Plano de Ação do CLAS de Cascais 2015 1
INTRODUÇÃO A natureza dos problemas sociais complexos (wicked problems), difíceis de definir com rigor e evidenciando interdependências e multicausalidades, desafia a Rede Social de Cascais a associar um pensamento estratégico e integrado da intervenção social à utilização de um conjunto de abordagens e métodos orientados: (i) para a governança multinível, (ii) para os cidadãos, (iii) para os resultados e (iv) para a inovação social. O ano de 2015 caracteriza-se pela realização do Diagnóstico Social de Cascais que constitui uma oportunidade de (re)posicionamento da Rede Social face aos desafios contemporâneos. Por isso, o Diagnóstico Social é entendido como um processo, que pretende envolver os membros do CLAS na construção de uma visão mais estratégica e alinhada, mas também como um fim, que pretende a produção de um conhecimento e de uma compreensão aprofundada e atualizada das problemáticas e das dinâmicas sociais no concelho. A realização do Diagnóstico Social sustentará a construção do próximo Plano de Desenvolvimento Social para Cascais. Para além dos objetivos associados ao Diagnóstico Social, o presente plano de ação propõe-se qualificar a função do planeamento na Rede Social, nomeadamente das Comissões Sociais de Freguesia, criando, deste modo, condições para um trabalho que visa assegurar uma maior articulação entre os instrumentos estruturadores da Rede Social: Diagnóstico, Plano de desenvolvimento Social e Planos de Ação. A coerência existente entre estes três instrumentos de planeamento estratégico assume uma importância fulcral no desempenho da Rede Social, e é essencial para que a ação das suas estruturas seja relevante, pertinente, adequada e eficaz. A articulação entre as várias estruturas da Rede Social constitui outro objetivo do plano de ação, que visa potenciar a concertação da intervenção e os mecanismos de comunicação entre membros da Rede Social Por ultimo o plano de ação dá continuidade à aposta na componente formativa, que tem sido implementada no âmbito da Rede Social, através da realização de ações de formação especificas para os membros do CLAS. 2
I - Eixos de atuação da Rede Social O trabalho desenvolvido pelo Núcleo Executivo do CLAS tem sido balizado pela avaliação que foi efetuada, em 2013, ao Programa Nacional da Rede Social, Projeto Rede em Prática, cujas recomendações apontam para uma maior clarificação do que são os principais enfoques de atuação da Rede Social. Tendo como base esta avaliação, o Núcleo Executivo do CLAS construiu em 2014 os Eixos de Atuação da Rede Social em Cascais, para permitir um trabalho de apoio técnico, e de monitorização, que assegure um maior alinhamento das diferentes estruturas da Rede Social ao nível (i) da planificação estratégica da intervenção social local, (ii) da identificação do impactos e resultados produzidos pelo trabalho de parceria em Cascais, e (iii) das formas de governança e dinâmicas de parceria implementadas. As componentes de cada um dos eixos atuação ajudam a uma melhor explicitação do sentido que deve orientar a atuação em rede, e do papel que as várias estruturas assumem, ou devem assumir, na sua operacionalização. Figura 1 Eixos de atuação da rede social de Cascais A. Planeamento O enfoque deste eixo visa qualificar o planeamento nas diferentes estruturas da Rede Social através de 3 dimensões: sentido estratégico, processos e e instrumentos de planeamento e monitorização. 3
Em termos do sentido estratégico pretende-se assegurar a adequação dos planos de ação às necessidades do território, orientando os objetivos para resultados e impactos sociais e alinhando às orientações do PDS. A componente dos processos e instrumentos de planeamento visa não só a adoção de sistemas de planeamento e de avaliação, privilegiando as metodologias participativas, como acautelar a utilidade e adequação dos processos e instrumentos de planeamento ao funcionamento das várias estruturas da Rede Social. O nível da monitorização pretende desenvolver mecanismos de monitorização e avaliação dos planos de ação e a sistematização e divulgação de informação. B. Impactos diretos e indiretos da Rede Social Este eixo foca-se nos efeitos que o trabalho da Rede Social vai gerando no concelho de Cascais, quer em termos de qualidade de vida da população, como no funcionamento das organizações e na capacidade de atuar de forma colaborativa e em rede. Na componente dos impactos ao nível das respostas à população, pretende-se dar conta dos impactos das ações desenvolvidas em parceria junto das populações, identificar as respostas criadas em rede para necessidades especificas dos grupos e indivíduos em situação de pobreza e exclusão social, e assegurar a eficácia e eficiência do trabalho em rede (sinergias, coordenação, ). Um outro enfoque desta componente, prende-se com os impactos do trabalho em rede nas organizações quer ao nível das transformações no funcionamento, cultura e práticas dos serviços e entidades locais, como da articulação, rentabilização e racionalização da intervenção dos parceiros locais, e influência do trabalho em rede no desenvolvimento de competências estratégicas e operacionais. Por ultimo, o reconhecimento e valorização da identidade da rede, visa desenvolver a capacidade de transferibilidade de recursos e de boas práticas entre os territórios, uma maior transparência, abertura e interação com outras entidades e com a população, os mecanismos de participação das populações nos processos da rede social, e os reflexos do trabalho em rede na conceção e implementação de politicas sociais. C. Governação e Governança O eixo da governação e governança centra-se na estrutura e composição das redes, na visão estratégica e liderança e na concertação e compromisso. Ao nível da estrutura e composição das redes, pretende-se aferir o grau de adequação da composição das redes à natureza dos problemas do território/freguesia, bem como 4
a necessidade e importância de mobilizar (outros) atores estratégicos para a rede, e a sua capacidade de envolvimento dos parceiros na rede. Na componente visão estratégica e liderança importa analisar quer o nível de compreensão estratégica e consciência crítica dos parceiros sobre o território e a realidade social, como os processos de liderança em curso nas estruturas da rede Social. Em termos da concertação e compromisso o enfoque é colocado a vários níveis: implicação e comprometimento dos parceiros na rede, impacto do trabalho em rede nos processos de concertação, decisão e contratualização da intervenção, capacidade de concretização de processos participados e desenvolvimento de ações conjuntas, níveis de articulação das estruturas da rede social e outras estruturas de parceria, e por ultimo, mecanismos de comunicação utilizados entre membros da rede e o papel que desempenham para a coesão da rede. III. Objetivos 2015 Objetivo 1 Coordenar a execução do Diagnóstico Social por forma a assegurar: (i) a adequação das propostas metodológicas (CEDRU) às necessidades/expectativas do CLAS, (ii) uma participação representativa da diversidade de organizações e públicos, e (iii) uma interligação entre os diferentes momentos de recolha de informação (lotes) e otimização dos procedimentos de consulta às organizações. Realização de reuniões quinzenais do NE de coordenação do Diagnóstico. Leitura e análise crítica dos documentos produzidos pelo CEDRU (Relatórios, propostas metodológicas, etc.). Realização de 4 reuniões do NE com a equipa da CEDRU. Coordenação do cronograma e do mapa de envolvimento stakeholders. Objetivo 2 Assegurar uma informação sistemática e apelativa do Diagnóstico Social que proporcione um posicionamento informado e ativo dos membros do CLAS. Criar instrumentos de comunicação que permitam uma divulgação regular da informação do Diagnóstico (conteúdos e processo): plenários, newsletter, painel Info Diagnóstico, email, plataforma, etc. 5
O Núcleo Executivo dinamizar o grupo de facilitadores do Diagnóstico composto por representantes de diversas estruturas da RS (CSF, Plataformas, ) Objetivo 3 Potenciar o Diagnóstico Social como oportunidade de construção de uma visão/reflexão critica do CLAS sobre o território e a realidade social de Cascais. Criar momentos de reflexão ao longo do desenvolvimento do Diagnóstico (plenário, grupos de trabalho, etc Objetivo 4 Reforçar o papel do CLAS e das CSF no planeamento, na construção de soluções com impactos sociais, e na consolidação de dinâmicas de governança Implementar o sistema de monitorização da Rede Social nas suas 3 componentes: planeamento, impactos e governança Promover reuniões inter-núcleos executivos (NE CLAS e NE CSF) Efetuar análises cruzadas entre os vários planos de ação Objetivo 5 Assegurar a articulação entre as várias plataformas e sub-redes existentes Contribuir para que a Plataforma de Recursos de Apoio na Privação Material do Concelho de Cascais defina os seus objetivos operacionais (nível estratégico/operacional): o Participar em 2015 nos momentos coletivos da plataforma o Assegurar que a dinâmica existente é integrada e melhorada no contexto da nova plataforma. Integrar a estrutura da parceria do Cascais DesEnvolve (DLBC): o Apoiar a identificação de desafios, estratégias e principais orientações de atuação o Acompanhar o grupo de ação local (GAL) e apoiar a Comissão Executiva do DLBC Objetivo 6 Qualificar os agentes sociais através de ações de formação 6
Organizar e realizar ação de formação da metodologia SPIRAL para 15 técnicos/as das organizações da Rede Social Qualificar 25 técnicos/as da RS ao nível do planeamento e gestão de projetos Objetivo 7 Assegurar o funcionamento dos diversos órgãos da Rede Social Assegurar o funcionamento do NE do CLAS Apoiar o funcionamento dos NE das CSF Realizar 3 plenários do CLAS Analisar os pedidos de adesão à Rede Social Elaborar os pareceres solicitados à Rede Social Alimentar o site da Rede Social Disseminar informação relevante para todos os membros da Rede Social IV. Alinhamento dos Objetivos 2015 aos eixos de ação da Rede Social Ao analisar a relação do Plano de Ação do CLAS com os eixos de atuação da Rede Social, percebe-se que os objetivos de 2015 estão alinhados com os três eixos: Planeamento, impactos e governança. A centralidade do Diagnóstico Social no plano de ação está expressa no sentido e visão estratégica que será alimentado por este processo. Figura 2 Matriz de coerência dos objetivos do PA do CLAS Objetivos 2015 Sentido Estratégico Planeamento Impactos Governança e Governação Processos Instrumentos Monitorização População Organizações Rede(s) Composição estrutura Visão estratégica Concertação compromisso Objetivo 1 Objetivo 2 Objetivo 3 Objetivo 4 Objetivo 5 Objetivo 6 Objetivo 7 7
V. Cronograma Objetivos Coordenar a execução do Diagnóstico Social Assegurar uma informação sistemática e apelativa do Diagnóstico Social que proporcione um posicionamento informado e ativo dos membros do CLAS. Potenciar o Diagnóstico Social como oportunidade de construção de uma visão/reflexão critica do CLAS sobre o território e a realidade social de Cascais Reforçar o papel do CLAS e das CSF no planeamento, na construção de soluções com impactos sociais, e na consolidação de dinâmicas de governança Assegurar a articulação entre as várias plataformas e sub-redes existentes Qualificar os agentes sociais através de ações de formação Realização de reuniões quinzenais do NE de coordenação do Diagnóstico. Leitura e análise crítica dos documentos produzidos pelo CEDRU (Relatórios, propostas metodológicas, etc.). Realização de 4 reuniões do NE com a equipa da CEDRU. Coordenação do cronograma e do mapa de envolvimento stakeholders J F M A M J J A S O N D Criar instrumentos de comunicação que permitam uma divulgação regular da informação do Diagnóstico (conteúdos e processo): plenários, newsletter, painel Info Diagnóstico, email, plataforma, etc. O Núcleo Executivo dinamizar o grupo de facilitadores do Diagnóstico composto por representantes de diversas estruturas da RS (CSF, Plataformas, ) Criar momentos de reflexão ao longo do desenvolvimento do Diagnóstico (plenário, grupos de trabalho, etc) Implementar o sistema de monitorização da Rede Social nas suas 3 componentes: planeamento, impactos e governança Promover reuniões inter-núcleos executivos (NE CLAS e NE CSF) Efetuar análises cruzadas entre os vários planos de ação Contribuir para que a Plataforma de Recursos de Apoio na Privação Material do Concelho de Cascais defina os seus objetivos operacionais (nível estratégico/operacional) Integrar a estrutura da parceria do Cascais DesEnvolve (DLBC) Organizar e realizar ação de formação da metodologia SPIRAL para 15 técnicos/as das organizações da Rede Social Qualificar 25 técnicos/as da RS ao nível do planeamento e gestão de projetos Assegurar o funcionamento do NE do CLAS Apoiar o funcionamento dos NE das CSF Assegurar o funcionamento dos diversos órgãos da Rede Social Realizar 3 plenários do CLAS Analisar os pedidos de adesão à Rede Social Elaborar os pareceres solicitados à Rede Social Alimentar o site da Rede Social 8
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