CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DA CARCAÇA DE CORDEIROS MORADA NOVA ALIMENTADOS COM FARELO DE BISCOITO

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Transcrição:

CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DA CARCAÇA DE CORDEIROS MORADA NOVA ALIMENTADOS COM FARELO DE BISCOITO Luiz Carlos Oliveira de SOUSA* 1, Luiza de Nazaré Carneiro da SILVA 1, Hélio Henrique Araújo COSTA 1, Paulo de Tasso VASCONCELOS FILHO 1, Renata Teixeira ALENCAR 1, Michelle de Oliveira Maia PARENTE 2 Lisiane Dorneles de LIMA 3, Aline Vieira LANDIM 1 *autor para correspondência: luizcarlosoliveira111@gmail.com 1 UniversidadeEstadual Vale do Acaraú, Sobral, Ceará, Brasil 2 Universidade Federal do Maranhão, Chapadinha, Maranhão, Brasil 3 Embrapa Caprinos e Ovinos, Sobral, Ceará, Brasil Abstract: The aim was to determine if the partially replacing of corn with biscuit meal changes the morphometric measurements of the carcass from Morada Nova lambs in a feedlot. Twenty Morada Nova breed lambs, male, entire, an average initial weight of 17.1 ± 3.84 kg and age average of five months, were used. The diets were based on Tifton 85 hay, corn and soybean meal and partially replacing of corn with biscuit meal at 0, 15, 30 and 45%, totaling four treatments, with five replicates each. The animals were slaughtered with the live weight of 27.5 ± 3.20 kg. Then, after cooling of the carcasses during 24 hours at 4 C, the morphometric measurements, were evaluated. The average values were compared by Tukey test to 5% using the statistical program SAS. The inclusion of 15, 30 e 45% on diet of lambs promoted greater length leg (P<0.01). With the exception of the length leg variable, the partial substitution of corn per biscuit meal does not alter the quantitative characteristics of the carcass of Morada Nova lambs in confinement. Palavras-chave: alimentos alternativos, conformação, raça localmente adaptada

Introdução O uso de subprodutos da indústria alimentícia para fornecimento em dietas para animais consiste em um método alternativo visando reduzir custos na produção e, ao mesmo tempo, sem afetar as exigências nutricionais e a produtividade dos animais. O farelo de biscoito oriundo das indústrias de panificação são produtos considerados inadequados para consumo humano, que é gerado após passar pelo rigoroso controle de qualidade das indústrias. Contudo, por serem produzidos com matéria prima de boa qualidade, apresentam potencial de uso para compor dietas de ruminantes. Caracteriza-se por conter como principal matriz energética, i.e., o amido, e, portanto, um substituto do milho, que por sua vez, pode ser uma fonte de energia alternativa, principalmente em períodos de escassez de alimentos, sendo o fator limitante às funções produtivas dos animais. Na ovinocultura, a carcaça é o principal produto da atividade a ser comercializado, devido isso, as mensurações da morfometria, aspecto quantitativo, podem ser utilizadas como um dos critérios em avaliação da carcaça, permitindo identificar animais que apresentam padrão desejável pelo mercado. Assim, objetivou-se determinar se a substituição parcial do milho com farelo de biscoito altera as medidas morfométricas da carcaça de cordeiros Morada Nova em terminação. Material e Métodos A pesquisa foi realizada no Núcleo de Pesquisa em Nutrição de Pequenos Ruminantes da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral, CE. Os procedimentos experimentais foram aprovados conforme o Comitê de Ética no Uso de Animais - CEUA/UVA protocolo n 006.09.015.UVA.504.02.Foram utilizados 20 cordeiros da raça Morada Nova, machos, inteiros, peso médio inicial de 17,1±3,84 kg, e idade media de cinco meses. As dietas foram à base de feno de Tifton 85, milho e farelo de soja e substituição parcial do milho com farelo de biscoito (FBISC) em 0, 15, 30 e 45%, perfazendo quatro tratamentos, com cinco repetições cada. As

dietas foram fornecidas em duas refeições, 8 e às 16 horas, com água e sal mineral à vontade. O período de confinamento foi de 60 dias. Os animais foram submetidos a jejum de sólidos por 16 horas e após isso, foram abatidos com peso vivo médio de 27,5±3,20 kg. O abate foi realizado conforme as normas de regulamentação de inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal (Brasil, 1997). Em seguida, as carcaças foram resfriadas por 24 horas a 4 C e logo após foram realizadas as características morfométricas da carcaça, a saber: comprimento corporal, perímetro do pernil, comprimento do pernil, perímetro torácico, comprimento da paleta, perímetro da paleta, comprimento interno e profundidade da carcaça, acabamento e conformação (Osório et al., 1998). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso e os dados submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% utilizando-se o software SAS 9.0. Resultados e Discussão A substituição do milho por farelo de biscoito na dieta de cordeiros Morada Nova alterou apenas o comprimento do pernil (P<0,05) com maiores valores em animais alimentados com 15%, 30% e 45% de farelo de biscoito comparados a dieta controle (P<0,05; Tabela 1). Os valores médios de comprimento corporal (50,62 cm), perímetro torácico (64,6 cm) e comprimento de pernil (36,7 cm) obtidos nesta pesquisa são fortes indicadores do potencial de produção de carne da raça Morada Nova quando submetida à terminação em confinamento (Medeiros et. al., 2009). Com exceção do comprimento de pernil, as demais variáveis não apresentaram diferença (P>0,05) entre as dietas experimentais. Isso pode ter ocorrido devido os animais serem do mesmo grupo genético e apresentarem similaridade de idade e peso ao abate. De forma semelhante, Garcia et al. (2000) observaram efeito da dieta sobre o comprimento do pernil de cordeiros alimentados com casca de café. Os resultados obtidos também corroboram aos de Carvilhão et al. (2013), que

avaliaram inclusões crescentes de resíduo de cervejaria sobre as medidas morfométricas da carcaça, obtendo efeito das dietas sobre comprimento do pernil. Tabela 1. Características morfométricas da carcaça de cordeiros Morada Nova alimentados com farelo de biscoito Variáveis Dietas, % Valor 0 15 30 45 P Morfometria, cm Comprimento Corporal 51,8±1,89 49,2±2,06 50,6±1,78 50,9 ±3,07 0,44 Perímetro do Pernil 22,4±1,81 20,2±1,75 21,6±2,19 21,1±1,34 0,37 Comprimento do Pernil 34,4±2,32 b 36,2±1,32 ab 38,5±2,47 a 37,7±1,68 a 0,03 PerímetroTorácico 65,8±3,42 63,4±5,07 64,8±3,88 64,5±3,29 0,83 Comprimento da Paleta 38,1±2,55 36,7±2,32 37,8±2,43 36,9±1,63 0,75 Perímetro da Paleta 18,1±2,48 18,5±1,47 20,0±1,83 19,3±1,03 0,39 Comprimento Interno 49,5±4,56 47,5±4,43 46,9±3,62 49,3±2,22 0,64 Profundidade da Carcaça 25,1±1,55 25,4±0,94 28,2±5,42 25,3±1,03 0,34 Acabamento (1-5) 2,50±0,50 2,50±0,41 2,50±0,35 2,20±0,27 0,56 Conformação (1-5) 2,70±0,57 2,62±0,48 2,74±0,50 2,85±0,41 0,92 Substituição parcial do milho com farelo de biscoito em 15, 30 e 45%. Valores na mesma linha, seguidos de letras diferentes, diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%. Conclusão Com exceção da variável comprimento de pernil, a substituição parcial do milho por farelo de biscoito não altera as características quantitativas da carcaça de cordeiros da raça Morada Nova em confinamento. Agradecimentos A Universidade Estadual Vale do Acaraú UVA e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico FUNCAP pelo financiamento da pesquisa.

Referências BRASIL. Decreto n. 30,691, alterado pelos Decretos n. 1,255 de 25-06-62, n. 1236 de 426 02-09-94, n. 1.812 de 08-02-96 e n. 2.244 de 04-06-97. Aprova o regulamento da 427 inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal (RIISPOA). Lex: Diário 428 Oficial da União de 5 de julho de 1997, seção I, p.11555. Brasília, 1997. Carvilhão, C.; Costa, P. B.; Vilela, C. G.; Karvatte Junior, N.; Hermes, P. R.; Taffarel, L. E. 2013. Avaliação in vivo e características da carcaça de cordeiros Santa Inês alimentados com resíduo de cervejaria. Scientia Agraria Paranaensis 12:320-330. Garcia, I. F. F.; Perez, J. R. O.; Oliveira, M. V. 2000. Características de carcaça de cordeiros Texel x Bergamácia, Texel x Santa Inês e Santa Inês puros, terminados em confinamento, com casca de café como parte da dieta. Revista Brasileira de Zootecnia29:253-260. Medeiros, G. R.; Carvalho, F. F. R.; Batista, A. M. V.; Júnior, W. M. D.; Santos, G. R. A.; Andrade, D. K. B. 2009. Efeito dos níveis de concentrado sobre as características de carcaça de ovinos Morada Nova em confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia 38:718-727. Osório, J.C.S.; Osório, M.T.M.; Jardim, P.O.C.; Pimentel, M.; Oliveira, N. M.; Gularte, M.A.; Borba, M.F.; Motta, L.; Esteves, R.; Monteiro, E.; Zambiazi, R. 1998. Métodos para avaliação de carne ovina in vivo, na carcaça e na carne. 1th ed. UFPEL, Pelotas.