RESPOSTA A IMPUGNAÇÃO Recebida impugnação da Empresa VIVO, a mesma foi submetida a Coordenadoria Jurídica desta Companhia Docas do Ceará, que manifestou-se mediante Parecer nº 152/2012, nos seguintes termos: COORDENADORIA JURÍDICA PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 20120453-1 PARECER JURÍDICO 152/2012 Srs. Diretores, Segue resposta da Codjur da Impugnação feita pela empresa Telefônica / Vivo da Licitação Modalidade Pregão eletrônico n. 15/2012 cujo objeto consiste registr o de preço para contratação de serviço de telefonia fixo e móvel para a CDC. Da Análise da Impugnação Preliminarmente cumpre esclarecer, desde logo, que as decisões tomadas no contexto deste processo licitatório, cujo instrumento convocatório é o edital nº 015/2012, estão em perfeita consonância com o que manda a lei, tendo sido observada a submissão aos princípios da Legalidade, da Razoabilidade, Celeridade e Eficiência. Partindo do entendimento de que a Administração deve atuar primando não somente pela Legalidade como também pela celeridade em todos os seus cometimentos, neles incluídos os processos licitatórios. O interesse público demanda a eficiência da Administração, a qual deve mostrar-se pronta
tanto para acudir as demandas da sociedade como para suprir as próprias necessidades. Julgamento: Passando ao mérito, vejamos as alegações do Ponto 1: A licitante vem, através da presente impugnação, solicitar a separação do objeto em lotes. Entretanto, faz-se necessário que este único lote assim permaneça. Nesse sentido, cumpre trazer à colação o art. 23, 1º, da Lei n.º 8.666/1993, o qual permite a divisão do objeto: 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade, sem perda da economia de escala. Como se vê, o mencionado artigo prevê o fracionamento do objeto em diversos lotes ou parcelas, na hipótese em que essa divisão se mostre técnica e economicamente viável, de forma a atingir a satisfação integral da necessidade pública. As contratações devem ser programadas na sua integralidade, sendo indesejável a execução parcelada, na qual a Administração executa certo objeto em etapas, o que significa uma dissociação temporal na execução do objeto. 2
decidiu: Por sua vez, o Tribunal de Contas da União já 1º do art. 23 da Lei n. 8.666/93 estabelece a possibilidade de a Administração fracionar o objeto em lotes e parcelas desde que haja viabilidade técnica e econômica. (Acórdão n.º 2.393/2006, Plenário, rel. Min. Benjamin Zymler). No presente caso a divisão em lotes não se justifica, pois, consiste na ampliação das vantagens econômicas para a Administração. Adota-se o lote único como instrumento de redução de despesas administrativas. Importante ressaltar, ainda, que a obrigatoriedade do fracionamento respeita os limites de ordem técnica e econômica. Logo, a permanência do lote único, nas atuais condições, respeita tanto a integridade qualitativa do objeto a ser executado quanto a econômica, posto contribuirá para a redução dos custos. Ressalte-se que cabe ao Administrador, analisando o caso concreto, realizar juízo de discricionariedade para optar, ou não, pelo parcelamento do objeto licitado, tendo sempre como norte os contornos e limites legais. Nesse caso, cabe ao administrador demonstrar cabalmente que o parcelamento não consiste na melhor opção técnica e econômica. 3
Restou demonstrado que a manutenção do objeto na forma em que se encontra ampliará significativamente as vantagens econômicas para a Administração. Diante do exposto, entendemos que, no caso concreto, a separação em lotes distintos não se consubstancia na melhor opção a ser adotada, permanecendo, assim, inalteradas as disposições do Edital. Ponto 2: A Cia. Docas através de consultas prévias ao mercado constatou que em certames realizados com objeto semelhante foi constatada disputa entre mais de um fornecedor que reuniram-se em consórcio para atender as exigências impostas. Desta forma entendemos que as empresas: Vivo e Telefônica, Oi e Telemar, Claro e Embratel possuem condições técnicas para atender as exigências deste certame desde que façam os investimentos necessários para o provimento do serviço a ser prestado. Ponto 3: Onde se lê: velocidade mínima de 1Mbps, entenda-se por velocidade nominal de 1Mbps. Ponto 4: O produto a ser cotado deve seguir as especificações descritas no Edital e Termo de Referência, uma vez que a Cia 4
Docas entende que o modelo proposto será o mais vantajoso para esta administração. abaixo: Não obstante Edital especifica o serviço conforme 02.1.4 Transmissão de dados através de rede de telefonia móvel 3G: 51(cinquenta e um)[81] planos de dados, com velocidade mínima de 1Mbps, e com franquia mínima de dados de 10Gb, ou ilimitado. franquia de 10Gb. Ficando claro que é permitido a oferta de planos com Ponto 5: A responsabilidade fica a cargo da CONTRATADA devendo a garantia ser de no mínimo a fornecida pelo fabricante. Ponto 6: A Lei nº 8.666/93 autoriza a Administração a instaurar procedimento licitatório prévio não com a finalidade de selecionar uma proposta e um particular para firmar contrato específico, mas para celebrar diversos contratos, de acordo com o surgimento posterior de necessidade em torno da obtenção do objeto licitado. Trata-se do Sistema de Registro de Preços, previsto no art. 15, inc. II, da Lei nº 8.666/93 e que, regra geral, terá cabimento quando haja a necessidade de contratações 5
frequentes de um mesmo objeto, mas a Administração não possua meios para estabelecer previamente com precisão o seu quantitativo ou então o momento exato em que essas contratações serão necessárias. É importante frisar que o beneficiário da ata de registro de preços não tem direito adquirido à contratação. E mais, mesmo existindo uma ata em vigor, a Administração não está obrigada a contratar pelo Sistema de Registro de Preços. Essa garantia está prevista no 4º do art. 15 da Lei nº 8.666/93, que assegura ao particular, unicamente, o direito de preferência em igualdade de condições. Assim, tanto a Administração poderá não contratar os objetos registrados se não houver necessidade quanto poderá obtê-los por meio de outra licitação, por exemplo. A razão para a disciplina do art. 15, 4º, assegurar a possibilidade de a Administração realizar outra licitação para realizar a contratação pretendida e não se valer da ata de registro de preços em vigor é simples: evitar constranger a Administração a celebrar uma contratação desvantajosa, haja vista a existência de preços mais interessantes no mercado no momento da formação desse ajuste. Como a ata de registro de preços tem duração de doze meses, no curso da sua vigência, as condições de mercado podem sofrer alteração, de sorte que os preços de objetos similares àquele que teve seu preço registrado pela Administração sejam reduzidos. Nesse caso, ao contratar com o beneficiário da ata, a Administração deixaria de obter melhores condições para a satisfação da sua necessidade, o que violaria 6
os princípios da indisponibilidade do interesse público e da economicidade. Sendo assim, antes de convocar o beneficiário da ata de registro de preços para celebrar o contrato, revela-se indispensável apurar os preços praticados no mercado de modo a viabilizar a análise de vantajosidade em torno dessa convocação ou justificar a instauração de procedimento licitatório. Exatamente nesse sentido forma-se a orientação contida no art. 3º, 4º, do Decreto nº 3.931/01, que regulamenta o Sistema de Registro de Preços no âmbito federal e impõe o dever ao órgão participante de assegurar-se, quando do uso da Ata de Registro de Preços, que a contratação a ser procedida atenda aos seus interesses, sobretudo quanto aos valores praticados, informando ao órgão gerenciador eventual desvantagem, quanto à sua utilização. No Acórdão nº 2.091/2010, a 1ª Câmara do Tribunal de Contas da União também se manifestou sobre o assunto de modo a determinar à entidade jurisdicionada que proceda, na oportunidade do efetivo fornecimento dos itens e nas quantidades necessárias, à verificação da conformidade dos preços registrados nas atas de Registro de Preços com os correntes no mercado. (TCU, Acórdão nº 2.091/2010, 1ª Câmara, Rel. Min. Augusto Nardes, julgado em 27.04.2010.) Diante dessas razões, responde-se pela necessidade de a Administração, ao convocar o beneficiário da ata de registro de preços para contratação, realizar pesquisa de preços de 7
mercado com o objetivo de justificar a vantajosidade em torno da convocação. Ponto 7: A Cia. Docas entende que por prestar um serviço crítico faz-se necessária uma reserva técnica de equipamentos para garantir a não descontinuidade das comunicações necessárias para suas atividades. Desta forma, este custo deve ser considerado pela proponente em suas propostas de cálculos de rentabilidade. Ponto 8: Fica a CDC proibida de solicitar fornecimento em quantidade inferior a 10%, no caso em tela inicialmente a CDC irá solicitar 50% (cinquenta por cento) do estimado na Ata. Conclusão: Por força dos princípios basilares da legalidade e eficiência, não pode esta Sociedade de Economia Mista, deixar de agir em conformidade com as normas aplicáveis ao objeto desta licitação, não havendo assim, a partir dos pontos impugnados pelas empresas Telefônica Vivo, qualquer necessidade de alterações necessárias para que as exigências de seu Edital e respectivo Termo de Referência estejam em consonância com os ditames normativos pertinentes, devendo manter o Edital quanto o Termo de Referência e Anexos, na forma em que se encontram, consubstanciadas às normas específicas aplicáveis ao objeto. 8
CODJUR CDC. Salvo melhor juízo, este é o entendimento da Fortaleza, 16 de julho de 2012. Allysson costa de Oliveira Coordenador Jurídico da CDC Diante da manifestação da Coordenadoria Jurídica, mantêm-se a licitação em comento em dia e hora já estipulados. Fortaleza, 17 de julho de 2012. Carlos Alberto Câmara de Vasconcelos Presidente da CPL 9