ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM TRECHOS DO ARROIO CANDÓI, LARANJEIRAS DO SUL, REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DO PARANÁ



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Transcrição:

ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM TRECHOS DO ARROIO CANDÓI, LARANJEIRAS DO SUL, REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DO PARANÁ Aline da Silva Rodrigues de Oliveira Graduanda em Geografia Licenciatura e Bolsista Voluntária em Iniciação Científica da Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO a.l.i.n.e.5773@hotmail.com Leandro Redin Vestena Professor doutor do Departamento de Geografia da Universidade Estadual do Centro Oeste UNICENTRO lvestena@unicentro.br INTRODUÇÃO A utilização dos recursos hídricos pela humanidade é necessária, visto que a água é vital para os seres vivos. Em decorrência das diversas finalidades que o uso da água é empregado, associado ao crescente aumento da população e ao uso desordenado deste recurso, atualmente se evidenciam diferentes problemas relacionados à degradação dos ecossistemas aquáticos e a deterioração da qualidade ambiental de bacias hidrográficas pelo impacto antrópico. A pesquisa trata de um estudo de caso localizado no município de Laranjeiras do Sul, na região central do Estado do Paraná, hidrograficamente compreendido nos domínios da bacia hidrográfica do Baixo Iguaçú. Este tem uma área territorial de 672,084 km² e está localizado geograficamente entre as coordenadas 25 º 24 ' 28 '' S e 52 º 24 ' 58 '' W. Tendo como foco delimitado ao arroio Candói, aonde o sistema fluvial vem sendo impactado por diversas atividades antrópicas, que vem ocasionando à deterioração das águas fluviais, em virtude do descarte de resíduos sólidos e efluentes

em locais impróprios. Neste sentido, para verificar o real estado do ambiente hidrológico, foi utilizado um Protocolo de Avaliação Rápida de Rios (PARs) adaptado e simplificado, sua elaboração foi a partir do proposto por Callisto (2002). Os PARs são instrumentos úteis que levam em consideração a análise integrada dos ecossistemas, além de oferecer a oportunidade de avaliar os níveis de impactos antrópicos em trechos de bacias hidrográficas, conforme cita Callisto (2002). Nesse contexto, é fundamental destacar que a utilização do PARs tem garantido ser não apenas uma técnica de avaliação, mas, além disso, de gerenciamento destes recursos e educação da sociedade que se tornou integrante na avaliação e monitoramento do Arroio Candói. Assim a pesquisa promoveu o despertar de uma consciência ambiental, além do monitoramento à qualidade do ecossistema fluvial, no sentido de cooperar com ações práticas e políticas públicas, como planos de manejo e ocupação do solo. OBJETIVOS O presente estudo tem por objetivo avaliar a qualidade ambiental e identificar problemas ambientais em trechos fluviais do arroio Candói, bem como os tipos e as fontes de poluição através da aplicação de um PAR como uma ferramenta eficiente na caracterização das condições ecológicas nos trechos aplicados. METODOLOGIA Com o intuito de atingir os objetivos estabelecidos foram utilizadas metodologias próprias e etapas elencadas para o desenvolvimento e realização deste trabalho. Assim sendo inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico das informações de variadas naturezas (incluindo consultas de dados na internet, livros e publicações referentes ao assunto e a área a ser estudada) e produzido um mapeamento de uso e ocupação do solo além das principais fontes de poluição, delimitando e caracterizando a área de estudo, onde posteriormente seria aplicado o PAR.

A etapa de identificação e seleção dos trechos fluviais do arroio teve como base visitas de campo entre os meses de setembro a novembro de 2013, além de consultas à comunidade local e o prévio conhecimento da região. Seguindo-se ainda, de um levantamento visual dos principais focos de agravantes à qualidade ambiental. É importante ressaltar que os pontos escolhidos foram separados entre alto curso relacionados a paisagens de alta declividade e baixo curso relacionados a paisagens de baixa declividade, totalizando quatro trechos selecionados. Nos respectivos trechos, a avaliação da qualidade ambiental foi realizada com a aplicação do PAR adaptado e simplificado. O protocolo utilizado construía-se basicamente de vinte e um parâmetros sobre: proteção das margens pela vegetação; extensão da mata ciliar; presença de resíduos sólidos e efluentes; erosão próxima às margens; propriedade físico-química da água; proximidade com fontes de poluição; deposição de sedimentos e características de fundo; tipos de uso da terra a montante; alterações no canal fluvial; e presença de plantas aquáticas e animais, dentre outros. O Protocolo de Avaliação Rápida de Rios foi respondido por quinze pessoas da comunidade, de diferentes sexos, faixas etárias e graus de instrução, após serem previamente instruídas sobre cada item constante do protocolo, percorrendo-se trechos do arroio sem nenhuma interferência. As políticas participativas são vistas como alternativa para aderir a população à proposta de conservação, manutenção e monitoramento da integridade ambiental em longo prazo (RODRIGUES, 2008). Este foi realizado no mês de abril de 2014. RESULTADOS PRELIMINARES A partir da identificação e seleção dos quatro trechos fluviais, estes foram previamente avaliados em campo para confirmar sua veracidade na pesquisa. Cabe ressaltar que dois trechos são de acesso público e dois restritos, localizados em propriedades privadas. A facilidade ao acesso foi um dos fatores contribuintes à escolha dos trechos para o monitoramento.

Estes trechos fluviais têm características e localizações diferentes. Assim, são definidos como: Trecho 1 (Alto curso, largura: 6 m; profundidade: 1,20 m) - Latitude: 25 22'7.69"S; Longitude: 52 23'27.09"O; Trecho 2 (Alto curso, largura: 2,76 m; profundidade: 33 cm) - Latitude: 25 22'9.71"S; Longitude: 52 23'26.15"O; Trecho 3 (Baixo curso, largura: 8 m; profundidade: 1,50 m) Latitude: 25 22'27.21"S; Longitude: 52 23'15.04"O; Trecho 4 (Baixo curso, largura: 2 m; profundidade: 50 cm) Latitude: 25 22'32.08"S; Longitude: 52 23'13.85"O. O protocolo utilizado foi adaptado à medida dos interesses da pesquisa, avaliando um conjunto de parâmetros, mencionados anteriormente, com base na observação das condições do habitat, pontuados de 0 a 10. Assim, o resultado final da somatória das notas atribuídas a cada um dos parâmetros listados, reflete o nível de preservação das condições ecológicas dos trechos, onde de o a 4 pontos representam trechos impactados, 4 a 7 pontos representam trechos alterados e de 7 a 10 pontos trechos naturais. Para cada trecho fluvial, o grupo de avaliadores levou de 10 a 20 minutos na aplicação do protocolo. O resultado da avaliação pode ser observado na tabela 1. Tabela 1. Resultados da aplicação do protocolo nos trechos do arroio Candói (Lar. do Sul PR). Trecho fluvial Pontuação Classificação Trecho 1 Trecho 1 Trecho 3 Trecho 4 6 6 3 4 alterado alterado impactado impactado A aplicação do protocolo nos trechos 1 e 2 (alto curso), classificou-os como trechos alterados. Observa-se um moderado impacto na qualidade ambiental, principalmente no que se refere à baixa biodiversidade, e o acesso muito próximo à rodovia e em razão desta, também há alterações no canal (Fig. 1A) e presença de resíduos sólidos. Constatou-se também, no trecho 2, elevada deposição de sedimentos, que tem obstruído o canal começado à prejudicar o curso natural da água (Fig. 1B).

Figura 1: A Alterações no canal fluvial; B Deposição de sedimentos obstruindo o leito. Foto: Aline da Silva Rodrigues de Oliveira 2014. Já os trechos 3 e 4, apresentaram o pior resultado, sendo classificados como impactados. Apresentando esgotos domésticos e industriais sendo lançados diretamente no leito fluvial, alterações no canal, proximidade com fontes de poluição e ocupações, além de odor na água. (Fig. 2). Figura 2: Despejo de efluentes domésticos e indústrias diretamente no arroio. Foto: Aline da Silva Rodrigues de Oliveira 2014. De modo geral, os resultados apontaram que os trechos mais a jusante apresentam índices de qualidade ambiental menor do que os de montante. Os trechos

mais poluídos foram os da porção inferior da bacia do arroio Candói, próximos a rodovia BR 277 que corta o arroio. A pesquisa integrou a comunidade ribeirinha, de modo a promover uma sensibilização sobre a importância de se preservar e conservar o sistema fluvial. Assim, a gestão ambiental é fortalecida quando a sociedade se torna participante nos processos de monitoramento. Enfim, os resultados do estudo subsidiam ações de planejamento ambiental e um manejo do solo racional, assim como promover a inclusão da importância da qualidade ambiental de trechos fluviais na qualidade de vida da sociedade da bacia hidrográfica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RODRIGUES, A. S. L.; MALAFAIA, G.; CASTRO, P. T. A. Protocolos de avaliação rápida de rios e a inserção da sociedade no monitoramento dos recursos hídricos. Ambi-Agua, Taubaté, v. 3, p. 143-155, 2008. ALVES, B. L. T.; LIMA, A. L. V.; FARIAS, A. A. Impactos ambientais no rio Paraíba na área do Município de Caraúbas PB: Região contemplada pela integração com a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Caminhos de Geografia, Uberlândia, v. 13, n. 43, out/2012, p. 160 173. Avaliação de impacto ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas, coordenação e adaptação de Miriam Laila Absy, Francisca Neta A. Assunção, Sueli Correia de Faria, versão de Paula Yone Stroh... [et al.] -- Brasília : Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1995. CALLISTO, M.; FERREIRA, W. R.; MORENO, P.; GOULART, M. & PETRUCIO, M. Aplicação de um protocolo de avaliação rápida da diversidade de habitats em atividades de ensino e pesquisa (MG-RJ). Acta Limnologica Brasiliensia, v. 14, n. 1, p. 91-98, 2002.

LOPES, F. W. A.; CARVALHO, A.; MAGALHÃES Jr, A.P. Levantamento e avaliação dos impactos ambientais em áreas de uso recreacional das águas na bacia do Alto Rio das Velhas. Caderno Virtual de Turismo. Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p.177-190 ago. 2011. RODRIGUES, L, S, A. 2008. Adequação de um protocolo de avaliação rápida para o monitoramento e avaliação ambiental de cursos d água inseridos em campos ruprestes. Departamento de Geologia, Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais, Universidade Federal de Ouro Preto. Dissertação de Mestrado.