Qualidade no levantamento de requisitos



Documentos relacionados
Engenharia de Requisitos

Requisitos do usuário, do sistema e do software [Sommerville, 2004]

Aula 2 Revisão 1. Ciclo de Vida. Processo de Desenvolvimento de SW. Processo de Desenvolvimento de SW. Processo de Desenvolvimento de SW

Gerenciamento de Requisitos Gerenciamento de Requisitos

QUALIDADE DE SOFTWARE

Atividades da Engenharia de Software ATIVIDADES DE APOIO. Atividades da Engenharia de Software. Atividades da Engenharia de Software

Curso Superior de Tecnologia em Banco de Dados e Sistemas para Internet Disciplina: Projeto Integrador III Prof.: Fernando Hadad Zaidan

3. Fase de Planejamento dos Ciclos de Construção do Software

Especialização em Engenharia de Software e Banco de Dados

Elicitação de requisitos e análise

CAPABILITY MATURITY MODEL FOR SOFTWARE. Eduardo Mayer Fagundes

Análise de Sistemas. Contextualização. O Sucesso. Aula 4. Instrumentalização. Aula 4. Prof. Emerson Klisiewicz. Clientes satisfeitos

Gerenciamento de Requisitos

Gerenciamento de Qualidade. Paulo C. Masiero Cap SMVL

natureza do projeto e da aplicação métodos e ferramentas a serem usados controles e produtos que precisam ser entregues

1. Modelagem de Sistemas 1.1. Os Desenvolvedores de Sistemas podem Escolher entre Quatro Caminhos

Engenharia de Software II

Instrutora: Claudia Hazan Motivações para Engenharia de Requisitos (ER) Processo de Requisitos

Capítulo 2. Processos de Software Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados. slide 1

Resolução da lista de exercícios de casos de uso

Projeto de Sistemas I

Projeto de Desenvolvimento de Software. Apresentação (Ementa) e Introdução

Gerenciamento da Integração (PMBoK 5ª ed.)

PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL. Projeto 914 BRA PRODOC-MTC/UNESCO DOCUMENTO TÉCNICO Nº 03

Engenharia de Software e Gerência de Projetos Prof. Esp. André Luís Belini Bacharel em Sistemas de Informações MBA em Gestão Estratégica de Negócios

Levantamento, Análise e Gestão Requisitos. Aula 12

Prof. Me. Marcos Echevarria

Questionário de avaliação de Práticas X Resultados de projetos - Carlos Magno Xavier (magno@beware.com.br)

LEAN SIX SIGMA PARA O SERVICE DESK

TI Aplicada. Aula 02 Áreas e Profissionais de TI. Prof. MSc. Edilberto Silva prof.edilberto.silva@gmail.com

Metodologia de Desenvolvimento de Software. Prof. M.Sc. Sílvio Bacalá Jr

Gerenciamento de Projetos Modulo II Clico de Vida e Organização

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA E INFORMÁTICA BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO RAPID APPLICATION DEVELOPMENT

Análise e Projeto de Sistemas

Processo de Desenvolvimento de Software

Qualidade de Software

Professor: Curso: Disciplina: Aula 4-5-6

Engenharia de Software II

DESENVOLVENDO O SISTEMA

Engenharia de Software

ITIL v3 - Operação de Serviço - Parte 1

Engenharia de Software Tema da Aula Definição e Especificação de Requisitos I - Conceitos. Exercício

Gestão da Qualidade em Projetos

Introdução a Computação

Gestão dos Prazos e Custos do Projeto

Modelagem de Processos de Negócio Aula 5 Levantamento de Processos. Andréa Magalhães Magdaleno andrea@ic.uff.br

Engenharia de Requisitos de Software

Mauricio Barbosa e Castro

Disciplina: Gerenciamento de Projetos e Práticas de Integração. Gerenciamento de Projetos e Práticas de Integração.

Tópicos da Aula. Que é são requisitos? Tipos de Requisitos. Requisitos Funcionais. Classificação de Requisitos. Requisitos de Software.

Risco de projeto é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, tem um efeito positivo ou um negativo no objetivo de um projeto.

PROJETO DE SISTEMAS. Professora Lucélia

IAS 38 Ativos Intangíveis

Unidade I Conceitos BásicosB. Conceitos BásicosB

Requisitos de Software. Requisitos de Software. Requisitos de Software. Requisitos de Software. Requisitos de Software. Requisitos de Software

Perguntas. Que todo usuário deveria fazer antes de comprar um software CAD de baixo custo. Por Robert Green, proprietário da Robert Green Consulting

Mostrei minha obra-prima à gente grande, perguntando se meu desenho lhes dava medo.

Processos de gerenciamento de projetos em um projeto

1. Introdução. Avaliação de Usabilidade Página 1

TÉCNICAS DE PROGRAMAÇÃO

Módulos QM de sistemas ERP ou MES X Sistemas LIMS?

Engenharia de Software II

Engenharia de Requisitos

QUANDO este projeto deve ser realizado e QUANTO este projeto deverá custar?

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA INTERNA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA AULA 14 PROFª BRUNO CALEGARO

Sistema Datachk. Plano de Projeto. Versão <1.0> Z u s a m m e n a r b e i t I d e i a s C o l a b o r a t i v a s

Eduardo Bezerra. Editora Campus/Elsevier. Princípios de Análise e Projeto de Sistemas com UML - 2ª edição

Em jogo, segredos estratégicos do pré-sal

3 Qualidade de Software

c. Técnica de Estrutura de Controle Teste do Caminho Básico

5 Dicas Testadas para Você Produzir Mais na Era da Internet

GERÊNCIA DE PROJETOS DE SOFTWARE. Introdução

Introdução. Escritório de projetos

Diretrizes de Qualidade de Projetos

Engenharia de Software III

A SEGUIR ALGUMAS DICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO CIENTÍFICO

Gerenciamento de Projetos Modulo III Grupo de Processos

Cinco restrições de desenvolvimento/teste que afetam a velocidade, o custo e a qualidade dos seus aplicativos

Gestão dos Pequenos Negócios

Engenharia de Software

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE. Modelos de Processo de Desenvolvimento de Software

Pesquisa do IBRI é matéria de capa da revista Exame

DIRETORIA COMERCIAL PLANO DE OCUPAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DA COELCE

Etapas para a preparação de um plano de negócios

sendo bastante acessível e compreendido pelos usuários que o utilizarem.

CHAIR DRYDEN: Continuemos, vamos passar ao último tema do dia. Ainda temos 30 minutos.

Projeto da Disciplina Parte1: Estudo de Viabilidade. Um Estudo de Viabilidade

Unidade II MODELAGEM DE PROCESSOS

análisederisco empresarial

TRANSIÇÃO DAS CERTIFICAÇÕES DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE E SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL, PARA AS VERSÕES 2015 DAS NORMAS.

MODELAGEM DE SISTEMA Apresentação

PATRIMÔNIO LÍQUIDO CONTÁBIL versus VALOR DE MERCADO Cálculo do patrimônio líquido pelo valor de mercado

Gerenciamento de Projetos Modulo VIII Riscos

Era uma vez um príncipe que morava num castelo bem bonito e adorava

Requisitos de Software. Teresa Maciel DEINFO/UFRPE

BSI Letramento Digital Prof. André Di Thommazo. Organização pessoal

Transcrição:

Qualidade no levantamento de Trecho do Pequeno Príncipe: Antoine Saint-Exupéry, 1996. E ele repetiu-me então, brandamente, como uma coisa muito séria: - Por favor... desenha-me um carneiro... Quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer. Por mais absurdo que aquilo me parecesse a mil milhas de todos os lugares habitados e em perigo de morte, tirei do bolso uma folha de papel e uma caneta. Mas lembrei-me, então, que eu havia estudado de preferência geografia, história, cálculo e gramática, e disse ao garoto (com um pouco de mau humor) que eu não sabia desenhar. Respondeu-me: -Não tem importância. Desenha-me um carneiro. Como jamais houvesse desenhado um carneiro, refiz para ele um dos dois únicos desenhos que sabia. O da jibóia fechada. E fiquei estupefato de ouvir o garoto replicar: Qualidade no levantamento de Requisitos - Não! Não! Eu não quero um elefante numa jibóia. A jibóia é perigosa e o elefante toma muito espaço. Tudo é pequeno onde eu moro. Preciso é dum carneiro. Desenha-me um carneiro. Então eu desenhei. Olhou atentamente, e disse: - Não! Esse já está muito doente. Desenha outro. Desenhei de novo. -Bem vês que isto não é um carneiro. É um bode... Olha os chifres... -Fiz mais uma vez o desenho. Mas ele foi recusado como os precedentes: - Este aí é muito velho. Quero um carneiro que viva muito. -Então, perdendo a paciência, como tinha pressa de desmontar o motor, rabisquei o desenho ao lado. E arrisquei: -Esta é a caixa. O carneiro está dentro. Mas fiquei surpreso de ver iluminar-se a face do meu pequeno juiz: -- Era assim mesmo que eu queria! Será preciso muito capim para esse carneiro? Consistem em uma série de sentenças que descrevem de maneira clara, concisa, consistente e não ambígua todos os aspectos significativos do sistema a ser desenvolvido 1

Por que qualidade no Gerenciamento de? Alto custo dos erros dos Qualidade no levantamento de Fonte : G.T.E. Developments é uma companhia de software fundada em 1989, a qual se especializou no desenvolvimento de aplicações de software específicas para pinturas industriais. IBM desenvolve e manufatura diversas tecnologias da informação, dentre as quais sistemas operacionais, softwares, sistemas de armazenamentode dados e microeletrônicos. DAVIS, Alan M. Software requirements objects, functions and states. Englewood Cliffs : Prentice Hall, 1993. Fontes de erros em um projeto da US Air Force Qualidade no levantamento de Principais problemas Problemas de escopo limite é mal definido Problemas de entendimento Usuários não estâo completamente certos do domínio do problema ou mesmo tem pouca compreensão das capacidades e limitações do ambiente computacional Problemas de volatilidade mudam ao longo do tempo Qualidade no levantamento de O modelo de avaliação de maturidade do processo de desenvolvimento CMM-SW (Capability Maturity Model-SW) considera o gerenciamento de como sendo uma das primeiras etapas para alcançar a maturidade organizacional, e para haver o gerenciamento é preciso que o processo de desenvolvimento de esteja implantado na empresa. 2

Qualidade no levantamento de Qualidade no levantamento de Os não ficam somente com a equipe de desenvolvimento: eles se propagam por toda a área de Tecnologia da Informação (TI). homologação telecomunicações outras produção métrica Classificação dos Requisitos Requisitos não Qualidade no levantamento de Qualidade no levantamento de Requistos Descrevem as diversas funções que os clientes e usuários querem ou precisam que o software execute. Compreendem : - funções; - interação com usuário e outros sistemas; - dados, relatórios/consultas; e - inversos: o que não deve fazer. Requistos não São as qualidades globais de um software Compreendem não : - características de funcionalidade, usabilidade, confiabilidade, desempenho e suportabilidade - e outras... Ex. "o sistema deve possibilitar o cálculo dos gastos diários, semanais, mensais e anuais com pessoal". "o sistema deve emitir relatórios de compras a cada quinze dias". 3

São exemplos de não-: "a base de dados deve ser protegida para acesso apenas de usuários autorizados"; - "o tempo de resposta do sistema não deve ultrapassar 30 segundos"; - "o software deve ser operacionalizado no sistema Linux"; - "o tempo de desenvolvimento não deve ultrapassar seis meses". Engenharia de Requisitos - Uma sub área da Engenharia de Software - Engenharia de é um conjunto estruturado de atividades para extrair, validar e manter um conjunto de documentos de. Engenharia de Requisitos Macro atividades: 1. Elicitação; 2. Definição; 3. Análise; 4. Especificação; 5. Gerência dos Requisitos 6. Gerência de mudanças Elicitação dos - Nesta fase o engenheiro de procura captar os do software, buscando obter conhecimento do domínio do problema. -Para alcançar tal objetivo, esta fase utiliza três atividades principais: identificação das fontes de informação, coleta de fatos e comunicação, além de ferramentas, pessoal e métodos. 4

Elicitação dos Obter informação sobre domínio do problema e sistema atual (Antes de manter as reuniões com os clientes e usuários e identificar os, é fundamental conhecer o domínio do problema e os contextos organizacional e operacional (situação atual). A equipe responsável pelo levantamento deve se familiarizar com o vocabulário próprio do domínio a ser considerado. Preparar e realizar reuniões de levantamento /negociações (Utilizar técnicas específicas para o levantamento de e técnicas de negociação). Identificar e revisar os objetivos do sistema (Identificar e revisar quais informações relevantes para o cliente que o sistema deverá gerir e armazenar.) Identificar e revisar os Identificar e revisar os não pobre elicitação dos Poucos desenvolvedores fazem uso de técnicas no momento de elicitar os de um sistema Falhamos por não termos método e não utilizarmos técnicas para elicitar os. Definição dos -É uma descrição abstrata dos serviços que o sistema deve oferecer e das restrições sob as quais ele deve operar ( e não ) -Tem por função modelar o sistema a ser desenvolvido e apresentar esse modelo ao cliente e usuários. Portanto, esse documento deve ser escrito utilizando-se modelos bastante inteligíveis como a linguagem natural e diagramas de fácil compreensão pobre definição dos Uma pobre definição dos, que devem ser escritos em linguagem natural para serem lidos e entendidos por clientes, gerentes, usuários finais do sistema, gerentes contratantes e arquitetos de sistemas, acarreta em uma má definição do sistema Falhamos por não termos uma clara visão do problema que estamos tentando resolver. 5

Análise dos -O projetista (engenheiro de ) especifica as funções e desempenho do software, indica a interface do software com outros sistemas e estabelece as restrições de projeto do software. - O objetivo é avaliar e revisar o escopo do software. Por meio de um processo de descoberta, refinamento, modelagem e especificação, o objetivo é obter uma especificação de completa e consistente. pobre análise dos Somente a partir de um minucioso levantamento de pessoas e atividades poderemos identificar os elementos do domínio informações e processos que serão automatizados pelo sistema computacional. Falhamos por não aprofundarmos a descoberta do domínio da aplicação e desconsiderarmos informações importantes para o sucesso da aplicação. Especificação dos -Traz informações adicionais à definição de, podendo ser desenvolvida em uma linguagem mais estruturada e acompanhada de modelos do sistema. - Linguagem natural estruturada, linguagem de descrição de projetos, linguagens de especificação de, notações gráficas, especificação matemática. pobre especificação dos Quando deixamos de produzir a especificação dos, que é a descrição sistemática e abstrata do quê o software deve fazer a partir daquilo que foi analisado e quais os critérios de validação serão utilizados para avaliar se o sistema cumpre o que foi definido, privamo-nos de um valioso instrumento de comunicação sistemática entre analistas e projetistas do software. Falhamos por não aprofundarmos a descoberta do domínio da aplicação e desconsiderarmos informações importantes para o sucesso da aplicação. 6

Gerência de -Estabelece um entendimento comum entre o cliente e os do cliente que serão tratados pelo projeto do software. -A Gerência de Requisitos envolve o estabelecimento e manutenção de um acordo com o cliente relativo aos do software. -Este acordo cobre tanto os técnicos () como os não técnicos (não ) e será a base para estimativa, planejamento, execução e acompanhamento das atividades do projeto de desenvolvimento do software durante seu ciclo de vida. Falhamos quando realizamos uma pobre gerência dos É uma atividade crucial no processo de engenharia de, ou seja, é necessário não somente escrever os de forma compreensível mas também permitir que eles possam ser rastreados e gerenciados ao longo da evolução do sistema Realizando-se uma Gerência de Requisitos eficaz, é possível responder a questões como: Quantos há neste projeto? Quantos são de prioridade alta? Que percentagem dos está incorporada na linha de base do projeto? perdemos o controle do processo, permitindo que cliente e gerentes interfiram diretamente na equipe e no processo de desenvolvimento do sistema. Gerência de mudanças - O impacto das mudanças é avaliado sobre os compromissos assumidos e as mudanças são negociadas. Mudanças nos compromissos assumidos com pessoas ou grupos externos à organização são revisados com a gerência superior. - Mudanças nos compromissos assumidos dentro da organização são negociadas com os grupos afetados. - Mudanças que forem necessárias nos planos do software, produtos e atividades resultantes de mudanças nos alocados são: -o Identificadas; -o Estimadas; -o Avaliados os riscos; -o Documentadas; -o Planejadas; -o Comunicadas aos grupos e pessoas afetados; e -o Acompanhadas até a conclusão. Falhamos quando realizamos uma pobre gerência dos mudanças Raramente nos preparamos para acompanhar essas mudanças. Sem falar que, pouquíssimos projetos realizam algum processo formal para analisar o impacto e custo dessas mudanças. Mudanças sempre implicam em retrabalho. Mudanças sem planejamento, sem critério de avaliação e comunicação à equipe aumentam esse retrabalho. Falhamos porque desconsideramos as solicitações de mudanças que ocorrerão, não nos preparando para recebê-las, avaliá-las e implementá-las com o menor impacto para o projeto. 7