2015 RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE) Tribunal da Comarca de Braga Guimarães - Inst. Central 1ª Sec. Comércio J3 Processo n.º 3350/14.5T8GMR Nuno Albuquerque Beautifull People, Ldª 11-05-2015 http://www.n-insolvencias.com/insolvencias/3350145t8gmr;
Índice ÍNDICE... 2 1. INTRODUÇÃO... 4 2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DA INSOLVENTE... 5 2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSOLVENTE... 5 2.2. COMISSÃO DE CREDORES... 5 2.3. O ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA... 5 2.4. DATAS DO PROCESSO... 6 3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª... 6 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS... 6 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS. 7 3.3. ESTABELECIMENTOS ONDE EXERCIA A ACTIVIDADE... 7 3.4. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA... 8 4. ANÁLISE DO ESTADO DA CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA... 10 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA... 11 5.1. SITUAÇÃO DA EMPRESA... 11 5.2. DA CONVENIÊNCIA DE SE APROVAR UM PLANO DE INSOLVÊNCIA... 12 5.3. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES... 12 6. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO... 14 6.1. DIMENSÃO DA EMPRESA ENQUANTO SOCIEDADE ACTIVA... 14 6.2. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA... 14 2
7. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º/2 CIRE)... 15 8. LISTA PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 155º CIRE)... 15 3
1. INTRODUÇÃO Pelo credor Ana Maria Neto Pereira foi requerida a insolvência da devedora Beautifull People, Ldª, tendo sido proferida sentença em 25 de Março de 2015. Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador da insolvência deve elaborar um relatório contendo: a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º; b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos autos pelo devedor; c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência, e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários figuráveis; d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do mesmo; e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a tramitação ulterior do processo. Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores. Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem o administrador apresentar o seu relatório. O Administrador da Insolvência 4
2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DA INSOLVENTE 2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSOLVENTE SOCIEDADE Beautifull People, Ldª NIPC 510 152 023 SEDE OBJECTO SOCIAL Rua de S. Gidos Pav. 2, Golães, 4820-470 Fafe Fabricação de calçado CAPITAL SOCIAL 2.000,00 Gerente Sócio Fernando do Rosário de Oliveira Amílcar Pinto Lopes Quota 600,00 % 30 % Sócio Fernando do Rosário de Oliveira Quota 800,00 % 40 % Sócio Maria do Rosário Santos de Oliveira Pinto Lopes Quota 800,00 % 40 % FORMA DE OBRIGAR Com a intervenção de dois gerentes 2.2. COMISSÃO DE CREDORES Não nomeada. 2.3. O ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA Nuno Carlos Lamas de Albuquerque NIF/NIPC: 188049924 Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 4710-358 Braga 5
Telef: 253 609310 253 609330 917049565-962678733 E-mail: nunoalbuquerque@nadv.pt; Site para consulta: Informações sobre o processo http://www.n-insolvencias.com/insolvencias/3350145t8gmr; 2.4. DATAS DO PROCESSO Declaração de Insolvência: Data e hora da prolação: 25-03-2015 pelas 17h25m Publicado no portal Citius 31-03-2015 Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos. Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 20-05-2015 pelas 14:00 horas 3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS Dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor deve juntar, entre outros, documento em que se explicita a actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos últimos três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o que entenda serem as causas da situação em que se encontra. Após ser notificada a insolvente e os seus representantes legais, nos termos dos art.º 29.º, n.º 2 e 83.º do CIRE, para proceder à entrega ao signatário dos documentos referidos no n.º 1 do artigo 24.º do CIRE, nenhum documento foi junto. Notificada a TOC da sociedade para facultar ao administrador da insolvência a contabilidade da devedora, a mesma não facultou 6
quaisquer documentos nem apresentou qualquer explicação para a ausência de colaboração. Assim, por falta de elementos e colaboração da Gerência e TOC, não é possível efectuar uma análise contabilística da sociedade. 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS Em referência à actividade a que a sociedade se tenha dedicado nos últimos três anos de actividade e tendo por base os elementos que foi possível compilar, a mesma dedicou -se à fabricação de calçado. O Administrador da Insolvência realizou as diligências necessárias à averiguação da actividade da insolvente nos últimos três anos. Contudo, é de salientar que a devedora, pese embora as diligências e esforços efectuados pelo Administrador da Insolvência (deslocações à sede da insolvência e contactos com o proprietário das instalações onde laborava a devedora ), não facultou quaisquer demonstrações financeiras. 3.3. ESTABELECIMENTOS ONDE EXERCIA A ACTIVIDADE A sociedade tem a sua sede registada em instalações arrendadas (informação facultada pelo propriedade do imóvel), sito na Rua de S. Gidos Pav. 2, Golães, 4820-470 Fafe. 7
3.4. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA A empresa não se apresentou voluntariamente à insolvência. As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da insolvência resultam da análise efectuada à informação colocada à disposição do Administrador de Insolvência (petição inicial e documentos fornecidos), bem como das diligências efectuadas por este. Deste modo, indicam-se os factos que foram possíveis apurar da actual situação de insolvência da devedora: A devedora foi constituída em Janeiro de 2012; No âmbito das diligências efectuadas para apreensão de bens e dos elementos documentais referentes à devedora, o signatário deslocou-se à sede da insolvente, na qual foi possível recolher as seguintes informações: o Na sede da insolvência já não labora a empresa desde finais do mês de Julho de 2014; o A empresa laborava com máquinas à exploração, propriedade de uma outra empresa. o Na referida exploração estava incluída a água e a luz; Estas informações foram recolhidas através do proprietário do armazém onde laborava a empresa, Sr. Amílcar Lopes, que pela similitude do nome deverá ser um dos sócios da insolvente; Foi solicitado o contacto do gerente da insolvente, mas este não facultou qualquer contacto. Mais foi solicitado o contacto do Sr. Amílcar Lopes (senhorio), mas este não facultou tal contacto; 8
Consultado a certidão permanente foi possível constatar o seguinte: o A sociedade nunca depositou contas na Conservatória do Registo Comercial; o Não consta da certidão qualquer registo para além da constituição da sociedade; Para além da dívida ao requerente da insolvência, tem os seguintes credores: Credores Fundamento Montante ACT - Autoridade para as condições do Trabalho Ana Maria Neto Pereira Autoridade Tributária e Aduaneira Processos contra-ordenacionais n.º 141200694, 141200695, 141200696, 141200697 e 1412010698 Créditos laborais (retribuições dos meses de Janeiro a Março de 2014; proporcionais de férias, subsídio de férias e de Natal de 2014 e indemnização pela cessação do contrato de trabalho) IVA vencido em 26/08/2014, 25/11/2014 e 23/02/2015 5.122,40 3.749,99 1.112,12 Autoridade Tributária e Aduaneira IRC vencido em 11/07/2014 1.908,08 Autoridade Tributária e Aduaneira Instituto da Segurança Social, I.P. Instituto da Segurança Social, I.P. Coimas, taxas e custos administrativos e custas Contribuições referentes aos meses de Janeiro de 2014 a Setembro de 2014 Contribuições referentes aos meses de Junho de 2012 a Agosto de 2012, Dezembro de 2012 a Setembro de 2013, de Novembro de 2013 a Dezembro de 2013 1.565,80 55.664,76 95.202,49 Não foi possível apurar outras causas para a insolvência devido à falta de documentação contabilís tica e colaboração dos reesposáveis da sociedade. 9
4. ANÁLISE DO ESTADO DA CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve o Administrador da insolvência efectuar uma análi se do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos pelo devedor. Em termos gerais, a contabilidade tem de transmitir uma imag em verdadeira e apropriada da realidade económica e financeira da sociedade e tem de ser compreensível para o conjunto de entidades com as quais se relaciona, nomeadamente investidores, empregados, mutuantes, fornecedores, clientes, Estado e outros. Nos termos do art.º 115.º do CSC, as sociedades comerciais são obrigadas a dispor de contabilidade organizada nos termos da lei comercial e fiscal e não são permitidos atrasos na execução da contabilidade superiores a 90 dias. Notificada a TOC da sociedade, para disponibilizar a contabilidade da insolvente, a mesma não facultou quaisquer documentos até à elaboração deste relatório. Assim, por falta de elementos, não é possível efectuar uma análise contabilística da sociedade. SITUAÇÃO DA ESCRITURAÇÃO COMERCIAL 10
Não se encontram depositadas na Conservatória do Registo Comercial, conforme determinado por lei, quaisque r contas referentes à sociedade. 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA 5.1. SITUAÇÃO DA EMPRESA A empresa não se apresentou voluntariamente à insolvência e não se encontra a laborar desde finais do mês de Julho de 2014; O signatário deslocou-se ao local onde se encontra registada a sede da devedora, sito na Rua de S. Gidos Pav. 2, Golães, Fafe, tendo sido possível verificar que o no local já não laborava a devedora. Fotos da sede da insolvência 11
5.2. DA CONVENIÊNCIA DE SE APROVAR UM PLANO DE INSOLVÊNCIA Tendo em conta as informações supra referidas, apenas se poderá concluir pela impossibilidade de manutenção da empresa. Nada foi junto aos autos que permita sustentar a inversão daquela situação. Assim sendo, entende-se por inexequível um qualquer plano de recuperação. 5.3. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES O signatário encetou diligências no sentido de averiguar a existência de bens no património da insolvente, nomeadamente através de deslocação à sede da insolvente, bem como junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e Repartição de Finanças, não tendo sido localizados quaisquer bens móveis ou imóveis sujeitos a registo: Assim, sendo a massa insolvente é insuficiente para a satisfação das custas do processo e das restantes dívidas da massa insolvente, situação da qual se dá, desde já, conhecimento nos termos e para os efeitos no disposto nos artºs 232.º e 23 0º, n.º 1, al. d),a fim de, caso assim se entenda, ser declarado encerrado o presente processo de insolvência. Assim, considerando que: 12
1. De acordo com a percepção recolhida pelo Administrador de Insolvência, e tendo em atenção as análises já referidas e explicitadas acima, afigura-se que a Insolvente não tem qualquer capacidade económica ou financeira de poder vir a solver os seus compromissos; 2. Não existe por parte dos Credores ou qualquer legitimado intenção de apresentação de um Plano de Insolvência; O Administrador da Insolvência propõe, nos termos do art.º 156.º do CIRE: a) O encerramento do processo de insolvência por insuficiência da massa (artºs 232.º e 230º, n.º 1, al. d)). b) A notificação da AT -Autoridade Tributária e Aduaneira Serviço de Finanças -, para que, proceda oficiosamente à cessação imediata da actividade da Insolvente, em sede de IVA e de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (I.R.C.), de acordo com do nº 3, do art. 65º do C.I.R.E. (com a redacção da Lei nº 16/2012, de 20 de Abril). 13
6. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 6.1. DIMENSÃO DA EMPRESA ENQUANTO SOCIEDADE ACTIVA Por falta de elementos não é possível efectuar uma análise sustentada e efectiva daquelas que terão sido as causas da insolvência nem, com rigor, qual a enquanto sociedade activa. dimensão da empresa 6.2. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do incidente de qualificação da insolvência, na sentença que declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de qualificação, com caráter pleno ou limitado cfr. al. i) doa rt.º 36.º do CIRE. Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não foi declarado, desde logo, aberto aquele incidente. Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após a realização da assembleia de apreciação do relatório, o administrador da insolvência ou qualquer interessado deverá alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da qualificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas 14
que devem ser afetadas por tal qualificação, cabendo ao juiz conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno, declarar aberto o incidente de qualificação da insolvência, nos 10 dias subsequentes. Para o efeito, regista-se, desde já a inexistência de colaboração por parte da gerência e ausência de elementos referentes à devedora. 7. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º/2 CIRE) Não foi possível localizar e lograr a apreensão de quaisquer bens pertencentes à insolvente. 8. LISTA PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 155º CIRE) Em anexo 15