Relato de Experiência. Escola Estadual Barão do Rio Branco, município de Parelhas RN

Documentos relacionados
DESCRIÇÃO DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DA INICIATIVA

Escola Estadual Dr. Martinho Marques PROJETO PANTANAL: SANTUÁRIO ECOLÓGICO

Resultados parciais das oficinas

PROPOSTA DE TRABALHO ENSINO MÉDIO Pais e Alunos

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E ENSINO DE MATEMÁTICA: UMA EXPERIÊNCIA EM GRUPO

PRODUTO FINAL ASSOCIADA A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Bairro Colégio é o sexto núcleo a participar da Capacitação

OLIMPIADAS DE MATEMÁTICA E O DESPERTAR PELO PRAZER DE ESTUDAR MATEMÁTICA

Política de Formação da SEDUC. A escola como lócus da formação

ÁGUA E ENERGIA: CASAS MINIMAMENTE SUSTENTÁVEIS

ÁLBUM DE FOTOGRAFIA: A PRÁTICA DO LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 59. Elaine Leal Fernandes elfleal@ig.com.br. Apresentação

ANÁLISE DA DEGRADAÇÃO DO BIOMA CAATINGA NAS IMEDIAÇÕES DA CIDADE DE SANTA CECÍLIA PB

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA N.4/2014 PROCEDIMENTO DE OBSERVAÇÃO DE AULA

Prefeitura Municipal de Santos

O professor que ensina matemática no 5º ano do Ensino Fundamental e a organização do ensino

Curso: Diagnóstico Comunitário Participativo.

HORTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA

12 DE JUNHO, DIA DE COMBATE A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PIBID DE GEOGRAFIA

PROJETO ESCOLA DE JOVENS RURAIS - EJR

PROJETOS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: DO PLANEJAMENTO À AÇÃO.

ATIVIDADES DESENVOVLIDAS PELO LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA LEM- FOZ

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE UNIDADE DE COORDENAÇÃO DO PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES

Plano da Intervenção

UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA NO CONTEXTO DE CRECHE

Redes Sociais (Facebook) e a difusão da informação: uma alternativa à mídia massificadora

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA A AVALIAÇÃO NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES ATRAVÉS DE SUA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

PLANO DE TRABALHO TÍTULO: PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA DAS CRIANÇAS

PARTE 1 Identificação da Experiência

Resumo da dissertação de mestrado do Professor César Vicente da Costa. Da Escola Estadual Padre Ezequiel Ramin, Juina-MT.

JOGOS MATEMÁTICOS: EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS

A PRODUÇÃO DE VÍDEOS COMO RECURSO METODOLÓGICO INTERDISCIPLINAR

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE DE LICENCIANDOS EM MATEMÁTICA

PEDAGOGIA EM AÇÃO: O USO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COMO ELEMENTO INDISPENSÁVEL PARA A TRANSFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

ESTATÍSTICA BÁSICA NO CURSO DE TÉCNICO INTEGRADO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

EEFM Raimundo Marques de Almeida

A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL NA ESCOLA: REFLEXÕES A PARTIR DA LEITURA DOCENTE

RELATÓRIO DE TRABALHO DOCENTE DEZEMBRO DE 2012 EREM JOAQUIM NABUCO

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS E MATERIAIS MANIPULATIVOS NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016

Palavras Chaves: material didático, cartografia, bacias hidrográficas, lugar.

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ppged@ce.ufrn.br. Pesquisa Práticas Pedagógicas e Currículo. ivysandrade@hotmail.

LEITURA E ESCRITA NO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE APRENDIZAGEM COM LUDICIDADE

SABER E ATUAR PARA MELHORAR O MUNDO: ÉTICA, CIDADANIA E MEIO AMBIENTE. DE OLHO NO ÓLEO (Resíduos líquidos) Dulce Florinda de Souza Lins.

Projeto Jornal Educativo Municipal

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

AS TICs NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

Recomendada. A coleção apresenta eficiência e adequação. Ciências adequados a cada faixa etária, além de

Sessão 4: Avaliação na perspectiva de diferentes tipos de organizações do setor sem fins lucrativos

A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA PARA A FORMAÇÃO DO CIDADÃO

SESI-SP EMBAIXADORES DO ESPORTE Formação de Multiplicadores e Líderes Escolares

Avaliação-Pibid-Metas

Copos e trava-línguas: materiais sonoros para a composição na aula de música

CONFECÇÃO DE MAQUETE PARA O ENTENDIMENTO DOS RÉPTEIS E DOS ANFÍBIOS EM AULAS DE CIÊNCIAS

RELATÓRIO PARCIAL REFERENTE À ETAPA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CURSO...

ANÁLISE DE UMA POLÍTICA PÚBLICA VOLTADA PARA A EDUCAÇÃO: PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO

APRESENTAÇÃO Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS)

COMUNIDADE TRANSFORMADORA UM OLHAR PARA FRENTE

FACCAMP - FACULDADE CAMPO LIMPO PAULISTA. Educação Química

Autor(es) PAULA CRISTINA MARSON. Co-Autor(es) FERNANDA TORQUETTI WINGETER LIMA THAIS MELEGA TOMÉ. Orientador(es) LEDA R.

Tecnologia sociais entrevista com Larissa Barros (RTS)

Três exemplos de sistematização de experiências

Tecnologia em Gestão Ambiental. 1/2011 Retorna às Aulas

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 ISBN

Estatística à Distância: uma experiência

22 o. Prêmio Expressão de Ecologia

Palavras-chave: Ambiente de aprendizagem. Sala de aula. Percepção dos acadêmicos.

Modelagem de Processos de Negócio Aula 5 Levantamento de Processos. Andréa Magalhães Magdaleno andrea@ic.uff.br

Programa Ambiental: 1º Ciclo de Palestras Uso sustentável dos recursos naturais

Educação Ambiental com as crianças pequenas

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO TRANSFORMADOR NO ENSINO DE CIÊNCIAS PARA OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA.

PROJETO EDUCANDO COM A HORTA ESCOLAR E A GASTRONOMIA PEHEG

INCLUSÃO ESCOLAR: UTOPIA OU REALIDADE? UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A APRENDIZAGEM

HORTA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA

18/11/2005. Discurso do Presidente da República

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO MARAJÓ- BREVES FACULDADE DE LETRAS

PAUTA DE DEMANDAS 2012

PPC. Aprovação do curso e Autorização da oferta PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO FIC METODOLOGIA PARA O ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA. Parte 1 (solicitante)

Programa de Pós-Graduação em Educação

DIFICULDADES ENFRENTADAS POR PROFESSORES E ALUNOS DA EJA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

OS SABERES PROFISSIONAIS PARA O USO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS NA ESCOLA

Projeto Tecendo Histórias Traçando Ideias 2014

PREPRAÇÃO DE SORO CASEIRO: UMA SITUAÇÃO PROBLEMA NA CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE SOLUÇÕES QUÍMICAS

7 Conclusões e caminhos futuros

Formação e Gestão em Processos Educativos. Josiane da Silveira dos Santos 1 Ricardo Luiz de Bittencourt 2

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO ESPECIAL: uma experiência de inclusão

ED WILSON ARAÚJO, THAÍSA BUENO, MARCO ANTÔNIO GEHLEN e LUCAS SANTIGO ARRAES REINO

5. Considerações Finais

HISTÓRIA ORAL NO ENSINO FUNDAMENTAL: O REGIME MILITAR NO EX- TERRITÓRIO DE RORAIMA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE: ABORDANDO O TEMA RECICLAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR

Mostra de Projetos Lixo, Bicho É

PROBLEMATIZANDO ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES/AS

20 Anos de Tradição Carinho, Amor e Educação.

PÉ DE MOLEQUE, CANJICA, E OUTRAS RECEITAS JUNINAS: UM JEITO GOSTOSO DE APRENDER A LER E ESCREVER

MEU MUNDO INTEGRADO: ELABORAÇÃO DE VÍDEO EDUCATIVO SOBRE O PERCURSO DO LÁPIS

Veja dicas de estudo para a reta final do concurso do Banco do Brasil

Composição dos PCN 1ª a 4ª

Folclore Brasileiro: Uma possibilidade de se ensinar o conceito de número na Educação Infantil em um espaço não-formal de aprendizagem.

Transcrição:

Relato de Experiência JORNAL ESCOLAR CONTRA A DESERTIFICAÇÃO Escola Estadual Barão do Rio Branco, município de Parelhas RN Diante da convocação realizada pelo Portal do Jornal Escolar, com o apoio do Banco do Nordeste, e divulgado na escola pela coordenação pedagógica, optamos pela participação através da parceria realizada entre as professoras de língua portuguesa e geografia, Juliana e Zenira. As primeiras discussões foram realizadas em torno da turma a ser escolhida para o desenvolvimento do projeto. Foi priorizada a turma do 6º ano B, do ensino fundamental, turno vespertino, composta por 38 alunos, tendo em vista experiências evidenciadas com projetos de Letramento e Mediadores de Leituras. Após a escolha, planejamos as atividades com as coordenadoras pedagógicas da escola e com a colaboração da direção. Posteriormente, realizamos o processo de socialização da ideia junto à turma, como forma de democratizar o processo e compartilhar responsabilidades, tendo uma excelente receptividade dos alunos e o empenho dos pais. Diante do exposto, ressaltamos a importância do projeto e elaboramos um cronograma de atividades a serem desenvolvidas nos meses de novembro e dezembro e do lançamento do supracitado junto aos alunos, realizado no dia 30 de outubro de 2012. O projeto apresentava como tema: Um novo olhar sobre a desertificação e com os objetivos: - Entender o processo de desertificação e suas consequências; - Identificar alternativas de combate e minimização dos seus efeitos; - Entender a ação e as consequências da desertificação no Município de Parelhas. - Trabalhar com o alunado a produção de uma edição do jornal; Com intuito de efetivar os objetivos, foram desenvolvidas várias atividades, dentre as quais: seminário de adesão e exposição do projeto; abordagem teórica; estudo e produção de textos; elaborações, exposição e escolhas de ilustrações; trabalho de pesquisa em grupos; palestras; elaboração de questionário; entrevista; elaboração de relatos e história de vida; autobiografia (relatos de pessoas ou famílias que estão vivendo a seca); e aula de campo, dentre outras.

Em um primeiro momento, foi apresentado na íntegra todo o projeto e assinado um termo de adesão e cooperação com os alunos. Longo em seguida, teve início o ciclo de debates temáticos, que perdurou durante todo o projeto, com estudos e aprofundamento das referências indicadas pelo curso como muitas outras, de cunho estadual e municipal. Atentamos em nossas abordagens para a realidade do município através de uma análise histórica, tendo em vista que o mesmo está localizado em uns dos principais núcleos de desertificação do país, Seridó, e ter sediado o primeiro projeto de revitalização de áreas desertificadas do Estado do Rio Grande do Norte, através do núcleo de desertificação do Seridó NUDES. O Núcleo de Desertificação do Seridó é uma área de 2.341 km2, composta pelos municípios de Currais Novos, Cruzeta, Equador, Carnaúba dos Dantas, Acari, Parelhas, Caicó, Jardim do Seridó, Ouro Branco, Santana do Seridó e São José do Sabuji, onde vivem 244.000 habi tantes. Esta área por apresentar todas as características de solo desértico, causado pelo: desmatamento da Caatinga para extração de lenha e argila, entre outras causas, se tornou área de estudo e de ações do Ministério do meio Ambiente, com objetivo de combater e controlar o processo de desertificação. (Andréia e Erica 14, de novembro de 2012). Após abordagem, pesquisas, debates e socializações os estudantes foram divididos em grupos e orientados, de acordos com as temáticas a produzirem seu material, nos mais diversos estilos, para composição do jornal. A produção desse material estava associada à elaboração das mais diversas e variadas ilustrações, que colaboraram para ilustrar nosso jornal com obras primas dos nossos alunos. Devido à complexidade dos temas foram realizadas diversas leituras, enfatizados aspectos nacional, regional e municipal, profundamente debatidos nas aulas de geografia, como forma de enriquecer o conteúdo, e incentivar as mudanças de comportamento e a difusão desse conhecimento. Tentamos fazer uma leitura histórica desse fenômeno do global para o local. A produção dos textos foi acompanhada tematicamente pela professora de geografia, que atentava para os detalhes relevantes, bem como todos os aspectos gramáticos e textuais pela professora de língua portuguesa.

Contamos com a colaboração de várias pessoas que realizaram palestras e debates atentando para os aspectos científicos e empíricos da temática, dentre os quais Tertuliano Pereira Neto, Noéliton Venturini e Emídio Bezerra. No primeiro momento convidamos geógrafos para realizar uma caracterização deste espaço e do ecossistema da caatinga, em todos os seus aspectos, como também do fenômeno do processo de desertificação. Em um segundo momentos convidaram técnicos agrícolas para retratar as experiências das conseqüências da desertificação junto ao homem do campo e do trabalhador rural, atentando para alternativas sustentáveis e de possível efetivação que são referências na contenção dos efeitos desse fenômeno, dentre os quais, Tertuliano Pereira Neto, ambientalista, historiador, técnico agrícola e voluntario nos serviços de obras que minimizam os efeitos da desertificação. Em um terceiro momento, ouvimos os representantes públicos, suas exposições, e os alunos questionaram da existência ou não de projetos desenvolvidos no tocante a minimizar os efeitos dessa problemática. Após debates e discussões, sentimos a necessidade de aprofundamento do tema através da elaboração de questionário a ser aplicado, pelos alunos, junto às mais diversas entidades representativas do nosso município. Dessa forma, a turma atuou em entrevista com as seguintes Instituições e seus representantes legais: Secretaria Municipal da Agricultura, Meio Ambiente, Recursos Minerais e Pesca de Parelhas; Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Parelhas;

Empresa de Assistência Técnica ao Trabalhador Rural do Rio Grande do Norte AMTER-RN; Fundo Municipal de Assistência Comunitária de Parelhas FUMAC; Cooperativa Agropecuária de Parelhas; Representantes das Indústrias Cerâmica de Parelhas; Representante dos Mineradores de Parelhas. Agricultores rurais e ex-agricultores. De posse das informações, cada grupo compilou seus dados e produziram texto, relatos e historia de vida, autobiografia, reportagens, depoimentos, pesquisa de opinião utilizada na produção desse jornal. Entrementes as diversas informações, organizamos a aula de campo pelo município de Parelhas, particularmente a região da montante da Bacia do Rio Cobra, área legitimamente considerada pelo Ministério do Meio Ambiente como em processo grave de desertificação. Nesta, podemos observar vários aspectos do processo de desertificação: o clima e suas características; a vegetação predominante; os principais aspectos do solo; as características hidrográficas; os renques e as cercas de pedras; as barragens submersas e assoredoras; os poços artesianos e as diversas modalidades de cisternas; as principais atividades desenvolvidas na área; a presença da Indústria de produção de telhas, tijolos e lajotas Cerâmica Tavares; como também a busca por alternativas e atividades sustentáveis. Conhecer mais sobre o que é desertificação e como se formam os desertos, como também alternativas que ajuda a melhorar o nosso meio ambiente, foi o objetivo da viagem. Mas o que chamou atenção foi conhecer plantas da região que representa se a terra ficar pobre e outra que estão desaparecendo, como o anil de serra, conhecer os renques e as barragens submersas e a Cerâmica Tavares e saber que ela se preocupa com o meio ambiente, utilizam a poda do cajueiro para queimar os tijolos, em fornos grandes e modernos, além de ter um lindo viveiro de mudas. Aprendi que a desertificação não se forma só através de dunas de areia, mas principalmente, em terra seca e sem plantações. Mas não é isso que queremos para o nosso planeta. A desertificação é uma fase muito difícil para o nosso planeta. (Rayane Clara, 30 novembro de 2012).

Extremamente proveitosa a aula de campo, proporcionou a relação teoria e prática, bem como o conhecimento da mais importante e intensa área em processo de desertificação de Parelhas, além do conhecimento das práticas sustentáveis desenvolvidas pela Cerâmica Tavares. Após a visita, fizemos um debate e avaliação sobre tudo que podemos vivenciar, e através de uma escolha difícil e democrática, foi eleito o material a ser retificado, compilado, diagramado e publicado. Como também foi lançada a ideia de produzir e publicar um vídeo nas redes sócias contendo os momentos mais importantes do desenvolvimento do projeto. Outro importante momento foi o de escolha do nome do jornal. Vários nomes surgiram, mas foi validado como nome: Barão Verde, explicitado pelo fato da Escola Estadual Barão do Rio Branco, constituir um dos mais antigos educandários da região, com 94 anos, os alunos optaram por homenagear sua escola Barão. O verde, cor oficial da Escola foi associado ao verde natureza, contrário à seca, à desertificação, que predomina e marca o cenário de nossa cidade. Mesmo diante dos contra tempos e evidenciando o recesso escolar e as férias de final de ano, conseguimos compilar os trabalhos dos alunos, organizá-los, diagramá-los, avaliá-lo e enviar para análise, avaliação e publicação. Toda a diagramação do jornal foi feita pelo funcionário efetivo e técnico administrativo da escola Edson Pereira de Araujo. Devido às férias escolares, não foi possível realizar o lançamento do jornal no mês de Janeiro, par ticularmente no período da festa do padroeiro dessa cidade. Momento que a escola recebe muitos visitante para comemoração de seu aniversário, tendo em vista ser uma escola preste a vivenciar seu centenário. Após o retorno das aulas e o cumprimento de uma extensa agenda de atividades e inicio do ano letivo, planejamos com os alunos o lançamento, tendo sido decidido que o mesmo ocorreria na es cola, com a presença dos pais e colaboradores. Atendendo ao pedido dos alunos, coube a compilação do material ilustrativo e para elaboração de um vídeo, já disponíveis nas redes sociais. Após sua elaboração mesmo, necessitando de alguns retoques, realizamos na terceira semana de março a socialização.

Todo esse processo começa com o debate, escolha e ensaio das matérias a serem apresentadas, na quarta-feira, dia 20 de março de 2013. Reunidos todos na escola, realizamos a abertura pela direção e coordenação pedagógica, sendo em seguida apresentado uma minuta do projeto para os pais, e apresentação das materiais pelos alunos. As professoras atentaram para a necessidade: da leitura, da produção de textos, da elaboração e publicação desses materiais, do incentivo a leitura, a preservação e valorização do meio ambiente, e da importância de aplicabilidade de novas metodologias. Após a apresentação, foram entregues os jornais aos presentes e socializado o vídeo. Todos ansiosos para ver em suas produções. A conclusão foi realizada por meio da apresentação de clássicos da música popular nordestina, de Luiz Gonzaga Chote Ecológico e Asa Branca, dentre outras, pelos alunos que fazem parte de uns grupos de Sanfoneiros de Parelhas Allan e Jair, sendo depois oferecido um lanche aos presentes. Após a publicação junto ao alunado, começamos a exposição e distribuição nas salas. Foi outro momento importante. Os alunos enfatizaram a necessidade de permanência do projeto na escola e da publicação anual desse jornal. Dessa forma, conseguimos trabalhar os jornais em toda a escola e fornecer alguns exemplares para os parceiros. Também enviamos para os órgãos públicos e a versão digital para algumas instituições (Secretaria de Educação do Estado, Portal do Professor, dentre outra). Diante do exposto, só posso considerar a experiência formidável! Conseguimos atrair a atenção do alunado, incentivar a produção textual, a pesquisa, despertar a criatividade e a veia poética, transformar as aulas ou dar-lhe um novo sentido curiosidade, bem como conhecer a realidade ambiental de nosso município, atentando para mudança de nossas ações. Percebemos nos olhos e na fala dos pais e de todos os envolvidos o encantamento, a admiração e importância daquele pequeno e rico papel lapidado pelos trabalhosos, pequenos e belos artistas. Todos se apresentavam agradecidos. Particularmente não tinha noção do trabalho realizado e de sua importância. Foi difícil, trabalhoso, mas colhemos em meio à desertificação, bons frutos. Sãos esses que nos fazem acreditar na Educação. Professoras Zenira Bezerra e Juliana de Pedro, coautoras desta experiência. Professora Zenira Bezerra da Silva zenigeo@yahoo.com.br Escola Estadual Barão do Rio Branco Parelhas, RN