CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DA ÁREA DE AMPLIAÇÃO DO CENTRO DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE NOVA FRIBURGO - RJ

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FLORESTAS CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DA ÁREA DE AMPLIAÇÃO DO CENTRO DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE NOVA FRIBURGO - RJ Rafaela de Freitas Orientador: Hugo Barbosa Amorim Seropédica, RJ Dezembro, 2008

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FLORESTAS CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL CARACTERIZAÇÃO DE COBERTURA VEGETAL NA ÁREA DE AMPLIAÇÃO DO CENTRO DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE NOVA FRIBURGO - RJ Rafaela de Freitas Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Florestal, como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Florestal, Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Orientador: Hugo Barbosa Amorim Seropédica, RJ Dezembro, 2008 ii

Monografia aprovada em: 19/12/2008 Comissão examinadora: Orientador: Hugo Barbosa Amorim Titular 1: José de Arimatéa Silva Titular 2: Priscila Corrêa da Silva Marinelli iii

Dedicatória Dedico esse trabalho aos meus pais, que são os maiores mestres que tive e tenho no UNIVERSO dessa CIDADE. Dedico a minhas irmãs pelo respeito e paciência. Dedico a todos aqueles que acreditaram em mim e me apoiaram desde o começo. Dedico ainda, aos que não acreditaram e não apoiaram, esses foram uns dos grandes responsáveis por isso. iv

Agradecimentos Agradeço a DEUS em primeiro lugar, por ter colocado a sementinha do amor a natureza em meu coração desde que nasci. Agradeço a minha família pela paciência Agradeço aos verdadeiros amigos, aqueles que acreditaram em mim e me impulsionaram quando precisei. Agradeço aos mestres que não só me fizeram profissional, mas que ensinaram a ser mais humana. Agradeço aos funcionários, pela força e alegria do dia a dia. Agradeço a VEREDA Consultoria Ambiental, pelos dados cedidos. Agradeço a minha grande amiga Engenheira Florestal Fernanda Ferreira Fontes pelo crédito e confiança depositados. Agradeço também as amigas Priscila Marinelli, Andréa, Pats P e G e Paula Amélia pelo carinho e amizade. Agradeço em especial a RURAL, por ter me tornado quem sou. Obrigado! v

Resumo O presente estudo teve como objetivo, a caracterização da cobertura vegetal na área de ampliação do aterro sanitário localizado na cidade de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro. O complexo em questão funciona sob a responsabilidade da Empresa Brasileira de Meio Ambiente S.A EBMA que gerencia o Centro de Disposição de Resíduos de Nova Friburgo CDR - Nova Friburgo que possui uma área de 208.000 m², da qual 71.786 m² compreendem efetivamente a área de estudo. A área foi dividida em três setores, onde foi realizado um censo, tendo sido mensuradas 1998 árvores no total, sendo 1334 no primeiro e 667 no segundo setor. O terceiro setor não foi incluído no estudo. No total, foram identificadas 82 famílias, das quais Myrtaceae e Leguminosae se apresentaram como as mais freqüentes para os dois fragmentos. Do total, 215 árvores não foram identificadas, tendo sido incluídas nessa categoria aquelas cujos gêneros não foram identificados. A partir dos dados do censo, foi feita a análise fitossociológica de cada fragmento. Com base nesses dados e segundo a Resolução CONAMA 06/94 pode-se classificar esses fragmentos segundo o estádio sucessional em estádio médio. A análise fitossociológica apresentou valores elevados de densidade para os dois setores, com 1334 arv./ha para o fragmento 1 e 667 arv./ha para o fragmento 2, o mesmo acontecendo com o índice de Shannon-Wiener (3,69 para o setor 1 e 3,73 para o setor 2). Os valores do índice de Simpson foram 0,037 e 0,038 respectivamente para as duas áreas. O índice de Jaccard mostrou a similaridade entre os dois fragmentos, através do valor de 46,28%. Foram encontradas ainda na área de estudo, duas espécies ameaçadas de extinção, Ocotea odorífera e Eugenia Villae-novae. Palavras chave: fitossociologia, censo florestal, estádio sucessional vi

Abstract This study aimed to the characterization of vegetation cover in the area of expansion of the landfill located in the city of Nova Friburgo, mountain region of Rio de Janeiro. The complex in question works under the responsibility of the Brazilian Enterprise for the Environment SA - EBMA that manages the Waste Disposal Center of Nova Friburgo - CDR - Nova Friburgo which has an area of 208,000 square meters, 71,786 meters of which actually include the area of study. The area was divided into three sectors, where a census was conducted, 1,998 trees have been measured in total, the first being in 1334 and 667 in the second sector. The third sector was not included in the study. In total, 82 families were identified, of which Myrtaceae and Leguminosae are presented as the most frequent for the two fragments. Of the total, 215 trees were not identified, was included in that category those whose genders have not been identified. From the data of the census, was the phytosociological analysis of each fragment. Based on that data, according to CONAMA resolution 06/94 you can classify these fragments according to the average level in successional stage. The analysis showed phytosociological high density for the two sectors, with 1,334 arv. / ha for the fragment 1 and 667 arv. / ha for fragment 2, as did the Shannon-Wiener index (3.69 for the Sector 1 and 3.73 for the sector 2). The values of the Simpson's index were 0037 and 0038 respectively for the two areas. The Jaccard index showed the similarity between the two fragments, through the value of 46.28%. Were also found in the study area, two endangered species, Ocotea odorífera and Eugenia VillaI-novae. Key words: plant, forestry census, successional stage vii

SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS ix x 1. INTRODUÇÃO 1 2. OBJETIVOS 3 3. METODOLOGIA 4 3.1 - Caracterização da área 4 3.2 - Clima 4 3.3 - Solo 5 3.4 - Hidrografia 5 3.4.1-Área de Influência Direta 5 3.4.2 Área de Influência Direta 5 3.4.3-Área de Influência Direta 5 3.5 - Topografia 6 3.6 - Vegetação 6 3.6.1- Aspecto Geral da vegetação 6 3.7 - Unidades de Conservação do Entorno 8 3.8 - Origem dos Dados 11 3.9 - Caracterização da Vegetação do empreendimento 12 4. RESULTADOS 14 4.1 - Setor 1 14 4.1.1 Relação das espécies inventariadas 14 4.1.2 Distribuição dos diâmetros e das alturas 17 4.1.3 Valores médios das variáveis dendrométricas 18 4.1.4 Parâmetros Fitossociológicos 20 4.1.5 Estádio sucessional 22 4.1.6 Caracterização da Vegetação do Setor 1 22 4.2 - Setor 2 22 4.2.1 - Relação das espécies inventariadas 23 4.2.2 - Distribuição dos diâmetros e das alturas. 25 4.2.3 Valores médios das variáveis dendrométricas 26 4.2.4 Parâmetros fitossociológicos do setor 2 29 4.2.5 Estádio sucessional 31 4.2.6 Caracterização da Vegetação do Setor 2 31 5.0. CONCLUSÃO 31 6.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31 viii

LISTA DE FIGURAS Figura 1 Destinações dos lixos para aterros sanitários nas regiões do 2 Brasil. Figura 2 Entrada principal do aterro 4 Figura 3 Lançamento de esgoto in natura no córrego D Antas 5 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Aspecto geral da vegetação na área de influência indireta, mostrando o entorno da área do aterro implantado. Aspecto da vegetação na área de influência indireta, mostrando trecho da vegetação nas adjacências do aterro implantado. Aspecto da vegetação na área de influência direta, mostrando campo antrópico dominado por gramíneas. Detalhe de trecho de vegetação na área de influência direta, mostrando estreita faixa de Araucaria angustifolia. Aspecto da vegetação na área de influência direta mostrando, à esquerda, trecho reflorestado por eucalipto. 6 7 7 8 8 Figura 8 Detalhe de trecho de vegetação na área de influência direta, mostrando estreita faixa de Araucaria angustifolia. 8 Figura 9 Detalhe da Pedra do Cão Sentado Parque Estadual das Furnas do Catete. 10 Figura 10 Parque Estadual dos Três Picos. 10 Figura 11 Reserva Ecológica de Macaé de Cima. 10 Figura 12 APA do Pico da Caledônia. 10 Figura 13 Vista panorâmica da área total do CDR com destaque para os três 11 setores Figura 15 Distribuição dos diâmetros do setor 1 17 Figura 14 Distribuição das alturas do setor 1 17 Figura 15 Distribuição dos diâmetros do setor 2 26 Figura 16 Distribuição da alturas do setor 2 26 Figura 17 Distribuição dos diâmetros do setor 2 26 Figura 18 - Distribuição da alturas do setor 2 26 ix

LISTA DE TABELAS Tabela 1- Fórmulas utilizadas no processo de caracterização fitossociológica da vegetação. 12 Tabela 2 - Frequências das espécies do setor 1... 14 Tabela 3 - Valores médios das variáveis dendrométricas do setor 1... 18 Tabela 4 - Estrutura Horizontal do setor 1... 20 Tabela 5 - Frequência das espécies do setor 2... 23 Tabela 6 - Valores médios das variáveis dendrométricas do setor 2... 27 Tabela 7- Estrutura Horizontal do setor 2... 29 x

1. Introdução O aumento da população urbana traz consigo uma série de problemas, como o aumento do volume de resíduos sólidos, cuja destinação adequada ainda é minoritária no cenário dos municípios brasileiros. Segundo TORNISIELO et al. (1995), Roma já se deparava com este problema na antiguidade e idade média, quando foram constatadas doenças decorrentes de vetores, como foi o caso da peste bubônica. A partir da segunda metade do século XVIII, com a revolução industrial, houve um inchaço populacional devido às migrações dos trabalhadores do campo para a cidade, visando atender a crescente demanda de mão-de-obra decorrente dessa nova forma de produção, aumentando significativamente a produção e a concentração de lixo (TORNISIELO et al.,1995). No Brasil, o serviço sistemático de limpeza urbana foi iniciado oficialmente em 25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, então capital do império. Nesse dia o imperador D.Pedro II assinou o Decreto nº3024, aprovando o contrato de limpeza e irrigação, da cidade, que foi executado por Aleixo Gary e, mais tarde, por Luciano Francisco Gary, de cujo sobrenome origina-se a palavra gari, a qual hoje se denomina os trabalhadores da limpeza urbana em muitas cidades brasileiras. (MONTEIRO et al., 2001). A destinação final do lixo urbano das cidades é hoje considerada uma das atividades de grande impacto ambiental. Segundo MONTEIRO et al. (2001), a geração de resíduos sólidos domiciliares no Brasil é de cerca de 0,6kg/hab./dia e mais 0,3kg/hab./dia de resíduos de varrição, limpeza de logradouros e entulhos. Sabe-se que existem alguns métodos utilizados para deposição do lixo urbano, entre eles o Aterro sanitário. Segundo a NBR 8419, aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos consiste na técnica de disposição destes resíduos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais. Este método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos na menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou em intervalos menores se necessário (TORNISIELO et al., 1995). De acordo com BELI et al. (2005) no Brasil estima-se que a maior parte do lixo é jogado a céu aberto, gerando uma ameaça constante de epidemias, pois os lixões fornecem condições propícias para a proliferação de mosquitos, moscas, baratas e ratos que são vetores de muitas doenças tais como febre tifóide, salmonelose, desinterias e outras infecções. Além dos insetos e roedores, muitos animais domésticos como cachorros e gatos, juntamente com as aves presentes, podem transmitir toxoplasmose. O maior problema desse tipo de destinação do lixo é a presença de catadores que se utilizam destes como seu meio de sobrevivência. Segundo AZAMBUJA et al., (2005), essas pessoas ainda vivem em condições insalubres e com elevados riscos à saúde, uma vez que alguns deles, em casos extremos, utilizam esses espaços como moradia, na forma de casebres, formando até mesmo comunidades e criando famílias. A disposição final do lixo enfrenta ainda o problema de um orçamento restrito dos municípios. Segundo MONTEIRO et al. (2001), com o crescimento das cidades, a limpeza urbana não pode se resumir apenas na retirada dos lixos dos logradouros e edificações, mas deve-se atentar também, e principalmente para um destino final adequado para tais resíduos coletados. O mesmo autor enfatiza a necessidade de atenção para essa questão, pois ao realizar a coleta de lixo de forma ineficiente, a prefeitura é pressionada pela população a 1

melhorar a qualidade do serviço, pois se trata de uma operação totalmente visível aos olhos da população. Ao contrário disso, ao se dar uma destinação final inadequada aos resíduos, poucas pessoas serão diretamente incomodadas, o que consequentemente, não gerará pressão por parte da população. Diante deste fato e do orçamento restrito que ocorre em grande parte dos municípios brasileiros, o sistema de limpeza urbana não hesitará em colocar a disposição final para segundo plano, dando prioridade à coleta e à limpeza pública. Por essa razão, é comum observar, na maior parte dos municípios, a presença de "lixões", ou seja, locais onde o lixo coletado é lançado diretamente sobre o solo sem qualquer controle e sem quaisquer cuidados ambientais, poluindo tanto o solo, quanto o ar e as águas subterrâneas e superficiais das vizinhanças. A Figura 1 mostra a discrepância entre a destinação correta e incorreta do lixo para os municípios segundo as regiões. Fonte: IBGE, 2004 Figura 1: Destinação do lixo para aterros sanitários nas regiões do Brasil. Por conta deste e outros motivos já citados, é necessário a discussão sobre a existência e a possível ampliação dos aterros sanitários, uma vez que, qualquer atividade industrial que gere impacto ao ambiente, necessita obter dos órgãos ambientais municipais, estaduais e federais, autorização para sua implantação através do processo conhecido como licenciamento ambiental. O Estado do Rio de Janeiro apresenta características fisiográficas que lhe conferem particularidades, como relevo acentuado, originalmente sob domínio de Mata Atlântica. No entanto, ao longo de séculos, a partir do descobrimento do Brasil, a cobertura vegetal foi 2

explorada e as encostas utilizadas para cultivos, pastagens, residências e outras estruturas urbanas. O desmatamento progressivo acelerou os processos de erosão do solo e degradação das paisagens e resultou em sérios problemas para a população (SOS MATA ATLANTICA, 2001). No estado do Rio de Janeiro e no país em geral, as atividades relacionadas ao meio ambiente têm tomado uma maior importância, notadamente aquelas ligadas á produção e destinação de lixo. Uma vez que, aquecimento global, reciclagem de matéria-prima e outros assuntos nesse sentido, têm sido focos da imprensa e da mídia em geral. Nesse tipo de licenciamento, a supressão da vegetação existente é uma das atividades que requer, por força da legislação vigente, oriunda do órgão ambiental competente, um detalhamento no que se refere à coleta e análise das informações referentes a mesma. A caracterização da área onde se encontram as árvores que irão ser suprimidas é uma das informações exigidas, cujo atendimento requer a determinação de índices que possam detalhar o nível de resiliência e os estádios sucessionais que se encontram as áreas em questão, motivo da presente monografia. Segundo estudo sócio econômico de 2000, Nova Friburgo tem 94,8% dos domicílios com coleta regular de lixo, outros 0,2% têm seu lixo jogado em terreno baldio ou logradouro, e 4,5% o queimam. O total de resíduos sólidos coletados somava 170 toneladas por dia, cujo destino era 14 aterros controlados, 7 aterros de resíduos especiais e 7 usinas de reciclagem. Atualmente o principal destino do resíduo urbano de Nova Frigburgo, que é o CDR, encontra-se no limiar (1 ano) de sua vida útil. Em função dessa realidade a Empresa Brasileira de Meio Ambiente (EBMA) projeta sua expansão em área contígua ao atual local de atividade do aterro. Entretanto na área reservada para essa expansão existe uma cobertura vegetal formada por fragmentos de floresta secundárias e remanescentes de plantios. Como rezam os dispositivos legais, existe a necessidade de se solicitar permissão para a supressão dessa vegetação. O curso desse processo compreende, em uma das etapas iniciais a caracterização da vegetação que será suprimida. A caracterização propriamente dita, é entendida como a análise do comportamento de um fragmento florestal e sua dinâmica para que possa ser conhecido seu estágio sucessional e seu nível de biodiversidade. Para que isso aconteça, é necessário que haja um levantamento fitossociológico, de onde sairão os parâmetros quantitativos e qualitativos de uma comunidade vegetal, definindo parâmetros de abundância e relações de dominância e importância relativa; permitindo ainda, inferir sobre a distribuição espacial de cada espécie. (RODRIGUES E GANDOLF, 1998). 2. Objetivo O trabalho tem como objetivo a caracterização da cobertura vegetal que será suprimida pela implantação da ampliação do aterro sanitário do município de Nova Friburgo. 3

3. Metodologia 3.1 Caracterização da área A área para a ampliação do aterro sanitário está localizada na Fazenda Nacional do Córrego D Antas, 1 Distrito de Nova Friburgo, RJ e possui uma superfície aproximada de 208.000 m², sendo 71.783 m² a área de ampliação. Morfologicamente, a área da supressão, é caracterizada por um relevo acentuado e drenagens marcantes, limitada ao norte pela Estrada Teresópolis-Friburgo, como mostra a figura a seguir, que acompanha o curso do córrego D Antas, em direção SW-NE, e ao sul pelo divisor convexo formado pela cimeira do maciço do Morro da Pedra, de direção também aproximadamente SW-NE. A Figura 2 mostra a entrada principal do aterro.. Figura 2: entrada principal do aterro 3.2 - Clima O micro-clima da região da bacia hidrográfica do córrego D Antas foi classificado segundo o Método de Classificação Climática de KÖPPEN (1948) e apresenta as seguintes características: Temperatura média do mês mais quente acima de 10 C e do mês mais frio entre 3 e 18ºC; Clima úmido; Precipitação média máxima de verão mais de 10 vezes superior a precipitação média do mês mais seco; Mais de 4 meses com temperatura média mensal superior a 10ºC. 4

3.3 - Solo O solo da Bacia Hidrográfica do córrego D antas, incluindo as sub-bacias do córrego da Lixeira, apresenta grande variedade, mas é classificado como de predomínio de Cambissolo Háplico Distrófico com Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico (Embrapa, 1999). Ocorrem também Neossolos Litólicos nas partes mais altas e íngremes da bacia próximas a afloramentos rochosos. A parte mais sul do vale do aterro possui um horizonte A histíco, variando de 0,50 a 1,50 m. Mais a norte vê-se um horizonte A, mais delgado e na superfície do solo nota-se a formação de estruturas em blocos. 3.4 - Hidrografia 3.4-1 - Área de Influência Indireta A micro-bacia do córrego D Antas está quase totalmente inserida em uma zona com características rurais do município de Nova Friburgo, definida como zona de expansão urbana, sendo o seu estágio de urbanização muito reduzido a montante do futuro aterro sanitário. A ocupação urbana da bacia é mais intensa na parte mais próxima ao centro de Nova Friburgo (a jusante do futuro aterro sanitário). O córrego D Antas é utilizado como principal destino do esgoto sanitário das diversas residências e sítios situados ao longo de suas margens. Por vezes, pode se observar que o esgoto é lançado in natura como o que ocorre no trecho do rio próximo a Rua Schotts, conforme mostra a Figura 3. Figura 3 - Lançamento de esgoto in natura no córrego D Antas A microbacia do córrego da Lixeira caracteriza-se como uma bacia com uma área de projeção horizontal de 1.203.683m² e um perímetro horizontal de 5.728m. Seu quarto final encontra-se ocupado com o atual aterro controlado de Nova Friburgo e suas unidades auxiliares. À jusante do aterro tem-se a RJ 130 que cruza a bacia e seu canal principal. No restante da bacia ocorrem afloramentos rochosos, montanhas com cobertura vegetal em 5

estágios de regeneração, área com plantio de eucalipto e pastagens degradadas. O córrego da Lixeira nasce a 1.900m de altitude na encosta de um pico com 1.999m e deságua no córrego D Antas a uma altitude de 900m. A bacia do aterro possui uma área de projeção horizontal de 123.246m² e um perímetro horizontal de 1.604m. Apresenta um pequeno vale semi-envolto por morros bem íngremes, vegetação arbórea bem espaçada e pastagem com presença de vegetação arbustiva. No terço mais à jusante da bacia tem-se a RJ 130 cruzando esta bacia e o seu talvegue principal. 3.5 - Topografia Morfologicamente, a área do empreendimento, é caracterizada por um relevo acentuado e de drenagens marcantes. As cotas mais elevadas são de 1.439m e 1.361m, no Morro da Pedra situado ao lado da montante da área do atual aterro controlado, e de 1.397m no topo do morro a montante da área do futuro empreendimento. 3.6 - Vegetação 3.6-1 - Aspecto Geral da Vegetação nas Áreas Adjacentes ao Empreendimento As áreas adjacentes ao empreendimento incluem as áreas vizinhas ao terreno avaliado, compreendendo a vegetação adjacente à área do atual aterro controlado (Figura 4), e as encostas situadas no lado oposto à rodovia. De um modo geral, o estado de conservação da vegetação nestes trechos varia de acordo com o tipo de uso pretérito e com o tempo de abandono de cada trecho, sendo também influenciado por outros fatores como a declividade e a facilidade de acesso. Assim sendo, as áreas adjacentes situadas nas encostas com menor declividade e em cotas menos elevadas, apresentam, em geral, um maior grau de alteração da vegetação, sendo a cobertura florestal nestes trechos em geral substituída por pastagens, moradias ou agriculturas de subsistência. Já as áreas com declividade mais acentuada encontram-se atualmente recobertas por florestas, vegetação secundária em diversas fases de regeneração (Figura 5), ou ainda por trechos reflorestados com eucaliptos. Entre os trechos com fisionomia tipicamente florestal, destaca-se localmente o fragmento de mata situado a norte e noroeste da área avaliada, no lado oposto da rodovia Friburgo-Teresópolis, sobre encosta de acentuada declividade, o que certamente contribuiu para sua preservação. Figura 4 - Aspecto geral da vegetação na área de influência indireta, mostrando o entorno da área do aterro implantado. 6

Figura 5 - Aspecto da vegetação na área de influência indireta, mostrando trecho da vegetação nas adjacências do aterro implantado. Campos antrópicos Correspondem, no local, às áreas mais impactadas pela ação humana, onde a floresta foi removida e substituída por uma cobertura predominantemente herbácea. Dominam neste ambiente, gramíneas invasoras de gêneros como Brachiaria, Paspalum, Pennisetum e Andropogon, comumente associadas, em diversos trechos, a espécies de ervas e subarbustos de Vernonia, Baccharis, Commelina, entre outras (Figura 6) Em alguns pontos destes ambientes, destacam-se ainda, indivíduos arbóreos mais ou menos esparsamente distribuídos (Figura 7), de espécies como Vanillosmopsis erythropappa, Croton floribundus, Senna macranthera, Aegiphila sellowiana, Machaerium sp. e Tibouchina estrellensis, além de algumas frutíferas introduzidas como Citrus lemon (limoeiro), Syzygium jambos (jambeiro) e Mangifera indica (mangueira). Nas áreas adjacentes à casa de visitantes são encontradas diversas espécies ornamentais introduzidas, como Dracaena fragans, Agave sp., Casuarina sp., Spathodea nilotica, Impatiens walleriana, Sansevieria trifasciata e Pinus sp. Reflorestamento Trechos reflorestados com eucaliptos estão concentrados na porção sul do terreno avaliado (Figura 8). Em menor escala, ocorrem ainda estreitas faixas de pinheiros-do-paraná (Araucaria angustifolia) (Figura 9). Figura 6 - Aspecto da vegetação na área de influência direta, mostrando campo antrópico dominado por gramíneas. 7

Figura 7 - Detalhe de trecho de vegetação na área de influência direta, mostrando estreita faixa de Araucaria angustifolia. Figura 8 -Aspecto da vegetação na área de influência direta mostrando, à esquerda, trecho reflorestado por eucalipto. Figura 9 - Detalhe de trecho de vegetação na área de influência direta, mostrando estreita faixa de Araucaria angustifolia. 3.7- Unidades de Conservação (UC) do Entorno No município de Nova Friburgo foram identificadas cinco Unidades de Conservação, cuja descrição sucinta é apresentada a seguir. 8

Parque Estadual das Furnas do Catete Situada a 10 km do centro de Nova Friburgo, na rodovia RJ-116, esta UC abrange as Furnas do Catete, caracterizadas por um conjunto de grutas ou cavernas formadas entre gigantescos blocos de rocha (matacões), na margem direita do rio Bengalas. O conjunto é um monumento natural que resulta da erosão das encostas do morro ao longo de um contato entre diferentes tipos de rochas. Destaca-se a Pedra do Cão Sentado (Figura 10), cartão postal do município. A interessante vegetação do parque se desenvolveu sobre estes blocos de pedra, tendo sido estudada por Siqueira (1986). Parque Estadual dos Três Picos Criado pelo Decreto Estadual nº 31.343, em 5 de junho de 2002, é considerado o maior Parque Estadual do Rio de Janeiro, com 46.350 hectares. Situada nos municípios de Teresópolis, Nova Friburgo, Guapimirim, Silva Jardim e Cachoeiras de Macacu, esta UC abrange montanhas como a Caledônia, Pedra do Faraó, Torres de Bonsucesso e os próprios Três Picos de Friburgo, que são um imponente conjunto de montanhas graníticas que, com cerca de 2.350 metros de altitude, é o ponto culminante de toda a Serra do Mar (Figura 11). Em suas densas matas foram detectados os mais elevados índices de biodiversidade em todo o Estado, isto é, a maior variedade de espécies animais e vegetais em uma dada unidade de área, sendo por isso considerada uma região de elevada prioridade, em termos de conservação, pelos especialistas. Reserva Ecológica de Macaé de Cima Criada em 3 de janeiro de 1990 através do Decreto Municipal nº 156, a R.E. de Macaé de Cima abrange uma área aproximada de 7.200 hectares. A região abriga um dos mais importantes remanescentes de floresta montana do município, sendo objeto de numerosos estudos institucionais envolvendo a flora e fauna locais (MARTINELLI et al., 1990; Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 1994; VIEIRA & VAZ, 1994; LIMA & GUEDES-BRUNI, 1994; LIMA & GUEDES-BRUNI, 1996; LIMA & GUEDES-BRUNI, 1997). (Figura 12) APA de Macaé de Cima A Área de Proteção Ambiental APA de Macaé de Cima, engloba os distritos de Muri, Lumiar e São Pedro da Serra, no município de Nova Friburgo e compreende uma área de remanescente de Mata Atlântica e a nascente e mananciais de rios que drenam a região. Nestas áreas desenvolvem-se atividades de turismo, relacionadas, principalmente, ao ecoturismo. APA do Pico da Caledônia A 2.219 metros de altitude, o Pico da Caledônia é considerado área de preservação ambiental. Além da belíssima paisagem que oferece, o Pico é o responsável pelo clima ideal de Friburgo, por estar na cabeceira do vale. Também é muito importante para o regime de chuvas da região. (Figura 13) APA Municipal do Rio Bonito Esta área encontra-se inserida dentro dos limites da APA Estadual de Macaé de Cima. Compreende uma área de remanescente de Mata Atlântica e a nascente e mananciais de rios que drenam a região.não foram encontradas informações específicas desta Unidade nas pesquisas realizadas. 9

Figura 10 - Detalhe da Pedra do Cão Sentado Parque Estadual das Furnas do Catete. Figura 11 - Parque Estadual dos Três Picos. Figura 12 - Reserva Ecológica de Macaé de Cima. Fonte: Jardim Botânico do Rio de Janeiro (www.jbrj.gov.br) Figura 13 - APA do Pico da Caledônia. 10

3.8 - Origem dos dados Os dados do presente trabalho originam-se do censo realizado pela empresa VEREDA ESTUDOS E EXECUÇÃO DE PROJETOS LTDA., com a finalidade de elaborar o relatório solicitando autorização para a supressão da vegetação. Inicialmente, a área foi dividida em três setores: o primeiro, margeando o córrego da Lixeira, contendo 1334 árvores e apresentando cipós, trepadeiras, além de árvores mortas/quebradas. O segundo, contíguo ao primeiro, onde o terreno apresenta-se pouco inclinado, recoberto por uma camada de serrapilheira e com dossel superior alcançando 20 metros de altura e com bastante diversidade. O estrato inferior é arbustivo-arbóreo e apresenta predominância de exemplares de pé café (Coffea arábica) revelando o histórico da ocupação desse fragmento, onde foram mensuradas 583 árvores. O terceiro setor encontra-se na área de campos antrópicos, onde há predominância de gramíneas invasoras como a do gênero Brachiaria sp. e, em alguns pontos encontram-se espécies arbóreas nativas e exóticas como Araucaria angustifólia, Myrcia cauliflora, Persea americana, Manguifera indica e Piptadenia gonoacantha, totalizando 219 árvores mensuradas. A Figura 14 mostra a área e a localização dos três setores dentro da mesma. A coleta dos dados consistiu na mensuração do DAP de todas as espécies arbóreas, incluindo os cipós mais grossos, com fita métrica. A medição das alturas foi efetuada com o emprego do hipsômetro tipo Blume-Leiss. Das espécies que não foram identificadas no campo, coletou-se material botânico para posterior identificação nos herbários. Por exigência do órgão ambiental procedeu-se a cubagem rigorosa de 278 árvores em pé, pertencentes a 21 famílias distintas, adotando-se como critério a seleção das espécies com densidade relativa acima de 1% e a cubagem em 20% dos indivíduos de cada classe, para cálculo de um fator de forma utilizado na estimativa do volume total das demais árvores. Contudo, as espécies de Eucaliptus e Araucária, não foram incluídas, uma vez que existem muitos trabalhos científicos que contemplam o fator de forma para cada uma delas. Figura 14 - Vista panorâmica da área total do CDR com destaque para os três setores 11

3.9 Caracterização da vegetação do empreendimento Dos três setores, dois apresentam cobertura arbórea contínua e um apresenta árvores dispersas, insuficientes para caracterizar um fragmento. Para os dois primeiros fragmentos, a caracterização da vegetação a ser suprimida pela implantação do empreendimento foi efetuada a partir do processamento dos dados do censo realizado, apresentando como resultados: a) relação das espécies b) distribuição dos diâmetros c) distribuição das alturas d) estrutura horizontal, a partir de índices fitossociológicos e) estádio de sucessão A definição dos estágios sucessionais da vegetação baseou-se na nomenclatura e nos critérios estabelecidos pelo Decreto 750/93, Resolução CONAMA nº 10/93 e nº 06/94, que estabelecem os parâmetros para análise dos estágios de sucessão da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro. De acordo com o artigo primeiro da Resolução Conama 10, foram considerados neste estudo os seguintes parâmetros básicos para a análise da sucessão do fragmento em estudo, são eles: fisionomia; estratos predominantes; distribuição diamétrica e altura; existência, diversidade e quantidade de epífitas; existência, diversidade e quantidade de trepadeiras; presença, ausência e características da serrapilheira; subbosque; diversidade e dominância das espécies e espécies vegetais indicadoras. Tabela 1- Fórmulas utilizadas no processo de caracterização fitossociológica da vegetação. PARÂMETROS FÓRMULAS Índice de Dominância de Simpson (C) C = n i (n i - 1) / N (N 1) Índice de Similaridade de Jaccard Densidade de Shannon (H ) ISJ= C / A+B+C H = (N. log N - [n i. log n i ]) / N Abundância Relativa (NR) Freqüência Relativa (FR) Dominância Relativa (DoR) NR = n i / N FR = f i / f i, onde f i = probabilidade de encontrar a espécie i na amostra DoR = A i / A i, onde A i = área basal do indivíduo i Índice percentual de Valor de Importância (IVI%) IVI% = NR i + FR i + DoR i X 100 Fonte: Scolforo, 1997 12

- Densidade Avalia o grau de participação das diferentes espécies identificadas na comunidade vegetal (Lamprecht, 1962). Refere-se ao número de indivíduos de cada espécie, dentro de uma associação vegetal por unidade de área. - Densidade absoluta (DA): indica o número de indivíduos de determinada espécie por unidade de área (ind./há, geralmente). - Densidade relativa (DR): Nº de indivíduos de uma determinada espécie em relação ao total de indivíduos de todas as espécies identificadas no levantamento. É expresso pela razão da DA de determinada espécie pela somatória das Das de todas as espécies (densidade total da área em questão). - Freqüência Expressa o conceito estatístico relacionado com a uniformidade de distribuição horizontal de cada espécie no terreno, caracterizando a ocorrência das mesmas dentro das parcelas em que ela ocorre. - Freqüência absoluta (FA): indica a porcentagem de parcelas que apresentam determinada espécie. - Freqüência relativa (FR): porcentagem de ocorrência de uma espécie em relação à soma das freqüências absolutas de todas as espécies. - Dominância Medida de correlação direta entre a área do seccional do fuste e a área da parcela onde ela ocorre. - Dominância absoluta (DoA): Soma das áreas seccionais dos indivíduos pertencentes a uma mesma espécie, por unidade de área. - Dominância relativa (DoR): Indica a porcentagem da área basal de cada espécie que compõe a área basal total de todas as árvores de todas as espécies, por unidade de área. - IVC e IVI - IVC e IVI são estimadores da importância ecológica de um táxon (espécie, família, etc), dentro de uma comunidade florestal. O IVI (Índice de Valor de Importância) é composto pela soma dos valores relativos de densidade, dominância e freqüência de uma espécie. Já o IVC (Índice de Valor de Cobertura) é composto pela soma dos valores relativos de densidade e dominância de uma espécie. - ÍNDICES PARA AVALIAR A DIVERSIDADE FLORÍSTICA -Índice de Densidade de Shannon-Wiener (H ) Expressa a diversidade das espécies das comunidades vegetais. Quanto maior for o seu valor, maior será a diversidade florística da população em estudo. 13

-Índice de Simpson (C) Possui a mesma função do Shannon-Wiener, porém é expresso pela fórmula citada acima, sendo a diversidade analisada pela estimativa de (C) em se aproximar de 1, considerando-a menor quanto mais próxima desse valor. -Índice de Similaridade de Jaccard (ISJ) Permite a avaliação florística entre as diversas áreas amostradas de mesma fitofisionomia, assim como a comparação com outros estudos já desenvolvidos que utilizam metodologia semelhante. 4. RESULTADOS 4.1- Setor 1 4.1.1 Relação das espécies inventariadas No setor 1 foram mensuradas 1334 árvores, distribuídas por 88 determinações diferentes, dos quais 59 foram identificadas até espécie e 21 foram identificadas até gênero. A Tabela 2 mostra a freqüência das espécies deste setor, evidenciando o fato de que os dez indivíduos com maior freqüência, representam 50% de todo o fragmento e ainda que, dentro deste percentual encontram-se a Araucária e o Eucalipto, que foram plantadas anteriormente, no intuito de produção de madeira e derivados. A tabela mostra ainda que 25 dos 88 indivíduos ocorreram apenas uma vez, e dentre eles a espécie Cedrela odorata (Cedro) que possui um alto valor econômico, e a espécie Ocotea odorífera (canela), atualmente está na lista das espécies ameaçadas de extinção. Tabela 2 - Frequências das espécies do setor 1 Ordem Família Nome Científico Nome Vulgar FA FR(%) FAC 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 indet. 132 9,90 9,90 Melastomataceae Myrcia fallax myrcia folha miúda 116 8,70 18,59 Leg. Mimosoideae Piptocarpha axillaris lobisomem 73 5,47 24,06 Myrtaceae Eucalyptus urophyla eucalypto 59 4,42 28,49 Melastomataceae Trema micrantha trema 54 4,05 32,53 Meliaceae Vernonia discolor vassourão preto 53 3,97 36,51 Araucariaceae Araucaria angustifolia araucaria 49 3,67 40,18 Euphorbiaceae Croton floribundus capixingui 44 3,30 43,48 Leg. Fabaceae Machaerium sp. machaerium 42 3,15 46,63 Solanaceae Solanum sp. solanum 41 3,07 49,70 Leg. Fabaceae Machaerium nictytans machaerium 40 3,00 52,70 Urticaceae Boehmeria caldata boehmeria 38 2,85 55,55 Myrsinaceae Nectandra oppositifolia canela 37 2,77 58,32 Myrtaceae Myrsine umbellata capororoca 35 2,62 60,94 Myrtaceae Myrcia sp. myrcia sp 33 2,47 63,42 14

Ordem Família Nome Científico Nome Vulgar FA FR(%) FAC 16 Myrtaceae Myrcia tomentosa myrcia 32 2,40 65,82 17 Flacourtiaceae Casearia sp. casearia 31 2,32 68,14 18 Cecropiaceae Cecropia sp. embaúba 28 2,10 70,24 19 Sapindaceae Allophylus edulis três folhas 27 2,02 72,26 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 Tiliaceae Luehea grandiflora pau de canga 23 1,72 73,99 Sapindaceae Miconia cinnamomifolia jacatirão 22 1,65 75,64 Arecaceae Arecastrum romanzoffianum arecastro 16 1,20 76,84 Meliaceae Cabralea canjerana canjerana 15 1,12 77,96 Moraceae Tibouchina granulosa quaresmeira 15 1,12 79,09 Solanaceae Solanum sp 2 solanum 15 1,12 80,21 Euphorbiaceae Alchornea sp. alchornea 13 0,97 81,18 Leg. Fabaceae Matayba guianensis Mataiba 13 0,97 82,16 Nyctaginaceae Guapira opposita maria mole 13 0,97 83,13 Rubiaceae Rollinia sp. pinha do mato 12 0,90 84,03 Solanaceae Solanum sp 1 solanum 12 0,90 84,93 Annonaceae Zanthoxylum rhoifolium mamica de porca 11 0,82 85,76 Euphorbiaceae Croton sp. croton 11 0,82 86,58 Lauraceae Piptadenia gonoacantha pau jacaré 9 0,67 87,26 Leg. Fabaceae Posoqueria acutifolia baga de macacu 9 0,67 87,93 Euphorbiaceae Sapium sp. sapium 8 0,60 88,53 Flacourtiaceae Casearia sylvestris casearia s. 8 0,60 89,13 Verbenaceae Duranta repens duranta 8 0,60 89,73 Lauraceae Oreopanax capitatus mata pau 7 0,52 90,25 Phytolaccaceae Senna macranthera fedegoso 7 0,52 90,78 Solanaceae Sorocea bomplandii sorocea 7 0,52 91,30 Verbenaceae Aegiphila sellowiana papagaio 7 0,52 91,83 Asteraceae Platypodium elegans platipodium 6 0,45 92,28 Euphorbiaceae Croton urucurana sangra d'água 6 0,45 92,73 Leg. Fabaceae Machaerium hirton bico de pato 6 0,45 93,18 Rosaceae Sapium glandulatum sapium 6 0,45 93,63 Sapindaceae Cupania furfuraceae camboatá da serra 6 0,45 94,08 Lauraceae Nectandra puberula canela 5 0,37 94,45 Leg. Mimosoideae Inga edulis inga 5 0,37 94,83 Solanaceae Solanum pseudo-quina solanum 5 0,37 95,20 Compositae Vitex sp. vitex 4 0,30 95,50 Malvaceae Psychotria sp. psychotria 4 0,30 95,80 Araliaceae Persea americana abacateiro 3 0,22 96,03 Bignoniaceae Cybistax antisyphilitica ipe verde 3 0,22 96,25 Euphorbiaceae Seguieria langsdorffii limaozinho do mato 3 0,22 96,48 Leg. Mimosoideae Inga vera inga de quatro quinas 3 0,22 96,70 15

Ordem Família Nome Científico Nome Vulgar FA FR(%) FAC 56 Melastomataceae Miconia sp. miconia 3 0,22 96,93 57 Boraginaceae Cordia sp. cordia 2 0,15 97,08 58 Flacourtiaceae Casearia lasiophylla pau lagarto 2 0,15 97,23 59 Leg. Fabaceae Machaerium sp. 2 machaerium 2 0,15 97,38 60 Leg. Mimosoideae Acacia polyphylla monjoleiro 2 0,15 97,53 61 Moraceae Ficus gameleira gameleira 2 0,15 97,68 62 Myrtaceae Gomidesia sp. gomidesia 2 0,15 97,83 63 Polygonaceae Coccoloba sp. cocoloba 2 0,15 97,98 64 Rubiaceae Pseudobombax marginatum imbiruçú 2 0,15 98,13 65 Annonaceae Rubus fruticosus amora 1 0,07 98,20 66 Dicksoniaceae Dicksonia sp. samambaiaçu 1 0,07 98,28 67 Flacourtiaceae Casearia sp. 1 casearia 1 0,07 98,35 68 Flacourtiaceae Casearia sp. 2 casearia 1 0,07 98,43 69 Flacourtiaceae Casearia sp. 3 casearia 1 0,07 98,50 70 Lauraceae Ocotea odorifera canela 1 0,07 98,58 71 Leg. Caesalpinoideae Bauhinia sp. bauhinia 1 0,07 98,65 72 Leg. Caesalpinoideae Cassia ferruginea chuva de ouro 1 0,07 98,73 73 Leg. Caesalpinoideae Caesalpinia peltophoroides sibipiruna 1 0,07 98,80 74 Leg. Caesalpinoideae Senna multijuga pau cigarra 1 0,07 98,88 75 Leg. Caesalpinoideae Solanum inaequale solanum 1 0,07 98,95 76 Leg. Fabaceae Apulea leiocarpa garapa 1 0,07 99,03 77 Leg. Fabaceae Lonchorcarpus guillemineanus falso timbó 1 0,07 99,10 78 Leg. Fabaceae Machaerium nictytans pau sangue 1 0,07 99,18 79 Leg. Fabaceae Machaerium sp.1 machaerium 1 0,07 99,25 80 Meliaceae Cedrela odorata cedro 1 0,07 99,33 81 Rosaceae Eriobotrya japonica nêspera 1 0,07 99,40 82 Rubiaceae Bathiza sp. bathiza 1 0,07 99,48 83 Rubiaceae Coffea arabica café 1 0,07 99,55 84 Rutaceae Zeyheria ipê tabaco 1 0,07 99,63 85 Sapindaceae Cupania oblomgifolia camboatá 1 0,07 99,70 86 Sapindaceae Cupania vernalis camboatá 1 0,07 99,78 87 Solanaceae Solanum sp 3 solanum 1 0,07 99,85 88 Ulmaceaea Trichilia sp. catigua 1 0,07 99,93 89 Verbenaceae Xylopia sericea pindaíba 1 0,07 0,07 Total 1334 100,00 100,07 16

4.1.2 - Distribuição dos diâmetros e das alturas A Figura 15 apresenta o gráfico de distribuição dos diâmetros em classes. DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA 700 600 Frequência 500 400 300 200 100 0 5-10 10-15 15-20 20-25 25-30 30-35 35-40 40-45 45-50 60-65 Classes de diâmetro Figura 15- Distribuição dos diâmetros do setor 1 Nota-se que os maiores valores encontrados situam-se na primeira classe diminuindo gradativamente com o aumento destas, o que é comum quando se trata de fragmentos de floresta nativa com regeneração natural, este comportamento é chamado de J invertido, que caracteriza áreas de florestas naturais. A Figura 16 apresenta o gráfico de distribuição das alturas das árvores. 500 DISTRIBUIÇÃO DAS ALTURAS Frequência 400 300 200 100 0 1,4-4,4 4,4-7,4 7,4-10,4 10,4-13,4 13,4-16,4 16,4-19,4 19,4-22,4 22,4-25,4 25,4-28,4 Classes de altura Figura 16 - Distribuição das alturas do setor 1 17

O que pode ser observado a partir da figura acima, é que as classes que compreendem as alturas entre 4,4 e 10,4 se destacaram das demais, e a assimetria à direita é promovida pelo eucalipto e araucária, em função de suas freqüências e dimensões (Dap, Ht). 4.1.3 Valores médios das variáveis dendrométricas A Tabela 3 mostra os valores das médias de DAP, área basal (G) e alturas mensuradas pelo censo florestal. Tabela 3 - Valores médios das variáveis dendrométricas do setor 1 Nome Vulgar D G H abacateiro 15,2 0,02313 9,3 alchornea 13,8 0,01847 8,8 amora 10,5 0,00867 3,0 araucaria 21,6 0,04542 12,0 arecastro 17,5 0,02722 8,8 baga de macaco 11,7 0,01322 6,9 bauhinia 11,1 0,00975 11,0 bico de pato 11,4 0,01180 8,7 boehmeria 9,4 0,00753 5,7 café 5,1 0,00204 5,0 camboatá 6,5 0,00339 7,5 camboata da serra 12,4 0,01317 8,9 canela 14,8 0,02190 9,8 canjerana 12,1 0,01683 8,9 capixingui 13,6 0,01756 9,5 capororoca 11,0 0,01093 8,5 casearia 10,2 0,00948 8,8 casearia s. 7,3 0,00421 8,0 casearia sp 10,7 0,01156 7,9 casearia sp. 12,1 0,01149 7,0 casearia sp. 2 31,2 0,07643 13,0 casearia sp. 3 5,7 0,00258 6,0 casearia. sp1 8,0 0,00497 5,0 catigua 14,0 0,01541 7,5 cedro 8,9 0,00624 5,0 chuva de ouro 21,3 0,03572 11,0 cocoloba 6,0 0,00287 5,3 cordia 10,7 0,00998 7,0 croton 17,7 0,02586 11,3 croton 13,3 0,01455 9,5 duranta 7,4 0,00448 5,4 embauba 19,3 0,03269 11,4 eucalipto 20,1 0,04137 13,8 falso timbó 26,7 0,05615 13,0 fedegoso 10,6 0,00967 7,4 fumo bravo 12,1 0,01149 8,0 gameleira 5,7 0,00259 5,3 18

Nome Vulgar D G H garapa 13,1 0,01338 8,0 gomidesia 15,0 0,02255 10,5 imbiruçu 10,2 0,00828 6,8 indet. 12,2 0,01523 8,9 inga 11,3 0,01044 10,0 inga de quatro quinas 10,3 0,00987 8,8 ipe tabaco 5,1 0,00204 1,5 ipe verde 11,3 0,01008 11,5 ipê verde 7,6 0,00458 7,0 jacatirão 14,4 0,02134 10,3 leiteira 8,8 0,00602 7,0 leitera 8,9 0,00637 6,3 limaozinho do mato 6,5 0,00334 4,8 lobisomem 12,8 0,01642 9,7 machaerium 14,7 0,02018 10,0 machaerium sp. 12,8 0,01415 9,3 maminha de porca 14,0 0,01903 10,0 maria mole 13,3 0,01754 7,6 mata Pau 15,1 0,02242 7,4 mataiba 13,7 0,01712 8,6 matayba 12,4 0,01261 15,0 miconia 6,2 0,00298 6,0 mircia folha miuda 10,4 0,00981 6,9 monjoleiro 30,1 0,08348 13,3 myrcia 10,1 0,00905 7,6 nespera 8,6 0,00580 5,5 papagaio 11,9 0,01316 7,7 pau - cigarra 6,7 0,00351 5,0 pau - lagarto 11,2 0,01262 7,9 pau de canga 12,4 0,01594 7,3 pau de sangue 18,0 0,02964 11,8 pau jacaré 8,6 0,00679 9,9 pindaiba 8,6 0,00580 17,0 pinha do mato 17,2 0,02591 15,4 pisidium 6,9 0,00429 5,1 platipodium 19,9 0,03731 11,1 psychotria 13,4 0,01772 9,5 quaresmeira 14,0 0,02211 8,7 rollinia 16,9 0,02235 20,0 samambaiaçu 9,5 0,00716 4,5 sangra d'àgua 10,7 0,01000 7,8 sapium 11,9 0,01236 8,2 sassafraz 11,1 0,00975 8,0 sibipiruna 6,4 0,00318 5,5 solanum 12,8 0,01730 7,8 sorocea 11,3 0,01038 10,0 trema 11,9 0,01345 8,1 19

Nome Vulgar D G H três folhas 13,1 0,01615 10,0 três marias 6,4 0,00318 4,5 vassourão preto 17,7 0,03293 10,3 vitex 22,7 0,05419 12,3 Total geral 13,4 0,01872 9,1 Essa tabela indica a Casearia sp. 2, o Monjoleiro, e a Araucária como as espécies com maiores valores de área basal (G), podendo esse comportamento estar associado ao fato dessas espécies possuírem uma copa densa, que exige um fuste mais groso para sua sustentação. Destaca-se também o fato de que as espécies de rollinia, pindaíba e mataíba apresentaram um melhor desenvolvimento em altura do que as demais. 4.1.4 Parâmetros Fitossociológicos Os parâmetros fitosssociológicos que definem a estrutura horizontal do setor 1 são mostrados pela Tabela 4. Tabela 4 Parâmetros fitossociológicos do setor 1. 1 Especie FA FR DA DR Dom. DoR. IVC IVI indet. 132 1,087 165 9,8951 2,4967 7,9975 17,893 18,98 Eucalyptus urophyla 59 1,087 73,75 4,4228 3,0512 9,7735 14,196 15,283 Myrcia fallax 116 1,087 145 8,6957 1,4227 4,5572 13,253 14,34 Araucaria angustifolia 49 1,087 61,25 3,6732 2,7818 8,9105 12,584 13,671 Vernonia discolor 53 1,087 66,25 3,973 2,1817 6,9885 10,962 12,049 Piptocarpha axillaris 73 1,087 91,25 5,4723 1,4982 4,799 10,271 11,358 Machaerium nictytans 40 1,087 50 2,9985 1,4576 4,6689 7,6674 8,7543 Trema micrantha 54 1,087 67,5 4,048 0,9078 2,9078 6,9557 8,0427 Solanum sp. 41 1,087 51,25 3,0735 1,1447 3,6668 6,7402 7,8272 Croton floribundus 44 1,087 55 3,2984 0,9657 3,0932 6,3916 7,4785 Nectandra oppositifolia 37 1,087 46,25 2,7736 0,9744 3,1211 5,8947 6,9817 Machaerium sp. 40 1,087 50 2,9985 0,8701 2,7871 5,7856 6,8726 Cecropia sp. 28 1,087 35 2,099 1,1443 3,6654 5,7643 6,8513 Myrsine umbellata 34 1,087 42,5 2,5487 0,4624 1,4811 4,0299 5,1168 Boehmeria caldata 38 1,087 47,5 2,8486 0,3579 1,1465 3,995 5,082 Allophylus edulis 27 1,087 33,75 2,024 0,5452 1,7464 3,7704 4,8573 Casearia sp. 31 1,087 38,75 2,3238 0,3986 1,2767 3,6005 4,6875 Myrcia tomentosa 32 1,087 40 2,3988 0,3675 1,1772 3,576 4,663 Miconia cinnamomifolia 22 1,087 27,5 1,6492 0,5869 1,8799 3,5291 4,616 Myrcia sp. 33 1,087 41,25 2,4738 0,3052 0,9777 3,4515 4,5385 Luehea grandiflora 23 1,087 28,75 1,7241 0,4584 1,4683 3,1925 4,2794 Arecastrum 16 1,087 20 1,1994 0,5444 1,7437 2,9431 4,0301 romanzoffianum Tibouchina granulosa 15 1,087 18,75 1,1244 0,4145 1,3279 2,4523 3,5393 Cabralea canjerana 15 1,087 18,75 1,1244 0,3156 1,0111 2,1355 3,2225 Rollinia sp. 12 1,087 15 0,8996 0,3842 1,2308 2,1303 3,2173 Alchornea sp. 13 1,087 16,25 0,9745 0,3001 0,9611 1,9357 3,0226 Guapira opposita 13 1,087 16,25 0,9745 0,285 0,9128 1,8873 2,9743 20

Especie FA FR DA DR Dom. DoR. IVC IVI Matayba guianensis 13 1,087 16,25 0,9745 0,2669 0,8549 1,8295 2,9164 Croton sp. 11 1,087 13,75 0,8246 0,2849 0,9125 1,7371 2,824 Solanum sp 2 15 1,087 18,75 1,1244 0,1907 0,6108 1,7353 2,8222 Zanthoxylum rhoifolium 11 1,087 13,75 0,8246 0,2617 0,8383 1,6629 2,7499 Solanum sp 1 12 1,087 15 0,8996 0,2091 0,6697 1,5693 2,6562 Platypodium elegans 6 1,087 7,5 0,4498 0,2798 0,8963 1,346 2,433 Vitex sp. 4 1,087 5 0,2999 0,271 0,8679 1,1678 2,2547 Oreopanax capitatus 7 1,087 8,75 0,5247 0,1962 0,6285 1,1532 2,2402 Posoqueria acutifolia 9 1,087 11,25 0,6747 0,1487 0,4764 1,151 2,238 Sapium sp. 8 1,087 10 0,5997 0,1234 0,3952 0,9949 2,0819 Casearia sylvestris 8 1,087 10 0,5997 0,1157 0,3705 0,9702 2,0571 Nectandra puberula 5 1,087 6,25 0,3748 0,1756 0,5625 0,9374 2,0243 Piptadenia gonoacantha 9 1,087 11,25 0,6747 0,0764 0,2446 0,9193 2,0062 Aegiphila sellowiana 7 1,087 8,75 0,5247 0,1152 0,369 0,8937 1,9807 Acacia polyphylla 2 1,087 2,5 0,1499 0,2087 0,6685 0,8184 1,9054 Sorocea bomplandii 7 1,087 8,75 0,5247 0,0909 0,291 0,8158 1,9027 Senna macranthera 7 1,087 8,75 0,5247 0,0846 0,271 0,7958 1,8827 Cupania furfuraceae 6 1,087 7,5 0,4498 0,0988 0,3163 0,7661 1,8531 Duranta repens 8 1,087 10 0,5997 0,0448 0,1436 0,7433 1,8303 Machaerium hirton 6 1,087 7,5 0,4498 0,0885 0,2835 0,7333 1,8203 Croton urucurana 6 1,087 7,5 0,4498 0,075 0,2403 0,6901 1,777 Sapium glandulatum 6 1,087 7,5 0,4498 0,0621 0,1988 0,6485 1,7355 Inga edulis 5 1,087 6,25 0,3748 0,0653 0,2091 0,5839 1,6709 Psychotria sp. 4 1,087 5 0,2999 0,0886 0,2837 0,5836 1,6705 Solanum pseudo-quina 5 1,087 6,25 0,3748 0,0516 0,1654 0,5402 1,6271 Persea americana 3 1,087 3,75 0,2249 0,0867 0,2779 0,5028 1,5897 Machaerium sp. 2 1 1,087 1,25 0,075 0,1015 0,325 0,4 1,487 Casearia sp. 2 1 1,087 1,25 0,075 0,0955 0,306 0,381 1,4679 Inga vera 3 1,087 3,75 0,2249 0,037 0,1186 0,3434 1,4304 Machaerium sp. 2 1,087 2,5 0,1499 0,0565 0,1811 0,331 1,418 Gomidesia sp. 2 1,087 2,5 0,1499 0,0564 0,1806 0,3305 1,4175 Cybistax antisyphilitica 3 1,087 3,75 0,2249 0,0309 0,0991 0,3239 1,4109 Lonchorcarpus guillemineanus 1 1,087 1,25 0,075 0,0702 0,2248 0,2998 1,3867 Seguieria langsdorffii 3 1,087 3,75 0,2249 0,0125 0,0402 0,2651 1,352 Miconia sp. 3 1,087 3,75 0,2249 0,0112 0,0358 0,2606 1,3476 Machaerium nictytans 1 1,087 1,25 0,075 0,0545 0,1745 0,2494 1,3364 Cordia sp. 2 1,087 2,5 0,1499 0,025 0,0799 0,2299 1,3168 Cassia ferruginea 1 1,087 1,25 0,075 0,0447 0,143 0,218 1,305 Pseudobombax marginatum 2 1,087 2,5 0,1499 0,0207 0,0663 0,2162 1,3032 Casearia lasiophylla 2 1,087 2,5 0,1499 0,0159 0,051 0,2009 1,2879 Coccoloba sp. 2 1,087 2,5 0,1499 0,0072 0,023 0,1729 1,2599 Ficus gameleira 2 1,087 2,5 0,1499 0,0065 0,0207 0,1706 1,2576 Trichilia sp. 1 1,087 1,25 0,075 0,0193 0,0617 0,1366 1,2236 Apulea leiocarpa 1 1,087 1,25 0,075 0,0167 0,0536 0,1285 1,2155 Myrsine umbellata 1 1,087 1,25 0,075 0,0159 0,051 0,1259 1,2129 Solanum inaequale 1 1,087 1,25 0,075 0,0144 0,046 0,121 1,2079 Machaerium sp.1 1 1,087 1,25 0,075 0,0136 0,0436 0,1186 1,2055 Bauhinia sp. 1 1,087 1,25 0,075 0,0122 0,039 0,114 1,201 Ocotea odorifera 1 1,087 1,25 0,075 0,0122 0,039 0,114 1,201 Rubus fruticosus 1 1,087 1,25 0,075 0,0108 0,0347 0,1097 1,1966 21