ANÁLISE DO AGLOMERADO MOVELEIRO DO MUNICÍPIO DE ARARUNA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A ECONOMIA LOCAL



Documentos relacionados
PED ABC Novembro 2015

AS MELHORES OPORTUNIDADES DE EMPREGO NO SETOR DE SERVIÇOS

Análise do mercado de trabalho

RESULTADOS DOS INDICADORES EMPRESARIAS DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DA PESQUISA DA ATIVIDADE ECONÔMICA PAULISTA PAEP/2001

EMPRESAS DO BRASIL E NORDESTE Ano IV N O 20

Formalização das relações de trabalho

MANUAL OPERACIONAL PLANO DE DESENVOLVIMENTO PRELIMINAR PDP

BOLETIM MENSAL Julho/2011

PIB DO ESTADO DE RONDÔNIA 2007

INDUSTRIALIZAÇÃO EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP: UMA ANÁLISE DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS DO DISTRITO INDUSTRIAL DO CHÁCARAS REUNIDAS

SISTEMA CFC: UMA ABORDAGEM BASEADA NA GOVERNANÇA CORPORATIVA 1

PERFIL DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO BOM NEGÓCIO PARANÁ NA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ

Programa Ambiental: 1º Ciclo de Palestras Uso sustentável dos recursos naturais

11. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO PARANAENSE

A Influência da Crise Econômica Global no Setor Florestal do Brasil

JUVENTUDE E TRABALHO: DESAFIOS PARA AS POLITICAS PÚBLICAS NO MARANHÃO

FICHA DE CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO

Jornal Brasileiro de Indústrias da Biomassa Biomassa Florestal no Estado de Goiás

Planejamento e Gestão Estratégica

INTERDISCIPLINARIDADE E O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE CONHECIMENTO: O ESTUDO DE CASO EM UMA ASSOCIAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE PEIXE EM MUNDO NOVO MS

Apresentação Workshop São Paulo, 20/10/09 A.Laufer

A Organização da Atenção Nutricional: enfrentando a obesidade

sociais (7,6%a.a.); já os segmentos que empregaram maiores contingentes foram o comércio de mercadorias, prestação de serviços e serviços sociais.

ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS PROGRAMAS DE APOIO ÀS PMEs NO BRASIL Resumo Executivo PARA BAIXAR A AVALIAÇÃO COMPLETA:

MELHORIA DA INFRAESTRUTURA FÍSICA ESCOLAR

PROGRAMA RS TECNÓPOLE

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1

7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso

PADRÃO DE RESPOSTA. Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 5 - GEOGRAFIA AGRÁRIA

APOIO À ORGANIZAÇÃO SOCIAL A PARTIR DO FORTALECIMENTO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE ALEGRE. Área Temática: Trabalho

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO APL CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESPÍRITO SANTO 2010/2014

9. EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

Questão 11. Questão 12. Resposta. Resposta. O mapa e os blocos-diagramas ilustram um dos grandes problemas do mundo moderno.

< > MODELO DE DESENVOLVIMENTO PARA O RS

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para

PROJETO ESCOLA DE FÁBRICA

Gestão de impactos sociais nos empreendimentos Riscos e oportunidades. Por Sérgio Avelar, Fábio Risério, Viviane Freitas e Cristiano Machado

agricultura familiar

SERÁ ENCAMINHADO AO CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO O NOVO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MATERIAIS, COM INÍCIO PREVISTO PARA 2008

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

Proposta de Plano de Desenvolvimento Local para a região do AHE Jirau

Descrição do processo de priorização para tomada de tempos: Pesquisa ação em uma empresa job shop de usinados aeronáuticos.

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

Unidade de Gestão Estratégica. Perfil Socioeconômico. Regional Noroeste

POLÍTICA DE RELACIONAMENTO CORPORATIVO COM GRANDES CLIENTES

ANÁLISE COMPARATIVA DOS PROCEDIMENTOS PARA OBTER O LICENCIAMENTO AMBIENTAL VISANDO A INSTALAÇÃO DE INDÚSTRIAS EM SANTA CATARINA E ANDALUZIA

Análise Econômica do Mercado de Resseguro no Brasil

GT de Economia Criativa

Política de Eficiência Energética das empresas Eletrobras

Potencial humano com prioridade para intervenções no âmbito do emprego privado e público, da educação e formação e da formação avançada, promovendo a

TÍTULO: PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS PROFISSIONAIS FORMANDOS DA ÁREA DE NEGÓCIOS DA FACIAP

Plano de Desenvolvimento do Alto Minho

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO APL 2010/2014 RESUMO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador CÉSAR BORGES

Desenvolvimento Regional e Aglomerações Produtivas na Bahia: Territórios de Identidade. Francisco Teixeira EAUFBA

Saldo de Empregos Celetistas Cearense - Fevereiro de 2014

INVESTIMENTOS GOVERNAMENTAIS EM C,T&I NAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE

A Mineração Industrial em Goiás

UMA CÂMERA NA MÃO DE QUEM? UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE O PROFISSIONAL, O MERCADO AUDIOVISUAL E A FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA 1

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável

FACÇÃO TECIDO PLANO. 1 - Introdução. 2- Mercado

A EVOLUÇÃO DO PIB PARANAENSE A 2014

Documento Base do Plano Estadual de Educação do Ceará. Eixo Temático Inclusão, Diversidades e EJA

TERMO DE REFERÊNCIA. Local de atuação: Local de residência do candidato selecionado, com disponibilidade para viagens em todo o território nacional.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA DIRETORIA DE COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO COMITÊ DE ENTIDADES PÚBLICAS NO COMBATE À FOME E PELA VIDA

PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COMPROMISSOS E DESAFIOS

SÉRIE 2013, Nº 05 - MESORREGIÃO SUL CATARINENSE

Fondo Europeo de Desarrollo Regional

Questão 13 Questão 14

CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS NO PARANÁ *

Nome da Empresa: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE)

1. Referencial Teórico a essência da informática para a administração pública

ipea PESQUISA MENSAL DE EMPREGO NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA INTRODUÇÃO

Planejamento do CBN Política Nacional de Normalização. Processo de produção de normas. Antecedentes. Objetivo. Propor a

Resumo Objetivo e Definição do problema

Política de Eficiência Energética

Conceitos. Empreendedor M E T O D O L O G I A. Atividade Empreendedora. Empreendedorismo. * Fonte: OCDE

XII-015 ORÇAMENTO PARTICIPATIVO E SANEAMENTO AMBIENTAL A EXPERIÊNCIA DE SANTO ANDRÉ (SP) DE 1998 A 2003

O COORDENADOR PEDAGÓGICO: A PERCEPÇÃO DE AUUTOEFICÁCIA EM RELAÇÃO ÀS SUAS ATRIBUIÇÕES FUNCIONAIS.

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa

Acesse o Termo de Referência no endereço: e clique em Seleção de Profissionais.

ESCRITÓRIO TÉCNICO DE ESTUDOS ECONÔMICOS DO NORDESTE ETENE INFORME RURAL ETENE PRODUÇÃO E ÁREA COLHIDA DE CANA DE AÇÚCAR NO NORDESTE.

Novos Tempos - Novas Oportunidades - Novo Negócios

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

A legitimação acadêmica do campo do jornalismo empresarial. Fonte: Suzi Garcia Hantke

Serviços de Acção Social do IPVC. Normas de funcionamento da Bolsa de Colaboradores

Caderno de Diretrizes - lista de produtos elegíveis Consulta Popular 2015/2016

Desigualdade Entre Escolas Públicas no Brasil: Um Olhar Inicial

definido, cujas características são condições para a expressão prática da actividade profissional (GIMENO SACRISTAN, 1995, p. 66).

Estudo sobre o Uso de Drogas entre estudantes do Ensino Médio e EJA na Escola Estadual Silveira Martins/Bagé-RS

ANEXO I QUADRO 1: CÓDIGOS DA DIMENSÃO «DOMÍNIO DE INTERVENÇÃO» Investimento produtivo genérico em pequenas e médias empresas («PME»)

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, GERAÇÃO DE EMPREGO E INCLUSÃO SOCIAL. XII Seminario del CILEA Bolívia 23 a 25/06/2006

11º Prêmio MASTERINSTAL REGULAMENTO

DIFUSÃO E DIVULGAÇÃO DA BIOTECNOLOGIA PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES RJ

DINAMIZAR O TURISMO E SERVIÇOS SUPERIORES GERADORES DE EMPREGO E RENDA

ENSINO SUPERIOR: PRIORIDADES, METAS, ESTRATÉGIAS E AÇÕES

5 Considerações finais

Transcrição:

ANÁLISE DO AGLOMERADO MOVELEIRO DO MUNICÍPIO DE ARARUNA E SUA IMPORTÂNCIA PARA A ECONOMIA LOCAL Bruno Aparecido Vitula, (IC), UNESPAR/FECILCAM João Carlos Leonello, (OR), UNESPAR/FECILCAM 1- INTRODUÇÃO Os conceitos de Arranjo Produtivo Local (APL), vem sendo objeto de estudo de inúmeros pesquisadores nos últimos anos, ressaltando a importância destas organizações, que são composta por estabelecimentos de pequeno e médio porte, para o desenvolvimento socioeconômico onde os mesmos estão localizados. Outros fatores que podem ser otimizados por tais organizações são: obtenção de ganhos de competitividade acesso a novas tecnologias, exportação, qualificação profissional e produção em escala. A formação destas configurações produtivas pode contribuir para o desenvolvimento local mediante o estimulo do empreendedorismo, a sustentabilidade econômica e principalmente para os fatores econômicos de base, ou seja, para a geração de empregos e também de renda. Alem do montante de arrecadação de tributos que o mesmo tende a realizar, e que serão administrados pelo setor publico e convertido em melhorias para a sociedade local. Diante deste cenário, a proposta deste estudo tem como objetivo analisar a dinâmica do setor moveleiro do município de Araruna, buscando nos conceitos teóricos de cluster, distritos industriais ou aglomerados agroindústrias, informações que possam caracterizar/identificar a qual destes modelos este se enquadra, e demonstrar a importância deste setor para a economia do município e o desenvolvimento econômico local. Sendo assim, a partir destes pressupostos que norteiam os diferentes complexos industriais, o que será demonstrado será qual é a participação deste seguimento para a sociedade. 2 - JUSTIFICATIVA Nos últimos 20 anos, tem crescido a literatura inerente a estudos sobre os aspectos locais de desenvolvimento econômico regional, principalmente em pequenos municípios, estudos estes que envolvem as questões locais e de fatores aglomerativos das atividades econômicas. Destas destacamse as indústrias como ponto determinante para a geração de emprego e renda, visando compensar as desigualdades econômicas, sociais e regionais.

A questão que pretendemos estudar é se a aglomeração das atividades econômicas industriais do município de Araruna pode influenciar as condições sociais e econômicas da população e a influência destes nos indicadores de desempenho socioeconômico. Os tratamentos analíticos sobre economias regionais localizadas na forma de clusters ou distritos industriais tem sido crescentes devido ao surgimento de experiências bem sucedidas desse tipo de desenvolvimento industrial que levam à formulação de uma nova estratégia de crescimento focalizada em espaços geográficos delimitados. Experiências concretas muito significativas, internacionais e nacionais, demonstram que esta estratégia de industrialização oferece os melhores resultados tanto do ponto de vista econômico quanto social. (Leonello, 2001) 3 - METODOLOGIA E BASE DE DADOS Levando em conta os conceitos de cluster de Amato Neto (2000) e de Leonello (2001), este projeto propõe uma Analise do aglomerado moveleiro do Município de Araruna e sua importância para a economia local. Para tanto, far-se-á primeiramente o uso do método referencial bibliográfico e posteriormente o uso do método dedutivo que Por intermédio de uma cadeia de raciocínio geral dos autores, para a localização regional e setorial do complexo moveleiro de Araruna, procurando concluir em qual das características de cluster este melhor se identifica. Dado o método escolhido para análise, as atividades a serem desempenhadas serão obtidas através de pesquisas bibliográficas das definições associadas ao conceito de cluster, de materiais que permitam fazer um breve histórico de conjunturas empresariais associados à participação das eficientes formações dos clusters na economia do município. Pretende-se também, analisar a estrutura do aglomerado moveleiro do Município de Araruna e fazer as considerações finais sobre o mesmo. Ressalta-se aqui que o objetivo básico desse analise descritiva é de sintetizar uma série de conceitos de mesma natureza, permitindo que se tenha uma visão concreta da variação dessas identificações. A análise descritiva organiza e descreve os conceitos a partir dos autores: Leonello (2001), Amato Neto (2000). As fontes de dados a serem utilizadas no trabalho são de natureza primária e secundária. As fontes de dados primárias dizem respeito a documentos a serem pesquisados diretamente nas divulgações das empresas envolvidas no aglomerado do município de Araruna, com o objetivo de entender e interpretar a natureza de vínculos de relações interfirmas. As fontes de dados secundárias baseiam em livros, dissertações e outros materiais bibliográficos sobre clusters e a formação do aglomerado moveleiro do Município de Araruna e sua importância para a economia do mesmo. Também serão feitas buscas na página eletrônica do Instituto Paranaense de Desenvolvimento

Econômico e Social (IPARDES) e na página eletrônica da Secretaria do Tesouro Nacional (STN/FINBRA), a fim de buscar informações sobre as finanças públicas de Araruna. 4 - CONFIGURAÇÃO DOS AGLOMERADOS INDUSTRIAIS A economia paranaense vem passando por transformações tecnológicas e produtivas como formas de vínculo e de reorganização dos processos de produção, de trabalho e do espaço geográfico. Porém, esta dinâmica não está presente em todos os municípios paranaenses, uma vez que o desenvolvimento de um município está diretamente ligado as suas características econômicas do passado e principalmente do momento presente, formatando assim, uma dinâmica própria face às condições postas, tanto política, como de fomento a industrialização. O desenvolvimento empresarial de um setor econômico ou de uma dada região deve envolverse com um conjunto de iniciativas, com atividades que visam estimular o espírito empreendedor em uma sociedade, para que exista favorecimento para a criação de novas empresas e incrementar condições para que as já existentes tenham sobrevivência e desenvolvimento. Tendo em vista que estas instituições contribuem de forma positiva para uma mudança na paisagem social de um município, constituindo assim a formatação do setor econômico do mesmo. Os tratamentos analíticos sobre economias regionais localizadas na forma de Clusters ou de distritos industriais têm sido crescentes devido ao surgimento de experiências bem sucedidas desse tipo de desenvolvimento industrial que levam à formulação de uma nova estratégia de crescimento focalizada em espaços geográficos delimitados. Experiências concretas muito significativas, internacionais e nacionais, demonstram que esta estratégia de industrialização oferece os melhores resultados tanto do ponto de vista econômico quanto social (Leonello, 2001). Os novos modelos organizacionais baseados na formação de alianças e parcerias são alternativas viáveis para superar a maior parte dos problemas enfrentados pelas Pequenas e Medias Empreses - PME s, atuando de forma articulada e em parceria, as PME s poderão obter as devidas condições de sobrevivência, crescimento e competitividade podendo concorrer com grandes empresas e ampliar sua participação nos mercados nacionais e internacionais (Leonello,2001). Os conceitos mais frequentemente aplicados em estudos e pesquisas de desenvolvimento local são: agrupamentos (cluster) de pequenas e medias empresas, distritos industriais, agrupamentos avançados (ou distritos industriais articulados), agrupamentos com base em recursos naturais, pólos industriais, parques tecnológicos, incubadoras de empresas, condomínio de empresa, empresas de participação e redes de empresas, arranjos produtivos, aglomerados e outros (Leonello 2001).

A distinção entre a definição de cluster e distrito industrial é importante para o correto entendimento e uso dos termos. Segundo Schmitz (1997) e Leonello (2001), nem sempre um cluster é um distrito industrial, mas todo distrito industrial é um cluster. A diferença é que, no termo distrito industrial, há uma profunda divisão do trabalho entre as empresas, implicando nas análises contemporâneas, a existência de cooperação. O cluster, especificamente, refere-se a uma concentração setorial e geográfica das empresas. 4.1 Cluster A formação de cluster dá força e dinamismo às pequenas empresas, trazendo mais competitividade a elas. Mas, para que se desenvolvam ativamente é necessário observar algumas características (Porter,1999),( Leonello,2001). Destacam como importantes: a) A atividade principal do cluster é compartilhada por um expressivo numero de firmas, sendo que cada uma delas, ou o que é mais comum, um conjunto delas, se dedica a tarefas especificas deste negócio. Essas tarefas podem se relacionar tanto com aspectos de produção, como também de comercialização, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e novos mercados; b) As firmas se relacionam de uma maneira intensa e continua, e esse processo de freqüentes interações combina, de forma simultânea, aspectos de competição e de cooperação do sucesso dessa relação dependerá o sucesso do cluster; c) Os proprietários das firmas desfrutam e procuram estimular relações de confiança entre os seus pares, de forma que as relações comerciais entre ambos possam funcionar sem maiores embaraços; d) Ao redor das firmas integrantes do sistema dos clusters, existe freqüentemente uma rede de instituições públicas e privadas que tem como papel atuar como partes estimuladoras e catalisadoras do processo de entrosamento e atuação conjunta das firmas. Essas instituições, podendo algumas inclusive ser do tipo organizações não governamentais (ONGs), exercem um papel crucial, pois cabe a elas fomentar e dar sustentação às relações entre as firmas, medir eventuais conflitos entre as mesmas ou entre as firmas e outras instituições. Na denominação dos conceitos de dinâmicas produtivas têm-se os debates que tratam da caracterização dos clusters podendo ser classificados de três tipos, segundo a concepção de Fabre (1999): a) Complexos científicos produtivos caracterização por relações, envolvendo empresários, centros públicos e privados de ensino e pesquisa, bem como apoio do estado à inovação e ao desempenho produtivo;

b) Aglomerações Just-in-time ou cidade- empresa caracterizados pela extrema vinculação entre as diversas unidades instaladas, tendo em vista a necessidade de responder flexivelmente às mudanças na demanda; c) Áreas-sistemas ou distritos industriais constituído por um conjunto de empresas media ou pequena, concentradas em termos territoriais e que produzem bens similares ou estão fortemente integradas verticalmente. 4.2 Arranjos Produtivos Locais As formatações de Arranjos Produtivos Locais (APLs) podem ser denominados como aglomerações de empresas. Estas empresas que compõem esta configuração, ou seja, um arranjo produtivo, além da proximidade física, e da forte relação entre os agentes da localidade, devera apresentar em comum a mesma dinâmica econômica (Leonello, 2001). Sendo assim, a dinâmica econômica pode ser determinada por razões bastante adversas. Podese citar como exemplo, um arranjo produtivo local determinado pela dinâmica de empresas que realizam atividades semelhantes, e, ou, utilizarem mão-de-obra especifica e semelhante, disponíveis em poucas regiões, ou ainda por utilizarem das mesmas fontes, ou das mesmas matérias-primas, ou demandarem das mesmas condições climáticas ou de solo para sua produção, por fornecerem para os mesmos clientes que exige proximidade por processos históricos e culturais (Leonello, 2001). 5 - HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE ARARUNA Inicialmente, Araruna era conhecida como "Caminho de Peabiru" que segundo Romário Martins, era uma via de comunicação pré-colombiana. Por esse caminho, transitaram, no século XVI, numerosas pessoas e expedições. Pioneiros acompanhados das suas respectivas famílias se instalaram à margem da estrada da boiadeira que conduzia ao Porto de São José e ao Estado de Mato Grosso, que era um caminho inicial da antiga histórica e pequena estrada de São Tomé. Tendo observado através da Inspetoria de Terras do Departamento de Geografia, Terras e Colonização do Estado, que o povoado estava progredindo e que deveria ter obras de urbanização. Neste contexto, Sady Silva, em seu plano de urbanização, batizou em 1951, o povoado com o nome de Araruna. No ano seguinte, o povoado iniciou a cultura de café, de algodão, de arroz e de todos os produtos agrícolas propícios ao clima local. Araruna foi elevada então a Distrito, e sua Sede, à categoria de Vila, em 1952, como Unidade Administrativa de Peabiru. Em 1954, pela Lei n. 3, de 26 de Novembro, passou à categoria de Muncípio, sendo instalado em 18 de novembro de 1955. A instalação oficial ocorreu em 29 de Novembro de 1955.

Atualmente o município apresenta uma população de aproximadamente 13.419 mil habitantes, sendo que a maior parte esta domiciliado na zona urbana, senso 2010. Com grande participação econômica na agricultura, que possuem as determinantes culturas de milho, soja e café. Porém, o que pretende-se ressaltar são os indicadores econômicos desencadeados pelas industrias locais. Principalmente às voltadas para o setor de moveleiro. 5.1 INDICADORES SOCIOECONOMICOS DE ARARUNA Tabela 1 População censitária segundo tipo de domicílio e sexo - 2010 Tipo de Masculina Feminima Total (%) Urbana 5.219 5.256 10.475 78,06 Rural 1.605 1.339 2.944 21,94 Total 6.824 6.595 13.419 100,00 Fonte: IBGE Censo demográfico Nota: Dados do Universo. Os dados da tabela 1 revela a classificação da população ararunense por tipo de domicilio, assim percebe-se que 78,06% reside na zona urbana e 21,94% na rural, evidenciando um esvaziamento da zona rural para centros urbanos, e na maioria das vezes para outros centros urbanos e não o da própria cidade. Segundo dados do IBGE (2012) a população do município em 2012 era de 13.471 habitantes, evidenciando um crescimento de 0,39% quando comparado com os dados 2010, já uma característica positiva para o município, pois quase na totalidade dos municípios pertencentes à CONCAM Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão, teve decréscimo em sua população. A tabela 2 representa todas as atividades econômicas do município de Araruna, e a ocupação da população de acordo com as respectivas atividades onde podemos ressaltar a atividade econômica que mais ocupa mão de obra é a Indústria de Transformação, empregando 34,20%, encabeçando neste segmento estão as indústrias moveleiras, responsável por empregar grande parte da população do município. Tabela 2- População ocupada segundo ramo de atividade. Atividade Quant. (%) Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura 1.920 27,14

Indústrias Extrativas - 0,00 Indústrias de Transformação 2.420 34,20 Eletricidade e Gás 5 0,07 Água, Esgoto, Atividades de Gestão de Resíduos e Descontaminação 28 0,40 Construção 316 4,47 Comércio; Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas 748 10,57 Transporte, Armazenagem e Correio 108 1,53 Alojamento e Alimentação 98 1,39 Informação e Comunicação 25 0,35 Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados 10 0,14 Atividades Imobiliárias 7 0,10 Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas 63 0,89 Atividades Administrativas e Serviços Complementares 48 0,68 Administração Pública, Defesa e Seguridade Social 259 3,66 Educação 222 3,14 Saúde Humana e Serviços Sociais 154 2,18 Artes, Cultura, Esporte e Recreação 14 0,20 Outras Atividades de Serviços 138 1,95 Serviços Domésticos 378 5,34 Organismos Internacionais e Outras Instituições Extraterritoriais - 0,00 Atividades mal Especificadas 114 1,61 Total 7.075 100,0 0 A tabela 3 demonstra o número de estabelecimento de acordo com a atividade econômica e a quantidade de empregos demandada pelos mesmos. Sendo assim, observou-se que o setor industrial que apresenta a maior composição de indústrias, é representado pólo setor de indústrias da madeira e

mobiliário, com a composição representando um maior número de estabelecimentos e maior quantidade de empregos, sendo primeiro com 14 estabelecimentos, e o segundo com 1.593 empregos respectivamente. Tabela 3 Número de estabelecimento emprego segundo atividade econômica 2011. Ramo de Atividade Empresas (%) Empregos (%) Indústria de Produtos Minerais não Metálicos 2 0,61% 5 0,15% Indústria Metalúrgica 6 1,83% 98 2,93% Indústria Mecânica 8 2,44% 154 4,60% Indústria da Madeira e do Mobiliário 14 4,27% 1.593 47,62% Indústria do Papel, Papelão, Editorial e Gráfica 3 0,91% 8 0,24% Indústria da Borracha, Fumo, Couros, Peles, 4 1,22% 16 0,48% Indústria Produtos Química, Similares Produtos e Indústria Farmacêuticos, Diversa 5 1,52% 15 0,45% Indústria Veterinários, Têxtil, Perfumaria, do Vestuário Sabões, e Artefatos Velas e de 7 2,13% 39 1,17% Indústria de Produtos Tecidos Alimentícios, de Bebida e 13 3,96% 219 6,55% Construção Álcool Etílico Civil 58 17,68% 32 0,96% Comércio Varejista 86 26,22% 286 8,55% Comércio Atacadista 5 1,52% 51 1,52% Instituições de Crédito, Seguro e de Capitalização 3 0,91% 13 0,39% Administradoras de Imóveis, Valores 9 2,74% 17 0,51% Mobiliários, Transporte Serviços e Técnicos Comunicações Profissionais, 8 2,44% 100 2,99% Serviços de Alojamento, Alimentação, Reparo, 16 4,88% 82 2,45% Serviços Manutenção, Médicos, Radiodifusão Odontológicos e e Televisão Veterinários 8 2,44% 34 1,02% Enesino 3 0,91% 11 0,33% Administração pública direta e indireta 3 0,91% 453 13,54% Agricultura, Silvicultura, Criação de Animais, 67 20,43% 119 3,56% Extração Vegetal Total e Pesca 328 100,00% 3.345 100,00% Fonte: MTE/RAIS - Nota: posição em 31 de Dezembro. O valor adicional fiscal constitui uma importante fonte de análise, para identificarmos a importâncias que cada setor de atividade econômicas, contribui para a economia municipal, conforme observado na tabela a seguir. Tabela 4 Valor Adicionado Bruto a Preços Básicos Ano 2010. Setor Valor em R$ (%) Agropecuária 98.324.265,00 34,36

Industria 156.239.001,00 54,60 Comércio e Serviços 31.614.729,00 11,04 Total 286.177.995,00 100,00 Calculado anualmente pelo Governo do Estado, o Valor Adicionado Fiscal (VAF) é o índice formado pelas informações dos contribuintes, relativo aos seus movimentos econômicos, que servirão de base para os repasses constitucionais sobre os valores das receitas de impostos recolhidos pelos Estados e pela União apurado com base nas Declarações sujeitas à entrega anual e obrigatória para todos os contribuintes do ICMS. No caso do município de Araruna, representa 54,60%, sendo o setor industrial o mais significativo na geração de divisas ao município. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Dentro de todo o contexto do presente trabalho, podemos indicar que as características analisadas neste complexo industrial estão mais associadas aos conceitos de Arranjo Produtivo Local, aonde segundo os autores, Leonello (2001) e Schmitz (1997), os APLs podem ser denominados como aglomerações de empresas, sendo que estas empresas que compõem esta configuração, ou seja, um arranjo produtivo, além da proximidade física, e da forte relação entre o agentes da localidade, deverão apresentar em comum a mesma atividade econômica. Sendo assim, o complexo industrial em questão aloca as características descritas acima, configurando um APL, porém não existe a concepção nesta analise deste arranjo, que confirme a existência de um alto grau de cooperação entre a 14 (quatorze) industrias que compõem o setor da industria de madeira e mobiliário, ou seja, do setor moveleiro do município de Araruna. Pode se afirmar que esta estrutura industrial local vem contribuindo na geração 47,62% dos postos de trabalho do município, Esta pesquisa contribui para ampliar os conhecimentos na área, no entanto, não termina aqui todas as análises necessárias para melhor entender os Arranjos Produtivos Locais, necessitando ampliar as pesquisas para uma melhor do tema. REFERÊNCIAS Amato Neto, João Redes de cooperação produtiva e clusters regionais: oportunidades para as pequenas e médias empresas São Paulo: Atlas, Fundação Vazolin, 2000. CAMPO, Antonio Carlos de. Arranjos Produtivos no Estado do Paraná: o caso do Município de Cianorte-PR. In: SCHWINDEN, Antônia (org.). Concurso IEL-Paraná de Monografias sobre a Relação Universidade/Empresa. Curitiba: IEL,2006 p. 03-32, 2006.

FILHO, Nelson Casarotto; PIRES, Henrique Luis. Redes de Pequenas e Médias Empresas e Desenvolvimento Local: estratégias para a conquista da competitividade global com base na experiência italiana São Paulo: Atlas, 1998. IGLIORI, Danilo Camargo. Economias dos Clusters Industriais e Desenvolvimento São Paulo: Iglu, 2001. IPARDES. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Disponível em: <http://.ipardes.gv.br/>. LEONELLO, João Carlos. Análise do cluster moveleiro de Arapongas-PR: condições, limites e possibilidades de desenvolvimento. Florianópolis: UFSC, 2001. MARSHALL, A. Organização industrial: concentração de indústrias especializadas em certas localidades. In: MARSHAL, A. Princípios de economia: tratado introdutório. São Paulo: Abril Cultural, 1982 a. v. 1, livro quatro, p. 231-238. (Os Economistas). MARTINS, G. de A.; DONAIRE, D. Princípios de estatística. São Paulo: Atlas, 3. ed., 1987. PORTAL ARARUNA. Histórico do Município de Araruna. Disponivel: <http://www.araruna.pr.gov.br/portal1/municipio/historia.asp?iidmun=100141022>.acesso em: 27 ago. 2013.17:30.