São Paulo, 16 de outubro de 1998 À Agência Nacional de Telecomunicações Superintendência de Serviços de Comunicação de Massa SAS - Quadra 06 - Bloco H - 2º andar - Biblioteca 70313-900 - Brasília - DF Ref: Consulta Pública nº 75/1998 Procedimentos de Expedição de Autorização para realização de Experiências com Serviço de Valor Adicionado suportados por Sistemas de Distribuição de Televisão por Assinatura e das condições de sua execução COMERCIAL CABO TV SÃO PAULO LTDA., Sociedade com sede na Rua do Rocio, n.º 313 Cj. 111 Vila Olímpia, São Paulo SP, inscrita no CGC/MF sob 65.791.444/0001-38, por sua bastante procuradora, tendo em vista Consulta Pública em referência, que submeteu à apreciação a Proposta de Procedimentos de Expedição de Autorização para a Realização de Experiências com Serviços de Valor Adicionado suportados por Sistemas de Distribuição de Televisão por Assinatura e de suas Condições para Execução,. vem neste ato perante Vossa Excelência apresentar suas sugestões e considerações abaixo descritas: Item 2.1 Nos termos do Plano Geral de Outorgas, as prestadoras de serviços de TV por Assinatura são prestadoras de serviços de telecomunicações em regime privado, cuja 1
exploração, segundo expressamente consta do art. 126 da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), baseia-se nos princípios constitucionais da atividade econômica. Por outro lado, a LGT, em seu artigo 61, ao tratar dos serviços de valor adicionado, garante aos provedores o uso das redes de telecomunicações, cabendo à Anatel regular eventuais condicionamentos e o relacionamento entre as prestadores de serviços de telecomunicações e os provedores de serviço de valor adicionado apenas na medida necessária ao asseguramento deste direito. Ou seja, quer parecer que restringir ou condicionar o acesso de provedores de SVA às redes de televisão por assinatura, obrigando à adoção dos procedimentos da presente consulta pública, viola um direito assegurado por lei. Apenas diante de ausência de entendimento entre aos detentores das redes e os provedores de serviço de valor adicionado é que deveria haver interferência da Anatel. Item 2.3. Para maior clareza, sugerimos alterar a redação conforme a seguir: 2.3. avaliação da capacidade da rede de prestação de Serviço de TV por Assinatura em relação à sua utilização para a prestação de Serviço de Valor Adicionado, bem como a eventual necessidade e possibilidade de designação de novas faixas de frequência que viabilizem a prestação dos serviços de valor adicionado por meio de sistemas de distribuição de sinais através de freqüências radioelétricas. Item 3.1 Acreditamos que, ao mencionar as diversas tecnologias utilizadas na prestação do serviço de distribuição de sinais de televisão por assinatura, houve omissão invonluntária do UHF fechado (Serviço Especial de Televisão por Assinatura TVA) que obviamente comporta, tal como o DTH, TV a Cabo e MMDS, a realização das experiências de que trata a presente Consulta Pública. 2
Item 3.2 Entendemos que a Anatel deva permitir a realização de experimentos com o nº de provedores que manifestarem seu interesse à prestadora de Serviço de TV por Assinatura, sem a imposição de um número mínimo de participantes. Ademais, também deve se admitir que um dos participantes seja a própria prestadora de Serviço de TV por Assinatura o que, aliás, vai ao encontro das circunstâncias levadas em consideração na elaboração da norma proposta, conforme considerando nº 9 da Consulta. Nesse sentido, sugerimos seja alterada a redação, conforme segue: 3.2. A realização das experiências deverá contar com a participação de provedor(es) de serviços de valor adicionado que possa(m) fazer uso da rede de distribuição das empresas prestadoras de Serviço de Televisão por Assinatura, podendo esta assumir a condição de provedor para as finalidades desta norma. Item 4.2 Pelas mesmas razões expostas nas observações ao item 3.2 e também para maior clareza, sugerimos a alteração do item 4.2, conforme segue: 4.2. razão social e endereço do(s) provedor(es) de serviços de valor adicionado interessados em participar dos experimentos; Item 4.3, c) Considerando que o pedido deverá ser feito pelas atuais prestadoras de Serviço de TV por Assinatura, sugerimos alterar a alínea c), conforme segue: c) modalidade de Serviço de TV por Assinatura utilizado pela solicitante; 3
Cláusula 4.3, e) Este item parece restringir o acesso aos Serviços de Valor Adicionado prestados por meio da Rede de prestação de Serviço de TV por Assinatura apenas aos Assinantes do Serviço de TV por Assinatura. Entretanto, há de considerar-se que existe um universo de interessados em serviço de valor adicionado - por exemplo empresas públicas e privadas e instituições de ensino - que não têm, necessariamente, interesse em ser assinante de serviço de TV por Assinatura. Assim, sugerimos eliminar este item. Outrossim, diante do acima exposto, sugerimos substituir, em todo o texto, a expressão assinante por usuário, alcançando, assim, tanto o Serviço de TV por Assinatura quanto o Serviço de Valor Adicionado. Itens 4.5, 4.6 e 7.4 Os itens 4.5 e 4.6 não fazem qualquer referência - embora seja de suma importância - aos investimentos financeiros que deverão ser efetivados com vistas à propiciar os experimentos a serem efetivados, nem sobre eventual rateio de tais despesas entre a prestadora de Serviço de TV por Assinatura e os provedores de Serviço de Valor Adicionado que porventura tenham interesse em participar das experiências. Esse tema é tratado, parcialmente, porém, apenas no item 7.4, onde foi imposto unicamente à prestadora de Serviço de TV por Assinatura os encargos decorrentes do direito de uso de radiofrequência e do recolhimento das Taxas de Instalação do Fistel. Tal providência não nos parece correta, visto que das experiências realizadas se beneficiarão tanto a prestadora de Serviço de TV por Assinatura, como a Agência, que adquirirá os dados que necessita para analisar a realidade com vistas a normatizá-la e, ainda, os provedores de Serviço de Valor Adicionado - que, embora sejam considerados como usuários das redes, não se pode perder de vista que mediante o uso que delas fazem, assumem a condição de prestadores de serviço. 4
Sugere-se, pois, seja buscada solução em que todas as partes interessadas suportem os custo financeiros envolvidos, sendo que, por parte da Agência, seria razoável a não incidência do FISTEL durante todo o período experimental. Item 4.8 Para maior clareza e também considerando que se houver apenas um provedor interessado em participar do experimento e este for, justamente a própria prestadora do Serviço de TV por Assinatura não haverá necessidade de interconexão, sugerimos alterar este dispositivo, conforme segue: 4.8. procedimentos de interconexão entre o(s) provedor(es) de serviço de valor adicionado e a prestadora de serviço de televisão por assinatura, quando for o caso, bem como a sistemática de obtenção, pelos interessados, do(s) serviço(s) de valor adicionado oferecido(s) no procedimento experimental. Itens 4.9 e 8.3 Reportando-nos às razões já expedidas quando comentamos o item 3.2, sugerimos alterar a redação desde dispositivo, adotando a seguinte: 4.9 apresentação de relação do(s) provedor(es) de serviço de valor adicionado, por aplicação, que participará(ão) da experiência, dispensada tal informação quando o provedor do serviço for o próprio prestador do serviço de distribuição de sinais de televisão por assinatura. 8.3 o relatório final deverá conter a indicação do(s) provedor(es) de serviço de valor adicionado com participação na experiência ou a informação de que o próprio prestador do serviços de televisão por assinatura atuou como provedor de serviço de valor 5
adicionado, com relação a cada aplicação experimentada, bem como o detalhamento Itens 5.1 e 5.2 Entendemos que estes dispositivos deverão explicitar que tais informações deverão ser fornecidas tanto pela prestadora de Serviço de TV por Assinatura, como pelo(s) provedor(es) de Serviço de Valor Adicionado participante(s) da experiência. Item 6.1 Consideramos o prazo de 30 (trinta) dias, estabelecido no item 6.1, insuficiente à apresentação da solicitação, haja vista os documentos que devem instruí-la, conforme exigências constantes do item 4 da norma proposta. Seria melhor que nesse prazo fosse apresentada apenas uma manifestação de interesse pelas prestadoras de Serviço de Valor Adicionado, fixando-se outro para a apresentação da solicitação de autorização para a realização da experiência. Item 6.2 Entendemos que o prazo de 180 (cento e oitenta dias) deva ser contado a partir da data em que for publicado o ato de autorização, haja vista que neste prazo, que será contado a partir da publicação da norma em sua versão final, estará incluído o prazo de solicitação, o prazo de análise pela Agência, a expedição do ato autorizativo (ou não) pela Agência, sendo que somente após a expedição do ato autorizativo é que as interessadas poderão adotar as medidas necessárias e indispensáveis à realização do experimento. Ademais, como os atos autorizativos podem ser publicados em datas diversas, há ainda o risco de que cada autorizada detenha um prazo diferente para a realização da experiência. 6
Item 6.3 Salvo se a autorização para o uso de radiofrequência e o correspondente pagamento por este direito estiverem associadas, com exclusividade, às experiências objeto da Consulta Pública, não nos parece razoável proibir a utilização da faixa adicional de frequências cujo uso tenha sido autorizado à prestadora e por ela remunerado. Quanto ao sistema instalado, não há qualquer propósito ou razoabilidade em impedir que lhe venha ser conferido outro uso. De fato, como ponderado em comentários ao item 2.1, o Serviço de TV por Assinatura é prestado em regime privado, rege-se pelos princípios da atividade econômica e, por conseguinte, pelo princípio da livre iniciativa. Por outro lada, a utilização das redes de serviço de telecomunicações por prestadores de SVA independe de autorização ou qualquer tipo de ato formal, uma vez que se trata de direito assegurado na legislação. Esses são alguns dos comentários que tínhamos a oferecer, esperando colaborar para o aperfeiçoamento dos instrumentos a serem utilizados por esta Agência no cumprimento de sua missão de desenvolvimento das telecomunicações no país. Atenciosamente Elinor Cristófaro Cotait procuradora 7