MANEJO DE COCHO: SUA IMPORTÂNCIA E COMO FAZER



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Transcrição:

ARTIGO TÉCNICO PREMIX 8ª edição MANEJO DE COCHO: SUA IMPORTÂNCIA E COMO FAZER INTRODUÇÃO O termo manejo de cocho (adaptado do inglês bunk management) refere-se à técnica de manejo alimentar utilizada em confinamentos com o intuito de se reduzir variações no consumo através do planejamento e controle do fornecimento de ração (VASCONCELOS, 2005). Atualmente, no Brasil, é comum vermos em confinamentos a oferta excessiva de ração, tentando maximizar o consumo dos animais. Porém, animais que recebem ração em execesso, geralmente possuem uma curva de ingestão inadequada, ou seja, visível flutuação de consumo. A alta oferta de alimentos hoje pode fazer com que os animais consumam mais, mas provavelmente eles diminuirão o apetite amanhã e nos próximos dias. O manejo alimentar de bovinos de corte confinados é uma atividade complexa que requer o entendimento de técnicas de alimentação intensivas para prevenir alterações indesejáveis do ambiente ruminal de indivíduos dentro de um grupo. O manejo de cocho utilizado de forma incorreta resulta em perdas por não maximizar a eficiência alimentar (VASCONCE- LOS, 2011). Segundo Galyean (2009) consultores de confinamentos gastam muitas horas trabalhando com seus clientes em problemas relacionados com o manejo de cocho. Variação de consumo e desempenho Muitas pesquisas em relação a variação de consumo de dietas de alta inclusão de alimentos concentrados, mostram que pode causar problemas digestivos. Galyean et al. (1992) programou a quantidade de alimento a ser fornecido para bovinos em condições experimentais e, após estabelecer uma quantidade diária, os pesquisadores iniciaram um processo de flutuação do CMS em +/- 10% diário ou semanal em relação ao tratamento controle. Embora as flutuações semanais não tenham afetado o desempenho, as flutuações diárias reduziram o GPD em 6,5% (P < 0.10) e pioraram a eficiência de conversão alimentar em 7% (P < 0.10). Em uma revisão de literatura feita por Pritchard & Bruns (2003), eles concluíram que a variação no CMS em animais confinados resultou em diminuição de GPD, assim como reduziu a eficiência alimentar. O CMS errático pode diminuir o ph do rúmem. Se os cochos ficarem cheios o tempo todo, haverá um consequente CMS cíclico que pode resultar em variação de CMS, entre altos e baixos, causando piora da eficiência de conversão quando comparada ao esperado para o curral. Dieta formulada x Dieta ingerida Uma ração formulada, têm como finalidade suprir todas as exigências nutricionais e de ganho de peso esperado de uma especificada categoria animal. Portanto, a intenção do consultor nutricionista é que o animal possa ingerir a quantidade exata de nutrientes na qual foi fomulada.

Para isso deve-se atentar a diversos fatores. Qualidade de mistura Millen et al. (2009) obseravaram em pesquisa realizada com nutricionistas brasileiros que o tempo médio de mistura foi de 8,5 minutos. Porém não existe um tempo ideal para mistura da ração, isso devido à diversidade de alimentos que são utilizados na dietas. O correto é analizar a mistura em cada situação e determinar o tempo ideal. Dietas pouco misturadas e excessivamene misturadas, podem prejudicar a performace do animal e causar segregação abrupta dos alimentos, pois particulas de densidades diferentes poderão se separar. Quando questionados a respeito do tipo de misturador, os consultores reportaram que 40,5% de seus clientes utilizam caminhões com misturadores. Misturadores verticais e horizontais foram citados por 32,7 e 33,9% desses clientes, respectivamente. No restante dos clientes, a mistura é feita por funcionários, através de mistura manual. Nos EUA, 96% dos clientes de consultores entrevistados por Vasconcelos & Galyean (2007) utilizam misturadores horizontais. Outro número interessante de respostas foi que 12,1% dos consultores adicionam água na dieta de terminação, em um percentual médio de 9,3%. Número de tratos A utilização de um trato único é limitada e a grande maioria (92%) dos nutricionistas americanos recomenda a utilização de 2 a 3 tratos diários (Vasconcelos & Galyean, 2007). No Brasil, Millen et al. (2009) observaram que 29,8% dos nutricionista brasileiros recomendam 3 tratos diários, embora a maioria ainda recomende 4 vezes ou mais (55,8%). Embora os dados da literatura sejam contraditórios, de forma geral, acredita-se que múltiplos tratos podem melhorar o desempenho, reduzir a magnitude de erros que podem ocorrer em um único trato, além de prevenir problemas com alimentos de alta fermentação que, em teoria, não podem permanecer no cocho por muito tempo. Ainda, evita-se o CMS excessivo que pode ser resultado de um único trato. Do ponto de vista econômico e operacional, no entanto, pode ser difícil justificar diversos tratos diários, portanto o número de tratos que o consultor deve decidir precisa ser analisado com muita atenção de acordo com cada situação. Limpeza de cocho A quantidade de vezes que o cocho deverá ser limpo varia de acordo com a situação encontrada nos confinamentos e logísica de funcionários, ou seja, alguns poderão ter limpeza diária, mas alguns confinamentos terão que ter seus cochos limpos duas vezes ao dia ou mais. A limpeza primordial é a da manhã e deverá ser realizada entre a leitura de cocho da manhã e o início do primeiro trato. O responsável pela limpeza deve ser treinado para identificar rações deterioradas e de qualidade boa, garantindo a limpeza daquele cocho. O ideal é manter sempre o cocho com comida de boa qualidade e sem resíduos de pedra ou terra. Limpeza do bebedouro Na alimentação animal os nutricionistas se prendem, muitas vezes, apenas à qualidade e à composição química dos ingredientes para balanceamento de dietas de modo a suprir as exigências dos diversos nutrientes (proteína, fibra, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais), esquecendo-se da qualidade da água, nutriente tão importante quanto os demais. A água está presente em quase todas as reações bioquímicas dos organismos, perfazendo ao redor de 60% da composição corporal dos bovinos (BOIN, 2003). Millen et al. (2009), constatou que o nível de MS médio, das dietas de terminação, utilizado pelos nutricionistas foi de 59,9%, sendo que o nível máximo foi de 85%. Portanto devemos garantir água de boa qualidade para os animais confinados, realizando a limpeza dos bebedouros diáriamente, duas vezes ou três vezes na semana. Esse número é definido de acordo com a necessidade de limpeza e logística de funcinários. Como fazer a leitura de cocho? A leitura de cocho é uma ferramenta, dentro do confinamento, que pode ser utilizada independente do tamanho, nível tecnológico e pelo nível de formação dos funcionários. Primeiramente, para criar uma forma de leitura de cocho, é necessário estabelecer quais quantidades (%) serão utilizadas para acrécimo ou diminuição de fornecimento da ração. Lembrando que é muito importante não haver mudanças bruscas no consumo, então aconselho que as notas de menor mudança

seriam de 2,5% do fornecimento, tanto de acrécimo como de diminuição. Pode-se criar quantas notas for necessário para a realização do manejo, sendo de trêis, cinco ou oito notas. Por exemplo: Leitura da manhã: nota -1 Leitura de cocho da manhã: Nota Ação a seguir -2 Adicionar 15% de ração -1 Adicionar 10% de ração 0 Adicionar 5% de ração 0,5 Adicionar 2,5% de ração 1 Manter o fornecimento 1,5 Reduzir 2,5% de ração 2 Reduzir 5% de ração 3 Reduzir 10% de ração A leitura de cocho da manhã é a técnica realizada no primeiro momento do dia, de preferência uma hora antes do primeiro trato. Esta, será responsável pelo consumo dos animais naquele dia, portanto, é necessário muita atenção na tomada de decisão da nota da manhã. A observação de dados, como por exemplo, tipo de dieta que os animais estão consumindo, dias de cocho, consumo de matéria seca (CMS), ingestão de matéria seca (IMS)/%(PV) peso vivo, curva de consumo, mudança de temperatura, nota noturna, notas anteriores, entre outros, são de extrema importância, pois garantem uma decisão de nota mais concreta e objetiva. > Cocho apresenta áreas com saliva, que foram lambidas em busca de alimentos. > Animais ansiosos a espera do trato (maiorias dos animais em pé, vão todos ao cocho quando passa o vagão). > Podem apresentar comportamento agressivo. > Provavelmente está há muito tempo sem comer (nota noturna VAZIO). > Usar principalmente nos 30 primeiros dias de confinamento. Leitura da manhã: nota 0 Leitura da manhã: nota -2 > Mais utilizada nos 15 primeiros dias de confinamento. > Utilizada para ajustar mais rapidamente o consumo dos animais e quando eles apresentam maior agitação e voracidade ao chegar no cocho. > Utilizar na fase de adaptação e crescimento. > Normalmente utilizada quando a nota noturna é VAZIO. > Evitar repetir nota -2. > Cocho vazio. > Animais a espera do trato. > Provavelmente estão a algum tempo sem comer (trato possivelmente acabou durante a madrugada). > Animais apresentam agressividade moderada. > Mais de 50% dos animais permanecem na linha de cocho e os demais estão em pé ou se dirigindo à linha de cocho.

Leitura da manhã: nota 0,5 Leitura da manhã: nota 1,5 > Cocho limpo. > Maior parte do fundo do cocho é visível (não está lambido). > Animais apresentam comportamento normal. > Alimento acabou recentemente. > Cerca de 25% dos animais permanecem na linha de cocho, 50% estão se levantando e se dirigindo à linha de cocho e os demais permanecem deitados. > Camada de alimento no cocho. > Comportamento normal e tranquilo. > Verificar se as sobras não estão com sinais de deterioração, > Nota utilizada para ajustes finos, principalmente na dieta de terminação. > Na leitura noturna recebeu nota NORMAL ou CHEIO. > Cerca de 50% dos animais estão se levantando e o restante permanecem deitados. Leitura da manhã: nota 1 Leitura da manhã: nota 2 > Camada fina de alimento no cocho. > Comportamento normal e tranquilo. > Avaliar se as sobras não estão com sinal de deterioração, > Na leitura noturna recebeu nota NORMAL ou CHEIO. > Cerca de 15% dos animais permanecem na linha do cocho, 50% se levantando e os demais permanecem deitados. > Cocho com sobras mais elevadas. > Pode estar relacionado a erros na quantidade fornecida, quebra de maquinário, atraso do trato, problemas no preparo e mistura da dieta ou ainda a fatores climáticos. > Verificar se as sobras não estão com sinais de deterioração, > Nota noturna recebeu nota CHEIO. > Verificar bebedouro.

Leitura da manhã: nota 3 porém, quando bem executado, tem efeito muito positivo na eficiência de manejo de cocho. Esta leitura é realizada quartro horas após o último trato dos animais. Esta pode ser representado por letras, sendo elas: V (vazio) quando cocho está sem ração ou lambido, N (normal) e C (cheio) quando está com muita ração, parecendo que os animais não chegaram ao cocho no último trato ou ingeriram muito pouca ração. Leitura da noturna: nota vazio (V) > Cocho com sobras excessivas. > Pode estar relacionado a erros na quantidade fornecida, quebra de maquinário, atraso de trato, problemas no preparo e mistura da dieta ou ainda a fatores climáticos; > Verificar se as sobras não estão com sinais de deterioração, > Nota noturna recebeu nota CHEIO. > Verificar bebedouro. Como o comportamento alimentar e social, efeitos climáticos e inúmeros outros fatores podem ser afetados com o manejo de cocho é um tema que ainda não foi estudado, no entanto o efeito do manejo de cocho pode ser confundido com o tipo da dieta fornecida em determinado confinamento (por exemplo, processamento de grãos, nível e fonte de forragem), o qual pode alterar o comportamento alimentar. Além disso outros tipos de manejo no confinamento (por exemplo o uso de implantes e apartação do gado), podem afetar o comportamento animal, assim como efeitos de estação do ano, tipo de recria recebida pelo animal e tipo biológico (genética). Assim sendo, é difícil elaborar experimentos de manejo de cocho e aplicar os resultados a todas situações. Modelos que envolvem tempo de distribuição das dietas claramente definido e conceitos de desafio como os propostos por Erickson et al. (2003) podem fornecer a consistência necessária para larga aplicação dos resultados de pesquisas. Leitura da noturna: nota normal (N) Leitura da noturna: nota cheio (C) Leitura de cocho noturna A leitura de cocho noturna é simples, dinâmica e normalmente é excutada pelo vigia noturno ou o responsável pelo trato dos animais. Esses dados são basicamente um subsídio para a leitura da manhã,

Recomendações e cuidados > A quantidade correta e distribuição uniforme da dieta ao longo da linha de cocho é fundamental para evitar o aparecimento de dominância por parte dos animais do lote. > Limpar os cochos todos os dias, independentemente do tipo e quantidade de sobras. > Nunca permitir que os cochos fiquem vazios durante o dia. > Monitorar curvas de consumo de MS (%PV) diariamente. > Manter bebedouro com água sempre limpa, ausente de sólidos, bom cheiro e temperatura ambiente. > Manter adequado o espaçamento de cocho/cabeça. > Ficar atento com a mudança na composição e teor de MS dos insumos. > Considerar efeitos do clima. feed consumption on the performance by program- -fed beef steers. Clayton Livestock Res. Center, Progress Rep. No. 78. New Mexico State Univ., Clayton. Escrito por Tonny Michel Yukio Takigawa Trainee de Confinamento Referências bibliográficas BOIN, C., Manella M. Q. Importância da qualidade da água no desempenho animal, 2003. Disponível em www.beefpoint.com.br, acesso em 04/03/2012. ERICKSON, G. E., C. T. MILTON, K. C. FANNING, R. J. COOPER, R. S. SINGLE., J. C. PARROTT, G. VO- GEL, and T. J. KLOPFENTEIN. 2003. Interaction between bunk management and monensin concentration on finishing performance, feeding behavior, and ruminal metabolism during an acidosis challenge with feedlot cattle. J. Anim. Sci. 81:2869-2879. GALYEAN, M. L., K. J. Malcolm-Callis, D. R. Garcia, & D. G. Pulsipher. 1992. Effects of vaying the pattern of GALYEAN, M. L.. Manejo da Ingestão para Bovinos Confinados. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE NUTRIÇÃO DE RUMINANTES, 2., 2009, Botucatu. Nutrição de Ruminantes. Botucatu: [s.n.], 2009. p. 32-43.[em arquivo] MILLEN, D. D., R D. L.Pacheco, M. D. B.Arrigoni, M. L. Galyean & J. T. Vasconcelos. 2009. A snapshot of management practices and nutritional recommendations used by feedlot nutritionists in Brazil. J. Anim. Sci.87:3427-3439. PRITCHARD, R. H., & K. W. Bruns. 2003. Controlling variation in feed intake through bunk management. J. Anim. Sci. 81(E. Suppl. 2):E133 E138. VASCONCELOS, J. T. & Galyean, M. L. 2007. Nutritional recommendations of feedlot consulting nutritionists: The 2007 Texas Tech University survey. J. Anim. Sci. 85:2772 2781. VASCONCELOS, Judson. Manejo alimentar eficiente para bovinos confinados. In: SIMPÓSIO INTERNA- CIONAL DE NUTRIÇÃO DE RUMINANTES, 3., 2011, Botucatu. Nutrição de Ruminantes. Botucatu: [s.n.], 2011. p. 1-11.[em arquivo] VASCONCELOS, Judson. Manejo de cocho em confinamento, 2005. Disponível em: www.beefpoint.com. br, acesso em 05/02/2012.