BEACH SAND CODE Relatório Técnico nº 11 (Salgado) 25 de Outubro de 2010 Ivana Bosnic Mónica Ribeiro João Cascalho Tanya Silveira Anabela Dias Rui Taborda
2 Índice 1. Termos de Referência... 3 2. Objectivos... 3 3. Localização... 3 4. Descrição dos trabalhos de campo... 4 4.1. Material utilizado... 4 4.2. Pessoal participante... 4 4.3. Trabalhos desenvolvidos... 5 5. Análise preliminar dos dados... 8 5.1. Morfologia... 8 5.2. Sedimentos... 11 5.2.1. Análise de imagem... 11 6. Avaliação da campanha... 12
3 1. Termos de Referência Este relatório tem por objectivo descrever o trabalho de campo da campanha CODES III realizada na praia do Salgado no dia 25 de Outubro de 2010. A campanha foi promovida pelo projecto Beach Sand Code (Sand beach textural and compositional variability as indicator of sedimentary dynamics), financiado pela Fundação para Ciência e Tecnologia (contrato PTDC/CTE GEX/64592/2006). 2. Objectivos A campanha CODES III teve como principais objectivos: Adquirir imagens superficiais e verticais dos sedimentos da face de praia Adquirir dados morfológicos: perfil topográfico e medição da profundidade de mistura Amostrar sedimentos transportados pelo swash e backwash Amostrar sedimentos para validação do método de análise textural através da análise de imagem 3. Localização A praia do Salgado está localizada na costa Portuguesa a sul do promontório da Nazaré (Figura 1), sendo limitada a norte pelo Rio Alcoa e a sul pela arriba que a separa da praia da Gralha. Figura 1 Mapa de localização da área de estudo
4 4. Descrição dos trabalhos de campo 4.1. Material utilizado O material/equipamento utilizado durante a campanha CODES III encontra se discriminado na Tabela 1. Tabela 1 Lista de material. Morfologia Sedimentos Outros materiais Estação Total Leica TC407 15 estacas 15 anilhas Fita métrica 2 lanternas de luz branca areia marcada Espátula Sacos de plástico Tubos de PVC (para a realização de cores) Máquina fotográfica digital Olympus µtough 8010 1 caixa de madeira adaptada à máquina fotográfica Régua 50 cm Armadilhas de sedimento Estrutura e bocas para as armadilhas de sedimento Pá de plástico Marcador de tinta permanente 2 tendas 3 lanternas de cabeça 3 lanternas de mão Mala de ferramentas Fita adesiva Fita métrica Máquina fotográfica digital Caderno de campo Lápis e borracha 4.2. Pessoal participante A lista das pessoas envolvidas directamente nas actividades que constam neste relatório encontra se discriminada na Tabela 2. Tabela 2 Equipa da campanha CODES III Nome Anabela Dias Ivana Bosnic João Cascalho Mónica Ribeiro Tanya Silveira Instituição FFCUL FFCUL FFCUL IH FFCUL
5 4.3. Trabalhos desenvolvidos A cronologia dos trabalhos desenvolvidos encontra se discriminada na Tabela 3. Hora 7:30 Partida de Lisboa 09:45 10:15 Descarregar material Tabela 3 Calendarização dos trabalhos Tarefas 10:15 10:30 Posicionamento das estacas/injecção de areia marcada 10:30 1ª medição da altura das estacas 10:30 11:00 Montagem da base da estação total 11:30 Levantamento do perfil topográfico inicial 11:30 13:50 Aquisição de imagens superficiais e sub superficias da face de praia 15:15 1ª colheita com armadilha/colheita de amostra de fundo 16:00 16:50 Aquisição de imagens superficiais 16:35 2ª colheita com armadilha 16:50 3ª colheita com armadilha/colheita de amostra de fundo 18:00 19:40 Aquisição de imagens dos cores As 15 estacas foram posicionadas ao longo do perfil cross shore da praia com as respectivas anilhas (figura 2 A). Para um maior controlo da profundidade de mistura injectouse areia marcada ao lado das estacas. A altura das estacas foi medida de hora a hora para se obter o registo das variações volumétricas ao longo do ciclo de maré. Paralelamente a isso montou se a base da estação total e foram adquiridos dois pontos de referência para serem, posteriormente, levantados com o DGPS (figura 2 B). Foi feito o levantamento topográfico do perfil de estacas e no final do ciclo de maré mediu se a profundidade de mistura através das anilhas e das areias marcadas. Figura 2 A Perfil de estacas Figura 2 B Base da estação total
6 Figura 3 A Aquisição de imagem do sedimento superficial Figura 3 B Remoção da camada superficial de areia para aquisição de imagem do sedimento subsuperficial Primeiramente foram adquiridas imagens de 63 pontos da face de praia. Em cada ponto foram obtidas duas fotografias, uma superficial e outra subsuperficial, totalizando 126 imagens (figuras 3 A e 3 B). Para efeitos de validação do método foram colhidas 7 amostras que serão analisadas pelo método da peneiração e os seus resultados serão comparados com aqueles obtidos através da análise de imagem. Posteriormente foram adquiridas mais 30 imagens apenas superficiais. A localização da malha de amostragem pode ser visualizada na figura 6. Durante a campanha realizaram se três colheitas com armadilhas para amostrar o sedimento transportado no swash e backwash. As bocas das armadilhas foram colocadas horizontalmente junto ao fundo. Na mesma altura, foram também colhidas amostras do sedimento de fundo. Na primeira colheita foi feita a amostragem do sedimento transporte no swash e do sedimento de fundo. Na segunda amostrou se o sedimento do swash e backwash, no entanto, a amostra do swash foi perdida. A terceira colheita foi a mais completa onde se conseguiu amostrar o sedimento transportado no swash e respectivo backwash e o sedimento de fundo (figuras 4 A e 4 B e tabela 4).
7 Figura 4 A Amostragem do sedimento transportado no swash Figura 4 B Amostragem do sedimento transportado no swash e respectivo backwash Tabela 4 Amostragem de sedimentos com armadilhas e de fundo. ID amostra Tipo Hora PS SW1 Swash 15:15 PS BT1 Fundo 15:15 PS BW2 Backwash 16:25 PS BT2 Backwash 16:25 PS SW3 Swash 16:50 PS BW3 Backwash 16:50 PS BT3 Fundo 16:50 Ao lado das estacas 6 a 14 foi feita a amostragem de cores de onde se adquiriram imagens sequencias com o auxílio de uma caixa adaptada à máquina fotográfica. Estas imagens serão devidamente tratadas para a realização análise textural por análise de imagem. No total foram adquiridas 42 imagens em 9 cores.
8 Figura 5 A Aquisição das imagens dos cores (exterior da caixa) Figura 5 B A Aquisição das imagens dos cores (interior da caixa) Figura 6 Posicionamento das actividades realizadas durante a campanha CODES III 5. Análise preliminar dos dados 5.1. Morfologia O perfil de praia ao longo do qual foram colocadas as estacas apresentava uma inclinação de cerca de 0.07 (Figura 7). A tabela 5 exibe os valores das cotas da base de cada estaca tendo como referência o nível médio do mar e também a variação final destas cotas.
9 Figura 7 Perfil topográfico e posicionamento das estacas Tabela 5 Variação de cota nas estacas Estaca Cota ao NMM (m) Variação (cm) 15 4.00 0 14 3.75 0.4 13 3.62 0.6 12 3.48 4.4 11 3.24 1.8 10 3.08 11.6 9 2.90 19 8 2.71 23.1 7 2.47 23.8 6 2.24 24 5 1.96 Perdida 4 1.68 Perdida 3 1.38 Perdida 2 1.02 Perdida 1 0.68 Perdida A contínua medição das cotas acima referidas permitiu determinar a variação volumétrica para cada estaca, representada no gráfico da figura 8 que mostra o comportamento predominantemente erosivo do perfil, conclusão que pode ser reforçada pela comparação entre os perfis inicial e final ilustrada na figura 9. A falta de dados topográficos na
10 zona inferior do perfil impede que seja constatado este tipo de comportamento para todo o perfil. 10.0 5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 10:48 12:00 13:12 14:24 15:36 16:48 18:00 19:12 20:24 EST1 EST2 EST3 EST4 EST5 EST6 EST7 EST8 EST9 EST10 EST11 EST12 EST13 EST14 EST15 Figura 8 Variação volumétrica das estacas Figura 9 Perfis topográficos inicial e final A tabela 6 exibe os valores obtidos para a profundidade de mistura através das anilhas colocadas nas estacas.
11 Tabela 6 Profundidade de mistura registada através da anilhas Estaca Profundidade (cm) 15 0 14 0.6 13 1.5 12 5 11 1 10 0.5 9 4.5 8 8 7 10 6 13.5 5 Perdida 4 Perdida 3 Perdida 2 Perdida 1 Perdida 5.2. Sedimentos 5.2.1. Análise de imagem Na análise preliminar dos dados referentes à análise de imagem será abordada apenas a análise feita para os sedimentos superficiais e subsuperficiais, visto as imagens dos cores ainda estarem a ser processadas. Para uma melhor visualização dos dados, foram gerados mapas distintos para a análise textural do sedimento superficial e subsuperficial. Nestes é possível verificar uma nítida distinção textural entre as camadas, onde a camada superficial apresenta sedimentos mais grosseiros que a camada subsuperficial. Ao fazer uma análise de cada camada, nota se que ambas possuem uma tendência de diminuição do tamanho dos sedimentos em direcção ao mar (figuras 10 e 11).
12 Figura 10 Mapa de distribuição da média granulométrica dos sedimentos superficiais Figura 11 Mapa de distribuição da média granulométrica dos sedimentos subsuperficiais 6. Avaliação da campanha A campanha CODES III cumpriu com os objectivos preestabelecidos e conseguiu reunir um conjunto de dados importantes para o avanço da vertente do projecto que diz respeito à variabilidade textural de praias. Sugere se que para campanhas futuras seja feito o levantamento da linha de máximo espraio, visto este ser um parâmetro importante para a interpretação da distribuição dos sedimentos na face de praia.
13 ANEXOS http://www.hidrografico.pt/previsao mares.php Data: 2010-11-11 Porto: Peniche Hora Legal de Inverno (UTC) Altura(m) Qua, 2010-11-10 23:20 1.09 Baixa-mar Qui, 2010-11-11 05:43 3.08 Preia-mar Qui, 2010-11-11 12:02 1.05 Baixa-mar Qui, 2010-11-11 18:16 2.69 Preia-mar Sex, 2010-11-12 00:08 1.27 Baixa-mar Sex, 2010-11-12 06:35 2.91 Preia-mar Sex, 2010-11-12 12:59 1.22 Baixa-mar Sex, 2010-11-12 19:14 2.54 Preia-mar Sab, 2010-11-13 01:07 1.42 Baixa-mar Sab, 2010-11-13 07:35 2.76 Preia-mar Sab, 2010-11-13 14:06 16:39 1.34 Baixa-mar Sab, 2010-11-13 20:24 2.46 Preia-mar Dom, 2010-11-14 1.50 Baixa-mar 02:20 Dom, 2010-11-14 2.68 Preia-mar 08:44 Dom, 2010-11-14 1.36 Baixa-mar 15:17 Dom, 2010-11-14 2.48 Preia-mar 21:37 Seg, 2010-11-15 03:37 1.49 Baixa-mar Data no Servidor de Dados: 2010-11-11 10:36 +0000