473 A gestão de custos no contexto da qualidade no serviço público: um estudo entre organizações brasileiras

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Transcrição:

473 A gestão de custos no contexto da qualidade no serviço público: um estudo entre organizações brasileiras JULIO CESAR DE CAMPOS FERNANDES FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS VALMOR SLOMSKI UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 1

ELEMENTOS QUE SE CRUZAM INFORMAÇÃO CONTÁBIL QUALIDADE DA GESTÃO A NOVA CONTABILIDADE PÚBLICA GESTÃO DA QUALIDADE (ISO 9000) SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS GESTÃO ORÇAMENTÁRIA, FINANCEIRA E PATRIMONIAL GESTÃO DE CUSTOS PELA MELHORIA DA QUALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GESTÃO AMBIENTAL (ISO 14000) PROGRAMA GESPÚBLICA (MEGP, PQGF, Carta de Serviços, IPS, etc.) GESTÃO POR PROCESSOS CONTROLADORIA E GOVERNANÇA NA GESTÃO PÚBLICA GESTÃO DE PROJETOS GESTÃO ESTRATÉGICA 2

O VALOR DO SERVIÇO PÚBLICO UMSTART : CONGRESSO GESTÃO DE CUSTOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (STJ set/2007) Casos apresentados => organizações c/práticas de gestão da qualidade Pesquisa bibliográfica Apresentação de conceitos Contextualização Desenvolvimento do modelo de pesquisa de campo Estudo empírico Análise dos resultados ABORDAGEM RARA ARTIGO Gestão da Qualidade + Gestão de Custos = Valor do Serviço Público 3

O VALOR DO SERVIÇO PÚBLICO A grande vantagem da gestão de custos na administração pública, quando associada a práticas de gestão da qualidade, é justamente a possibilidade de se demonstrar com melhor precisão o valor do Serviço Público, para que a sociedade possa então compará-lo ao seu custo de oportunidade. 4

CUSTOS X QUALIDADE O que vem primeiro: o ovo ou a galinha?! Um sistema de gerenciamento de custos surge a partir de um modelo de gestão organizacional mais desenvolvido e complexo? Com práticas de gestão por processos, gerenciamento de projetos, gestão da qualidade, gestão estratégica, gestão por competências? Ou os esforços para se implantar um sistema de custeio pode preparar a casa para que se tenha melhor adesão a programas de melhoria da qualidade na gestão pública? 5

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA NA WEB Identificação da Organização e Confirmação dos Prérequisitos. Histórico do(s) programa(s) de melhoria da qualidade na organização; Características da gestão orçamentária e financeira na organização; Situação atual do processo de gestão dos custos na organização; e Opinião sobre a relação entre a gestão dos custos e a efetividade dos programas de melhoria da qualidade da gestão pública. 6

PERFIL DA AMOSTRA 7

PERFIL DA AMOSTRA Não houve participação de nenhuma organização representante do Poder Legislativo ou do Ministério Público; Também não houve nenhuma Fundação Pública participante; Registrou-se participação muito maior entre organizações de direito público (81,25%); 87,5% das organizações respondentes iniciaram a implantação de programas de melhoria da qualidade a partir da década de 90; cinco delas (31,25%) começaram a partir de 2001 duas começaram seus projetos e ações pela qualidade na década de 80 e nenhuma antes disso. 8

GESTÃO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRA As atividades de planejamento e execução orçamentária e financeira são realizadas em sintonia com a elaboração e o acompanhamento de seus planos operacionais (100% ); Quase todos consideram estratégias e planos gerenciais quando elaboram a proposta orçamentária e buscam por este instrumento maneiras de garantir a continuidade de ações e projetos para a melhoria da qualidade. (um dos respondentes não sabe se há tal característica em sua organização); Mecanismos de controle interno, utilizando-os para o monitoramento de sua execução financeira e para realinhamentos da proposta orçamentária (100%); 9

GESTÃO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRA Centros de custos, de forma que seja possível a mensuração e análise de seus custos operacionais, por departamentalização e/ou baseados em atividades (duas não possuem tal característica); Uma contabilidade gerencial, além do exercício tradicional de contabilidade pública, a fim de fornecer informações mais adequadas para tomadas de decisão pela Alta Direção (11 das 16 organizações concordaram com esta assertiva); e A tecnologia e as práticas de gestão orçamentária e financeira existentes na organização possibilitam ou facilitam a mensuração e análise de custos em níveis operacionais de detalhamento (87,5%). 10

GESTÃO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRA Quanto à assertiva a organização possui mecanismos de avaliação e administração de seus riscos financeiros, teve-se 62,75% de concordância. As participantes que se enquadram neste grupo demonstraram maior variedade e quantidade de práticas de gestão para a melhoria da qualidade de seus serviços/produtos e processos, assim como para a identificação e gerenciamento de seus custos 11

QUALIDADE DA GESTÃO 12

QUALIDADE DA GESTÃO O estudo confirma o histórico de sucesso dessas organizações com seus programas de melhoria da qualidade: incluem certificações ISO 9000 (em 44%) ; premiações e/ou certificações de qualidade de vida e segurança no trabalho (em 37,5%); onze delas (68,7%) indicaram que seus projetos e/ou ações para melhoria da qualidade foram objetos de estudo em trabalhos apresentados/publicados; três reconhecidas pelo PQGF (a partir da faixa bronze); e duas por semelhantes prêmios de qualidade, em âmbito regional ou setorial; a ferramenta Balanced Scorecard está sendo utilizada por todas as autarquias, empresas públicas e sociedade de economia mista incluídas pela amostra. 13

GESTÃO DE CUSTOS 14

GESTÃO DE CUSTOS Duas organizações indicaram que também estão realizando mensuração e análise de seus custos ambientais; Baixa utilização das práticas de gestão de custos para a avaliação da eficiência dos programas de melhoria da qualidade, assim como para a mensuração dos custos da qualidade. Aspectos de cultura organizacional? Falta de aprendizagem organizacional? Desinteresse dos gestores públicos em explorar a oportunidade de se evidenciar a relação custo/benefício para seus projetos e ações de melhoria da qualidade no serviço público? 15

CONHECIMENTO DA MATÉRIA Quinze gestores (93,75%) afirmaram haver em sua instituição pessoal com conhecimento suficiente sobre os temas em questão ; Três gestores (18,75%) declararam que sua alta direção não prioriza a identificação de pessoas com o conhecimento necessário, ou não promove capacitação sobre gestão de custos para colaboradores da organização ; Cinco organizações (31,25%) consideram que alguns dos gestores conseguem definir as melhorias de gestão necessárias para desenvolver, implementar e manter um sistema de custeio adequado, porém não encontram apoio estratégico para o início destas ações; 16

RELEVÂNCIA À MATÉRIA Onze gestores (68,75%) afirmaram que na sua organização a gestão dos custos é fundamental para garantir o sucesso do(s) programa(s) de melhoria da qualidade e/ou para a busca da excelência da gestão pública ; Onze também é a quantidade de organizações que consideram a gestão de custos algo essencial para a apuração e análise do retorno de investimentos vinculados a ações e projetos de melhoria da qualidade no serviço. 17

RELEVÂNCIA À MATÉRIA Contudo, para quatro organizações (25%) os seus gestores consideram que a utilização dessas práticas só tem valor relevante para o setor privado, principalmente para indústrias, e não oferece contribuição importante à qualidade da gestão pública Ainda assim, três destas afirmam utilizar sistema de custeio com plano de contas específico para a classificação dos custos identificáveis na realização dos serviços/produtos; 18

LIMITADORES E IMPEDITIVOS A amostra definiu como maior limitador ou impeditivo presente nas organizações para a implementação, disseminação, continuidade e/ou aprimoramento de práticas de gestão de custos, problemas de resistência de gestores e/ou colaboradores quanto às mudanças necessárias para a utilização de tais práticas de gestão na organização Mesmo assim, três destas afirmam utilizar sistema de custeio com plano de contas específico para a classificação dos custos identificáveis na realização dos serviços/produtos. 19

LIMITADORES E IMPEDITIVOS Quatro indicaram a falta de conhecimento sobre o assunto, por falta de capacitação, devido a um baixo grau de relevância dado pela organização que justifique o respectivo investimento Cinco pela insuficiência de cursos, treinamentos e bibliografia e sete (43,75%) organizações indicaram pouca relevância conferida ao grau de eficiência na utilização de recursos pela organização (consumo vs. resultado), pois suas definições de sucesso priorizam apenas a execução física de ações e projetos. 20

OPINIÕES SOBRE A RELAÇÃO EM ESTUDO Catorze organizações (87,5%) informaram que as práticas de gestão de custos estão sendo uma conseqüência da continuidade dos projetos/ações voltados para a qualidade da gestão publica. Para 81,25%, os dados e informações obtidos com o sistema de custeio melhoram o processo de tomada de decisões, diminuem a assimetria informacional e contribuem para a transparência junto aos interessados na melhoria da qualidade do serviço público ; e Em 75% a existência de práticas gerenciais voltadas para a qualidade nesta organização propiciou um ambiente mais favorável à implementação da gestão de custos e o uso de um sistema de custeio ; 21

OPINIÕES SOBRE A RELAÇÃO EM ESTUDO Para quatro participantes (25%) Não há nenhuma relação entre a efetividade dos programas de melhoria da qualidade e as iniciativas para a gestão de custos no serviço público, uma vez que estas ocorrem apenas em cumprimento às definições já presentes na LRF (LC 101/2000) coerência com as respostas indicadas pelas mesmas organizações, para indicar a relevância dada ao gerenciamento dos custos e sua contribuição à qualidade da gestão pública, pois elas discordaram que a gestão dos custos seja fundamental para garantir o sucesso do(s) programa(s) de melhoria da qualidade e/ou para a busca da excelência da gestão pública. 22

OPINIÕES SOBRE A RELAÇÃO EM ESTUDO Os mesmos quatro participantes não consideram a gestão de custos como algo essencial para a apuração e análise do retorno de investimentos vinculados a ações e projetos de melhoria da qualidade no serviço. os gestores da organização consideram que a utilização dessas práticas só tem valor relevante para o setor privado, principalmente para indústrias, e não oferece contribuição importante à qualidade da gestão pública. 23

INDICADAS COMO BOA REFERÊNCIA Destacamos aquelas organizações que apresentaram o maior envolvimento com as práticas de gestão de custos e confirmaram a relação dessas práticas com a efetividade de seus programas de melhoria da qualidade. Todas estas citaram a aplicação de uma grande variedade de ferramentas de gestão. São elas: INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Autarquia Executivo Federal); FURNAS Centrais Elétricas S/A (Sociedade de Economia Mista); 22º Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro, Palmas/TO (Administração Direta Executivo Federal); Prefeitura Municipal de Panambi/RS (Administração Direta Executivo Municipal); TJRJ Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (Administração Direta Judiciário Estadual). 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS Cidadão brasileiro é o beneficiário final da gestão pública, considerado pelos novos ensinamentos acadêmicos um acionista do Estado. É ele o maior interessado no valor público agregado, obtido com os resultados da Qualidade na Administração Pública e que pode ser evidenciado por meio da Gestão de Custos. Algumas organizações públicas já estão se tornando incubadoras do desenvolvimento de uma gestão de custos apropriada à continuidade efetiva daquele processo de melhoria da qualidade da gestão pública, iniciado no Brasil a partir da década de 90. Os próximos trabalhos poderão investigar com melhores detalhes as características dos modelos de gestão de custos daquelas organizações envolvidas no presente estudo, ou, ainda, ampliarem esta amostra. 25

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