O papel do corpo na contemporaneidade, as novas patologias e a escuta analítica.



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Transcrição:

O papel do corpo na contemporaneidade, as novas patologias e a escuta analítica. Silvana Maria de Barros Santos Entre o século XVI a XIX, as transformações políticas, sociais, culturais e o advento da revolução científica formaram referências para o indivíduo pensar sobre sua história, vida social e afetividade, pois não era mais o sujeito temente a Deus e obediente aos dogmas religiosos, e sim, o homem moderno que vivia e internalizava as mediações entre o social e simbólico, não concebendo mais a separação entre corpo e alma. Tornando, assim, o corpo habitat do sujeito numa representação orgânica, social e psíquica. Mas o ranço das ciências ainda priorizava o corpo orgânico que reduzia a uma série de órgãos, células, mecanismos fisiológicos e bioquímicos, constituindo a observação na medicina como o ponto essencial para localizar as doenças provindas de males externos ou causadas por predisposição genética, pois a partir do olhar, o médico diagnosticava a parte doente e sadia do paciente. Nessa época, a medicina tornou-se determinante para vida em sociedade, como meio investigativo, de prevenção de epidemias e doenças, instituindo o higienismo e eugenia como também a educação corporal na criação dos hábitos higiênicos tanto individual como coletivo para uma vida mais saudável, determinando, dessa forma, uma ordem social. E assim, o corpo biológico torna-se social, valendo-se de conhecimentos médicos. Foi o pensamento cientificista sobre o homem em sociedade que se inscreveu na modernidade, regido pelos pressupostos das ciências naturais. Com o tempo esse olhar médico que definia diagnósticos tronou-se restrito para dar conta das doenças e queixas do paciente, sendo necessário o escutar mais atento, o estabelecimento de um diálogo entre médico e o seu doente na expectativa da compreensão das manifestações da doença e como o sujeito se sentia diante desse processo somático. O surgimento da psicanálise veio confirmar como estudo dos afetos a premissa que o corpo não é meramente um organismo biológico, mas um espaço entre o psíquico e somático resultante do processo de relações onde encontra-se as funções orgânicas e o inconsciente. A histeria é um dos exemplos clássicos dessa relação entre corpo psíquico e somático, porque o aparecimento das paralisias, cegueira e dor não se originam de uma realidade biológica e sim, na expressão de um sofrimento psíquico marcado no corpo.

Por isso, o corpo que interessa a psicanálise é o relacional, representado pelos investimentos do outro sobre o indivíduo, regendo assim o corpo pulsional, a vida psíquica. Essa relação de investimento é primitiva, se inicia na estreita ligação entre bebê e corpo da mãe como fonte de alimento e amor, tornando-se importante para a constituição psíquica do sujeito. França (2011) coloca que ninguém nasce humano, torna-se humano pelo contato e conhecimento do seu corpo físico e com a presença do outro. Sendo fundamentais as sensações e as emoções corporais para a constituição de nossas individualidades. E assim, Freud (1923) coloca que: o ego é antes de tudo um ego corporal (p.270), pois ele não é só visto como uma noção psicológica, mas topográfica e somática pela interação entre excitações externas e internas que podem ser prazerosas ou não, escolhendo, dessa maneira, o corpo como possibilidade de projeções resultantes da realidade psíquica do sujeito. Sendo interessante constatar que, segundo Freud (1926), o bebê na primeira infância não está de fato equipado para dominar psiquicamente as grandes quantidades de excitação que chegam do exterior e do seu interior, por isso a necessidade do outro como referência. Já Fernandez (2003) faz outra colocação importante, citando Lacan que descreve a abordagem sobre corpo e ego inscritos no estágio do espelho, pois imagem, corpo, identidade estão relacionados e Winnicott (1936) completa que o surgimento da identidade se configura no reconhecimento do bebê no rosto da mãe, onde essa relação primitiva configura a fusão entre criança e mãe, não esquecendo que o corpo da criança diante dessa fusão, nos primeiros anos de vida, simboliza o abrigo das experiências físicas e afetivas do bebê. Quanto a questão do corpo na sociedade contemporânea, ele se define como um valor predominante e significativo, tornado-se midiático, porque saiu do seu espaço privado pertencente ao indivíduo para um cenário coletivo, passando a ter um papel principal em outdoors, jornal, televisão e internet como também narcísico por cultuar princípios como o individualismo, o imediatismo e a ilusão onipotente que são típicos da contemporaneidade e que tentam transformar o corpo numa perfeição delineado pelos progressos tecnológicos da medicina estética e cirúrgica, levando, dessa forma, essas características para reformulação da relação entre sujeito e corpo.

Atualmente, na sociedade em que vivemos, o indivíduo vive suas experiências, negando seus conflitos emocionais, mas sabendo que isso é efêmero, porque a angústia sempre aparece pela frustração, o vazio e, principalmente, escondendo um sentimento não assimilado afetivamente, causando males psíquicos e fazendo com que ocorra uma dissociação cada vez maior entre corpo e sujeito. É o esvaziamento da subjetividade, a dificuldade em cuidar de si que se resume no aparecimento de novas doenças da alma com a dificuldade e a incapacidade de representações psíquicas. Kristeva (1995) diz que o homem está perdendo a alma, pois, sem identidade sexual, subjetiva ou moral, constitui-se um ser sem fronteiras que não vive a dor ou a frustração como culpa e sim, como sofrimento do corpo. São as queixas somáticas, as dificuldades de relacionamento e o preenchimento do vazio interior com prazeres perversos que caracterizam os pacientes narcísicos, boderlines, anoréxicos, bulímicos, obesos, adictos de droga ou álcool, compulsivos, etc... Esses pacientes têm como sintomas principais além da dificuldade de representação psíquica, depressão, uma baixa de autoestima, uma morosidade ou negação do desejo, dificuldade de separação e individuação, uma voracidade e intolerância á frustração. Muitas vezes, esses pacientes apresentam características típicas dos neuróticos clássicos, mas por trás das atitudes histéricas e obsessivas, há a carência de representações psíquicas que adentra em sua vida intelectual, afetiva, social e sexual, enfraquecendo os vínculos, formando vazios existenciais e tornado esses indivíduos impotentes diante da vida e do cuidar de si mesmo. A dificuldade de simbolizações, a carência de representações psíquicas e de vida afetiva pobre faz com que esses pacientes em análise se tornem pacientes de difícil acesso, sendo necessário o analista ter uma escuta sensível aos fatos apresentados por eles e que estão relacionados com o psíquico e o somático, pois as emoções repercutem no corpo e a dificuldade em falar sobre a dor sentida faz com que o analista os ajude a se alfabetizar emocionalmente. A intensidade desse tipo de experiência solicita do analista uma delicadeza no setting analítico, procurando não ter posturas rígidas, mas acolhedoras, tentando compreender e traduzir as necessidades do paciente, pois no investimento analítico, o reconhecimento do outro-analista é pela semelhança da alteridade materna que nomeia as sensações do corpo para o bebê, transformando esse corpo nem em somático ou psíquico, mas relacional.

Considerações finais A modernidade reconheceu dois discursos importantes sobre o corpo, o primeiro está relacionado ao corpo orgânico, o arcabouço de carne e osso que através da observação, do olhar médico e exame clínico pode detectar as doenças provindas de males externos e predisposições genéticas, constituindo o saber cientificista dos tempos modernos e o segundo, foi descrito pela psicanálise que concebe o corpo como uma relação entre o psíquico e o somático que se traduz por um corpo investido pela presença do outro e pelo reconhecimento das sensações corporais. No começo da modernidade, a relação entre corpo somático e psíquico era inexistente nos discursos cientificistas, mas com o tempo, torna-se presente na construção teórica freudiana e na pós-freudiana, pois revela que as somatizações formavam um terreno fértil para reflexão da escuta analítica.

Na contemporaneidade, a problemática do corpo continua a ser descrita por essa relação somática e psíquica, mas também por uma representação midiática e narcísica com o aparecimento das novas patologias da alma relacionadas com uma sociedade imediatista e individualista que concebe um homem capaz de grandes transformações tecnológicas, mas fragilizado e impotente diante dos seus desejos, negando a dor e a frustração que se insere no corpo como uma ferida, um vazio e uma falta de subjetividade, revelando, assim, uma dificuldade do sujeito em cuidar de si mesmo. Ao concluir esse trabalho, pode-se dizer que o desafio da psicanálise, nesses novos tempos, é mais complexo, pois tenta libertar esse homem fragilizado e impotente afetivamente, passando a compreender suas necessidades, entender sua dor, traduzir sua angústia por sua finitude e por não ser dono de suas emoções através de uma escuta analítica sensível que possa possibilitar o analista estar mais presente e continente diante das ansiedades, angústias e devaneios do paciente para enfim compreender a sua história de vida e junto com ele tentar transformá-la, resultando uma vida mais significativa e um cuidado melhor consigo mesmo. Resumo: Resumo O papel do corpo na contemporaneidade, as novas patologias e a escuta analítica Silvana Maria de Barros Santos O trabalho apresentado se propõe a descrever a relação entre a compreensão das somatizações no corpo que se beneficiavam do olhar clínico como diagnóstico, mas científico na modernidade para uma escuta e uma delicadeza no setting analítico na compreensão do homem contemporâneo e o esvaziamento de sua subjetividade. Relatando também a importância da psicanálise como ciência e suas transformações clínicas que não concebia o sujeito como um conjunto de células ou um organismo físico, mas um sujeito de linguagem e de sentimentos que registra suas memórias e afetos no corpo na interação consigo próprio e com o outro. Palavras - Chave: Psicanálise Corpo- Olhar clínico Escuta analítica. Referências: BRUNO, Cássia Aparecida (Org) (2011)- Distúrbios Alimentares Uma contribuição psicanalítica.rio de Janeiro: Editora Imago. CORBIN, Alain (Org) (2008) - História do Corpo. Volume 2. Petrópolis, RJ: Editora Vozes. COUTINHO, Ângela (2008) - A escuta analítica, o corpo e a contemporaneidade In: Revista Tempo Psicanalítico, n 40.2, Rio de Janeiro.

FERNANDEZ, M. Helena (2005) Corpo- clínica psicanalítica. São Paulo: Casa do Psicólogo. KRISTEVA, Júlia (1993) - As novas patologias da alma. Rio de Janeiro: Ed Rocco. KUPERMANN, Daniel (2008) Presença Sensível- cuidado e criação na clínica psicanalítica. Rio de Janeiro: Ed Civilização Brasileira. LEBRUN, Jean Pierre (2004) Um mundo sem limite Ensaio para uma clínica psicanalítica do social. Rio de Janeiro: Ed Companhia de Freud.