Visita ao Museu e Hall da Fama da International Game Fish Association (IGFA) Dania Beach, Florida U.S.A. Texto e Fotos : Alejandro Antúnez (Índio) alejandro@moscanagua.com.br Sem dúvidas, pode-se dizer que Miami é o paraíso das compras. Se você estiver afim de gastar, mas também quiser um pouquinho de enriquecimento cultural, eis um programa que dá para fazer juntando ambas as coisas: uma visita ao Museu e Salão da Fama da IGFA combinada com um passeio em uma das maiores lojas de artigos de esportes, que fica justo ao lado! O convite veio do meu sobrinho Miguel, que mora em Miami. Ele sabia que eu iria fazer algumas compras de material esportivo, então sugeriu de ir até Dania Beach para visitar a IGFA, e logo depois fazer nossas compras numa das maiores lojas de material esportivo de Miami. Pensei, a Florida é um dos paraísos para a pesca no mar, especialmente de Marlins e Tarpoons, e como o final de semana era curto e sem chance de poder agendar uma pescaria, parecia realmente ser um bom programa. O Que é a IGFA? A IGFA ou Associação Internacional de Pesca Esportiva (International Game Fish Association) é um organização sem fins de lucro que visa a conservação dos peixes esportivos, além de promover de maneira responsável e ética as praticas de pesca esportiva através da ciência, educação, do estabelecimento de regras e a manutenção dos recordes. Para maiores informações visite o site da IGFA www.igfa.org Entrada Principal do Museu
O Museu O Museu reúne a coleção mais completa sobre a pesca com fins esportivos, incluindo as amostras, aulas educativas, a biblioteca, demonstrações, uma sala de cinema e até jogos virtuais. O Hall de entrada para o museu já reúne uma coleção de objetos interessantes. Entre eles, uma estátua de bronze dedicada a Lee Wulff, e uma pequena amostra de seus objetos de pesca pessoais, incluindo varas, carretilhas e moscas. Aliás, descobri que ele também pescava de Bait! Ao observar esta área específica do museu, uma mosca em particular chamou minha atenção: a que ele estava atando o dia que faleceu, 28 de Abril de 1991. Algumas das moscas em exibição foram atadas pelo próprio Lee ao estilo antigo, sem morsa, segurando o anzol entre os dedos! Exibição dedicada ao Lee Wulff
Numa outra área do Hall de entrada havia uma amostra do recorde mundial de pesca de Tarpoon com fly; incluindo uma replica do peixe e os dados do registro do recorde. Nada menos que 202.5 libras (aprox. 92.05 Kg )! Foi capturado por Jim Holland Jr. no dia 11 de maio de 2001 em Homosassa, na Florida. Para conseguir o feito, ele utilizou uma vara #12, e vale dizer que o peixe só se rendeu após 2 horas de briga! Recorde mundial de Tarpoon capturado no Fly com uma Vara Loomis #12 (Replica do peixe e documento de registro do recorde) Finalmente a ultima exibição do hall de entrada tem um espaço dedicado ao recorde de Marlim preto. Capturado com vara no dia 4 de Agosto de 1953, em Cabo Blanco, no litoral do Peru, o gigante pesava 1.560 libras (Aprox. 790 Kg) e Alfred C. Glassell Jr. de Houston, Texas, teve que brigar durante 1 hora e 45 minutos com o animal. Este canto da minha terra é conhecido pelos grandes troféus, e desde pequeno soube que era muito frequentado pelo próprio Ernest Hemingway. Foi uma grata surpresa ver que a IGFA tinha dedicado um espaço para meu país.
Recorde mundial do Marlim Preto, capturado em 1953 no Cabo Blanco, Peru (Replica do peixe e documento com foto original) As primeiras exibições do hall de entrada já tinham me deixado animado para ver o resto do museu. A primeira sala que visitamos fora dedicada à historia da pesca (veja artigo sobre a historia da pesca com mosca ). Quando entrei lá, me deparei com todas aquelas informações e artigos pesquisados que mostravam desde as primeiras ilustrações de pesca com uma vara do Egito, os primeiros anzóis; até as primeiras linhas fabricadas com crinas de cavalo e as reproduções dos manuscrito Treatyse of Fysshynge wyth an Angle escrito por Dame Juliana Berners em 1425 e do livro The Complete Angler de Izaak Walton (1653). Estava tudo ai na minha frente...espetacular! A segunda sala estava dedicada ao material de pesca. Muito bem montada, e com paneis rotatórios, ela mostrava a historia da construção das varas de pesca; desde as primeiras feitas em madeira, passando pelo bambu e finalmente os materiais mais modernos: Fibra de vidro, carbono e boro. Algumas varas devem valer uma verdadeira fortuna!. Um destaque especial para o teto da sala coberto com diversas destas relíquias. O mesmo espaço ainda tinha uma exposição histórica de carretilhas, algumas fabricadas em madeira, logo bronze e as mais modernas com ligas ultraleves. Podíamos ver carretilhas e molinetes de tudo quanto é tipo,
desde os mais leves até os construídos para a pesca de grandes troféus como o Marlim. Finalmente varias estantes com moscas e iscas artificiais. Meus olhos ficaram brilhando ao mesmo tempo que explicava para o Miguel os detalhes do atado e das técnicas de construção de varas. Sala com a historia do material de pesca, varas, carretilhas e moscas O resto do museu tem salas dedicadas à anatomia dos peixes. Também pude encontrar uma área dedicada exclusivamente as trutas e o ecossistema que habitam. A ultima sala trata sobre as diferentes técnicas e estilos de pesca (com uma área dedicada ao Fly) e jogos interativos e de realidade virtual, onde você pode pôr na pratica estas técnicas ao mesmo tempo em que brinca se diverte. A compra do ingresso também dá direito a assistir um filme sobre a pesca esportiva no mundo. Não preciso dizer que quando chegamos na vitrines que exibiam antigos acessórios de pesca (Waders, botas, coletes, samburás, etc) tive que ouvir meu sobrinho Miguel tirando sarro de mim, quando reconheci alguns dos meus primeiros waders e coletes de pesca.
Finalmente, o salão da fama exibe, além dos troféus mundiais registrados na IGFA, uma coleção de réplicas dos principais peixes esportivos pendurados no teto e as bandeiras dos países que ostentam os diferentes recordes O Salão da Fama e outras exposições do Museu. Como ninguém é de ferro, após um dia de visita e compras fomos curtir um dos pratos típicos de Miami o Stone Crab. Estávamos bem na estação de pesca do caranguejo, e muitos restaurantes se dão o luxo de abrir exclusivamente nesta temporada, permanecendo fechados durante o resto do ano. Uma característica interessante é que na hora de capturar o caranguejo, os pescadores só retiram a garra maior e devolvem o animal à água para que ele possa viver e recuperar a garra perdida. Segundo os cálculos rápidos que fiz com o Miguel o restaurante que fomos visitar deve consumir por dia 1.5 toneladas de patolas de caranguejo!
Caso visitem Miami, Recomendo realmente a visita ao museu, e, é lógico, ao Joe s Stone Crab!! (Sei que meu amigo Divani vai curtir especialmente esta parte do artigo... ) Grande abraço!! E muito obrigado Miguel pela hospitalidade! Volto em breve pra pescar!!! Mosca N água www.moscanagua.com.br Versão 2.0 - São Paulo, Maio de 2013