Estudo Propositivo para Dinamização Econômica do Território Rural de Nova Andradina LISTA DE TABELAS

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Transcrição:

LISTA DE TABELAS 1. Períodos de criação dos municípios 2. Subdivisão da Unidade de Gerenciamento Hídrico do Baixo Tietê 3. Comportamento da População Urbana e Rural - Território Andradina (1980-2005) em % 4. Dados Demográficos 5. PIB dos municípios do território de Andradina, 2002 6. Valor Adicionado Fiscal Total e Participação dos Setores no Território de Andradina, 2002 7. Empregos Ocupados, 2003 8. IDH dos municípios do Território Andradina - 1991 9. IDH dos municípios do Território Andradina - 2000 10. Índice Paulista de responsabilidade Social -IPRS 2000/2002, Território Andradina 11. Renda e Rendimento Municipal, 2000 12. Situação de Pobreza 13. Saneamento Níveis de Atendimento, 2000 14. Vulnerabilidade Social Distribuição da População no território de Andradina e Região Administrativa de Araçatuba 15. Programa de Microbacias 16. Distribuição percentual do IAP para fins de abastecimento público, 2003 e 2004 17. Distribuição percentual do IVA (Índice de Qualidade da Água para Proteção da Vida Aquática), 2003 e 2004. 18. Valor da Produção Agropecuária dos Pólos Regionais, 2002 19. Distribuição da Área Ocupada, em hectares, 2002. 20. Estabelecimentos Rurais, conforme a Área Ocupada em %, por município 21. Índices de rentabilidade da produção agropecuária. ( Território e Estado) 22. Crédito Rural no território Andradina, 2002 23. Evolução do Valor de Produção dos Principais Produtos, 2000-2004. 24. Produção de Culturas Temporárias (t) e participação no território (%), 2002 2

25. Culturas Permanentes, 2002 26. Efeito-Substituição Atribuído aos Produtos que Incorporaram Área no EDR Andradina, 1990-2001 (em hectare). 27. Produção de Leite C, 2000-2004 28. Rentabilidade da Agricultura Familiar 29. Desempenho da Agricultura Familiar 30. Compra Direta da Agricultura Familiar em 2004 31. Distribuição dos estabelecimentos familiares conforme renda obtida 32. Número de Assentamentos Território Andradina 33. Assentamentos Território Andradina 34. Distribuição da área, produção e valor de bruto de produção das principais culturas dos assentamentos do território Andradina, Safra 99/00 35. Distribuição dos contratos PRONAF, conforme enquadramento 36. Contratos PRONAF Investimento 2004 Nº e Montante Contratado 37. Compra Direta da Agricultura Familiar em 2004 38. Consumo Estimado de Alimentos per capita, por Ano em Kg 3

LISTA DE FIGURAS 1. Localização do território 2. Regiões Administrativas do Estado de São Paulo. 3. Coordenações Regionais Fundação ITESP 4. Região Administrativa de Araçatuba Recursos Hídricos 5. Grupos de municípios, segundo o IPRS 6. Porcentagem de uso das águas subterrâneas para abastecimento público nos municípios do Estado de São Paulo. 7. Dimensão da Agricultura Familiar no território Andradina 8. Projetos de Assentamento no Estado de São Paulo 9. Sistema de Produção Mandioca 10. Sistema de Produção Leite 4

LISTA DE GRÁFICOS 1. Distribuição da População 1980 e 2005 2. Participação Percentual dos Setores Econômicos 2002 3. Evolução da Renda per capita (R$) no território Andradina, 1991-2000. 4. Ocupação do Solo território Andradina, 2001. 5. Distribuição das áreas, 2004 6. Evolução do Valor de Produção dos Principais Produtos, 2000-2004. 7. Evolução da Área Colhida (ha) de culturas temporárias, 1990-2002 8. Variação da Produção de Culturas Permanentes, 1990/2002, Território, São Paulo, região Sudeste, Brasil. 9. Culturas Permanentes -Produção (mil t), Área (ha), Pés novos (mil), e Pés em Produção (mil), 2000/2004. 10. Evolução Rebanho região administrativa de Araçatuba (2000-2004) 11. Variação Anual do Número de Bovinos por Tipo, 2000/2004 5

12. Participação do Rebanho no Total do Território, por município e Tipo de Rebanho, em % - 2004 13. Variação Anual da Área com Pastagem e Cana-de-açúcar para Forragem, em % 2000/04 14. Valor de Produção Anual Bruto por Trabalhador, 95/96. 15. Percentual do Valor de Produção Projetos de Assentamento Safra 99/00 16. Número de Contratos PRONAF Investimento 2004 SIGLAS 1. ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2. AFCANA Associação dos Fornecedores de Cana da Alta Noroeste 3. AGROESP Associação dos Assistentes Agropecuários do Estado de São Paulo 4. ASSEMAE Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 5. CATI Coordenadoria de Assistência Técnica Integral 6. CCA Cooperativa Central da Reforma Agrária 7. CESP Companhia de Energia Elétrica de São Paulo 8. CETEC Centro de Tecnologia da Fundação Paulista de Tecnologia e Educação 9. CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental 10. CIAT Comissão de Instalação de Ações Territoriais 6

11. CIESP Centro das Indústrias de São Paulo 12. COAPAR Cooperativa de produção Agropecuária dos Assentados e Pequenos Produtores da Região Noroeste do Estado de São Paulo. 13. CODASP Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo 14. COMDEMA Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente 15. CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 16. DAEE Departamento de Água e Energia Elétrica 17. DEPRN Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais 18. ECONG Organização não Governamental de defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural de Castilho 19. EDR Escritório de Desenvolvimento Rural 20. FAF Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Est. de São Paulo 21. FETAESP Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo 22. Flora/Tietê Associação de recuperação Florestal do Médio Tietê 23. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 24. IEA Instituto de Economia Agrícola 25. INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 26. ITESP Fundação Instituto de Terras do Est. de São Paulo José Gomes da Silva 27. MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário 28. MST Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra 29. PAEP Pesquisa da Atividade Econômica Paulista 30. PANATHON/YC Yatch Club 31. SAA Secretaria de Agricultura e Abastecimento 32. SDT Secretaria de Desenvolvimento Territorial 33. SEP Secretaria de Economia e Planejamento 34. SET Secretaria de Transportes 35. SINDUSCON Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado de São Paulo 36. SINTRAF Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar 7

37. SS Secretaria da Saúde 38. UDOP Usinas e Destilarias do Oeste Paulista 39. UFSCar Universidade Federal de São Carlos 40. UGRHI Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos 41. UNESP Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO 11 2. INTRODUÇÃO 12 3. DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GERAL 13 3.1. Caracterização Geral 13 3.2. Processo Comissão de Instalação de Ações Territoriais - CIAT 15 3.3. Aspectos Administrativos 15 3.4. Estrutura do território 17 3.5. Aspectos Físicos 19 3.5.1. Geomorfologia/Relevo/Solos 20 3.5.2. Hidrografia 21 3.5.3. Clima 22 8

3.5.4. Cobertura vegetal natural 23 3.6. População 23 3.6.1. Dinâmica Populacional 24 3.6.2. Faixas Etárias 26 3.7. Histórico 27 4. ASPECTOS SÓCIOECONÔMICOS 29 4.8. Indicadores Econômicos 30 4.8.1. Produto Interno Bruto (PIB) 30 4.8.2. Valor Adicionado Fiscal (VAF) 31 4.8.3. Indústria 34 4.8.4. Serviços 35 4.9. Indicadores Sociais 37 4.9.3. Índice de Desenvolvimento Humano - IDH 37 4.9.4. Índice Paulista de Responsabilidade Social IPRS 39 4.9.5. Educação 42 4.9.6. Renda 43 4.9.7. Saneamento 45 4.9.8. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social 46 4.9.9. Indicadores Ambientais 47 4.9.10.Programa de Microbacias 48 4.9.11.Disponibilidade Hídrica 50 4.9.12.Controle Ambiental 53 5. AGROPECUÁRIA 53 5.1. Uso do Solo 56 5.2. Estrutura Fundiária 58 5.3. Condição do Produtor 60 5.4. Propriedade da Terra e Pessoal Ocupado 61 5.5. Crédito Rural 62 5.6. Valor da Produção 63 5.7. Produção 64 5.7.1. Culturas Temporárias 64 5.7.2. Culturas Permanentes 68 5.7.3. Substituição de Culturas 65 5.7.4. Pecuária 66 9

6. PÚBLICO ALVO PRIORITÁRIO DO MDA 71 6.1. Dimensão da Agricultura Familiar 71 6.2. Renda 75 6.3. Assentamentos 75 6.3.1. Sistemas de Produção 78 6.3.2. Pecuária 80 6.3.3. Agricultura 81 6.3.4. Artesanato e Processados 82 6.3.5. Assistência Técnica 82 6.4. Banco da Terra, Crédito Fundiário 83 6.5. Sistemas e cadeias Produtivas 83 6.5.3. Mandioca 84 6.5.4. Leite 86 6.6. PRONAF INFRAESTRUTURA 88 7. POLÍTICAS PÚBLICAS DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL 89 7.1. ATER 89 7.2. Crédito PRONAF 90 7.3. CONAB 93 7.4. Programa Luz para Todos 93 7.5. Programas Especiais 94 8. INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES E CAPITAL SOCIAL 95 8.1. Instituições Governamentais 96 8.2. Instituições da Sociedade Civil 96 8.2.1. Redes 97 8.2.2. Instituições Ambientais 97 8.2.3. Conselhos Regionais de Desenvolvimento Rural, Consórcios e Fóruns 97 9. DISCUSSÃO 98 10. PERSPECTIVAS 102 11. LISTA DE TABELAS Erro! Indicador não definido. 12. SIGLAS Erro! Indicador não definido. 13. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 106 14. ANEXOS 109 10

APRESENTAÇÃO Buscando enfrentar o desafio da inclusão social de grande parte da população brasileira no processo de desenvolvimento do país, o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), propõe um novo padrão de desenvolvimento rural sustentável, através da formulação de políticas públicas adaptadas às diferentes regiões do país estimulando o desenvolvimento endógeno e a autogestão dessa população. Para tanto, através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), este Ministério apresenta como estratégia o Desenvolvimento Rural Sustentável a partir da perspectiva territorial (SDT, 2005). Englobam-se aqui critérios ambientais, econômicos, sociais, culturais, políticos, institucionais 11

onde se pode observar identidade e coesão da população que forma o território. É preciso buscar investimentos públicos e privados focados nos territórios para estabelecer o processo de desenvolvimento centrado na inclusão e na justiça social, no crescimento com equidade, na reativação das economias locais e na gestão sustentável dos recursos naturais. Por outro lado, as diferentes dinâmicas e formas de atuar do território e os conhecimentos gerados neste processo necessitam ser sistematizados e compartilhados para apoiar outras experiências e gerar novas sínteses metodológicas que auxiliem o território. Como proposta de ação para a Dinamização das Economias dos Territórios Rurais com a Agricultura Familiar como protagonista deste processo foram realizados Estudos Propositivos de Dinamização Territorial em todos os territórios estabelecidos no país, buscando-se mais que um diagnóstico, mas um fomento de espaço de discussão, de encontro dos diferentes atores para concertarem interesses sobre o Desenvolvimento Territorial que possa orientar a ação desses atores. No Estado de São Paulo o Instituto Locus apresenta-se como responsável pelo Estudo Propositivo em dois territórios: Pontal do Paranapanema e Andradina. INTRODUÇÃO O presente relatório refere-se ao Projeto de Atividades apresentado pelo Instituto Locus à Secretaria de Desenvolvimento Territorial, para a implementação de ações básicas que auxiliem na elaboração dos planos de desenvolvimento do território rural de Andradina. O Projeto de Atividades prevê o Estudo Propositivo que é ferramenta complementar de apoio à dinamização econômica dos territórios, buscando qualificar as demandas, estratégias de intervenção e projetos de 12

desenvolvimento da população do território e apoiar a SDT em suas diretrizes e políticas. O Estudo Propositivo de Dinamização das Economias Territoriais aqui apresentado parte da proposição de que para a SDT enfoque territorial é uma visão essencialmente integradora de espaços, atores sociais, agentes, mercados e políticas públicas de intervenção. DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GERAL Caracterização Geral O território de Andradina, localizado no Noroeste do Estado de São Paulo, Está inserido na região de Araçatuba conhecida como a capital do boi gordo. Com 7,6% da produção agropecuária do Estado trata-se de região com economia baseada na agropecuária, principalmente pecuária de corte e de leite e cana-de-açúcar, com as poucas indústrias baseadas nestas 13

atividades: frigoríficos, laticínios e indústria do couro. Com cerca de 560 mil habitantes a região é demograficamente pouco expressiva no estado, destacando-se Araçatuba e Birigui, localizados fora do território, como os municípios mais populosos. O território ficou definido com os seguintes municípios: 1. Andradina 2. Castilho Figura 1 Localização do território 3. Guaracaí 4. Ilha Solteira 5. Itapura 6. Mirandópolis 7. Murutinga do Sul 8. Nova Independência 9. Pereira Barreto 10. Sud Menucci 11. Suzanápolis. Como Araçatuba, o município pólo da região que foi criado em 1921, os municípios que compõem o território são também muito jovens (Tabela 1): Tabela 1 Períodos de criação dos municípios PERÍODOS MUNICÍPIOS CRIADOS 1937 Andradina 1938 Pereira Barreto 1944 Mirandópolis 1948 Guaraçaí 1953 Castilho e Murutinga do Sul 14

1959 Sud Menucci 1964 Itapura e Nova Independência 1991 Suzanápolis e Ilha Solteira Fonte: SEADE (2005), organizado pelo autor. Processo Comissão de Instalação de Ações Territoriais - CIAT No território Andradina a primeira reunião para discussão do Território foi realizada em abril de 2005 no município de Andradina. Durante este as discussões dirigiram-se à composição do grupo, contratação do articulador regional e elaboração dos projetos de PRONAF Infra-estrutura, além da apresentação do Estudo Propositivo. A CIAT tem baixa participação de órgãos públicos, principalmente as prefeituras, havendo freqüência maior dos órgãos relacionados à assistência técnica como CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), ITESP (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) e INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Neste sentido as seguintes instituições não-governamentais se destacam: COAPAR (Cooperativa de produção Agropecuária dos Assentados e Pequenos Produtores da Região Noroeste do Estado de São Paulo), Sindicatos rurais (SERAESP), FAF/SINTRAF (Federação da Agricultura Familiar), MST através de sua Cooperativa Central (CCA), ECONG (ONG ambientalista do município de Castilho), FETAESP e Sindicato Rural de Mirandópolis. A direção da CIAT foi exercida pela ECONG até o final do ano de 2005 quando foi escolhido o articulador regional: Eng. Agr. Ana Claudia Simões ligada à FAF. A baixa participação citada e a falta de um articulador foram cruciais para o desempenho e a consolidação da CIAT durante o ano, evidenciando um grupo frágil, mas com boas perspectivas de desenvolvimento a partir de 2.006 com a preocupação de implementar os projetos de PROINF aprovados. Aspectos Administrativos 15

O Estado de São Paulo possui várias divisões administrativas segundo suas secretarias de governo, que no caso do Território de Andradina são bem semelhantes entre si. Segundo a Secretaria de Planejamento os municípios deste território pertencem à Região Administrativa de Araçatuba (Figura 2) que possui 43 municípios (Anexo 1). Esta, por sua vez, é dividida em duas regiões de governo: Região de Araçatuba (31 municípios) e Região de Andradina (12 municípios). A Região de Governo de Andradina praticamente coincide com a disposição do Território definido pela SDT com exceção do município de Lavínia e Bento de Abreu. Figura 2 Regiões Administrativas do Estado de São Paulo. Fonte - http://www.planejamento.sp.gov.br, em 02/07/2005 A composição do EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Andradina (Anexo1) não inclui o município de Sud Menucci e inclui, além de Bento de Abreu e Lavínia, que também fazem parte da Região de Governo, o município de Valparaíso. A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania (SJDC), através da Fundação ITESP, tem atuação na região intimamente ligada à agricultura familiar, pois atende aos Projetos de Assentamento da região. A Regional que responde pelos municípios do Território de Andradina é a regional 16

Noroeste (Figura 3) que se estende desde a região central do estado até as divisas com o Mato Grosso do Sul e Minas Gerais com dois Grupos Técnicos de Campo: Promissão e Andradina responsáveis por prestar assistência técnica às famílias. Figura 3 Coordenações Regionais Fundação ITESP Fonte: Fundação ITESP/2005 Pode-se perceber que as divisões das diversas secretarias estaduais e do território definido não apresentam divergências significativas o que poderia ser considerada uma vantagem já que as ações de Governo federais e estaduais têm maiores chances de ser complementares. Estrutura do território Segundo a Secretaria de Planejamento (2004) a boa estrutura viária torna a região do território de Andradina e seu entorno, uma importante rota de passagem do tráfego destinado ao centro-oeste do país. O transporte regional de longa distância, como já citado, é possibilitado pela Rodovia Marechal Rondon (SP-300), pela Ferrovia Novoeste S.A. - antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil da Rede Ferroviária Federal, privatizada em 1996 17

que faz a ligação até São Paulo e o porto de Santos, pelo aeroporto em Araçatuba e pela Hidrovia Tietê-Paraná (porto fluvial). Além disso, a malha ferroviária possui integração com as malhas estadual e nacional. Sua estrutura é considerada portanto multimodal. Esta é uma região privilegiada em relação aos recursos hídricos, apresentando-se como um pólo gerador de energia elétrica. A Hidrovia Tietê-Paraná começou sua operação regional em 1981 e a partir de 1991, com a abertura do Canal de Pereira Barreto, (ligação com o ramo norte do Rio Paraná) ampliou seu alcance. Por seu intermédio, a navegação chegou ao sul do Estado de Goiás e a oeste do Estado de Minas Gerais, através do rio Tietê. A conclusão da eclusa de Jupiá, em 1998, tornou possível a conexão do rio Tietê com o ramo sul do rio Paraná, estendendo a navegação até a Barragem de Itaipu e fazendo a interligação fluvial com os estados de Mato Grosso do Sul e Paraná e com o Paraguai (Secretaria de Planejamento, 2004). Segundo esta secretaria o município de Araçatuba constitui-se um dos pólos da Hidrovia Tietê-Paraná, possuindo um dos maiores terminais hidroviários, o Porto Fluvial Rio Prado. A operação da Hidrovia contribuiu para atrair novos empreendimentos voltados para armazenagem, comércio e alguns nichos da indústria naval, como o de reparo de barcos e barcaças. Existem três Usinas Hidrelétricas no território: Usina Hidrelétrica de Jupiá, no município de Castilho, de Ilha Solteira, no município de Ilha Solteira, e de Três Irmãos, no município de Pereira Barreto (Figura 4). Figura 4 Região Administrativa de Araçatuba Recursos Hídricos 18

Outra estrutura importante da região é a presença do Gasoduto Brasil- Bolívia. No território ele atravessa os municípios de Castilho, Nova Independência, Andradina, Murutinga do Sul, Guaraçaí e Mirandópolis. As principais rodovias que permitem acesso à região são: 1. Rodovia Marechal Rondon que liga Araçatuba à Capital paulista e, no sentido inverso, ao Estado do Mato Grosso do Sul; 2. Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), liga Penápolis a Presidente Prudente e ao norte do Paraná, e no sentido oposto, a São José do Rio Preto e Barretos; 3. Rodovia Dr. Elyeser Montenegro Magalhães (SP-463) liga Araçatuba ao sul de Minas Gerais; 4. Rodovia Euclides de Oliveira Figueiredo (SP-563) liga Andradina ao norte do Paraná; e a Rodovia Péricles Bellini (SP-461) liga Birigüi ao norte do Estado. Aspectos Físicos 19

Geomorfologia/Relevo/Solos Segundo o Comitê de Bacias Hidrográficas (1999) citando o CETEC (Centro Tecnológico da Fundação Paulista de tecnologia e Educação) a região do território, pertencente à Bacia Hidrográfica do baixo Tietê, é caracterizada pela presença de formas de relevo levemente onduladas com longas encostas e baixas declividades, representadas fundamentalmente por colinas amplas e médias. O subnivelamento do relevo mostra um caimento para oeste em direção à calha do rio Paraná, formando uma extensa plataforma estrutural suavizada com cotas topográficas que oscilam próximo a 500 metros. Além destas estão registradas no Mapa Geomorfológico do IPT (Instituto Paulista de Tecnologia) as Planícies Aluviais (nas calhas dos rios Tietê e Paraná) e os Terraços Fluviais. As Colinas Amplas, que ocupam a maior área, constituem formas de relevo subniveladas de grandes dimensões, perfil de vertente retilíneo e topos aplainados, presença de drenagem com padrão subdendrítico, densidade baixa e vales erosivos abertos. As Colinas Médias são semelhantes, porém tem interflúvios menores e densidade de drenagem maior (média a baixa). Os solos principais, segundo o CETEC, são: Solos com B textural - Solos podzolizados de Lins e Marília variedade Lins e Marília Solos com B latossólico Latossolo vermelho escuro (fase arenosa), Latossolo roxo. Na Bacia do Baixo Tietê são encontradas pequenas extensões de terras férteis favoráveis ao cultivo de lavouras de ciclo curto, sendo que a maior parte das terras possuem limitações em relação a fertilidade e média susceptibilidade à erosão e os solos encontram-se em estágio avançado de degradação (CETEC,1999). 20

Hidrografia Para gestão dos recursos hídricos no estado de São Paulo foi criado o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, sendo um dos seus objetivos a proposição de formas de gestão descentralizada dos recursos hídricos, em nível regional e municipal, adotando-se as bacias hidrográficas como Unidades de Gestão, de forma compatibilizada com as divisões políticoadministrativas (Secretaria Estadual do Meio Ambiente, 2005). A partir desta proposta foram criadas 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs), classificadas de acordo com sua vocação. O território de Andradina situa-se, em sua maior porção, na UGRHI do Baixo Tietê que compreende 15.588Km² e assenta-se sobre os aqüíferos Bauru e Serra Geral. Pequenas partes do território pertencem às UGRHIs do Aguapeí e São José dos Dourados. Importante destacar que segundo o uso de solo predominante a UGRHI do Baixo Tietê é classificada como Agropecuária. Esta com área de drenagem de 36.961 Km² tem como seus cursos d água principais o Rio Paraná e o Rio Tietê e apresenta as seguintes subbacias: Tabela 2. Subdivisão da Unidade de Gerenciamento Hídrico do Baixo Tietê Municípios Sub Bacia Área de Drenagem (Km²) Castilho Córrego Pendenga 214,89 Murutinga do Sul, Guaraçaí, Mirandópolis e Castilho Ribeirão do Moinho 749,3 Castilho Córrego do Abrigo 391,04 Itapura Córrego da Onça 215,41 Andradina e Itapura Córrego Timboré 364,75 Guaraçaí e Andradina Ribeirão Três Irmãos 529,67 Andradina e Pereira Barreto Córrego Macaé 320,14 Mirandópolis e Pereira Barreto Ribeirão Travessa Grande 32416 Pereira Barreto Córrego Santista 373,15 Mirandópolis Ribeirão do Cotovelo 209,37 Sud Menucci e Pereira Barreto Córrego do Osório 591,87 Mirandópolis e Lavínia Ribeirão Água Fria 585,7 Total 36.961,29 Fonte: CETEC, 1999. 21

Clima Do ponto de vista da classificação climática, segundo o modelo de KÖPEN, das seis modalidades climáticas ocorrentes no estado de São Paulo, duas predominam no Planalto. O tipo Aw, tropical, subúmido com chuvas de verão e invernos secos,caracteriza a maior parte do Planalto Ocidental, cobrindo a parte setentrional (norte) e faixas ao longo do Rio Paraná e baixos cursos de seus afluentes Aguapeí e Peixe. Nas porções sul e central da província, a latitude mais alta acarreta temperaturas mais baixas, sobretudo no inverno, o que impede a inclusão dessa região da província no tipo Aw. Simplificadamente, essa modalidade climática pode ser descrita como Clima Tropical, com inverno seco e estação chuvosa no verão. O índice pluviométrico varia entre 1.100 e 1.300mm anuais, com estação seca ocorrendo entre os meses de maio a setembro. A temperatura do mês mais frio ultrapassa 18 C. De modo geral, esse tipo climático ocorre no extremo norte e noroeste do estado, abrangendo as margens do Rio Paraná (a montante do Porto Tibiriçá); as margens do Rio Tietê (a jusante de Avanhandava), incluindo quase inteiramente os municípios de Araçatuba, Pereira Barreto, Castilho, Nova Independência, Itapura, Ilha Solteira e Susanópolis. A segunda modalidade climática a ocorrer nessa unidade geomorfológica é o tipo Cwa, mesotérmico com verões quentes e chuvosos e invernos secos. O índice pluviométrico desse tipo climático varia entre 1.100 e 1.700mm anuais, diminuindo de oeste para leste, com a média anual situando-se em torno de 1.250mm. A estação seca ocorre entre os meses de Abril a Setembro, e a temperatura do mês mais frio é inferior a18 C, enquanto a do mês mais quente ultrapassa os 22 C. Em porções mais elevadas da área, espacialmente pouco representativas, esse tipo climático passa a Cwb, isto é, clima com verões frescos. O tipo climático Cwa abrange, entre outros, partes dos municípios de Andradina e Murutinga do Sul. 22

Cobertura vegetal natural Conforme Mapa de Vegetação do Brasil ( IBGE 1993, escala 1: 5.000.000), a região situa-se onde a cobertura florestal natural classifica-se como Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Semicaducifólia). Tal formação florestal se insere no domínio Mata Atlântica, conforme Decreto Federal 750/93. Este tipo de vegetação está condicionado a dupla estacionalidade climática, uma tropical com época de intensas chuvas de verão, com temperaturas médias em torno de 22 C, seguida por estiagem acentuada, e outra subtropical sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno com temperaturas médias em torno de 15 C. Esses climas determinam uma estacionalidade foliar dos elementos arbóreos dominantes, os quais tem adaptação ora à deficiência hídrica, ora a queda da temperatura nos meses frios. A percentagem das árvores caducifólias, no conjunto florestal e não das espécies que perdem as folhas individualmente, situa-se entre 20% e 50% na época desfavorável. Nesta região florestal predominam os gêneros Tabebuia, Cariniana, Parapiptadenia, Lecythis, Astronium, Peltophorum e Copaifera. População A população total dos municípios do território é de cerca de 173.000 habitantes (0,45% da população do estado) distribuídos em área de 6.558 Km², sendo que 32% da população (56.000) concentra-se em Andradina. Mas, apesar de menor escala, outras três cidades também são concentradoras: Mirandópolis, Ilha Solteira e Pereira Barreto com 23

populações superiores a 20.000 habitantes, aproximadamente 15% da população cada um. Ao longo dos anos a população apresentou a tendência a migrar para a zona urbana (Tabela 3): em 1980 a população urbana era 78% da população total do território e atualmente este grupo representa cerca de 90%. Atualmente o município com menor taxa de urbanização é Murutinga do Sul que apresenta cerca de 70% de sua população na zona urbana. Tabela 3 Comportamento da População Urbana e Rural - Território Andradina (1980-2005) em % Municípios 1980 1995 2005 Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Andradina 88,23 11,77 90,68 9,32 93,36 6,64 Castilho 65,97 34,03 74,06 25,94 82,94 17,06 Guaraçai 46,24 53,76 63,38 36,62 79,19 20,81 Ilha Solteira 91,41 8,59 97,32 2,68 Itapura 82,90 17,10 86,61 13,39 88,67 11,33 Mirandópolis 64,91 35,09 79,53 20,47 88,24 11,76 Nova Independência 52,44 47,56 64,16 35,84 76,96 23,04 Pereira Barreto 87,95 12,05 93,96 6,04 93,42 6,58 Sud Mennucci 37,87 62,13 76,96 23,04 87,74 12,26 Suzanápolis 65,09 34,91 74,92 25,08 Total 78,04 21,96 85,33 14,67 90,64 9,36 Região Governo Andradina 76,34 23,66 84,32 15,68 90,82 9,18 Fonte: SEADE, 2005. Podemos destacar também Castilho e Guaraçaí que tinham população urbana em proporções aproximadas à população rural em 1980 e que em 2005 apresentam a população urbana até 3 vezes maior. O município de Sud Menucci, entretanto é o que chama mais atenção quanto ao êxodo rural, pois sua população rural era maior que a urbana em 1980 representando 62% da população total do município. Em 1995 passou para 23% e atualmente representa apenas 12% da população total. Em termos absolutos a maior queda no número de habitantes da zona rural foi Mirandópolis com 4.354 pessoas (Anexo 2). Dinâmica Populacional 24

Segundo o IBGE com as mudanças no padrão de fecundidade feminina brasileira houve forte desaceleração na taxa de crescimento demográfico do país principalmente nas décadas de 70 e 80, tornando-se moderada na década de 90. A maioria dos municípios do território apresenta taxas de crescimento inferiores à 1% ao ano e dentre todas as Regiões de Governo do Estado de São Paulo, o território de Andradina apresentou a 4ª menor taxa de crescimento ficando atrás de municípios de regiões próximas (Anexo 3). Ao compararmos as taxas de crescimento populacional em 1991 e 2005 podemos afirmar que, salvo raras exceções, os municípios deste território apresentaram diminuição no crescimento de sua população. Além disso, as baixas Taxas Geométricas de Crescimento Anual da população aliadas à queda das Taxas de Mortalidade, refletem o envelhecimento deste grupo de habitantes (Tabela 4). De forma geral o território apresenta a tendência do interior oeste paulista: evasão de população. Tabela 4. Dados Demográficos Municípios População Taxa de Urbanização (em %) Taxa Geom. Cresc. Anual População (2000/2005 em %aa) Área (em Km²) Densidade Demográfica (hab/km²) Andradina 56.921 93,36 0,64 967 58 Mirandópolis 27.090 88,24 0,89 919 29 Ilha Solteira 25.369 97,32 4,77 639 40 Pereira Barreto 25.056 93,42 0,02 1.004 25 Castilho 15.302 82,94 0,47 1.094 14 Guaraçaí 9.277 79,19 0,86 571 16 Sud Menucci 7.498 87,74 0,36 595 13 Murutinga do Sul 4.112 70,77 0,71 249 17 Itapura 3.901 88,67 0,33 311 13 Suzanápolis 2.963 74,92 1,24 305 10 Nova Independência 2.118 76,96 0,54 270 8 Reg. Gov. 184.690 89,98 0,62 7.462 25 Estado 39.949.487 93,65 1,72 248.600 161 Fonte: SEADE/Perfil Municipal 2005 Trata-se, portanto, de uma região de baixa densidade demográfica, sendo que os municípios de população mais adensada são Andradina (58 habitantes/km²), Mirandópolis (29 habitantes/km²) e Pereira Barreto (25 25

habitantes/km²). Ao considerarmos apenas os 11 municípios do território observamos que a Densidade Demográfica média é baixíssima (22 habitantes/km²) principalmente em relação à média estadual de 161 habitantes/km². Faixas Etárias A população do território de Andradina era em 1980 bem jovem, pois os habitantes até 14 anos representavam 38% da população total. A população de 65 anos ou mais era apenas 4%. Após 25 anos, em 2005, observamos que o maior grupo de população neste território encontra-se na faixa de população economicamente ativa: a faixa de 15 a 49 anos representa 55% da população que envelheceu contando com 21% de pessoas até 14 anos e dobrando a quantidade de pessoas com mais de 65 anos, em relação ao levantamento de 1980 (Gráfico 1). 26

Gráfico 1. Distribuição da População 1980 e 2005 1980 Nº de Pessoas 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 56.270 42.949 32.658 12.744 6.294 0 a 14 15 a 29 30 a 49 50 a 64 65 ou mais Faixas Etárias 2005 Nº de Pessoas 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 38.800 47.011 52.885 25.321 15.590 0 a 14 15 a 29 30 a 49 50 a 64 65 ou mais Faixas Etárias Fonte: SEADE, 2005 preparado pelo autor. Em relação ao Gênero não houve mudanças entre 1980 e 2005, a divisão entre homens e mulheres é pouco mais de 49% de pessoas do sexo feminino e pouco menos que 51% para o masculino. Histórico Segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (1994) a ocupação da região foi estreitamente vinculada ao modelo da exploração cafeeira no estado, ou seja, predatória buscando terras novas e mais férteis. 27

O café trouxe consigo a movimentação de capital nessas novas áreas e grande afluxo de população para trabalhar na lavoura. Apoiando este processo a ferrovia contribuiu na fixação desta mãode-obra em vários núcleos. Importante para o desenvolvimento regional a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil iniciou-se em 1906 ligando Bauru a Porto Esperança: A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil foi aberta em 1906, seguindo a partir de Bauru, onde a Sorocabana havia chegado em 1905, até Presidente Alves, em setembro de 1906. Em janeiro de 1907 atingia Lauro Müller, em 1908 Araçatuba e em 1910 atingia as margens do rio Paraná, em Jupiá, de onde atravessaria o rio, de início com balsas, para chegar a Corumbá, na divisa com a Bolívia, anos depois. O trecho entre Araçatuba e Jupiá, que até 1937 costeava o rio Tietê em região infestada de malária, foi substituído nesse ano por uma variante que passou a ser parte do tronco principal, enquanto a linha velha se tornava o ramal de Lussanvira. Em 1957, a Noroeste passou a fazer parte da Refesa. Transportou passageiros até cerca de 1995, quando esse transporte foi suprimido. Em 1996, a Refesa deu a concessão da linha para a Novoeste, que transporta cargas até hoje. (www.estacoesferroviarias.com.br) A partir da lavoura do café e do contingente populacional alocado abriu-se caminho para instalação de novas culturas na região como o algodão e outras para suprir a produção de alimentos necessários a uma região distante com altos custos de importação destes produtos. Com a queda do café a opção econômica adotada foi a pecuária de corte que afetou marcadamente a estrutura fundiária da região. O modelo adotado não teve problemas para se estabelecer uma vez que o vizinho Mato Grosso do Sul já possuía a criação extensiva de gado de corte. Para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (1994) o desenvolvimento experimentado pela bovinocultura na região, deveu-se, em grande parte, à sua localização em relação aos estados de Goiás e Mato 28

Grosso aliada às facilidades locais de transporte, com acessos facilitados para os mercados consumidores nacionais, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. A região especializou-se na fase final de engorda com a instalação de frigoríficos e de pastagens extensas. Outra indústria que se instalou na região foi a do couro com ênfase na fabricação de calçados. A partir da década de 1960 começa a se instalar na região grandes Usinas hidrelétricas (Ilha Solteira, Três Irmãos e Jupiá) e desenvolver-se a Hidrovia Tietê-Paraná a partir de 1981. Para HESPANHOL in BERNARDES 2002, mesmo com empreendimentos do porte de ferrovias e hidrovias a região de Andradina não se desenvolveu da forma esperada e frustraram as expectativas. O primeiro não provocou o desencadeamento da ocupação e a segunda não adotou planos de ação que amenizassem o impacto negativo do fim das obras como a demissão em massa de operários e a migração da população para outras regiões. O comércio local, assim como a indústria, obviamente vinculou-se às atividades agropecuárias da região e ambos não foram forças suficientes para impulsionar o crescimento dos centros urbanos. Estes também não absorveram de forma adequada a população de trabalhadores rurais que, trazidos pela cafeicultura e cotonicultura, se viu obrigada a migrar para os centros urbanos quando da expansão da bovinocultura de corte. ASPECTOS SÓCIOECONÔMICOS 29

Indicadores Econômicos Analisando-se cada um dos municípios pode-se observar que em relação a todos os indicadores destacam-se Andradina e Ilha Solteira. O primeiro é o maior e mais populoso, aglutinando serviços e, conseqüentemente riquezas, enquanto Ilha Solteira é sem dúvida o município de melhor qualidade de vida do território, posicionando-se bem mesmo quando comparado a outros municípios paulistas. A região desenvolveu-se baseada na agropecuária (café, algodão e pecuária) e atualmente tem sua economia firmada na pecuária, principalmente a de corte sendo que a indústria tem pouca participação na economia local. Em relação aos serviços torna-se efetiva a constatação da PAEP (Pesquisa de Atividade Econômica Paulista): à medida que se afasta do núcleo metropolitano de São Paulo, ganham participação os segmentos de serviços ligados ao atendimento das necessidades dos consumidores, como os de saúde, educação e infra-estrutura sanitária, e os de apoio à agricultura, perdendo importância os de apoio à atividade econômica. Porém, de maneira geral, podemos afirmar que apesar do desenvolvimento da economia local sempre estar atrelado ao comportamento de sua agropecuária a indústria e os serviços contribuem significativamente em maior parte com a riqueza gerada na região apoiada principalmente nas Usinas Hidrelétricas do Território. Produto Interno Bruto (PIB) Podemos dizer que o território de Andradina tem baixa representatividade na economia paulista e de maneira geral sua participação não chega a 1% dos patamares estaduais em índices como o PIB e o ICMS (0,72%). Em 2002 destacaram-se quatro municípios de maior PIB: Andradina (529 milhões de reais), Ilha Solteira (922 milhões de reais), Castilho (513 milhões de reais) e, em um patamar um pouco mais abaixo, Pereira Barreto 30

(298 milhões de reais), conforme Tabela 5. Ilha Solteira, apesar de ter pequena participação no PIB estadual (021%) é o município melhor colocado do território estando bem acima dos demais e juntamente com Castilho e Pereira Barreto têm na geração de energia elétrica sua principal riqueza, sendo que este último tem menor capacidade instalada. No caso de Andradina a formação do PIB está apoiada principalmente nos Serviços e na Indústria, uma vez que este município é a cidade pólo do território e concentra os setores de comércio, transporte, comunicação, financeiro etc. Praticamente metade dos municípios apresentou PIB menor que 100 milhões de reais neste mesmo período, mas os piores colocados foram Suzanápolis (32 milhões de reais), Nova Independência (27 milhões de reais) e Itapura (27 milhões de reais). Estes municípios têm como principal atividade a produção agropecuária de poucos produtos. Tabela 5 - PIB dos municípios do território de Andradina, 2002 Município PIB per capita (em PIB (milhões de Participação no reais correntes) reais correntes) Estado (em %) Andradina 9.466,69 529,67 0,12 Castilho 34.141,72 513,7 0,12 Guaraçaí 14.567,31 132,07 0,03 Ilha Solteira 37.435,92 922,83 0,21 Itapura 7.106,34 27,44 0,01 Mirandópolis 6.662,60 175,67 0,04 Murutinga do Sul 10.176,21 40,96 0,01 Nova Independência 13.353,51 27,82 0,01 Pereira Barreto 12.006,60 298,59 0,07 Sud Menucci 9.910,30 73,45 0,02 Suzanápolis 11.554,23 32,74 0,01 Região Administrativa 15.672,37 2.839,96 0,65 Estado 11.352,67 438.148,30 100 Fonte: SEADE/Pefil Municipal 2005 Valor Adicionado Fiscal (VAF) O Valor Adicionado é a riqueza criada na economia e, através deste índice, o Governo do Estado distribui os recursos do ICMS (Imposto sobre 31

Circulação de Mercadorias). Assim, do montante arrecadado cabe aos municípios 25% e aquele que gerar mais Valor Adicionado receberá mais ICMS que é a maior fonte de receita das prefeituras. Este índice é o componente de maior peso na composição do índice de participação dos municípios representando 76% do total e corresponde, para cada município, ao valor das mercadorias saídas, acrescido do valor das prestações de serviços no seu território, deduzido o valor das mercadorias saídas. Desde 1994 a apuração do ICMS ficou da seguinte forma, sempre considerando a relação entre o município e o Estado: 76% com base no VAF, 13% com base na população, 5% com base no valor da Receita Tributária, 3% com base na área cultivada, 0,5% em relação aos reservatórios e 0,5% sobre as áreas de mananciais. Além disso, foi determinado um valor fixo de 2% para todos os municípios. Segundo GIMENES in Livremercado (2005) o desequilíbrio existente não decorre somente da guerra fiscal entre os municípios, mas preponderantemente das alterações introduzidas pela Constituição Federal de 1988, que ao transformar o ICM em ICMS, trouxe novos fatos geradores desse imposto que anteriormente se submetiam à legislação federal (impostos únicos sobre minerais, lubrificantes, e combustíveis e energia elétrica e sobre serviços de transporte e de comunicações). Na formação do VAF do território (Anexo 4) aquele adicionado pela Indústria é o que mais contribui, sendo que Ilha Solteira, Castilho, Pereira Barreto e Andradina foram em 2002 os municípios de maior Valor Adicionado Fiscal (VAF) neste setor (Tabela 6). 32

Tabela 6. Valor Adicionado Fiscal Total e Participação dos Setores no Território de Andradina, 2002 Município Valor Adicionado Valor Adicionado (%) (milhões de Reais) Agropecuária Indústria Serviços Ilha Solteira 929,55 1,89 87,68 10,43 Andradina 541,39 14,15 43,72 42,13 Castilho 514,96 4,90 86,56 8,54 Pereira Barreto 306,89 16,75 55,71 27,54 Mirandópolis 185,69 47,20 6,61 46,19 Guaraçaí 134,73 71,07 2,35 26,57 Sud Menucci 72,53 41,42 24,62 33,96 Murutinga do Sul 41,42 63,69 4,66 31,65 Suzanápolis 32,71 46,90 25,13 27,94 Nova Independência 27,81 55,92 16,94 27,15 Itapura 27,72 21,36 35,28 43,36 Reg. Gov. 16,67 60,40 22,93 Estado 7,83 40,71 51,46 Fonte: SEADE/Perfil Municipal 2005, preparado pelo autor Neste mesmo ano o VAF do Território foi de 2.815 milhões de reais, 0,68 % do Estado, a contribuição da Agropecuária foi de 15%, o do Setor de Serviços 22% e a Indústria contribui com 61% (Gráfico 2). Gráfico 2. Participação Percentual dos Setores Econômicos 2002 100 100 90 80 70 60 61,32 50 40 30 22,79 20 15,89 10 0 Total Indústria Agropecuária Serviços Fonte: SEADE/2005 33

Em vários municípios porém, o Valor Adicionado pela agropecuária suplantou o da indústria e o de serviços: Guaraçaí, Murutinga, Nova Independência, Mirandópolis, Sud Menucci e Suzanápolis. Em Itapura a diferença entre a participação dos três setores foi pequena. É importante notar que os municípios que apresentaram maior VAF foram os mesmos que os setores da indústria e dos serviços são mais fortes mostrando a fragilidade do setor agropecuário sobre o qual assentase a economia local. Porém vale a pena lembrar que se Valor Adicionado é o total das saídas, menos as entradas em valores em reais, podemos ter Valor Adicionado Alto sem gerar riquezas ou um Valor Adicionado baixo com aumento de riqueza (BUENO in Livremercado,2005). O componente que se mostrou fundamental no estabelecimento do VAF é a presença das Usinas Hidrelétricas de Castilho, Ilha Solteira e Pereira Barreto. Andradina concentra suas riquezas no setor de serviços haja vista que este é o maior município do território. Indústria A Indústria na Região Administrativa de Araçatuba sempre foi historicamente uma das menos desenvolvidas do Estado e os municípios mais industrializados são os localizados ao longo do eixo viário que se dirige ao Mato Grosso do Sul. Segundo CARVALHO et alii, 1992 in Coordenadoria de Abastecimento (1994) o setor secundário da região de Araçatuba vincula-se ao setor primário, base econômica da região, com os insumos daquele setor constituindo-se em seus principais produtos agropecuários. A transformação industrial da área se processou utilizando técnicas de produção rudimentares, onde o impacto das alterações tecnológicas ainda não se fez sentir, não ocorrendo mudanças de natureza qualitativa, inexistindo economias externas e aspectos mercadológicos favoráveis. Tais características definem uma fase industrial incipiente e inexpressiva. Destacam-se indústrias ligadas à agropecuária tais como frigoríficos, laticínios, alimentícias e de bebidas. Na mesma região administrativa ainda 34

encontramos a forte indústria de calçados principalmente no município de Birigui. No ramo da agroindústria o setor que mais cresce é o sucroalcooleiro. Segundo NOGUEIRA (2005) a região de Araçatuba acumulou perto de R$ 1 bilhão de investimentos, no período de janeiro de 2004 até hoje. Ainda segundo Nogueira embora não tenha atrativo fiscal como os municípios sul-mato-grossenses, Araçatuba tem chamado a atenção de empresários de várias partes do país. O que projetou a cidade no cenário nacional e impulsionou o município foi principalmente a instalação de 28 usinas no Oeste Paulista. Com o investimento de R$ 5,5 bilhões Araçatuba atraiu empresas que atuam nas áreas de energia e automação industrial. Próximo ao território e ligada à cana-de-açúcar existe a Ajinomoto em Valparaíso que ampliou sua produção de lisina utilizada em fabricação de ração de aves e suínos. Em Andradina a FBA (Franco Brasileiro de Açúcar) mantém uma unidade de produção de açúcar: a Gaza. Outras indústrias de destaques na região são Coopercitrus (Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo) com investimentos de R$ 1,5 milhão em Araçatuba e a Nestlé que irá abrir sua segunda unidade no mesmo município com investimento de R$ 120 milhões para produção de leite em pó e fórmulas infantis e que tem aproximação com os produtores de leite da região nos quais se enquadram os assentados. Com a instalação da Tilápia do Brasil (produz e abate tilápias) no município de Buritama o governo federal programa investir na implantação de parques aquícolas em Ilha Solteira para criação e engorda desta espécie. Para a agricultura familiar, segundo a FAF (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar), também têm importância as agroindústrias de Andradina e Tupi frutas desidratadas, derivados de mandioca, frangos defumados, tomate seco e polpa e Fernadópolis derivados de frutas, derivados de leite. Serviços 35

De modo geral o Setor de Serviços está concentrado em Andradina, mas apresenta importância também em Ilha Solteira pela presença da Universidade Estadual Paulista. Como já foi citado a atividade de geração de energia elétrica do complexo hidrelétrico do Rio Paraná marca profundamente o perfil econômico da região, com a presença das hidrelétricas de Jupiá, Ilha Solteira e de Três Irmãos. Para a Secretaria do Planejamento a ampla oferta de energia ao lado da viabilidade de exploração das atividades turísticas da Hidrovia Tietê- Paraná, dos lagos, rios e paisagens privilegiadas são os destaques do setor terciário regional, com possibilidade de auxiliar a dinamização de sua economia: Com lagos, rios e paisagens privilegiadas, existe um grande potencial turístico, na região, especialmente para esportes náuticos. Tanto as hidrelétricas e seus entornos como a Hidrovia Tietê-Paraná, com suas 10 eclusas e seus 2.400 quilômetros de extensão, podem ser explorados para fins turísticos. Itapura é exemplo disso: inundado, em boa parte de suas terras, pela usina hidrelétrica de Jupiá, o município, em função da beleza da paisagem local, possui grande potencial para a prática do turismo ecológico (Secretaria do Planejamento, 2004). Em termos de empregos ocupados o setor de Serviços era o que mais contribuía para absorção de mão-de-obra: Tabela 7 Empregos Ocupados, 2003 36

Municípios Total Indústria Comércio Serviços Demais Total % Total % Total % Total % Andradina 10.230 3.497 34 2.548 25 3.343 33 842 8 Sud Mennucci 1.510 320 21 43 3 399 26 748 50 Castilho 1.804 369 20 212 12 819 45 404 22 Suzanápolis 326 59 18 22 7 148 45 97 30 Pereira Barreto 3.149 459 15 705 22 1.439 46 546 17 Mirandópolis 2.887 365 13 691 24 1.292 45 539 19 Guaraçai 1.214 100 8 100 8 575 47 439 36 Ilha Solteira 5.331 136 3 837 16 4.230 79 128 2 Murutinga do Sul 420 5 1 28 7 276 66 111 26 Nova Independência 280 2 1 8 3 176 63 94 34 Itapura 474 0 0 60 13 275 58 139 29 Total 27.625 5.312 5.254 12.972 4.087 Fonte: SEADE/Perfil Municpal 2005, preparado pelo autor Indicadores Sociais Índice de Desenvolvimento Humano - IDH O Índice de Desenvolvimento Humano IDH, largamente utilizado considera as variáveis renda, longevidade e educação. Segundo o PNUD, ele parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. Considerando-se o último IDH estabelecido em 2.000 os municípios do território Andradina apresentavam IDH médio (0,500-0799) com exceção de Ilha Solteira com classificação alta (acima de 0,800). O primeiro grupo encontrava-se abaixo da média estadual de 0,820, situação que se repete quando observamos as variáveis componentes do IDH. Como na maioria dos municípios brasileiros a dimensão mais desenvolvida é a Educação e a mais defasada é a Renda, panorama que se repete também no levantamento mais antigo realizado em 1991, conforme Tabelas 8 e 9. 37

Tabela 8 IDH dos municípios do Território Andradina - 1991 Município IDH por componente IDH -M Longevidade Educação Renda Ilha Solteira 0,744 0,757 0,796 0,68 Andradina 0,747 0,735 0,816 0,689 Mirandópolis 0,813 0,772 0,922 0,746 Pereira Barreto 0,724 0,751 0,759 0,663 Sud Menucci 0,693 0,732 0,742 0,605 Murutinga do Sul 0,726 0,721 0,784 0,673 Guaraçaí 0,747 0,768 0,787 0,685 Castilho 0,687 0,721 0,712 0,627 Suzanápolis 0,659 0,631 0,753 0,593 Itapura 0,74 0,772 0,809 0,638 Nova Independência 0,718 0,721 0,77 0,662 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil No ranking estadual 3 municípios estão entre os 100 piores: Suzanápolis, Itapura e Nova Independência. Em contrapartida Ilha Solteira é o 10º colocado entre os 645 municípios paulistas. Tabela 9 IDH dos municípios do Território Andradina - 2000 1 IDH-M por componente Ranking Município IDH-M Longevidade Educação Renda Estadual Ilha Solteira 0,850 0,847 0,934 0,769 10 Andradina 0,798 0,763 0,786 0,754 185 Mirandópolis 0,797 0,795 0,884 0,711 192 Pereira Barreto 0,788 0,795 0,871 0,699 258 Sud Menucci 0,779 0,795 0,852 0,691 322 Murutinga do Sul 0,780 0,795 0,865 0,679 361 Guaraçaí 0,771 0,763 0,856 0,696 393 Castilho 0,760 0,788 0,844 0,648 469 Suzanápolis 0,743 0,763 0,817 0,648 568 Itapura 0,739 0,763 0,827 0,627 581 Nova Independência 0,737 0,763 0,813 0,635 590 Território 0,777 0,780 0,870 0,720 Estado 0,820 0,770 0,901 0,790 País 0,766 0,727 0,849 0,723 Fonte: SEADE, 2005. A Educação apresenta boa performance com o aumento das taxas de freqüência escolar. Em 2.000 todos os municípios estavam na faixa acima de 0,800, mas só Ilha Solteira estava acima da média estadual (0,901). 1 IDH M do território foi calculado pela média dos IDHs dos municípios. 38

Em relação à Longevidade, o território apresentou em média melhor performance (0,780) que a média estadual que é de 0,770. Mas, praticamente metade dos municípios está abaixo desta: Andradina, Guaraçaí, Itapura, Nova Independência e Suzanápolis (0,763). A discrepância surge em decorrência do excelente índice apresentado por Ilha Solteira neste quesito (0,847) elevando a média do território. Quanto ao quesito Renda o território apresenta sua pior performance uma vez que todos os municípios situaram-se abaixo da média estadual (0,790) e apenas Andradina e Ilha Solteira ficaram acima da média nacional (0,723). Segundo o Atlas dos Territórios Rurais todos os componentes do IDH apresentaram acréscimo no território de Andradina. No âmbito geral a diferença foi de 0,05, no IDH Renda 0,04, no IDH Longevidade 0,06 e no IDH Educação 0,07. Porém, este crescimento não acompanhou o Estado havendo um pequeno declínio em relação ao levantamento de 1991, pois Itapura e Nova Independência estavam entre os 100 piores colocados do Estado no quesito Renda e, em 2000, além destes municípios foram acrescentados ao grupo Suzanápolis e Castilho. Índice Paulista de Responsabilidade Social IPRS O Índice Paulista de Responsabilidade Social IPRS foi criado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), para avaliar o grau de desenvolvimento socioeconômico dos municípios paulistas e já teve duas edições, em 2000 e 2003 com dados um pouco mais atualizados que o IDH. Em 2000, foram apresentados os resultados para os anos de 1992 e 1997 e, em 2003, para o ano de 2000. Na edição de 2004, em que se apresentam os resultados de 2002, foram incorporadas algumas mudanças ao IPRS, visando ao seu aprimoramento como um instrumento eficaz de avaliação e monitoramento de políticas públicas. Este Índice divide os municípios nos estágios alto, médio e baixo segundo os indicadores riqueza, longevidade e escolaridade (Figura 5): 39