ILMO. SR. PROMOTOR DE JUSTIÇA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DA COMARCA DE DIADEMA DR. MARCELO VIEIRA DE MELLO



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Transcrição:

ILMO. SR. PROMOTOR DE JUSTIÇA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DA COMARCA DE DIADEMA DR. MARCELO VIEIRA DE MELLO Ref.: Manifestação em Inquérito Civil Público nº66/2010 O FÓRUM ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE SÃO PAULO e as entidades que o compõem, neste ato representados pela Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação, já qualificada no inquérito supramencionado, promovido em face do Estado de São Paulo e do Município de Diadema, vêm em atenção ao ofício nº 203/2011, por seus representantes, apresentar a seguinte MANIFESTAÇÃO, o que faz nos termos que se seguem: Em atenção à Portaria de Inquérito Civil n 66/10 (fls. 02-04) desta Promotoria, o Município de Diadema apresentou manifestação nos autos (fls. 123-127), na qual expõe de maneira genérica e bastante ampla o histórico das políticas públicas voltadas para a população demandante de EJA, sem, contudo, responder satisfatoriamente às questões levantadas no Requerimento inicial, bem como no ofício da Promotoria encaminhado ao Secretário Municipal de Educação;

2 Argumenta a Prefeitura em sua manifestação: Não houve retração da oferta de vagas nas escolas municipais, ocorreu sim diminuição da demanda, em decorrência do maciço investimento que o Governo Municipal vem fazendo nessa área, ofertando para toda a população o que é de sua competência. (fl. 127); Ao apresentar, no entanto, dados como a taxa de analfabetismo do município no ano de 1987, cotejando-os com a taxa registrada em 2000, a representada demonstra desconhecimento em relação à natureza da modalidade EJA. Claro está que a população demandante de EJA não se refere apenas à população analfabeta, como cuidamos de conceituar na Representação; a modalidade não se refere unicamente à alfabetização formal e sim à garantia de educação básica para todos, ou seja, trata-se de uma modalidade de ensino regulamentada na LDB com o objetivo de assegurar o objetivo constitucional inscrito no art. 208, I, assegurando-se uma oferta adequada à condição da população jovem e adulta que não concluiu os ensinos fundamental e médio na idade adequada. Assim ressaltamos, por ser mais apropriado para a discussão do caso, os indicadores da Pesquisa Condições de Vida 1 (Fundação Seade): No Estado de São Paulo, a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais (5,6%), registrada pela PCV, foi superior à de países como Chile (4,3%) e Argentina (2,8%). Para o mesmo segmento populacional (15 anos de idade ou mais), a PCV revela que 42,0% dos residentes no Estado de São Paulo não concluíram o ensino fundamental, 18,8% chegaram ao fim desse nível de ensino, mas não do ensino médio, e 39,2% completaram o ensino médio. (grifo nosso) Nesse contexto, a argumentação exposta pela Secretaria Municipal de Educação em informações a esta Promotoria, no sentido de que a diminuição da oferta de EJA indica que os programas implementados pela administração vêm tendo sucesso, ou que seja fluxo da natural diminuição da distorção idade-série, não se sustenta porque o fenômeno demográfico na cidade não justifica a escala e ritmo da queda das matrículas verificada nos últimos anos. A própria manifestação da Municipalidade não responde à solicitação da Promotoria no sentido de apresentar recenseamento atual dando conta da população jovem entre 16 e 18 anos de idade que não tiveram acesso à educação básica na idade adequada e que seria 1 http://www.seade.gov.br/produtos/pcv/pdfs/escolaridade.pdf

3 demandante da modalidade EJA. Apresentando dados gerais, não explicita os números referentes a essa faixa específica da população demandante. Ainda no que tange aos dados do recenseamento, a Municipalidade assume tacitamente que não possui tais dados, reforçando, portanto, as objeções levantadas pelo Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos no requerimento inicial ao mesmo tempo em que se comprova a omissão dos poderes públicos estadual e municipal em realizar o recenseamento específico previsto na legislação. Como anteriormente apontado, a Constituição Federal (art.208, 3º c/c art.211, 2 a 4 ) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (art.5º, 1º, I e II) impõem expressamente aos Estados e aos Municípios, em regime de colaboração, a obrigação de recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, bem como os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso. Realizado tal recenseamento, estão obrigados ainda a fazer a chamada pública da demanda a ser atendida. Deveres nem sequer considerados na resposta oficial da Prefeitura. Direito Social, cuja promoção interessa a toda a sociedade, a implementação do direito à educação de jovens e adultos requer dos entes públicos um papel ativo no enfrentamento ao analfabetismo, mas igualmente à baixa escolaridade. Nesse sentido, é evidente a prioridade inicialmente atribuída pelo constituinte ao ensino fundamental, etapa através da qual se busca a alfabetização funcional do cidadão. Importante frisar que o dever jurídico de assegurar escolaridade básica a todos vai além da garantia de vagas aos que buscam matrícula, incluindo recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso (LDB, art.5, 1º, inciso I). Cabe salientar que no caso do Município de Diadema os dados referentes à matrícula inicial em cada período letivo, entre 2005 e 2010, indicam uma preocupante redução de vagas escolares para jovens e adultos:

4 Município de Diadema Matrículas Iniciais em EJA Ensino Fundamental, por Rede de Ensino Presencial 2005/2010 Rede 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Rede Municipal 5.042 4.467 4.290 3.948 3.440 2.883 Rede Estadual 2.649 3.247 3.669 2.729 1.613 1.113 TOTAL 7.691 7.714 7.949 6.677 5.053 3.996 Fonte: Educacenso INEP/MEC Entre os anos de 2007 e 2010 a quantidade de matrículas no ensino fundamental modalidade EJA do Município de Diadema se viu reduzido à metade. Ambas as redes estadual e municipal foram responsáveis pela queda. Por sua vez, as informações apresentadas pela Municipalidade em nada justificam a referida queda. Se não há demanda para os cursos presenciais de EJA no Município tal informação precisaria vir constatada em um recenseamento específico que apontasse a quase universalização da escolaridade básica para toda a população realidade que sabemos muito distante. A verdade é que a política de redução da oferta de turmas e escolas leva ao crescente afastamento da demanda potencial, que se vê impossibilitada de frequentar os cursos em razão da inexistência de escolas acessíveis ou das dificuldades criadas pelo próprio poder público, como é o caso da limitação ao número mínimo de 40 (quarenta) estudantes para a abertura de turmas na rede estadual. Com a já referida desresponsabilização do Estado em relação à EJA e agora com a replicação de postura semelhante no Município, vislumbra-se uma completa negação de oportunidades educacionais à população jovem e adulta com educação básica inconclusa em Diadema, razão pela qual reforçamos os pedidos anteriores. Em relação a outra informação solicitada pela Promotoria, a Municipalidade também tergiversa e não aponta o número de salas em que os cursos são ministrados e número de estudantes em 2011. PEDIDOS

5 Diante do exposto, reafirma-se os termos da inicial e, diante das informações insuficientes apresentadas pela representada, requer-se: 1 Que seja oficiado ao Município de Diadema e ao Estado de São Paulo, requerendo-se informações sobre o número de matrículas, turmas e escolas públicas que ofertaram a modalidade EJA no ano letivo de 2011; 2 Que sejam adotadas medidas administrativas ou judiciais no sentido de compelir os representados a realizarem o recenseamento da demanda por EJA e a chamada pública de novos estudantes, nos termos da legislação; vedando-se o fechamento de novas turmas e escolas até que tais deveres sejam cumpridos e os dados sejam publicados. Aguardamos pronto atendimento e reiteramos votos de estima e respeito. São Paulo, 8 de fevereiro de 2011. Salomão Barros Ximenes Ester Gammardella Rizzi OAB/SP n 270.496 OAB/SP n 276.545 Ação Educativa Ação Educativa Paulo Ricardo Barbosa de Lima Estagiário de Direito