Evolução morfo-sedimentar de praias estuarinas
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- Juan Carreiro Gusmão
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1 Núcleo de estuários e zonas costeiras Evolução morfo-sedimentar de praias estuarinas Cátia Valente Orientadores: Dr.ª Paula Freire (LNEC) Prof. Rui Taborda (FCUL)
2 Objectivos do estágio Caracterização morfo-sedimentar de praias estuarinas; Avaliação de tendências evolutivas das praias, a diferentes escalas temporais (décadas e anos); Estabelecimento de metodologias de análise destes sistemas.
3 Caracterização geral das praias estuarinas do Tejo A margem esquerda é caracterizada pela presença de enseadas, praias e restingas de areia. A orientação das praias dentro do estuário é variável, apresentando-se sempre expostas aos ventos do quadrante norte (dominantes na zona), e às maiores extensões de fetch. As praias estuarinas distribuem-se desde Alcochete a Cacilhas, apresentando a sua maior extensão entre Samouco e Montijo.
4 Caracterização das praias estuarinas do Tejo Alcochete Samouco É uma praia de areia, limitada inferiormente por um raso de maré vasoso. A montante, a praia contacta superiormente com sapal, enquanto a jusante é limitada por zonas com ocupação antrópica. Tem uma orientação geral NE-SW. Entre o Sapal das Hortas e Alcochete as praias apresentam evidências de substituição arenosa por sedimentação vasosa. Base Aérea do Montijo Desde Samouco à enseada do Montijo a praia estende-se por cerca de m, apresentando-se bem desenvolvida com orientação geral de NE-SW passando a N-S. A face da praia é limitada inferiormente por um raso de maré areno-vasoso.
5 Caracterização das praias estuarinas do Tejo Enseada do Montijo Na enseada do Montijo encontram-se alguns depósitos arenosos pouco desenvolvidos, como o Seixalinho, limitados inferiormente por um raso de maré vasoso. No Rosário a praia desenvolve-se numa direcção geral NNE-SSW por cerca de m. Nesta zona podem observar-se pequenas praias de areia sobrepostas a zonas de sapal que são activas apenas durante eventos de alta energia. Enseada do Barreiro Na região do Barreiro observam-se duas restingas de areia com desenvolvimento para leste apresentando na zona interior pequenas manchas de sapal muito degradado sobre substrato vasoso. Ao longo da enseada, encontram-se praias em Santo André, na margem direita, segundo uma direcção N-S, e na Azinheira, na margem esquerda, com uma direcção W-E. Ambas estão limitadas por rasos de maré areno-vasosos.
6 Caracterização das praias estuarinas do Tejo Baía do Seixal Na baía do Seixal existem algumas praias de areia de pequena extensão, Arrentela e Talaminho, que resultam da erosão pluvial de areeiros abandonados, escavados em afloramentos pliocénicos. Encontram-se também pequenas praias artificiais formadas por depósitos de aterro, como no caso da Amora, ou por despejos de dragagem como na margem sul da Ponta dos Corvos. Alfeite A praia do Alfeite estende-se por cerca de m desde a Quinta do Alfeite até à Ponta dos Corvos. Está instalada na vertente norte de uma restinga e é limitada por um raso de maré areno-vasoso com cerca de 300 m de largura. Na zona da Ponta dos Corvos encontram-se bancos arenosos com grande desenvolvimento, que corresponderão a um delta de vazante da embocadura da baía do Seixal (Freire, 2003).
7 Zona de estudo _ Localização e Enquadramento O estuário do Tejo é um dos maiores da Europa O rio Tejo está situado na costa ocidental portuguesa Zona interna desde Vila Franca de Xira até Cacilhas Extensas zonas intertidais constituídas por rasos de maré e sapais. Margem sul diversas restingas e praias de natureza arenosa, formas que resultam da actividade das ondas de geração local (Freire e Andrade, 1998). Estuário interno do Tejo
8 Praia do Alfeite Localizada na margem esquerda do estuário interno do Tejo, na vertente norte da restinga do Alfeite. Exposta à acção de agitação local, originada fundamentalmente por ventos do quadrante NE com fetch da ordem dos 13km. Estende-se por 2.5km de comprimento com altura máxima de 4 m acima do nível do mar, ou seja, 6.2m acima do ZH. Praia reflectiva, que contacta inferiormente com um raso de maré areno-vasoso Amplitude local da maré varia entre 3.2m e 1.5m, em marés vivas e mortas, respectivamente. O nível máximo da maré acima do ZH é de 4.3m.
9 Praia do Alfeite Regime médio de agitação é caracterizado por ondas com altura significativa média de m (Freire e Andrade, 1998)
10 Génese e evolução da Restinga do Alfeite Uma vez que o estuário interno não está sujeito à acção de ondas oceânicas, a formação, evolução e morfologia da restinga, está associada a um regime de agitação local.
11 Evolução à mesoescala (décadas) Métodos Datas Fotografias Aéreas Mapas GPS Comparação foi efectuada através do ArcView 9.0, com a ferramenta DSAS (Digital Shoreline Analysis System) Resultados Variação da posição da linha de costa; Taxas evolutivas.
12 Linhas de referência Preia-mar Baixa- mar
13 Digitalização das fotografias aéreas (formato RASTER) Construção do SIG Georeferenciação das fotografias aéreas Definição dos parâmetros de projecção (GCS_Datum_Lisboa_Hayford) Vectorização das linhas de vegetação e linhas de água (formato shapefile) Conversão do ficheiro CAD com as linhas de costa para formato shapefile Vectorização das linhas de base (formato shapefile) Criação de Base de Dados Geográficos (Geodatabase) Ferramenta DSAS
14 ArcGIS (DSAS) Digital Shoreline Analysis System (DSAS) é uma extensão que amplia as funcionalidades do software ArcGIS, permitindo a automatização de grande parte das tarefas relacionadas com a analise quantitativa da evolução da linha de costa (Thieler et al., 2005). A geração dos transeptos perpendiculares à linha de costa e o cálculo das taxas de evolução da linha de costa, assim como as respectivas incertezas, foram efectuadas de modo automático através do DSAS.
15 Resultados DSAS Estatística: End Point Rate (EPR) _ divide a distância das linhas de costa pelo tempo ocorrido, isto é, o tempo ocorrido entre a linha mais antiga e a mais recente; Average of Eras (AOR) _ divide o somatório das várias distâncias pelo nº total dos anos; Jackknife (JK) _ regressão linear iterativa; Linear Regression (LR) _ método dos mínimos quadrados; Estatística suplementar: Intervalo de confiança; Erro; R-quadrado.
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17 Linha de vegetação End Point Rate (EPR) Linear Regression (LR) Posição da linha de vegetação (m) Posição da linha de vegetação (m) y = 0.469x R 2 = y = 0.64x R 2 = y = 0.569x R 2 = Tempo (anos) Tempo (anos) Linha de base + segmentada Linha de base segmentada Linha de base rectilinea Linha de base + segmentada Linha de base segmentada Linha de base rectilinea Linha de água Posição da linha de água (m ) End Point Rate (EPR) Tempo (anos) Posição da linha de água (m ) Linear Regreesion (LR) y = 0.354x R 2 = 0.75 y = x R 2 = y = x R 2 = Linha de base + segmentada Linha de base segmentada Linha de base rectilinea Tempo (anos) Linha de base + segmentada Linha de base segmentada Linha de base rectilinea
18 Linha da Vegetação _ Fotografia Aérea Posição da linha de vegetação (m) End Point Rate (EPR) Tempo (anos) Posição da linha de vegetação (m) Linear Regression (LR) y = 0.469x R 2 = Tempo (anos) Posição da linha de vegetação (m) Jackknife (JK) y = x Tempo (anos) R 2 = y = x R 2 = y = x R 2 = y = x R 2 = y = x R 2 = LR sem 1958 LR sem 1967 LR sem 1991 LR sem 1995 LR sem 2004
19 Linha da Vegetação _ Fotografia Aérea Variação da posição da linha de vegetação (m/ano) Transeptos (nº) 58_67 67_91 91_95 95_2004 Variação da posição da linha de costa (m/ano) End Point Rate Linear Regression Jackknife transeptos (nº)
20 Evolução da Linha de Vegetação
21 Evolução da Linha de Vegetação
Fig. 4.2 - Espinho. Paredão parabólico de Espinho que defende directamente a frente oceânica do núcleo urbano. (Foto A. Dias, 2.ABR.
Fig. 4.1 - Espinho. Aspecto das estruturas de protecção de Espinho, com 2 esporões longos não rectilíneo. É ainda visível um pequeno esporão da anterior geração de obras de defesa. (Foto A. Dias, 13.MAR.90)
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