Desenvolvimento de um programa de controle de qualidade em ressonância magnética baseado nas recomendações do Colégio Americano de Radiologia



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Transcrição:

rtigo Original Revista rasileira de Física Médica.2012;6(2):79-85. Desenvolvimento de um programa de controle de qualidade em ressonância magnética baseado nas recomendações do Colégio mericano de Radiologia Development of a magnetic resonance quality control program based on the merican College of Radiology recommendations lexandre S. Capaverde, Cássio S. Moura e na Maria M. Silva Faculdade de Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) Porto legre (RS), rasil. Resumo No rasil ainda não existe uma legislação ou norma regulamentadora que exija o controle da qualidade (CQ) em equipamentos de ressonância magnética. Com o objetivo de suprir esta ausência, este trabalho apresenta a adaptação do programa de CQ em imagens por ressonância magnética, seguindo as recomendações do Colégio mericano de Radiologia. Para validação do programa, os testes foram realizados em dois equipamentos de um grande hospital da cidade de Porto legre. Foram realizados os testes de distorção geométrica, resolução espacial de alto contraste, espessura de corte, posição de corte, uniformidade da imagem, percentual de artefato fantasma e detecção de objetos de baixo contraste. pós o desenvolvimento e aplicação do programa, o hospital passou a contar com uma rotina semestral de CQ de seus equipamentos de ressonância magnética. Palavras-chave: ressonância magnética, controle da qualidade, colégio americano de radiologia. bstract In razil there is still no legislation or regulatory norm that requires quality control (QC) in magnetic resonance equipments. With the objective of supplying this absence, this study presents the adaptation of the program for magnetic resonance imaging QC following the recommendations of the merican College of Radiology. For the program validation, the tests were performed in two equipments of a large hospital at Porto legre. Geometric distortion, high-contrast spatial resolution, slice thickness, cutting position, image uniformity, percentage of ghost artifacts and detection of low contrast objects tests were performed. fter the development and implementation of the program, the hospital now has a routine six-monthly magnetic resonance QC in their equipments. Keywords: magnetic resonance, quality control, american college of radiology. Introdução Instituições como a merican ssociation of Physicists in Medicine (PM), merican College of Radiology (CR), National Electrical Manufacturers ssociation (NEM), dentre outras, vêm promovendo e elaborando novas normas para o controle de qualidade (CQ) em equipamentos de Ressonância Magnética (RM). No rasil, ainda não há legislação, norma ou recomendação por parte do governo federal ou estadual quanto às exigências da realização de testes de CQ em equipamentos de RM. Este trabalho apresenta o desenvolvimento e aplicação de um programa de CQ em RM, seguindo as recomendações do CR. Material e Métodos Com base nas recomendações do CR sobre o controle de qualidade em RM 1,2, estudos foram realizados sobre cada dispositivo de teste do simulador. Foi desenvolvido um protocolo de aquisição e análise para cada teste. utor correspondente: lexandre da Silva Capaverde Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) venida Ipiranga, 6.681 Prédio 10, Faculdade de Física CEP: 90619-900 Porto legre (RS), rasil E-mail: fisica@pucrs.br ou alexandre.capaverde@acad.pucrs.br ssociação rasileira de Física Médica 79

Capaverde S, Moura CS, Silva MM O simulador utilizado, recomendado pelo CR, Figura 1, consiste em um cilindro com 20,4 cm de diâmetro e 16,5 cm de comprimento, preenchido com uma solução de 10 mm de cloreto de níquel e 45 mm de cloreto de sódio 2. o longo do comprimento do simulador estão distribuídos os diferentes dispositivos para avaliação da: distorção geométrica; resolução espacial de alto contraste; espessura de corte; posição de corte; uniformidade da imagem; percentual de artefato fantasma e detecção de objetos de baixo contraste. Os testes foram realizados em dois equipamentos de RM fabricados pela General Electric (GE,) modelos Signa HDxT e Signa Excite, com um campo magnético de 1,5 Tesla. Estes equipamentos estão localizados em um grande hospital de Porto legre. primeira sequência, denominada CR Localizador Sagital, consiste em uma aquisição do simulador para posicionar os cortes das demais sequências (Figura 2). O simulador é posicionado no centro de uma bobina para exames de crânio e no centro do magneto. Quatro sequências são adquiridas: CR xial T1, CR xial T2, xial T1 de rotina e xial T2 de rotina. Cada uma apresenta 11 cortes do simulador, para visualizar todos os dispositivos de teste. Os parâmetros utilizados são aqueles das rotinas de exames de crânio do equipamento. s sequências utilizadas, bem como os seus parâmetros de aquisição, são apresentadas na Tabela 1. No caso dos equipamentos avaliados, os protocolos de aquisição são idênticos, com o objetivo de comparar os Figura 1. Simulador CR. Figura 2. Posicionamento dos cortes no localizador. Tabela 1. Parâmetros de aquisição das imagens. CR Localizador Sagital Sequência de Pulso TR (ms) TE (ms) FOV (cm) Número de cortes Espessura de Corte (mm) NEX Matriz Largura de banda (khz) Tempo de quisição (min:seg) Spin-Eco 200 20 25 1 N/ 1 256x256 31,25 00:56 CR xial T1 Spin-Eco 500 20 25 11 5 1 256x256 31,25 02:16 CR xial T2 Duplo-Eco xial T1 de rotina* Spin-Eco 2000 20/80 25 11 5 1 256x256 31,25 08:56 Spin-Eco 425 11 25 11 5 1 320x192 31,25 02:53 xial T2 de rotina* Fast Spin-Eco 2100 101 25 11 5 1 320x192 31,25 01:20 *Sequências utilizadas no serviço sem alteração 80 Revista rasileira de Física Médica.2012;6(2):79-85.

Desenvolvimento de um programa de controle de qualidade em ressonância magnética baseado nas recomendações do Colégio mericano de Radiologia resultados obtidos e avaliar as condições dos equipamentos. Para a análise das imagens, foi utilizado o programa de código aberto ImageJ 3. Os testes disponíveis no simulador, bem como a análise e critérios de avaliação, são descritos a seguir. Distorção Geométrica O teste de distorção geométrica avalia a precisão com a qual a imagem do simulador reproduz o seu comprimento real. Para isso, são realizadas medidas do seu comprimento sobre a imagem, entre pontos de referência. s medidas são comparadas com os valores conhecidos do simulador 2. 1. Medir o comprimento, em milímetros, das imagens correspondentes em diversas direções, conforme a Figura 3. 2. notar os valores, comparando-os aos valores reais de comprimento do simulador, que são: 148 mm no localizador e 190 mm nas demais medidas. Todas as medidas devem estar dentro de uma variação de ±2 mm em relação ao valor medido. Resolução Espacial de lto Contraste resolução espacial de alto contraste mede a capacidade de um sistema em separar objetos quando não existe uma contribuição significativa do ruído que possuem um valor de contraste semelhante 2. 1. Realizar uma avaliação visual do dispositivo de resolução, (Figura 4). Da esquerda para a direita, os furos possuem resolução 1,1 mm - 1,0 mm - 0,9 mm. 2. valiar o valor correspondente para o menor conjunto de furos distinguíveis, comparando-os ao valor fornecido pelo equipamento. Espessura de corte O teste de espessura de corte avalia a precisão da espessura alcançada, comparando-a com o valor da espessura especificada pelo equipamento 2. 1. Posicionar duas ROIs retangulares no dispositivo de teste (Figura 5). 2. valiar a intensidade de sinal dos dispositivos de teste superior e inferior. 3. justar, agora, o nível de brilho e contraste da janela para a metade do valor médio da intensidade anterior, a fim de visualizar o comprimento total dos dispositivos de teste. 4. Medir o comprimento superior e inferior, que são denominados CS e CI, respectivamente. Para calcular o valor da espessura de corte, a Equação 1 é utilizada. C Figura 3. Imagens do simulador CR na região para avaliação da distorção geométrica. C hole array pair resolution insert Figura 4. Imagem do simulador CR na região para avaliação da resolução espacial. Revista rasileira de Física Médica.2012;6(2):79-85. 81

Capaverde S, Moura CS, Silva MM ROIs C Figura 5. Imagem do simulador CR na região para avaliação da espessura de corte. EC = 0, 2 CS CS + CI CI Posição de corte posição do corte é o valor de localização de um corte, utilizando como referência a imagem do localizador 4. Esta posição é verificada com relação ao final do corte anterior e início do corte posterior. 1. Utilizando as imagens (a) e (b) da Figura 6, magnificar os dispositivos de teste da posição de corte. 2. Medir a diferença de comprimento entre as barras da esquerda e da direita, (Figura 7). 3. Sendo a barra da esquerda mais longa (Figura 7b), utilizar o módulo da diferença de comprimento. 4. diferença absoluta entre o comprimento das barras deve ser ±5 mm. Uniformidade da imagem uniformidade (U) da imagem reflete a habilidade de um equipamento de RM representar regiões similares com a mesma intensidade em um volume homogêneo 2. 1. Utilizando a imagem da Figura 8, posicionar uma ROI que preencha 75% da imagem do simulador. (1) 2. Diminuir o nível de brilho e contraste da janela até que somente a imagem dentro da ROI esteja saturada na intensidade máxima. 3. Continuar diminuindo lentamente até que uma região com pixels pretos comece a aparecer dentro da ROI (Figura 8a). 4. Com outra ROI pequena, registrar a intensidade de sinal nesta região, denominada região de menor sinal. 5. Repetir o procedimento elevando o nível de brilho e contraste até que apareça somente uma pequena região no centro do ROI com pixels brancos (Figura 8b). 6. Com outra ROI pequena registrar a intensidade de sinal nesta região, denominada região de maior sinal. Para calcular a uniformidade (U), utilizar a Equação 2. MaiorSinal MenorSinal U =100% 1 MaiorSinal + MenorSinal uniformidade da imagem deve ser 87,5% para equipamentos de RM de campo magnético menor do que 3T. Percentual de artefato fantasma Os artefatos fantasmas são produzidos por erros relacionados à fase. Geralmente, são caracterizados por áreas de maior intensidade de sinal 2. (2) 82 Revista rasileira de Física Médica.2012;6(2):79-85.

Desenvolvimento de um programa de controle de qualidade em ressonância magnética baseado nas recomendações do Colégio mericano de Radiologia bars bars Figura 6. Imagem do simulador CR na região para avaliação da posição do corte. Figura 7. Medida das barras. C Small Large Small Figura 8. Imagem do simulador CR na região para avaliação da uniformidade. Revista rasileira de Física Médica.2012;6(2):79-85. 83

Capaverde S, Moura CS, Silva MM 1. Utilizando a imagem do teste anterior, posicionar uma ROI que cubra 75% da imagem do simulador, denominada Large ROI. 2. Registrar o valor médio da intensidade de sinal. 3. Posicionar quatro ROIs elípticas nas periferias do objeto e registrar o valor médio de intensidade de sinal. Estas ROIs são denominadas TOP, Left, Right e TM, respectivamente (Figura 9). Para calcular o percentual de artefato fantasma (PF), utilizar a Equação 3, que deve ser 0,025%. Detecção de objetos de baixo contraste O teste de detecção de objetos de baixo contraste avalia o quanto dois objetos de contraste semelhante são distinguíveis 2. 1. Utilizar a imagem da Figura 10, magnificando os objetos de baixo contraste. 2. Contar os conjuntos de furos visualizados, começando pelo conjunto com maior diâmetro em 12h. 3. Contar os conjuntos até que um ou mais furos não sejam diferenciados do fundo. 4. Realizar o somatório de furos em cada um dos cortes visualizados. ( TOP TM ) Left + Rigth PF = ( ) 2 L argeroi top (3) O valor do somatório deve ser de, no mínimo, nove furos para um equipamento com de campo magnético menor que 3T. Resultados left Large right pós a aquisição das imagens nos dois equipamentos avaliados, os diferentes parâmetros foram verificados conforme as recomendações do CR. Cada um dos testes foi analisado e avaliado de forma separada e por fim os resultados foram comparados entre as sequências obtidas no mesmo equipamento e depois entre os dois equipamentos. Os resultados obtidos a partir da aplicação do programa de CQ encontram-se na Tabela 2. btm Figura 9. Imagem do simulador CR na região para avaliação do percentual de artefato fantasma. Discussão e Conclusões O CQ em RM é fundamental para avaliar as condições de qualidade dos equipamentos. Mesmo sem uma legislação nacional, deve-se levar em conta protocolos de órgãos lowcontrast objects Figura 10. Imagem do simulador CR na região para avaliação dos objetos de baixo contraste. 84 Revista rasileira de Física Médica.2012;6(2):79-85.

Desenvolvimento de um programa de controle de qualidade em ressonância magnética baseado nas recomendações do Colégio mericano de Radiologia Tabela 2. Resultados das análises. Eq. Signa HDxT Eq. Signa Excite Sequência L (mm) Distorção Geométrica C (mm) Espessura de Corte (mm) Pos. de Corte Uniformidade PF Detec. Obj. baixo contraste Conforme? CR Localizador Sagital 147,74 Sim CR xial T1 190,13 191,75 190,51 190,52 5,54-1,96 95,26 0,020 28,00 Sim CR xial T2 191,35 190,40 190,27 191,95 4,99 0,96 93,42 27,00 Sim xial T1 de rotina 190,52 191,15 190,69 190,12 4,82 2,05 102,36 0,018 25,00 Sim xial T2 de rotina 191,06 190,30 189,96 190,32 4,78 1,42 99,57 25,00 Sim CR Localizador Sagital 148,64 Sim CR xial T1 190,45 190,32 190,98 198,31 5,32-2,34 92,31 0,021 18,00 Sim CR xial T2 190,74 190,97 190,36 190,40 5,03 1,58 96,20 23,00 Sim xial T1 de rotina 191,32 191,45 190,20 190,48 5,51 1,32 91,89 0,023 20,00 Sim xial T2 de rotina 190,53 190,13 198,89 191,26 4,63 2,64 89,42 20,00 Sim internacionais e adaptá-los às rotinas dos serviços de diagnóstico por imagens. O programa de CQ recomendado pelo CR mostrou-se uma ferramenta útil para avaliar a integridade dos equipamentos de RM. No entanto, este programa exige a adaptação dos procedimentos a cada tipo de equipamento de RM. Como consequência deste trabalho, atualmente, os dois equipamentos avaliados contam com uma rotina semestral de CQ. Maiores estudos são necessários para verificar a constância de tais resultados. gradecimentos o Hospital Mãe de Deus pela disponibilização dos equipamentos para a realização deste trabalho. Referências 1. CR, merican College of Radiology. Site scanning instructions for use of the MR program for the CR MRI accreditation program. V. 2. Virginia. 2002-2004. [cited 2013 Jul 28]. vailable from: http://www.acr.org/~/media/cr/documents/ccreditation/mri/ LargePhantomInstructions.pdf. 2. CR, merican College of Radiology. Phantom test guidance for the acr mri accreditation program. Virginia. 2005. [cited 2013 Jul 28]. vailable from: http://www.acr.org/~/media/cr/documents/ccreditation/mri/ LargePhantomGuidance.pdf. 3. Software livre. ImageJ. [cited 2013 Jul 28]. vailable from: http://rsbweb. nih.gov/ij/download.html. 4. PM, Nuclear ssociates, MRI Phantons. 3D Resolution and Slice (3DRS) Phantom. Uniformity and Linearity (UL) Phantom. Carle Palce: Victoreen, 2005. [cited 2013 Jul 28]. vailable from: http://assets.fluke. com/manuals/76_907 umeng0300.pdf. Revista rasileira de Física Médica.2012;6(2):79-85. 85