Curvas de Pressão Intracavitária, Gradientes de Pressão e Cálculo do Débito Cardíaco Sérgio Luiz Navarro Braga Doutor em Ciências FMUSP Chefe da Seção Médica de Hemodinâmica
Atualmente manometria plano secundário no estudo hemodinâmico (dados indiretos ECO) Dados coletados variáveis quantitativas e qualitativas que são comparados com padrões normais Sistema manométrico - Transdutor - Amplificador - Registrador Análise fidedigna das variáveis analisadas
Pressão sanguínea força gerada pela atividade mecânica transmitida por um fluído (sangue) Curva característica em cada local do sistema cardiocirculatório Conceito físico pressão = força exercida por unidade de área (mmhg) 01 mmhg = 1/760 da pressão exercida por uma coluna de Hg de 760mm de altura ao nível do mar com aceleração da G = 980,77cm/S2 e densidade do Hg = 13,59 g/cm3
Valores da manometria são distintos se o orifício do cateter se encontra no mesmo sentido ou contrário ao fluxo sanguíneo ( s são pequenas) Transdutor traduz sempre a diferença entre a pressão sanguínea intracavitária e a pressão atmosférica Valor zero = pressão atmosférica local
Conjunto cateter + transdutor + vaso e cavidades sistema de vasos comunicantes 1. Manúbrio esternal 2. 2,5cm abaixo do manúbrio Plano Zero 3. 10cm acima do tampo da mesa 4. Linha axilar Média* 5. Metade da espessura torácica * Plano da conexão da VCS com o AD
Transdutor Dispositivo eletromecânico que transforma energia mecânica (pressão) em sinal elétrico (massa, mola e amortecedor) Massa = elemento inercial (fluído que preenche sistema) Mola = elemento elástico (membrana) Amortecedor = forma de dissipar energia do sistema Oscilações com determinada freqüência (ciclos) ondas com configurações diversas
Características Básicas do Transdutor Estabilidade Sensitividade sem variações na linha de base detectar pequenas variações Linearidade todos os valores único padrão de calibração para Flexibilidade e Elasticidade volume de líquido possível Ø bolhas menor Freqüência natural de ressonância até 1.000 ciclos/ segundo
Período sistólico Conceitos sobre Manometria Ciclo Cardíaco Fase de contração isovolumétrica elevação da pressão intraventricular que se segue ao início da atividade elétrica (ECG) abertura da valva aórtica 1ª bulha cardíaca até a Fase de ejeção abertura da valva aórtica até o seu fechamento
Período diastólico I Ciclo Cardíaco Fase de relaxamento isovolumétrico: fechamento da valva aórtica até a abertura da valva mitral quando a pressão intraventricular caí a níveis inferiores ao da pressão no AE. Fase de enchimento rápido: abertura da valva mitral com aumento rápido do volume ventricular e de redução do volume e da pressão atrial (descendente Y)
Período diastólico II Ciclo Cardíaco Fase de enchimento lento = diástase: Pressões no átrio e ventrículo esquerdos aumentam lentamente até a próxima sístole atrial (3ª bulha) Fase de contração atrial ou pré-sístole: ocorre no final da diástole ventricular ou sístole atrial da pressão atrial (onda a) com aumento da pressão e da velocidade de enchimento ventricular (4ª bulha)
Ciclo Cardíaco
Átrio direito: Conceitos sobre Manometria Pressões do Lado Direito do Coração Onda a Onda c Onda v contração atrial início da contração do VD (fechamento da valva tricúspide) abertura da valva tricúspide (ápice) Descendente Y queda da pressão intra-atrial
Pressões do Lado Direito do Coração
Pressões do Lado Direito do Coração Ventrículo direito: Aspecto arredondado fase de ejeção lenta fechamento da valva pulmonar com queda abrupta da pressão do VD a níveis do AD ou abaixo deste aumento lento da pressão diastólica Curva da artéria pulmonar não mostra incisura anacrótica e incisura dicrótica = fechamento Capilar pulmonar reflete com atraso os fenômenos que ocorrem no AE
Pressões do Lado Direito do Coração
Pressões do Lado Direito do Coração
Pressões do Lado Esquerdo do Coração Ventrículo esquerdo intracavitária grande aumento da pressão Aorta: Incisura anacrótica: abertura da valva (ejeção rápida e desaceleração) Ápice da curva: fase de ejeção lenta Incisura dicrótica: fechamento da valva aórtica (final da ejeção ventricular)
Estenose Mitral
Estenose Mitral
Insuficiência Mitral Crônica
Insuficiência Mitral Aguda
Insuficiência Aórtica
Estenose Aórtica
Estenose Tricúspide
Estenose Tricúspide
Estenose Tricúspide
Insuficiência Tricúspide
Estenose Pulmonar Valvar
Coarctação de Aorta
Miocardiopatia Hipertrófica Obstrutiva
Volume de sangue posto em circulação pelo coração por unidade de tempo (l/min) Índice comparável nas diferentes pessoas e independente do seu tamanho índice cardíaco* Índice sistólico: Débito sistólico/sc 3 variáveis Débito Cardíaco Definições * IC = DC (l/min/m 2 ) (2,8 4,2) SC Pré-carga Contratilidade do músculo cardíaco Pós-carga
Débito Cardíaco Método de Fick (1870) DC (l/min) = Consumo de O 2 (ml/min) AV O 2 (vol%) x 10 AV O 2 = Diferença A-V na concentração de O 2 em ml de O 2 por 100 ml de sangue Consumo de O 2 = Tabela ou volume de ar expirado em 3 minutos e a concentração de O 2 no ar ambiente e no ar expirado (saco de Douglas)
Stewart (1897) Débito Cardíaco Diluição de Indicadores Equação de Hamilton DC = i x 60 cm x t DC = débito cardíaco (l/min) i = Quantidade de indicador injetado* (mg) 60 = 60 segundos cm = concentração média do indicador (mg/l) t = duração total da curva de diluição (segundos) * Indicador = cardio green
Termodiluição Indicador possui temperatura menor que o sangue circulante Cateter balonado com termistor distal Substância gelada ciclo por ciclo eleva a temperatura curva (débito cardíaco)
Pericardite Constritiva
Conclusões 1. A manometria de câmaras direitas e esquerdas permanece como dado obrigatório para o diagnóstico, quantificação, repercussão e avaliação do tratamento das cardiopatias congênitas e adquiridas. 2. O débito cardíaco, na ausência de equipamentos eletrônicos sofisticados para a sua obtenção, pode ser facilmente adquirido por intermédio de cálculos relativamente simples.