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Olá pessoal! Sabemos que se aproxima a prova do concurso destinado a selecionar candidatos para provimento de vagas no cargo de Fiscal de Rendas de 3ª Categoria, do quadro da Secretaria de Estado de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro (SEFAZ RJ). Com vistas à preparação para esse concurso, neste Toque iniciaremos a análise de uma prova anterior aplicada pela FGV, a mesma banca responsável pela prova encomendada pela SEFAZ RJ. Trata se da prova aplicada em 21/05/2006 que selecionou candidatos ao cargo de Fiscal de Rendas para a Secretaria de Receita e Controle do Estado do Mato Grosso do Sul. 41. A lei tributária nova aplica se ao ato ou fato pretérito: I. em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II. não definitivamente julgado, quando deixe de defini lo como infração; III. não definitivamente julgado, quando deixe de tratá lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, ainda que tenha implicado falta de pagamento de tributo. Assinale: (A) se apenas o item III estiver correto. (B) se apenas os itens I e II estiverem corretos. (C) se apenas os itens I e III estiverem corretos. (D) se apenas os itens II e III estiverem corretos. (E) se todos os itens estiverem corretos. 42. Conforme disposto no CTN e salvo disposição legal em contrário, assinale a alternativa que não configura a ocorrência de fato gerador. (A) tratando se de situação de fato, ao se verificar a existência das circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios (B) tratando se de situação jurídica, quando estiver definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável (C) a prática do ato ou celebrado o negócio, ainda que exista condição resolutiva (D) o implemento de condição suspensiva, em se tratando de negócio jurídico condicional (E) a ocorrência do evento, quando se tratar de condição resolutiva 43. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue se após cinco anos contados: (A) da data do lançamento ou do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. (B) da data do fato gerador da obrigação tributária e da data em que se torna definitiva a decisão que houver anulado, por vício material, o lançamento anteriormente efetuado. (C) do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado e da data em que se torna definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. (D) do último dia do exercício em que o lançamento poderia ter sido efetuado e da data em que se torna definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal ou material, o lançamento anteriormente efetuado. Murillo Lo Visco 1 Editora Ferreira

(E) do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado e da data em que se torna definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal ou material, o lançamento anteriormente efetuado. 44. Na existência de contrato de locação, em que exista cláusula expressa responsabilizando o locatário pelo pagamento dos encargos tributários incidentes sobre o imóvel, o IPTU, nos termos do CTN, deve ser cobrado: (A) do locatário, face à existência de cláusula expressa no contrato locatício. (B) do locatário e, subsidiariamente, do locador. (C) do locatário e do locador, face à responsabilidade solidária. (D) do locador, pois os acordos particulares não surtem efeitos em face da Fazenda Pública. (E) do locador e, subsidiariamente, do locatário. 45. A Empresa X pretende participar de procedimento licitatório para fornecimento de equipamentos de informática à Secretaria de Saúde do Estado. No entanto, está se vendo impedida de participar de tal certame por possuir obrigações tributárias vencidas junto ao Fisco Estadual, no valor de R$ 100.000,00, as quais considera indevidas. Assinale a alternativa que não viabiliza a participação da Empresa X na referida concorrência. (A) a concessão de antecipação de tutela em ação judicial (B) moratória concedida por despacho de autoridade administrativa (C) a concessão do parcelamento da dívida (D) a impetração de mandado de segurança preventivo (E) o recurso administrativo contra o lançamento sem depósito da quantia cobrada Murillo Lo Visco 2 Editora Ferreira

Comentários QUESTÃO 41 A questão 41 refere se ao art. 106 do CTN, abaixo reproduzido: Art. 106. A lei aplica se a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratando se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini lo como infração; b) quando deixe de tratá lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. As assertivas I e II são corretas, reproduzindo, respectivamente, o inciso I e a alínea a do inciso II do art. 106 do CTN. Já a assertiva III é incorreta. Nos termos da alínea b do inciso II do art. 106 do CTN, a lei tributária aplica se a ato ou fato pretérito quando deixe de tratá lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha implicado em falta de pagamento de tributo. Fica evidente o jogo de palavras do examinador. Ele trocou desde que por ainda que, modificando inteiramente o sentido do comando legal. QUESTÃO 42 A questão 42 cobrou conhecimentos acerca da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. As alternativas A e B fazem referência aos incisos do art. 116 do Código, enquanto que as demais alternativas dizem respeito ao art. 117. O enunciado da questão pede que seja assinalada a ativa que não configura a ocorrência de fato gerador. Como as alternativas A e B reproduzem circunstâncias em que se considera ocorrido o fato gerador, nenhuma delas pode ser assinalada. O mesmo ocorre com as alternativas C e D. Na alternativa C, tratando se de situação jurídica sob condição resolutiva, considera se ocorrido o fato gerador desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. E na alternativa D, tratando se de situação jurídica sob condição suspensiva, considera se ocorrido o fato gerador desde o momento em que se verificar o implemento da referida condição. situação jurídica sob condição resolutiva PRÁTICA DO ATO OU CELEBRAÇÃO DO NEGÓCIO IMPLEMENTO DA CONDIÇÃO FG Murillo Lo Visco 3 Editora Ferreira

situação jurídica sob condição suspensiva PRÁTICA DO ATO OU CELEBRAÇÃO DO NEGÓCIO IMPLEMENTO DA CONDIÇÃO FG Tratando se de condição resolutiva, a ocorrência do evento (condição) resolve (desfaz) o negócio, mas não altera os efeitos do fato gerador, considerados perfeitos e acabados desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. Portanto, a alternativa E traz uma circunstância que desfaz o negócio, e que não representa o momento de ocorrência do fato gerador. Por isso, é a alternativa a ser assinalada. QUESTÃO 43 A questão 43 cobrou conhecimentos acerca da decadência, em relação ao direito da Fazenda Pública constituir o crédito tributário. No CTN, o tema é tratado no art. 173: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue se após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. A decadência também é encontrada no 4º do art. 150 do CTN, desta vez referindo se à perda do direito da Fazenda Pública no contexto de lançamento tributário por homologação: 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. A questão em exame pede que seja assinalada a alternativa que corretamente indica alguns dos possíveis termos de início para contagem do prazo decadencial relativo ao Direito da Fazenda Pública constituir o crédito tributário. Em questões desse tipo, além de conhecer o tema, é muito importante correr o olho rapidamente por todas as alternativas, pois elas próprias irão indicar os erros. Notem que as alternativas B, D e E sugerem que uma decisão definitiva que anulou o lançamento por vício material, pode ser marco inicial da decadência. Isso não é verdade. Tal circunstância ocorre apenas quanto ao vício formal (CTN, art. 173, II). Murillo Lo Visco 4 Editora Ferreira

Na alternativa D, também é errado dizer que a decadência é contada a partir do último dia do exercício em que o lançamento poderia ter sido efetuado. A alternativa A é também incorreta. A data do lançamento pode ser marco inicial de contagem da prescrição (vide art. 174 do CTN). Ao contrário, o lançamento configura o exercício do direito da Fazenda Pública, constituindo o crédito tributário e encerrando o prazo decadencial. Restou a alternativa C, que reproduz os incisos I e II do art. 173 do CTN. QUESTÃO 44 A questão 44 é bastante simples, dizendo respeito ao art. 123 do CTN: Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Na definição legal do sujeito passivo do IPTU, em nível de normas gerais, o art. 34 do CTN estabelece que o contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Como o contrato de locação não é capaz de alterar nenhuma das circunstâncias eleitas para fins de definição do sujeito passivo do IPTU, o locador continua sendo o contribuinte do imposto perante a Fazenda, independentemente do que estiver contido em cláusulas contratuais. Pelas razões acima, na existência de contrato de locação, em que exista cláusula expressa responsabilizando o locatário pelo pagamento dos encargos tributários incidentes sobre o imóvel, o IPTU, nos termos do CTN, deve ser cobrado do locador, pois os acordos particulares não surtem efeitos em face da Fazenda Pública. Alternativa D. QUESTÃO 45 Na questão 45 o examinador combina conhecimentos relativos à CND e à suspensão do crédito tributário. Isso porque, nos termos do art. 206 do CTN, tem os efeitos de negativa a certidão de que conste a existência de créditos (1) não vencidos, (2) em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou (3) cuja exigibilidade esteja suspensa. Sabe se que suspendem a exigibilidade do crédito tributário (CTN, art. 151): a) a moratória; b) o depósito do seu montante integral; c) as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; d) a concessão de medida liminar em mandado de segurança; e) a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; f) o parcelamento. Dentre as alternativas apresentadas, a única que não suspende o crédito tributário e, portanto, não viabiliza a participação da Empresa X na referida concorrência é a alternativa D. Murillo Lo Visco 5 Editora Ferreira

A mera impetração de mandado de segurança (preventivo ou não) não suspende a exigibilidade do crédito tributário. Para produzir tal efeito, é necessária a concessão de medida liminar. Gabarito 41 42 43 44 45 B E C D D Um abraço a todos! Murillo Lo Visco 6 Editora Ferreira