DISTÚRBIOS EMOCIONAIS NA ESCOLA: ALGUMAS CAUSAS E SINAIS



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Transcrição:

DISTÚRBIOS EMOCIONAIS NA ESCOLA: ALGUMAS CAUSAS E SINAIS GISLAINE HOSANA ARAÚJO FERNANDES SAPIENS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS exibidaboutique@gmail.com INTRODUÇÃO A escola é um ambiente onde acontecem diferentes experiências culturais e sociais o que tornam a rotina escolar uma fonte de conhecimento complexa e rica. No entanto estas relações de convívio estabelecidas no contexto escolar tem cada dia mais enfrentado situações conflitantes e difíceis. Ou seja, a escola tem deixado de ser um ambiente prazeroso de aprendizagem e descobertas e tornado-se por muitas vezes lugar de desilusões, desencanto e impotência diante de fatores de comportamentos graves, que desafiam a relação social e pedagógica do ambiente. No Brasil, aparentemente ensinar parece estar sendo menos importante que manter a criança na escola. A tática de obter resultados de aprovação quase automática ano-a-ano, faz com que os transtornos emocionais dos alunos sejam externados através de condutas desviadas, rebeldes, indisciplinadas, inconsequentes e toda sorte de atitudes jamais imaginadas há poucas décadas. Infelizmente, as crianças e adolescentes parecem trazer seus problemas emocionais para as salas de aula, o que também gera desconforto para os professores e gestores levando-os aos consultórios psiquiátricos, em busca de ajuda diante das situações diárias de frustações, depressões e ansiedades. Segundo LIMA (2005, P.8): A contemporaneidade é caracterizada pela diversidade, pela multiplicidade de valores, estilos e comportamentos. Apesar disso, o preconceito, a discriminação, a valorização de padrões, seja cultural, morais ou sociais, é ainda muito presente em nossas concepções e atitudes. A proclamação de

direitos, de liberdade de expressão, do respeito às diferenças é uma realidade, mas também, é real o hiato existente entre esses ideais democráticos e as práticas discriminatórias sofridas por aquele que são considerados como diferentes dos estereótipos estabelecidos. É cada vez maior a conscientização de que estamos vivendo mudanças profundas, mas também que ainda não somos capazes de entendê-las adequadamente. Nesse sentido, a escola, como lócus da diversidade, de sujeitos concretos e contextualizados constituise em palco desses conflitos e contradições. Ou seja, a escola vai além do processo de ensino e aprendizagem ler e escrever, ela desenvolve e prepara a criança e o adolescente para a vida, sendo sua responsabilidade imensa, pois a mesma estará ligada na formação do caráter, dos conceitos e das concepções, preparando-os para enfrentar diversos problemas e situações, incluindo os de origem psicológica. Segundo BALLONE (2008, P.01): A escola oferece um ambiente propício para a avaliação emocional das crianças e adolescentes por ser um espaço social relativamente fechado, intermediário entre a família e a sociedade. É na escola onde a performance dos alunos pode ser avaliada e onde eles podem ser comparados estatisticamente com seus pares, com seu grupo etário e social. Sendo assim, pode-se perceber tamanha a responsabilidade do ambiente escolar para a vida das crianças e adolescentes, onde a mesma não se resume apenas ao ensino pedagógico, mas, também um espaço onde é possível avaliar toda a vivencia dos educandos avaliando os seus comportamentos e atitudes. O professor diante de situações vivenciadas na sala de aula é capaz de detectar problemas cruciais no desenvolvimento e na vida destas crianças, basta que ele esteja atento e seja sensível diante de situações emocionais significativas.

O educador também precisa estar atento à faixa etária de cada criança, levando em consideração que as situações e problemas variam de acordo com a escolarização e a personalidade de cada um, sendo assim fica claro que uma determinada atitude em relação há uma situação emocional de uma criança pode não ser bem aceita em relação à outra. A escola neste contexto deve ser um espaço dialético, onde devem caminhar juntos situações como falar e ouvir, interagir e opor-se, agir e sensibilizar-se, assim é possível priorizar a harmonia e descartar o conflito. SINTOMAS E SINAIS Os pais podem não perceber, reconhecer ou aceitar problemas emocionais em seus filhos, no entanto o ambiente escolar deve informa-los para que possam buscar ajuda para solucionar estes transtornos como também para que sejam orientados a como lidar diante de tais situações. Entre outros sinais que a criança possa manifestar em situações de transtornos psíquicos podem-se citar alguns como: isolamento no relacionamento com outras crianças da mesma idade, retraimento e falta de comunicação, ruptura brusca na evolução e desenvolvimento normais da criança ou adolescente, comportamento ajustado e rendimento escolar aceitável e, de repente, modifica esse comportamento, algo pode estar acontecendo em seu sistema psíquico. Os transtornos mais comuns em criança e adolescentes são: depressão, transtornos de aprendizagem, transtornos de comportamento, déficit de atenção e hiperatividade, doenças psicossomáticas, problemas de personalidade, ansiedade. Estes transtornos psiquiátricos em crianças e adolescentes variam de acordo com as idades, sexo e a condição socioeconômica. Diante de tais problemas o preparo, o bom senso e afetividade do professor é o elemento chave para que estas situações possam ser mais bem resolvidas. Pois estes transtornos variam de acordo com a idade e a personalidade de cada aluno.

FATORES CAUSADORES DE TRANSTORNOS EMOCIONAIS O professor nos dias atuais tem se deparado com muitas situações emocionais em sua sala de aula, para isso é preciso que os mesmos estejam preparados para ajudar essas crianças e adolescentes nas mais diversas situações e dificuldades, sejam elas adaptativas, afetivas ou de retraimento, sendo que esses alunos problemáticos podem muitas vezes ser vítimas de situações familiares conturbadas, traumas e transtornos de desenvolvimento, sendo assim o professor preparado e disposto a ajudar pode ser de grande e valiosa importância para a equilibração emocional dessas mentes conturbadas. Mas esse desequilíbrio pode ser causado por diversas situações vivenciadas no dia-a-dia desses alunos, tais como: - Perda de um dos pais (morte ou divórcio). - Urinar na sala de aula. - Perde-se; ser deixado sozinho. - Ser ameaçado por outras crianças. - Brigas dos pais. - Ser ridicularizado na classe. - Levar um boletem ruim para casa. - Ser diferente (sotaque ou roupas). - Novo bebê na família. A partir desta lista o professor pode ter um embasamento para lidar com essas ou outras situações similares, procurando acima de tudo ser sensível ao momento de estresse que o aluno está passando, principalmente na primeira comparação no que diz respeito ao âmbito familiar que podem influenciar e muito no surgimento de algum transtorno emocional. Nessa linhagem LIMA (2005, p.14) reforça que: A escola constitui-se num espaço essencialmente educativo, cuja função principal é a de mediar o conhecimento, possibilitar ao educando o acesso e a reconstrução do saber. Essa função está

imbricada inexoravelmente às relações, pois a transmissão do conhecimento se dá na interação entre pessoas. Assim, nas relações ali estabelecidas, professor/aluno, aluno/aluno, o afeto está presente. Um dos componentes essenciais para que esta relação seja significativa e represente uma parceria no processo ensinoaprendizagem, é o dialogo. Nesse sentido pode-se dizer que o dialogo é imprescindível para que juntos possam encontrar métodos que ajudem esses alunos a encontrarem equilíbrio diante de situações fragilizadoras que podem vir a afetar a sua saúde mental. E neste contexto, é imprescindível que gestores, professores, supervisores e funcionários estejam preparados para lidar com situações de conflitos que por muitas vezes não são causadas no ambiente escolar, tendo o próprio lar e a família como causadores de vários transtornos emocionais, cabendo à escola mediar possíveis soluções entre família e escola para que futuramente essas crianças e adolescentes não venham tornar-se pessoas com problemas psicológicos graves. FREIRE (apud Lima, 2005, p.12) fala que: Não importa com que faixa etária trabalhe o educador ou a educadora. O nosso é um trabalho com gente, miúda, jovem ou adulta, mas gente em permanente processo de busca. Gente formando-se, mudando, crescendo, reorientando-se, melhorando, mas porque gente, capaz de negar os valores, de distorce-se, de recuar, de transgredir. Assim percebe-se o quanto é importante às formas como o professor e demais profissionais devem interagir diante de tais situações, pois as mesmas exigirão muito do saber pedagógico, afetivo, social e cognitivo de cada um para a tarefa de educar e cuidar. É preciso ampliar a importância do diálogo para a prática educativa, pois através dele é possível gerar oportunidades de compreender tais transtornos emocionais de diferentes maneiras, buscando estabelecer relações reflexivas que possam contribuir para o ensino e a aprendizagem, como também estabelecer uma parceria harmoniosa de interação entre professor/aluno, aluno/aluno.

CONSIDERAÇÕES FINAIS A ideia de pesquisar sobre essa temática deve-se ao fato da importância de apresentar alguns problemas emocionais enfrentados pelo ambiente escolar, e que muitas vezes não tem sido percebido pela família o que interfere no aprendizado do educando. Esta preocupação forneceu a temática a serem investigados, os problemas de indisciplinas, o que dificulta a prática pedagógica e a estrutura escolar. Temos a escola como um ambiente propício para a avaliação emocional das crianças e adolescentes devido ser um espaço social relativamente fechado, intermediário entre a família e a sociedade. Portanto é na escola onde o desempenho dos alunos pode ser avaliado e onde eles podem ser detectados alguns problemas emocionais enfrentados nesse publico alvo. Temse em mente que, a escola é um universo de circunstâncias pessoais e existenciais que requerem do educador, professor e dirigente escolar uma boa dose de bom senso, quando não, uma abordagem direta com alunos que acabam demandando uma atuação muito além do posicionamento pedagógico e metodológico da prática escolar. Temos consciência que esse é o inicio de um trabalho que deve ser continuado e divulgado em instituições escolares para que estudantes e profissionais possam ter o conhecimento de um tema tão importante como os distúrbios emocionais no ambiente educacional, pois muitas dessas crianças e adolescentes veem na escola um lugar para se refugiarem destes problemas muitas vezes causados no ambiente familiar que acabam por atingir o desempenho e o comportamento no âmbito escolar, daí aquele aluno (a) tido como problema, é reflexo muitas vezes de algum transtorno emocional causado por situações conturbadas nas relações familiares. Caberá à escola buscar métodos que possam ajudar estes aprendentes no processo de construção do conhecimento e formação humana, pois o afetivo e o intelectual são faces que caminham juntos em favor do desenvolvimento humano.

REFERÊNCIAS ALENCAR, Chico; GENTILI, Pablo. Educar na esperança em tempos de desencanto. Petrópolis: Vozes, 2001. BALLONE GJ, Moura EC Problemas Emocionais na Escola, Parte 1, in. Psiweb, disponível em WWW.psiqweb. Med. BR, pesquisado em 2013. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. LIMA; Conceição Aparecida Fernandes; A relação Afetiva Aprendizagem no Cotidiano da Sala de Aula; 2005. MCLAREN, Peter. A vida nas escolas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.