A PERSONAGEM FEMININA NA LITERATURA INFANTIL. Palavras-chave: Literatura infantil. Personagem feminina. Anos Iniciais do Ensino Fundamental

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Transcrição:

A PERSONAGEM FEMININA NA LITERATURA INFANTIL ISBN 978-85-7846-516-2 Mikaela Francielle Alves Email: mikafalves@hotmail.com Rovilson José da Silva E-mail: rovilson@uel.br Eixo 1: Didática e Práticas de Ensino na Educação Básica Resumo Esta pesquisa de iniciação científica e TCC, em desenvolvimento, com base no projeto de pesquisa Biblioteca no ensino fundamental de escolas públicas de Londrina: mediação pedagógica da leitura e informação investiga como a personagem feminina está sendo representada nos contos de fadas presentes na sala de aula de Anos Iniciais do Ensino Fundamental atualmente. Palavras-chave: Literatura infantil. Personagem feminina. Anos Iniciais do Ensino Fundamental Introdução Este trabalho, em andamento, tem como objetivo analisar a construção do feminino a partir dos contos de fadas A cinderela, Branca de Neve e os sete anões e A bela adormecida que apresentam a mulher, quase sempre dependente de um príncipe. Assim, buscar-se-á com a investigação relacionar o papel da mulher na sociedade atual e a representação do feminino na literatura infantil. A pesquisa terá como base em discussão bibliográfica e análise de obras da literatura infantil citadas, os contos de fadas. Assim, abordam-se aqui contexto e características da literatura infantil, em seguida aspectos históricos da trajetória da mulher na construção da sociedade. 57

Desenvolvimento Literatura é um dos elementos da arte que vem sendo elaborado ao longo da história da humanidade por meio de vivências e das relações humanas. A obra literária é considerada um fenômeno da criação humana, pois ela gera a possibilidade de novos conhecimentos, a literatura representa realidade social e contexto de todo uma sociedade. A obra literária é constituída pela cultura, sendo assim a literatura faz com que o sujeito se humanize. Por meio da relação com o outro e com a leitura que o sujeito se constitui. Ao ler, ouvir ou contar histórias a pessoa se apropria de tal vivência e isto a transforma. Como construção humanizadora, a literatura é capaz de transformar a vida do ser humano, conforme Antonio Candido (2002, p.82) [...] a literatura como força humanizadora, não como sistema de obras. Como algo que exprime o homem e depois atua na própria formação do homem. A literatura atua de forma consciente e inconsciente nos seres humanos, o ato de ler gera conhecimento significativo no leitor, humaniza-o. Sendo compreendida como um objeto social, uma produção humana constituída culturalmente e para a existência da literatura é necessário, conforme Lajolo (1984, p.16) [...] que alguém escreva e que o outro leia. Ela só existe enquanto obra neste intercâmbio social. A literatura nasce da relação social entre autor e leitor. (LAJOLO, 1982) Como elemento social, a literatura é arte da palavra que age na mente dos seres humanos, possibilitando-lhes possibilidade de refletir, ter visão crítica sobre o mundo em que está inserido e, principalmente, sobre si mesma. Ao caracterizar a literatura infantil, é necessário que se compreenda o ato de ler, pois é a leitura que se torna concreto na vida do sujeito assim como cita Coelho (1991, p.15) [...] o impulso para ler, para observar compreender o espaço em que vive e com quem se convive, é condição básica do ser humano. A autora deixa claro como esses três elementos, ler, observar e compreender estão interligados e são indispensáveis para o entendimento do sujeito enquanto ser que transforma e modifica o seu meio. 58

A literatura propõe ao seu leitor uma perspectiva à realidade histórica, a literatura pode ser vista, segundo Coelho (1987, p.25), [...] como objeto que provoca emoções, dá prazer o diverte e, acima de tudo, modifica a consciência-de-mundo de seu leitor, a Literatura Infantil é Arte [...]. Por meio da leitura há descoberta de um novo mundo para a criança, tornando possível um novo olhar sobre aquilo que ela já conhece, assim caracteriza-se a literatura infantil, como transmissora do conhecimento e representatividade. (COELHO, 1991) Para Coelho (1991 p.24) A literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o Mundo, o Homem, a Vida, através da palavra. [...]. É esta que lida com a imaginação, a criação e a representação extraindo a sua essência para que a criança se constituísse por meio desta literatura, em seu desenvolvimento, a criança é vista como um ser que está em formação, que carece que o outro esteja presente para orientá-la. Uma das características com que fez que a literatura infantil ganhasse espaço fora a maneira como a criança e o mundo que os adultos querem que a criança veja são representados nos livros. Compreende-se a literatura infantil como comunicação social e arte, provocando em seu leitor, a criança, realizem por meio da leitura a consciência de mundo e uma nova visão sobre o mesmo, para que seja uma representação da realidade em que vive e no que se pode construir durante a leitura dentro de seu pensamento. Nesse contexto, cabe à indagação se há correspondência entre a personagem feminina que é apresentada nos contos infantis e a mulher do século XXI, pois a mulher tem conquistado, em cada momento histórico, seu protagonismo, sua emancipação, embora: [...] apenas nos inícios do século vinte começou nos países desenvolvidos o movimento pela emancipação da mulher. Até então, ela não tinha sequer o direito a educação de nível mais avançado e ao voto. Foi apenas por essa época que os esforços feministas iniciados na Inglaterra começaram a chamar a atenção da opinião pública ocidental para o estado de discriminação em que vivia a mulher (MURARO, 1972, p.32). Antes deste período, o papel da mulher na sociedade era visto como o de servir a casa e seus afazeres, pouco se tinha de mulheres ocupando espaços 59

públicos, dominava somente o sexo masculino. Podendo assim dizer que a mulher vivia em um espaço isolado da sociedade, não exercia papeis importantes e, quando exerciam, não eram valorizadas naquele tempo. Ao pensar a mulher em seu contexto histórico, sempre foi delegado a ela o papel do cuidado dos filhos e do lar: Aqui, o papel da mulher é, a nosso ver, o mais importante: a mulher, mãe dos homens, mãe da raça humana é, por definição, aquela que guarda em si tudo aquilo que pode, biológica, psicologicamente servir para a transmissão da vida, a preservação da pessoa e da espécie como tal (MURARO, 1972,p.70). Durante anos a quantidade de mulheres dentro da escola era um número menor do que o dos homens. Isto e outros fatores afetaram por longo período a construção de identidade e valorização do trabalho da mulher dentro da sociedade. O trabalho abre novas perspectivas para mulher, podendo analisar assim que o mesmo proporciona um novo olhar da mulher sobre seu futuro e sua função social. Segundo Muraro (1972, p.126): A libertação da mulher, a modificação da sua face no futuro, será, numa primeira etapa, obtida pela generalização do trabalho feminino. Tendo mais segurança econômica, a mulher terá mais oportunidades, mais chance de encontros humanos de todos os tipos, e, portanto, muito maior riqueza interior. Entretanto, as desigualdades sociais e históricas não possibilitaram a ascensão social do sexo feminino. Assim, atribuir outros papeis para a mulher na sociedade é o inicio de outra discussão, quais papeis são estes? Refletir também o que está gerando as mulheres assumir estes papéis, sendo por necessidade financeira ou até mesmo psicológica, não se deve apenas as mulheres assumir outros papéis no mercado de trabalho entre outros sentidos da sociedade e não serem valorizadas nos mesmos. Analisando as transformações na construção do sujeito, em virtude do contexto da época, o papel da mulher na sociedade, a sua forma de agir e pensar foi mudando, mas ainda há muitas demandas a serem conquistadas. Conclusão 60

A literatura infantil é imprescindível para a formação das crianças. Do contato com a arte literária ampliam-se os horizontes da criança em relação a si mesma e ao mundo circundante. Portanto, essa investigação analisará até que ponto a literatura que veicula a imagem de mulher sempre à sombra masculina não poderá influenciar a compreensão do papel feminino na sociedade. Referências CÂNDIDO, Antônio. A literatura e a formação do homem. Disponível em:<file:///c:/users/rosin/desktop/tcc/leituras/8635992-5655-1- PB.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2017. LAJOLO, Marisa. O que é Literatura. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1982. COELHO, Nelly Novaes. A Literatura Infatil: história, teoria, análise. 4. ed. São Paulo: Quíron, 1987. COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 5. ed. São Paulo: Ática, 1991. MURARO, Rose Marie. A mulher na construção do mundo futuro. 7. ed. Petropolis: Vozes, 1972. 61