Análise do Questionário Expetativas de exportação 1

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Transcrição:

Análise do Questionário Expetativas de exportação 1 1. Introdução Da capital relevância da internacionalização das empresas portuguesas para o desenvolvimento da economia, decorre a premência de se conhecer o desempenho, expetativas e dificuldades das entidades exportadoras. A produção e divulgação do presente documento resultam da colaboração da AICEP Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e do GPEARI - Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças com o propósito de obter das empresas inquiridas, informação antecipada sobre as perspetivas de exportação e investimento. O questionário é constituído por 8 questões, focadas na evolução do volume de negócios, nas expetativas para essa evolução, suas determinantes e condicionalismos reconhecidos. Adicionalmente, são colocadas questões sobre o nível de investimento e as perspetivas de contratação de recursos humanos. O questionário será colocado às empresas duas vezes por ano, com a periodicidade de 6 meses. Como é conhecido, o INE desenvolve uma análise estatística semelhante 2, embora mais complexa e aplicada a uma amostra de maior dimensão, que se realiza nos meses de maio e novembro, havendo interesse em aplicar os questionários em momentos diferenciados do tempo. Foram, com o objetivo mencionado supra, inquiridas 75 empresas exportadoras ligadas a diversos setores de atividade sendo que a taxa de resposta se cifrou em 41,33% (31 empresas). A amostra foi selecionada de forma que a mesma fosse de pequena dimensão mas garantisse a cobertura da maioria dos setores de atividade. Daqui decorre a eventual necessidade de sensibilizar as empresas questionadas para a proficuidade do inquérito. Importa salientar que, de acordo com o INE 3, existe uma elevada concentração das transações de bens com o exterior num número reduzido de empresas, de tal forma que em 2014 as 5 maiores empresas exportadoras de bens foram responsáveis por 16,1% do valor transacionado e as 10 maiores empresas por 20,4%. O presente estudo engloba uma análise global do conjunto dos vários setores e adicionalmente um análise setorial, com vista a reconhecer-se a especificidade associada a cada setor. 1 Estudo realizado pelo Departamento de Análise, Estudos e Previsão do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças. 2 Última publicação disponível em: http://smi.ine.pt/suporterecolha/detalhes/?id=10249&lang=pt 3 https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=ine&xpgid=ine_destaques&destaquesdest_boui=231481212&destaqu ESmodo=2

2. Análise Geral Tabela 1. Setor de atividade das empresas inquiridas Setor de Atividade 1 Respostas % A - Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 2 6% B - Indústrias Extrativas 2 6% C - Indústrias Transformadoras 20 65% F - Construção 3 10% G - Comércio por grosso e a retalho 3 10% Outras 1 3% 1. De acordo com NACE Revisão 3. 31 100% Na amostra considerada, o setor mais representativo corresponde à indústria transformadora que agrega 65% das respostas obtidas (Gráfico 2) sendo, segundo o estudo 22 da Central de Balanços do Banco de Portugal 4, este o setor cujo volume de negócios de exportação tem maior peso relativo. O setor da construção e do comércio por grosso e a retalho aglomeram cada um 10% das observações. Para a indústria extrativa, como para o setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca foram obtidas respostas de apenas 2 entidades (6% do total de respostas obtidas). Gráfico 1. Número de empresas por setor de atividade Outras G - Comércio por grosso e a retalho F - Construção C - Indústrias Transformadoras B - Indústrias Extrativas A - Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 0 5 10 15 20 Nº de empresas 4 https://www.bportugal.pt/ptpt/servicosaopublico/centraldebalancos/paginas/estudosdacentraldebalancos.aspx

Gráfico 2. Frequência relativa de empresas por setor de atividade 3% 10% 6% 6% 10% 65% Agric., produção animal, caça, floresta, pesca Ind. Transformadoras Comércio por grosso e a retalho Ind. Extrativas Construção Outras Tabela 2. Número de pessoas ao serviço Escalões Respostas % 4 a 49 2 6% 50 a 249 8 26% 250 a 499 4 13% 500 ou mais pessoas ao serviço 17 55% 31 100% De acordo com as respostas obtidas, a maioria das empresas em análise (55%) tem 500 ou mais pessoas ao serviço, sendo que apenas 2 entidades (6%) reportam menos de 49 pessoas ao serviço. Este resultado é coerente com a utilização de uma amostra representativa. Note-se que, em 2013, de acordo com o já mencionado estudo da Central de Balanços do Banco de Portugal, o setor exportador englobava 5% do número de empresas e 23% do número de pessoas ao serviço. A maioria das empresas (55%) não antecipa um aumento do número de trabalhadores nos próximos 12 meses. A propensão à contratação é menor nas empresas que têm 500 ou mais pessoas ao serviço (Tabela 4).

Tabela 3. Intenção de aumentar o número de trabalhadores no próximo ano Respostas % Não 17 55% Sim 14 45% 31 100% Tabela 4. Empresas que pretendem aumentar o número de trabalhadores nos próximos 12 meses e que têm 500 ou mais pessoas ao serviço Respostas % Não 4 24% Sim 13 76% 17 100% Gráfico 3. Empresas que pretendem aumentar o número de trabalhadores no próximo ano (%) Total de empresas 76% 24% 45% Empresas com 500 ou mais pessoas ao 55% A evolução da atividade exportadora, com base no volume de negócios, nos últimos 12 meses é globalmente positiva. Com 74% das empresas a admitirem um incremento na sua atividade e com 42% a reportarem uma expansão da atividade exportadora igual ou superior a 15%.

Tabela 5. Evolução da atividade exportadora nos últimos 12 meses (%, volume de negócios) Respostas % Maior ou igual a 15% 13 42% De 10% a 14,99% 1 3% De 7,5% a 9,99% 3 10% De 5% a 7,49% 0 0% De 2,5% a 4,99% 4 13% De 0,01% a 2,49% 2 6% Igual a 0% 2 6% De -2,5% a -0,01% 0 0% De -5% a -2,51% 1 3% De -7,5% a -5,01% 2 6% De -10% a -7,51% 1 3% De -15% a -10,01% 1 3% Menor que -15% 1 3% 31 100% Relativamente às expetativas da evolução da atividade exportadora, com base no volume de negócios, para os próximos 12 meses, 84% das empresas prevê um aumento das exportações. Destas, 73% (61% do total de respostas) prevê que o aumento da importância do mercado externo esteja direcionado para o mercado extracomunitário, ao invés do mercado intracomunitário. Note-se que 16% das entidades anteveem um crescimento das exportações para os próximos 12 meses entre os 10 e os 14,99% e 26% das empresas admite um crescimento maior ou igual a 15%. Tabela 6. Expetativas para a atividade exportadora nos próximos 12 meses (%, volume de negócios) Respostas % Maior ou igual a 15% 8 26% De 10% a 14,99% 5 16% De 7,5% a 9,99% 2 6% De 5% a 7,49% 4 13% De 2,5% a 4,99% 6 19% De 0,01% a 2,49% 1 3% Igual a 0% 3 10% De -2,5% a -0,01% 0 0% De -5% a -2,51% 0 0% De -7,5% a -5,01% 0 0% De -10% a -7,51% 1 3% De -15% a -10,01% 1 3% Menor que -15% 0 0% 31 100%

Tabela 8. Empresas que esperam aumentar a importância do mercado externo na atividade global da empresa Respostas % Sim, em países extracomunitários 19 61% Sim, em países comunitários 7 23% Não 5 16% 31 100% Em sintonia com a informação referida acima, 74% das empresas espera aumentar o nível de investimento nos próximos 12 meses. Entre estas, 57% (42% do total de empresas) com o objetivo de aumentar a capacidade produtiva. Aproximadamente um quarto (23%) das empresas não espera aumentar o nível de investimento dado que o volume de negócios não o exige. De todas as inquiridas, há uma empresa na amostra que não espera aumentar o nível de investimento devido a dificuldades de acesso a financiamento. Tabela 7. Empresas que pretendem aumentar o nível de investimento Respostas % Sim, com o intuito de aumentar a capacidade produtiva 13 42% Sim, com outras finalidades 10 32% Não, a atividade da empresa não o exige 7 23% Não, devido a dificuldades de acesso a financiamento 1 3% 31 100% Os condicionalismos no acesso aos mercados externos mais frequentemente identificados pelas empresas inquiridas são a concorrência externa e as flutuações cambiais (29 e 22% respetivamente). Dificuldades de financiamento e constrangimentos aduaneiros são mencionados por 10% das empresas. Ainda, 9% das empresas realçam falta de procura, 5% concorrência local e 3% dificuldades em encontrar mão-de-obra adequadamente qualificada. Tabela 9. Principais condicionalismos que as empresas identificam no acesso ao mercado externo 5 Condicionalismo Respostas % Flutuações cambiais 13 22% Dificuldades de financiamento 6 10% Constragimentos aduaneiros 6 10% Falta de mão de obra com formação adequada 2 3% Concorrência externa 17 29% Falta de procura 5 9% Concorrência local 3 5% Outra 6 10% 58 100% Agricultura, produção animal, caça, flo Fonte: AICEP Portugal Global, GPEARI, Questionário Expetativas de exportação. 5 Nota: O somatório de respostas à questão Quais os principais condicionalismos que identifica no acesso aos mercados externos? é superior ao número de empresas inquiridas dado que as mesmas podiam assinalar mais do que uma resposta.

Gráfico 4. Frequência relativa dos condicionalismos no acesso ao mercado externo mencionados pelas empresas 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 3. Análise setorial As conclusões do questionário foram, no âmbito da análise setorial, condicionadas por um número reduzido de observações para uma parcela alargada dos setores em estudo. Neste contexto, importa salientar que as conclusões retiradas do questionário são naturalmente menos representativas, logo, menos passíveis de generalização. Indústria transformadora A maioria das entidades inquiridas pertencentes à indústria transformadora (55%) detém 500 ou mais pessoas ao serviço, com nenhuma das empresas a reportar que empregava menos de 49 pessoas. Metade das empresas da indústria transformadora prevê aumentar o número de trabalhadores. Tabela 10. Número de pessoas ao serviço Escalões Respostas % 4 a 49 0 0% 50 a 249 5 25% 250 a 499 4 20% 500 ou mais pessoas ao serviço 11 55% 20 100%

Tabela 11. Empresas que pretendem aumentar o número de trabalhadores nos próximos 12 meses Respostas % Não 10 50% Sim 10 50% 20 100% Relativamente à evolução da atividade exportadora, 40% das empresas do setor reportam um crescimento igual ou superior a 15% no último ano. Contudo, 25% das entidades desta indústria não aumentaram, ou diminuíram, a intensidade da atividade de exportação. Tabela 12. Evolução na atividade exportadora nos últimos 12 meses (%, volume de negócios) Respostas % % (500+ NPS) 1 Maior ou igual a 15% 8 40% 38% De 10% a 14,99% 1 5% 100% De 7,5% a 9,99% 1 5% 0% De 5% a 7,49% 0 0% : De 2,5% a 4,99% 3 15% 67% De 0,01% a 2,49% 2 10% 100% Igual a 0% 2 10% 50% De -2,5% a -0,01% 0 0% : De -5% a -2,51% 1 5% 100% De -7,5% a -5,01% 1 5% : De -10% a -7,51% 0 0% : De -15% a -10,01% 1 5% 100% Menor que -15% 0 0% : (1) Para cada opção de resposta, a percentagem de 20 100% empresas com 500 ou mais pessoas ao serviço; Na mesma subamostra, 80% das empresas prevê um incremento do volume de negócios associado à atividade exportadora nos próximos 12 meses; 20% têm expetativa que esse aumento se encontre entre os 5 e os 7,49%; 10% entre os 7,5 e os 9,99%; 15% entre os 10 e os 14,99% e 20% anteveem uma evolução igual ou superior a 15%. Denota-se uma maior dispersão das previsões de expansão da atividade exportadora pelas empresas, quando comparados com os incrementos verificados nos últimos 12 meses, depreendendo-se uma postura prudente por parte das empresas. Este efeito também se verifica na análise global, embora de forma menos vincada.

Tabela 13. Expetativas para a atividade exportadora nos próximos 12 meses (%, volume de negócios) Respostas % % (500+ NPS) Maior ou igual a 15% 4 20% 50% De 10% a 14,99% 3 15% 33% De 7,5% a 9,99% 2 10% 50% De 5% a 7,49% 4 20% 25% De 2,5% a 4,99% 3 15% 67% De 0,01% a 2,49% 0 0% : Igual a 0% 3 15% 100% De -2,5% a -0,01% 0 0% : De -5% a -2,51% 0 0% : De -7,5% a -5,01% 0 0% : De -10% a -7,51% 0 0% : De -15% a -10,01% 1 5% 100% Menor que -15% 0 0% : 20 100% Em sintonia com o mencionado anteriormente, a maioria das empresas (85%) antecipa um aumento da importância do mercado externo na atividade global; destas, 76% consideram que essa evolução se fará através do mercado extracomunitário, ao invés do mercado intracomunitário. Tabela 14. Empresas que pretendem aumentar o nível de investimento Respostas % % (500+ NPS) Sim, com o intuito de aumentar a capacidade produtiva 7 35% 57% Sim, com outras finalidades 9 45% 44% Não, a atividade da empresa não o exige 4 20% 75% Não, devido a dificuldades de acesso a financiamento 0 0% : 20 100% Em relação ao nível de investimento, 80% das empresas conjetura uma expansão. Entre as empresas que pretendem aumentar o nível de investimento, 44% (35% do total de empresas) têm por objetivo aumentar a capacidade produtiva.

Tabela 15. Empresas que esperam aumentar a importância do mercado externo na atividade global da empresa Respostas % % (500+ NPS) Sim, em países extracomunitários 13 65% 46% Sim, em países comunitários 4 20% 50% Não 3 15% 100% 20 100% Três quintos das empresas salienta a concorrência externa como uma das dificuldades no acesso ao mercado externo, 50% das entidades identifica as flutuações cambiais, 25% destacam constrangimentos aduaneiros, 15% falta de procura, 10% dificuldades em encontrar mão-de-obra com formação adequada. Apenas 5% admite dificuldades de financiamento. Tabela 16. Empresas que esperam aumentar a importância do mercado externo na atividade global da empresa Respostas % % (500+ NPS) Flutuações cambiais 10 50% 40% Dificuldades de financiamento 1 5% : Constragimentos aduaneiros 5 25% 60% Falta de mão de obra com formação adequada 2 10% 50% Concorrência externa 12 60% 50% Falta de procura 3 15% 67% Concorrência local 0 0% : Outra 5 25% 80% 38 Construção As 3 empresas do setor da construção que responderam ao inquérito têm 500 ou mais pessoas ao serviço, conquanto nenhuma pretende aumentar o número de trabalhadores nos próximos 12 meses. Para 67% destas entidades, a atividade exportadora contraiu-se no último ano, no entanto, a totalidade das empresas antevê um aumento da importância do mercado externo, através do mercado extracomunitário. A mesma proporção de empresas destaca os seguintes obstáculos no acesso aos mercados externos: dificuldades de financiamento (é, a par do setor do comércio por grosso e a retalho, o setor onde este entrave é mais salientado), concorrência externa e concorrência local. Dois terços destas empresas não pretende aumentar o nível de investimento porque a atividade não o exige.

Gráfico 5. Empresas que reportam dificuldades de financiamento como um entrave no acesso ao mercado externo (%) Indústrias Extrativas Indústrias Transformadoras Agricultura, produção animal, Comércio por grosso e a Construção Todos os setores 0% 20% 40% 60% 80% Indústrias extrativas Todas as empresas do setor analisadas têm 500 ou mais pessoas ao serviço, sendo que nenhuma destas entidades pretende aumentar o número de colaboradores no próximo ano. Todas as entidades reportam uma expetativa de incremento da importância do mercado externo na atividade global da empresa. Adicionalmente apontam um crescimento da atividade exportadora igual ou superior a 15% nos últimos 12 meses e conjeturam um aumento superior a 10% para os próximos 12 meses. Comércio por grosso e a retalho Neste setor, verifica-se que nenhuma das empresas tem mais de 249 pessoas ao serviço e todas sinalizam a expetativa de aumentar o número de trabalhadores nos próximos 12 meses. Todas as empresas reportam um incremento na atividade exportadora nos últimos 12 meses e esperam que esse crescimento se mantenha no próximo ano. Dois terços das empresas do setor destacam como condicionalismo no acesso ao mercado externo dificuldades de financiamento. Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca Nenhuma das empresas do setor detém mais de 249 pessoas ao serviço. Note-se que todas as empresas observadas indicam que perspetivam aumentar o nível de investimento com o objetivo de aumentar a capacidade produtiva.

4. Conclusão Tal como explanado na introdução, o questionário realizado tem caracter complementar com o inquérito sobre a perspetiva de exportação de bens (IPEB), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Ambos se realizam de 6 em 6 meses, mas pretende-se que as empresas sejam inquiridas em momentos distintos do tempo. O IPEB tem por base uma amostra de maior dimensão e fornece informação mais segmentada sobre o comportamento esperado das exportações, enquanto o questionário desenvolvido pelo AICEP/GPEARI tem também como finalidade inferir sobre os obstáculos das empresas ligadas ao setor exportador do acesso ao mercado externo bem como das suas intenções de investimento e de criação de emprego. Na atual conjuntura, em que o desenvolvimento da nossa economia envolve a captação de investimento estruturante e a internacionalização das empresas, torna-se fundamental conhecer antecipadamente o desempenho e as expetativas para o curto/médio prazo das empresas com maior relevância no tecido exportador. De futuro, esta análise poderá ser enriquecida com a inclusão de um maior número de entidades, dado que um número reduzido de observações pode fragilizar as conclusões retiradas. O estudo beneficiaria ainda com a abrangência de respostas a empresas ligadas ao setor dos serviços. Esta informação permite antecipar a resolução de alguns estrangulamentos que afetem ou possam vir a afetar o bom desempenho das empresas, bem como planear a atividade da AICEP/GPEARI no sentido de dotar as empresas de conhecimento que lhes permita uma abordagem mais informada aos diferentes mercados. A partilha do conhecimento associado a este questionário com as empresas em análise, reveste-se assim, de particular relevância ao permitir que as empresas exportadoras possam identificar com maior rigor as suas vantagens comparativas e fragilidades num contexto global e setorial. É fundamental compreender em que medida as empresas se revêm nas conclusões do questionário e porventura potenciar as taxas de resposta em questionários futuros. Perto de um terço das empresas reportaram a concorrência externa como uma das dificuldades no acesso ao mercado externo. Contudo, a maioria das empresas espera aumentar o peso do mercado externo no seu volume de negócios, através do mercado extracomunitário, no qual enfrentam, naturalmente, maior concorrência. Esta dificuldade poderá estar relacionada com a informação que as empresas têm ao seu dispor sobre o mercado externo, o conhecimento que detêm sobre os contextos onde poderão vir a operar ou operam e sobre os seus concorrentes. Na amostra apreciada, 22% das empresas assinalaram as flutuações cambiais como um dos entraves à expansão da atuação no mercado externo. Este condicionalismo só está presente nas empresas que atuam fora do mercado intracomunitário. Poderá ser o reflexo da necessidade de uma aproximação entre as instituições financeiras e as empresas exportadoras no sentido de melhorar a provisão de produtos financeiros adequados que permitam amenizar o risco cambial. A dimensão das exportadoras portuguesas, quando comparadas com a

concorrência externa, poderá predizer um nível se sensibilidade diferente ao risco cambial e uma capacidade distinta para incorrer em custos de transação associados a alguns produtos financeiros que visam amenizar este risco. Em suma, o número e a formulação das questões afiguraram-se adequados ao cumprimento dos objetivos enunciados aquando do acordo de parceria.

Anexo Questões colocadas às empresas no portal dedicado: 1 - Identifique o seu setor de atividade de acordo com a NACE Revisão 3: 1.1 - Se respondeu outras indique quais: 2 - Identifique o número de pessoas ao serviço na sua empresa de acordo com os seguintes escalões: A. 4 a 49; B. 50 a 249; C. 250 a 499; D. 500 ou mais pessoas ao serviço. 3 - Relativamente aos últimos 12 meses, qual a evolução da atividade exportadora da sua empresa em termos de volume de negócios? A. Maior ou igual a 15%; B. De 10% a 14,99%; C. De 7,5% a 9,99%; D. De 5% a 7,49%; E. De 2,5% a 4,99%; F. De 0,01% a 2,49%; G. Igual a 0%; H. De -2,5% a -0,01%; I. De -5% a 2,51%; J. De 7,5% a 5,01%; K. De -10% a 7,51%; L. De 15% a 10,01%; M. Menor que 15%. 4 - Quais as suas expetativas relativamente a evolução da atividade exportadora da sua empresa nos próximos 12 meses? A. Maior ou igual a 15%; B. De 10% a 14,99%; C. De 7,5% a 9,99%; D. De 5% a 7,49%; E. De 2,5% a 4,99%; F. De 0,01% a 2,49%; G. Igual a 0%; H. De -2,5% a -0,01%; I. De -5% a 2,51%;

J. De 7,5% a 5,01%; K. De -10% a 7,51%; L. De 15% a 10,01%; M. Menor que 15%. 5 - Espera, nos próximos 12 meses, um aumento da importância do mercado externo na atividade global da sua empresa? A. Sim, em países comunitários; B. Sim, em países extracomunitários; C. Não. 6 - Quais os principais condicionalismos que identifica no acesso aos mercados externos? (assinale tantas quanto adequado) A. Flutuações cambiais; B. Dificuldades de financiamento; C. Constrangimentos aduaneiros; D. Falta de mão-de-obra com formação adequada; E. Concorrência externa; F. Concorrência local; G. Falta de procura; H. Dificuldades de financiamento; I. Outra. 6.1 - Se respondeu outra identifique qual: 7 - Espera, nos próximos 12 meses, aumentar o nível de investimento? A. Sim, com o intuito de aumentar a capacidade produtiva; B. Sim, com outras finalidades; C. Não, a atividade da empresa não o exige; D. Não, devido a dificuldades de acesso a financiamento. 8. Espera, nos próximos 12 meses, aumentar o n.º de trabalhadores da sua empresa? A. Não; B. Sim.

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