ESTRESSE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO Página 1 de 9
1. OBJETIVO... 3 2. ESCOPO... 3 3. DEFINIÇÕES... 4 4. ESTRESSE OCUPACIONAL: CARACTERIZAÇÃO... 4 4.1. Conceitos fundamentais... 4 4.2. Conseqüências do estresse... 5 4.3. Fatores estressores... 5 4.4. Formas de controlar o estresse... 7 4.4.1. Ações básicas... 7 4.4.2. Projetos de controle do estresse... 8 5. ETAPAS BÁSICAS PARA CONTROLAR O ESTRESSE CICLO PDCA... 9 Página 2 de 9
1. Objetivo Este documento foi preparado com o objetivo de auxiliar às organizações a compreenderem e avaliarem de que forma o estresse ocupacional pode ser avaliado e controlado, dentro de um processo de implementação da norma OHSAS 18001; O objetivo desse documento é fornecer orientações sobre o processo de levantamento de riscos específicos ao estresse gerado nas atividades típicas em um ambiente de trabalho. O documento é orientativo, podendo ser utilizado como base do processo de identificação do estresse, os fatores que conduzem ao estresse, a sua conseqüência ao indivíduo, imediata e a longo prazo. De forma a completar o documento, uma série de recomendações e sugestões são realizadas indicando a forma pela qual esses fatores podem ser reduzidos ou eliminados Notas: Este material pode ser reproduzido, copiado, alterado solicitamos a gentileza de citar a fonte, conforme apropriado; Em caso de comentários, ou dúvida, por favor, entre em contato com BC Consult, www.bcconsult.com.br, fone 11.5184.0507, bc@bcconsult.com.br 2. Escopo A sistemática definida neste manual pode ser aplicada a qualquer organização. Pela sua própria natureza, o documento é orientativo, não prescritivo. Deve ser consultado levando-se em consideração: O assunto estresse ocupacional é um forte desafio para as organizações como um todo, sendo categorizada como um dos principais problemas de Saúde Ocupacional da atualidade; Esse documento deve ser apoiado por ações, comentários e sugestões da área de Recursos Humanos da organização, de forma a considerar a amplitude e dimensão do problema, não só nas fases de diagnóstico e identificação dos fatores estressores, como também das ações de redução e controles desses fatores; Recomenda-se, como forma complementar a este trabalho, a consulta aos especialistas da área. Página 3 de 9
3. Definições Termo Definição Estresse Ocupacional Descreve as reações físicas, mentais e emocionais dos trabalhadores que identificam que as demandas excedem suas habilidades e os recursos disponíveis para sua realização; O estresse ocupacional ocorre quando o trabalhador identifica que não está cumprindo suas obrigações, quando, por outro lado, a organização considera importante que ele as cumpra. Uma reação automática, não específica, do corpo a qualquer demanda, podendo ser um desafio ou qualquer tipo de mudança que requer uma adaptação. O estresse é uma reação do organismo a um esforço extremo ou importante. Em geral o estresse ativa um processo hormonal e nervoso baseado em um estado de alerta, o que explica o aumento do ritmo cardíaco e do estado de vigilância; Às vezes o estresse pode ser benéfico (como na preparação de uma prova ou como reação a uma situação de perigo,...) mas também pode infelizmente levar a uma situação nefasta (estresse ruim), que pode desencadear em úlceras ou ainda diversos problemas psíquicos (fadiga, distúrbios do sono, depressão). O estresse é um conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a circunstâncias que exigem esforço de adaptação 4. Estresse ocupacional: caracterização 4.1. Conceitos fundamentais O estresse não pode ser considerado uma doença. As reações das pessoas aos fatores de estresse podem ser positivas ou negativas, dependendo fundamentalmente dos seguintes fatores: O tipo de demanda alocada ao indivíduo gerada diretamente pela organização ou criada por ele mesmo; O grau de controle do indivíduo sobre os fatores de estresse; A quantidade de suporte recebida pelo indivíduo para lidar com os fatores estressantes; A resposta específica e individual da pessoa sujeita ao estresse. Na maioria das vezes, nós temos a capacidade de criar um equilíbrio entre essas demandas, nossas capacidades / habilidades em atendê-las e os recursos disponíveis para sua execução. Somente quando este equilíbrio é rompido de forma agressiva, a ativação prolongada do estado de estresse, pode levar às doenças ocupacionais físicas e/ou mentais. Página 4 de 9
É importante salientar que o estresse ocupacional que leva às doenças físicas ou mentais pode ser causado por fatores externos à organização, fatores que não são controlados por ela, tendo em vista a necessidade que a organização tem em respeitar a vida particular dos seus colaboradores. 4.2. Conseqüências do estresse Sintomas Doenças ocupacionais potencialmente relacionadas Dor de cabeça; Doenças cardiovasculares; Insônia; Desordens osteomusculares; Dificuldade de concentração; Desordens psicológicas; Temperamento explosivo; Acidentes de trabalho; Dor de estômago; Suicídio; Baixa auto-estima; Câncer; Baixa moral; Úlceras. Redução na produtividade. 4.3. Fatores estressores Os fatores estressores devem ser compreendidos pela organização para permitir uma adequada gestão e controle destes fatores. Os fatores estressores compreendem: Condições individuais; Aspectos ambientais; Aspectos organizacionais. A tabela abaixo procura realizar uma avaliação dos aspectos mais importantes do estresse. Página 5 de 9
Origem dos Fatores Estressores Individuais Fatores Estressores Eventos importantes de vida: Problemas de saúde, mudanças no trabalho (ex. perda de emprego, promoção), mudanças na família (ex. morte de um parente, nascimento de filho), mudanças pessoais, problemas financeiros. Medidas de controle (vide item abaixo) Gestão Individual do Estresse: Treinamentos de conscientização sobre estresse. Estilo de vida saudável: Atividade física regular, sono adequado, boa alimentação, não fumar, usar o álcool com moderação, tempo para lazer. Campanhas de Saúde: Campanhas de conscientização anti-tabagismo, colesterol... Ambientais Físicos: Ambiente físico desagradável com ruído, iluminação excessiva, calor, ambientes confinados. Identificar fatores ambientais; Eliminar. Organizacionais Desenho das tarefas: Alta sobrecarga de trabalho; Descansos / intervalos para descansos não realizados rotineiramente; Longas horas de trabalho / turno; Trabalhos rotineiros (sem uso da capacidade do trabalhador); Trabalhos exaustivos. Desenho adequado do programa de produção; Ginástica laboral. Estilo gerencial da organização: Falta de participação dos trabalhadores nos processos de decisão da organização; Comunicação pobre ou inexistente dentro da organização; Falta de políticas adequadas em recursos humanos (políticas amigáveis). Criar e implementar participação dos colaboradores nas política e diretrizes da organização; Implementar, melhorar programa de comunicação interna. Relacionamentos interpessoais: Ambiente social inadequado; Falta de suporte ou ajuda de colegas e/ou supervisores. Criar canais adequados para os colaboradores com problemas de relacionamento e suporte. Regras no trabalho: Expectativas na função são conflitantes ou indefinidas; Muitas responsabilidades; Muitas funções a serem exercidas. Definição de descrição de cargos adequada; Identificar sobreposição de funções. Página 6 de 9
Origem dos Fatores Estressores Fatores Estressores Desenvolvimento profissional: Insegurança no trabalho; Falta de oportunidades para crescimento, promoção; Mudanças organizacionais do trabalho. Medidas de controle (vide item abaixo) Melhorar comunicação interna sobre mudanças; Estabelecer mecanismos de aproveitamento interno; Estabelecer programas de promoção horizontal. 4.4. Formas de controlar o estresse 4.4.1. Ações básicas De forma geral, as ações relacionadas ao estresse devem ser definidas e identificadas de forma individual, tendo em vista a diversidade dos fatores estressores, além da necessidade de se estabelecer ações coerentes com a forma de gestão da organização. Dessa forma, a tabela abaixo apresenta algumas ações típicas que podem ser adotadas, em maior ou menor grau, pelas organizações. Ações básicas Assegurar adequada carga de trabalho capacidade do colaborador e recursos; Definição dos cargos de forma a prover significado na realização da tarefa, estímulo e oportunidades de uso das habilidades profissionais do indivíduo; Definição clara de funções, responsabilidades e autoridades; Implementar sistema que permita a participação dos trabalhadores nas decisões que afetem seu emprego; Melhorar comunicação interna, reduzir a incerteza de desenvolvimentos futuros; Prover oportunidades para interação social dos colaboradores; Estabelecer programas de produção compatíveis com as capacidades internas; Definir programa de reconhecimento por bom desempenho dos funcionários; Definir visão, missão e valores da organização, definido claramente onde a organização pretende chegar; Definição de objetivos e metas individuais e coletivos adequados às capacidades e factíveis de serem alcançados. Página 7 de 9
4.4.2. Projetos de controle do estresse Basicamente, existem duas grandes linhas de ação relacionadas ao gerenciamento do estresse: Gestão Individual do Estresse: Ações focadas no colaborador que tem como objetivo aumentar sua capacidade em lidar com os fatores de estresse; O objetivo é ensinar aos colaboradores como lidar com o estresse; Os treinamentos, neste caso, devem englobar: Natureza e fonte do estresse, os efeitos na saúde, habilidades e recursos para reduzir o estresse (gestão eficaz do tempo, exercícios de relaxamento). Os maiores problemas nesta abordagem é que elas tendem a produzir um efeito de curta duração e estão focadas no indivíduo e não no ambiente que o cerca. Esta abordagem envolve a identificação dos aspectos estressores dentro do trabalho e o desenho apropriado de ações para eliminar ou reduzir os fatores estressores; Mais difícil de ser abordada e implementada, tendo em vista que envolver eventuais mudanças organizacionais para os quais a gerência pode não estar plenamente de acordo ou preparada (por exemplo, alteração/flexibilização na carga do trabalho); As ações para reduzir de forma mais eficaz o estresse deveriam estar concentradas nas mudanças organizacionais. Página 8 de 9
5. Etapas básicas para controlar o estresse ciclo PDCA Etapa Descrição 01. Identificação do problema Conduzir discussões com os funcionários, através do processo de Comunicação e Consulta ou outro qualquer; Realizar uma pesquisa com os empregados (quantificar e qualificar os fatores estressores); Caso existam, levantar histórico de dados sobre afastamento, entrevistas de demissão; Analisar os dados. 02. Definir as ações Identificar os fatores estressores críticos; Propor e priorizar ações coerentes com os fatores estressores; Comunicar internamente as ações a serem realizadas. 03. Implementar as ações Implementar as ações; Acompanhar a implementação e, em caso de qualquer problema, envolver a Direção ou Recursos Humanos; Conduzir reuniões com pessoal para acompanhamento das ações. 04. Avaliar a eficácia das ações Planejar avaliações de curto prazo e médio/longo prazo (por exemplo, repetir a pesquisa utilizada na etapa 01); Caso seja factível, criar indicadores para monitorar o impacto e eficácia das ações; Re-avaliar as ações tomadas e voltar para a etapa 01. Página 9 de 9