 203.760 272.754 191.362 150.000 113.411 100.000 50.000 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 FONTE: ANECRA-GEE Fonte: ANECRA Nota: As 24 marcas que mais veículos Ligeiros de Passageiros venderam em Portugal no ano de 2012 registaram taxas de crescimento negativas, face a igual período do ano de 2011. Acresce finalmente que os efeitos profundamente negativos no universo das empresas não se registaram apenas em termos dos indicadores setoriais relativos ao bem automóvel, tanto em termos de vendas de produtos como de fornecimento dos respetivos serviços. Receita do Estado De facto e da mesma forma, também em termos nacionais, ao nível da arrecadação das receitas públicas, se fez sentir a hecatombe registada em todos os segmentos da atividade do Setor Automóvel durante 2012. Assim, no que aos impostos incidentes direta ou indiretamente sobre o automóvel diz respeito, sublinhamos que em 2012: - A receita cobrada em sede de Impostos Sobre Veículos (ISV) caiu 42,2%, ou seja, menos 264,6 milhões de euros face a 2011. Do total de impostos diretos e indiretos, o ISV foi de longe o que mais caiu. - A subida de 13,7% verificada na receita de IUC em 2012, ou seja, mais 23,7 milhões de euros face ao ano de 2011, não compensou a quebra registada ao nível da receita do ISV. - A receita do ISP caiu 8,2% face ao ano de 2011, correspondendo a uma perda 190 milhões de euros. - Em relação ao IVA verificou-se uma quebra de 2% face a 2011, ou seja, menos 257,2 milhões de euros para os cofres do Estado. Veículos Usados Como se não bastasse o péssimo registo da venda de veículos novos, a crise que Portugal atravessa está a impor uma travagem a fundo também nas vendas de veículos usados, que não resistem à descida do consumo e do crédito, tendo apresentado no ano de 2012 quebras na ordem dos 40%. Ou 4

seja, o mercado dos veículos usados não está a aguentar o impacto que a diminuição do rendimento das famílias, a subida do desemprego e a queda no crédito ao consumo estão a ter na economia. Quando baixam as vendas de automóveis novos, as vendas de veículos usados tendem a crescer. Esta é uma dedução que o tempo se encarregou de tornar regra, mas que a atual crise arrisca deixar cair em desuso. Nos stands, estão a entrar menos pessoas à procura de veículos usados e os vendedores notam uma tendência: praticamente já só bate à porta quem tem condições para comprar sem recorrer a um empréstimo. Veículos rebocados da via pública e abandonados nas oficinas Em 2012 a ANECRA elaborou um estudo relativo aos veículos rebocados da via pública pelas autarquias / Polícia Municipal e aos veículos abandonados nas oficinas de manutenção e reparação automóvel e concluiu o seguinte: Veículos rebocados pelas autarquias/polícia municipal: Em 83% dos casos, as viaturas não são reclamadas pelos respetivos proprietários e são declaradas abandonadas a favor das autarquias, que as entregam a um operador de gestão de veículos em fim de vida devidamente licenciado que lhes dará o destino adequado. Note-se que, há casos em que as viaturas ficam ao serviço das autarquias ou vendidas por estas. N.º de veículos rebocados devido a abandono na via pública: +40% no 1º semestre de 2012, face a igual período do ano passado. Nos grandes municípios, como Lisboa, para além de muitos casos não serem denunciados, os parques de recolha de veículos abandonados na via pública estão cheios. Caso houvesse mais espaço nos parques de recolha, o número de veículos rebocados duplicaria. No Norte do país o número de veículos abandonados é bem inferior aos municípios de Lisboa e zonas circundantes (< 50%). Principais consequências: Redução da qualidade de vida da população Ocupação abusiva de espaço urbano/público. Provoca falta de estacionamento. Redução da mobilidade urbana Problemas ambientais com insalubridade Insegurança Veículos abandonados nas oficinas: Aumento de 50% no 1º semestre de 2012, face ao período homólogo de 2011. Nº médio de veículos abandonados nas oficinas no 1º semestre: 2011 5,9 2012 9,1 87% - Veículos abandonados antes de serem reparados. 13% - Veículos abandonados depois de serem reparados. Idade média dos veículos abandonados nas oficinas: 10-20 anos. 5

Vendas na Europa O Setor Automóvel europeu sobre uma das maiores crises das últimas duas décadas. Em 2012 as vendas recuaram para valores de 1995 e no total foram vendidas 12.053.904 unidades. Este valor representa uma quebra nas vendas anuais de 8,2%, a mais grave desde o saldo negativo de 16,9% ocorrido em 1993. No ano de 2012, apenas na Grécia (-40,1%) a venda de automóveis caiu mais que em Portugal (- 37,9%), em comparação com o ano anterior. VENDAS NA EUROPA - LIGEIROS DE PASSAGEIROS TOP TEN (12/11 VAR.% JAN.-DEZ.) ISLÂNDIA HUNGRIA ESTÓNIA REINO UNIDO SUIÇA ESLOVÁQUIA BULGÁRIA LUXEMBURGO DINAMARCA REPÚBLICA CHECA PORTUGAL UE (27) 5,3 2,9 1,6 1,6 1,0 0,4 0,4-37,9-8,2 12,5 17,6 56,4-50 -25 0 25 50 75 * Portugal ocupa a penúltima posição, à frente da Grécia. FONTE: ANECRA / ACEA Em 2012 Portugal ficou na 16ª posição no que toca ao número de carros vendidos em toda a Europa (68.103 unidades). VENDAS NA EUROPA - LIGEIROS DE PASSAGEIROS TOP TEN - Nº VEÍCULOS JAN.-DEZ. 2012 ALEMANHA REINO UNIDO FRANÇA ITÁLIA ESPANHA HOLANDA BÉLGICA ÁUSTRIA SUIÇA SUÉCIA PORTUGAL* 699.589 502.528 486.737 336.010 328.139 279.899 95.290 1.402.089 1.898.760 2.044.609 3.082.504 0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000 3.500.000 * Portugal ocupa a 16ª posição. FONTE: ANECRA/ACEA 6

PAÍSES DEZEMBRO DEZEMBRO Tx.Var. JAN - DEZ JAN - DEZ Tx.Var. 2011 2012 (%) 2011 2012 (%) ÁUSTRIA 23.358 18.421-21,1 356.145 336.010-5,7 BÉLGICA 48.763 22.324-54,2 572.211 486.737-14,9 BULGÁRIA 1.209 1.985 64,2 19.122 19.419 1,6 CHIPRE 1.175 570-51,5 14.544 10.967-24,6 REPÚBLICA CHECA 15.019 12.784-14,9 173.282 174.009 0,4 DINAMARCA 15.355 10.707-30,3 170.036 170.763 0,4 ESTÓNIA 1.156 1.041-9,9 15.350 17.267 12,5 FINLÂNDIA 6.891 6.410-7,0 126.130 111.251-11,8 FRANÇA 187.817 160.314-14,6 2.204.229 1.898.760-13,9 ALEMANHA 244.501 204.331-16,4 3.173.634 3.082.504-2,9 GRÉCIA 5.538 3.669-33,7 97.682 58.482-40,1 HUNGRIA 3.262 5.048 54,8 45.109 53.059 17,6 IRLANDA 371 316-14,8 89.878 79.498-11,5 ITÁLIA 111.928 86.735-22,5 1.749.739 1.402.089-19,9 LETÓNIA 1.060 796-24,9 10.980 10.665-2,9 LITUÂNIA 1.033 842-18,5 13.223 12.170-8,0 LUXEMBURGO 2.642 3.072 16,3 49.881 50.398 1,0 HOLANDA 17.244 18.306 6,2 555.843 502.528-9,6 POLÓNIA 27.324 21.141-22,6 277.427 273.589-1,4 PORTUGAL 11.248 6.342-43,6 153.404 95.290-37,9 ROMÉNIA 7.721 4.828-37,5 81.709 66.436-18,7 ESLOVÁQUIA 6.595 5.074-23,1 68.203 69.268 1,6 ESLOVÉNIA 3.280 2.489-24,1 58.417 48.648-16,7 ESPANHA 66.457 51.197-23,0 808.051 699.589-13,4 SUÉCIA 25.402 27.108 6,7 304.984 279.899-8,2 REINO UNIDO 119.188 123.557 3,7 1.941.253 2.044.609 5,3 UNIÃO EUROPEIA (UE27)* 955.537 799.407-16,3 13.130.466 12.053.904-8,2 UE15 886.703 742.809-16,2 12.353.100 11.298.407-8,5 UE11* 68.834 56.598-17,8 777.366 755.497-2,8 ISLÂNDIA 272 544 100,0 5.054 7.902 56,4 NORUEGA 11.550 9.369-18,9 138.345 137.967-0,3 SUIÇA 30.483 29.108-4,5 318.958 328.139 2,9 EFTA 42.305 39.021-7,8 462.357 474.008 2,5 UE27*+EFTA 997.842 838.428-16,0 13.592.823 12.527.912-7,8 UE15+EFTA 929.008 781.830-15,8 12.815.457 11.772.415-8,1 Fonte: ACEA / ANECRA * Os dados para Malta não estão disponíveis. VENDAS DE VEÍCULOS LIGEIROS DE PASSAGEIROS NA EUROPA (Valores Provisórios) 7

MERCADO AUTOMÓVEL EM PORTUGAL EM 2013 VENDAS EM PORTUGAL UNIDADES MARÇO DIFERENÇAS UNIDADES JANEIRO - MARÇO DIFERENÇAS 2012 2013 UNID. % 2012 2013 UNID. % * LIGEIROS PASSAGEIROS 9.643 9.608-35 -0,4 23.504 24.135 631 2,7 COMERCIAIS LIGEIROS 1.135 1.315 180 15,9 4.168 3.476-692 -16,6 PESADOS MERCADORIAS 146 123-23 -15,8 467 423-44 -9,4 PESADOS PASSAGEIROS 32 25-7 -21,9 110 90-20 -18,2 TOTAL DE PESADOS 178 148-30 -16,9 577 513-64 -11,1 TOTAIS 10.956 11.071 115 1,0 28.249 28.124-125 -0,4 Fonte: Gabinete de Estudos Económicos da ANECRA * Inclui os veículos de todo o terreno VENDAS LIGEIROS DE PASSAGEIROS* - JAN.-MAR. 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 63.973 58.743 52.229 57.980 55.634 58.853 83.327 82.213 72.763 62.269 47.770 50.080 53.178 51.963 49.448 55.229 31.783 53.777 45.577 23.504 24.135 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 FONTE: ANECRA-GEE * Inclui os veículos todo o terreno a partir de 1999 Fonte: ANECRA 8

VENDAS COMERCIAIS LIGEIROS - JAN.-MAR. 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 19.904 20.902 15.773 17.395 22.293 25.579 25.456 29.852 20.310 24.105 17.465 18.061 17.148 16.833 17.133 13.993 8.319 9.947 8.716 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 4.168 3.476 FONTE: ANECRA-GEE Fonte: ANECRA VENDAS PESADOS - JAN.-MAR. 2.500 2.250 2.470 2.397 2.000 1.750 1.500 1.250 1.000 750 500 250 1.274 908 918 976 1.157 1.876 2.079 1.722 1.104 1.302 1.390 1.518 1.559 1.891 1.172 750 1.046 577 513 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 FONTE: ANECRA-GEE Fonte: ANECRA VENDAS MERCADO TOTAL - JAN.-MAR. 120.000 100.000 110.862 114.535 80.000 60.000 40.000 86.664 82.365 70.390 78.934 81.979 89.203 95.470 88.096 66.339 69.443 71.716 70.314 68.140 71.113 41.274 64.474 55.339 20.000 28.249 28.124 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 FONTE: ANECRA-GEE Fonte: ANECRA 9

Receita do Estado RECEITA DE IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS (ISV): 23 MESES CONSECUTIVOS A CAIR Abr. 11 / 10 Mai. 11 / 10 Jun. 11 / 10 Jul. 11 / 10 Ago. 11 / 10 Set. 11 / 10 Out. 11 / 10 Nov. 11 / 10 Dez. 11 / 10 Jan. 12 / 11 Fev. 12 / 11 Mar. 12 / 11 Abr. 12 / 11 Mai. 12 / 11 Jun. 12 / 11 Jul. 12 / 11 Ago. 12 / 11 Set. 12 / 11 Out. 12 / 11 Nov. 12 / 11 Dez. 12 / 11 Jan. 13 / 12 Fev. 13 / 12-24,2% -21,2% -26,9% -29,7%-30,0% -23,3% -25,1% -38,2% -33,3% -37,2% -39,4% -36,6% -39,2%-39,1% -40,3% -33,9% -44,6% -45,9% -46,0% -49,6% -54,5% -54,8% -51,5% Fonte: ANECRA / DGO RECEITA DE ISV EM MILHÕES DE EUROS JAN.-FEV. 2001 201,0 2002 193,5 2003 154,0 2004 170,5 2005 178,7 2006 184,6 2007 176,1 2008 158,0 2009 132,0 2010 116,1 2011 136,8 2012 75,3 2013 49,8 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 FONTE: ANECRA / DGO 10

Vendas na Europa VENDAS NA EUROPA - LIGEIROS DE PASSAGEIROS TOP TEN - Nº VEÍCULOS JAN.-FEV. 2013 ALEMANHA FRANÇA ITÁLIA REINO UNIDO ESPANHA BÉLGICA HOLANDA POLÓNIA ÁUSTRIA SUIÇA PORTUGAL* 14.511 50.586 48.957 43.197 80.445 108.048 96.084 210.392 222.406 268.053 392.773 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 450.000 * Portugal ocupa a 17ª posição. FONTE: ANECRA/ACEA VENDAS NA EUROPA - LIGEIROS DE PASSAGEIROS TOP TEN (13/12 VAR.% JAN.-FEV.) ISLÂNDIA ESTÓNIA REINO UNIDO BÉLGICA NORUEGA POLÓNIA PORTUGAL DINAMARCA ÁUSTRIA LETÓNIA UE (27) 10,3 8,6 5,5 4,9 4,7 2,4-3,7-3,7-9,5 24,6 30,6-25 0 25 50 75 FONTE: ANECRA / ACEA 11

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CONJUNTURA DA REPARAÇÃO AUTOMÓVEL EM 2012 SÍNTESE DE RESULTADOS À semelhança dos anos anteriores, a ANECRA lançou o INQUÉRITO DE CONJUNTURA 2012, respeitante à actividade de prestação de serviços, junto das empresas suas associadas. Foram validados 158 inquéritos, o que se considera uma boa amostra quando se pretende conhecer a situação da reparação automóvel em Portugal. Os dados aqui indicados, referem-se ao exercício da actividade de reparação durante o ano de 2012, e reflectem uma síntese de resultados, apurados a partir das respostas que as empresas deram a este inquérito. 1- Facturação Média Segue-se a distribuição de empresas de acordo com a facturação mensal média de 2012. Os valores não incluem IVA. Empresas 100% 75% 50% 25% 0% 29% 34% 40% 15% 23% 28% 3% 6% 12% 10% < 5.000 5.000-10.000 10.000-25.000 25.000-50.000 > 50.000 VALOR (EUR) Independentes Marca As empresas foram divididas em 5 intervalos, de acordo com a sua facturação mensal média: até 5.000 ; entre 5.000 e 10.000 ; entre 10.000 e 25.000 ; entre 25.000 e 50.000 ; e mais de 50.000. Ao contrário do ano anterior, onde os reparadores independentes se encontravam com maior incidência no 3.º grupo (entre os 10.000 e os 25.000 ), em 2012 encontram-se na sua maioria nos 2.º e 3.º grupos. Os reparadores de marca ocupam na quase totalidade os dois últimos intervalos, o que se mantém desde 2007. No entanto, no caso destes reparadores, menos 28% de empresas ocupam agora os dois últimos intervalos, relativamente ao ano anterior, em beneficio dos 3 primeiros intervalos. 13

2- Actividade Segue-se a distribuição de empresas de acordo com o número médio de obras abertas por semana, em 2012. As empresas foram divididas em quatro grupos, por número de obras abertas semanalmente: até 10 obras; entre 10 e 25; entre 25 e 75; e mais de 75 obras abertas. Empresas 100% 75% 50% 25% 0% 34% 44% 15% 30% 19% 34% 21% 3% Até 10 10 a 25 25 a 75 Mais de 75 NÚMERO DE OBRAS Independentes Marca Os independentes ocupam principalmente os dois primeiros intervalos, ao passo que os reparadores de marca ocupam predominantemente o terceiro. Ambas as situações, acontecem já desde 2008. No entanto, assistiu-se a um aumento de empresas nos primeiros grupos. Os reparadores independentes baixaram no terceiro grupo e aumentaram no primeiro. Os reparadores de marca aumentaram nos dois primeiros grupos e baixaram nos dois últimos. Os reparadores independentes apresentaram uma média global de 1120 obras em 2012 (menos 8% em relação ao ano anterior). Os reparadores de marca apresentaram uma média global de 3707 obras em 2012 (também menos 8% em relação ao ano anterior). No gráfico seguinte é apresentada a distribuição de empresas de acordo com a taxa média de ocupação da oficina, em 2012. Também aqui as empresas foram divididas em 4 grupos, conforme o valor percentual de taxa de ocupação da oficina: menos de 25%; entre 25% e 50%; entre 50% e 75%; e entre 75% e 100%. Empresas 100% 75% 50% 25% 0% 38% 30% 38% 34% 13% 15% 21% 11% < 25% 25% - 50% 50% - 75% > 75% Independentes Marca Os reparadores independentes situam-se tipicamente no 2.º e no 3.º intervalo. Os reparadores de marca estão em maior número no 3.º. Os reparadores de marca subiram nos dois primeiros grupos de uma forma muito significativa, baixando nos dois últimos, isto em relação ao ano anterior. Os reparadores independentes subiram 3.º grupo, em prejuízo do último. 14

De assinalar que 51% dos reparadores independentes, e 45% dos reparadores de marca, têm taxas de ocupação inferiores a 50%. Quando se gostariam de ter taxas de ocupação próximas dos 100%, estes valores são extremamente baixos e preocupantes. 3- Dificuldades Neste inquérito foram colocados 11 temas, pedindo-se aos inquiridos que atribuíssem uma nota de 1 a 3, como dificuldade para a actividade. Apresentam-se nos quadros seguintes, um para reparadores de marca e outro para reparadores independentes, as percentagens de empresas que votaram com a nota 3 (grande dificuldade) cada um dos 11 temas. 2012 MARCA Reparação clandestina 83% 1ª Atrasos recebimentos 62% 2ª Falta de clientes 62% 3ª Excesso empresas 32% 4ª Custos gest. Amb. 26% 5ª Garantias longas 24% 6ª Custos operação 23% 7ª Falta informação técnica 6% 8ª Viaturas evoluídas 3% 9ª Falta pessoal habilitado 3% 10ª Dificuldade abastecimento peças 0% 11ª INDEPENDENTES Reparação clandestina 75% 1ª Atrasos recebimentos 66% 2ª Custos gest. Amb. 53% 3ª Garantias longas 42% 4ª Custos operação 37% 5ª Excesso empresas 36% 6ª Falta de clientes 31% 7ª Viaturas evoluídas 11% 8ª Falta pessoal habilitado 9% 9ª Dificuldade abastecimento peças 9% 10ª Falta informação técnica 8% 11ª Mais de metade dos reparadores de marca e dos reparadores independentes assinalaram os atrasos nos recebimentos e a reparação clandestina como as duas maiores dificuldades. Os reparadores de marca assinalam também muito a falta de clientes, ao passo que os reparadores independentes demonstram preocupação com os custos da gestão ambiental. 15

De realçar que, desde que este inquérito é feito nos moldes atuais (desde 2004), pela primeira vez a dificuldade reparação clandestina ocupa os primeiros lugares para reparadores de marca e reparadores independentes. A RETER Baixaram as facturações, em particular as dos reparadores de marca; O número de obras diminuiu; As taxas de ocupação baixaram, e de uma forma drástica para os reparadores de marca; A reparação clandestina passou a ser agora encarada como grande dificuldade para a maior parte das empresas. 16