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Transcrição:

Direito Constitucional Objetivo Professor: Luís Alberto Processo Legislativo Resumo Trata-se de uma aula de continuação de resolução de exercícios a partir da questão 42, a qual tem como enunciado: 42) [FUNCAB PC-ES Delegado de Polícia] A Presidente da República editou uma Medida Provisória agravando a pena de um determinado crime. Logo, pode-se afirmar: I. Trata-se de lei em sentido formal. II. Pelo princípio da retroatividade benéfica, a Medida Provisória somente poderá ser aplicada a fatos posteriores à sua edição. III. A agravação da pena somente poderá ocorrer após a aprovação da Medida Provisória pelo Congresso Nacional. IV. Apresenta vício de origem que não convalesce pela sua eventual aprovação. Indique a opção que contempla a(s) alternativa(s) correta(s). a) I, II, III e IV. b) I, II e III, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) I, apenas. e) IV, apenas Considerações acerca do enunciado Inicialmente, o professor alerta para se ter um certo cuidado com o enunciado, pois na literalidade do art. 62, 1º da Constituição Federal de 1988, não pode haver Medida Provisória tratando de Direito Penal, Direito Processual Penal e Direito Processual Civil. Entretanto, existe uma corrente que destaca que uma Medida Provisória pode sim tratar de Direito Penal desde que seja um Direito Penal não-incriminador. O professor dá como exemplo a Medida Provisória editada por Lula durante seu governo em que possibilitava as pessoas que tinham armas em suas casas de as entregarem e serem indenizadas. Desta forma, a questão não trata de Direito Penal não-incriminador, pois o enunciado afirma que a Medida Provisória agravou o crime. Considerações acerca do item I. Outro ponto interessante, diz o professor, que é necessário saber o que se entende por lei em sentido formal, uma vez que o item I. fala a respeito disso. Deixa-se claro, então, que uma lei formal é aquela que se submete às regras tradicionais do Processo Legislativo. Segundo o professor Luiz Roberto Barroso, ministro 1

do STF, uma lei formal é aquela que é discutida nas casas do Congresso Nacional e depois ela é sancionada ou vetada pelo Presidente da República. Como exemplos, citados pelo professor, temos a lei ordinária e a lei complementar. Dito isto, uma Medida Provisória é uma lei em sentido formal? Não. Apesar de não ser pacífica essa resposta (por existir uma corrente minoritária), a banca FUNCAB, nesta questão, seguiu pela corrente majoritária e considerou o item I. errado. Considerações acerca do item II. O professor ressalta que se deve tomar um certo cuidado também com esse item II., pois o princípio da retroatividade benéfica da lei penal trata que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Sendo assim, uma Medida Provisória pode ter efeitos ex tunc, ou seja, efeitos pretéritos? Sim, pode, pois a Medida Provisória não é lei penal e, portanto, ela pode retroagir para agravar a situação, principalmente aquelas que não tiveram uma sentença transitada em julgado. Além disso, a Medida Provisória tem uma característica de lei processual penal, a chamada tempus regit actum, a vigência é dali para frente, mas os fatos anteriores que não foram encerrados por uma sentença transitada em julgado podem ser amoldados à nova realidade da Medida Provisória, por exemplo. Sendo assim, pelo fato da Medida Provisória poder ser aplicada aos fatos anteriores a sua edição, o item II. está errado. Considerações acerca do item III. Mais uma vez o professor destaca que Medida Provisória não pode tratar de Direito Penal, sendo assim a afirmação sobre a agravação da pena torna o item III. errado. Considerações acerca do item IV. Exatamente pelo fato de a Medida Provisória ter um vício de origem, que afronta inclusive a Constituição Federal, mesmo com eventual aprovação, tal vício não convalescerá, tornando o item IV. correto. Gabarito da questão 42: alternativa e) 43) [UFMT TJ-MT Distribuidor, Contador e Partidor] De acordo com a Constituição Federal brasileira de 1988, as medidas provisórias a) terão validade de 30 dias, podendo ser reeditadas caso não sejam apreciadas pelo Congresso Nacional. b) não podem versar sobre matérias reservada à lei complementar c) podem versar sobre direito penal, processual civil e processual penal. d) perderão a eficácia se não forem convertidas em lei no prazo máximo de sessenta dias, improrrogáveis. 2

Considerações acerca da alternativa a) Sabe-se que as Medidas Provisórias possuem validade de 60 dias, podendo ser prorrogado por mais um período. Sendo assim a alternativa está incorreta. Considerações acerca da alternativa b) A Medida Provisória realmente não pode versar sobre matéria reservada à lei complementar, o que torna a alternativa a correta. Considerações acerca da alternativa c) As Medidas Provisórias não podem versar sobre direito penal, processual civil e nem processual penal. Se a alternativa trouxesse no lugar que pode versar sobre direito civil a tornaria certa. Dessa forma, alternativa incorreta. Considerações acerca da alternativa d) Cabe lembrar o comentário da alternativa a): as Medidas Provisórias possuem validade de 60 dias, prorrogáveis por mais um período. Alternativa incorreta. Gabarito da questão 43: alternativa c) Seguindo a aula é lançada a seguinte pergunta: A Medida Provisória pode ser editada para a abertura de crédito extraordinário? Regra: MP não pode tratar de matéria orçamentária. Exceção: art. 167, 3º, da CF/88, o qual fala das despesas que são imprevisíveis e urgentes em situações de guerra, comoção interna ou calamidade pública. 3

** Para o STF, trata-se dos limites constitucionais à atividade legislativa excepcional do Poder Executivo na edição de MP para Abertura de crédito extraordinário. Uma nova pergunta é lançada: É possível o controle jurisdicional de MP que abre crédito extraordinário? Sim, no quesito imprevisibilidade e urgência, segundo decisão do STF. Seguindo: Segundo o entendimento do STF, é possível MP regulamentar matéria tributária? É possível sim, exceto àquelas que são reservadas especificamente para lei complementar (art. 146, por exemplo). Além disso deverá observar como condições os princípios da anterioridade tributária (art. 150, III, b), e o da carência (art. 150, III, c). 44) [FCC TRF 3 Técnico Judiciário Informática] A medida provisória pode dispor acerca de matéria de a) natureza processual. b) organização do Poder Judiciário. 4

c) detenção de poupança popular. d) estruturação de partidos políticos. e) majoração de tributos Considerações acerca da questão A questão trata de matérias que a MP pode ou não dispor. Sabemos que ela não pode tratar de natureza processual, de organização do Poder Judiciário, nem de estruturação de partidos políticos. Quanto à detenção de poupança popular, não existe mais. Resta então a majoração de tributos que a MP pode sim tratar, desde que não seja de algum tributo reservado à lei complementar. Logo, a alternativa correta é a letra e). Gabarito da questão 44: alternativa e) 45) [FCC TCE-AP] Seria INCOMPATÍVEL com a Constituição da República a medida provisória que a) fosse reeditada na mesma legislatura em que houvesse sido rejeita ou tivesse perdido eficácia por decurso de prazo. b) procedesse à abertura de créditos extraordinários. c) dispusesse sobre conflito de competência, em matéria tributária, entre os entes da Federação d) não fosse convertida em lei no prazo de 60 (sessenta) dias. e) implicasse majoração de impostos e produzisse efeitos no exercício financeiro seguinte àquele em que fosse convertida em lei. Considerações acerca da alternativa a) Cabe inicialmente falar sobre as diferenças entre legislatura e sessão legislativa, já que a pegadinha da alternativa se encontra aí. Legislatura é o período de funcionamento estável do Congresso Nacional, ou seja, quando a composição do Congresso não é alterada, em outras palavras, de 4 em 4 anos. Sessão Legislativa há dois sentidos: ordinário ou lato sensu. Sessão Legislativa no sentido lato sensu corresponde a 1 ano. Além disso há também um princípio chamado princípio da irrepetibilidade, que diz que um projeto de lei ordinária ou complementar que tenha sido reprovado numa determinada sessão legislativa, poderá ser reapresentado na mesma sessão caso haja deliberação de qualquer das casas do Congresso Nacional. Essa característica não se aplica à MP, o que não impede de que a MP rejeitada possa ser apresentada numa outra sessão legislativa. Dessa forma, em uma mesma Legislatura há várias Sessões Legislativas, o que não impede que uma MP rejeitada possa ser apresentada novamente na mesma legislatura. Alternativa incorreta por não ser incompatível com a CF/88 como o enunciado pede. Considerações acerca da alternativa b) Sabemos que uma MP pode, excepcionalmente, proceder abertura de crédito extraordinário para despesas 5

urgentes e imprevisíveis em situações de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Logo, a alternativa está incorreta por estar compatível com a CF/88. Considerações acerca da alternativa c) Uma MP não pode dispor sobre conflito de competência entre os entes da Federação em matéria tributária, já que isso cabe à Constituição. Alternativa correta por ser a incompatível com a CF/88. Considerações acerca da alternativa d) Não seria incompatível com a CF/88 pelo fato de a MP ter 120 dias para poder ser convertida em lei. Alternativa incorreta. Considerações acerca da alternativa e) MP pode tratar de matéria tributária, inclusive de majoração de tributos, desde que não seja reservado à lei complementar. Alternativa incorreta. Gabarito da questão 45: alternativa c) 46) [CESPE TRT8 Analista Judiciário Área Administrativa] Se não for apreciada em sessenta dias, a medida provisória será automaticamente prorrogada uma única vez, de modo que seu prazo máximo de vigência será de cento e vinte dias, após o que ela perde sua eficácia. Considerações acerca da questão A questão afirma que o prazo máximo de uma MP é de 120 dias como fato certo e determinado, porém, em determinadas circunstâncias, o prazo de 120 dias poderá ser ultrapassado, como no caso do recesso do Congresso Nacional, em que a contagem do prazo da MP é suspensa, mas ela continua vigorando. Logo, a questão está errada. Gabarito da questão 46: errado. 47) [FCC PGE-AM] Considere as seguintes afirmações a respeito do processo legislativo: I O vício de iniciativa para a propositura de projeto de lei é convalidado pela sanção presidencial, caso a matéria nele versada seja de competência do Poder Executivo. II É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. III O veto presidencial a projeto de lei pode ser fundado em vício de inconstitucionalidade. 6

IV É vedada a reedição, na mesma legislatura, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido a sua eficácia por decurso de prazo. De acordo com a Constituição Federal e com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, está correto SOMENTE o que se afirma em a) II e III. b) I, II, III e IV. c) II, III e IV. d) I, II e III. e) I, II e IV. Considerações acerca do item I. O vício de iniciativa não pode ser convalidado por sanção presidencial, inclusive a Súmula 5 do STF foi superada. Sendo assim, o item está incorreto. Considerações acerca dos itens II e III. O item II. traz que uma MP não pode tratar sobre matéria já disciplina em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pende de sanção ou veto do Presidente da República, o que está certo. Da mesma forma o item III. Traz que o veto presidencial a projeto de lei pode ser fundado em vício de inconstitucionalidade, o que também está correto. Logo, ambos os itens estão corretos. Considerações acerca do item IV. Conforme já comentado em questão anterior, o impedimento dado à reedição de MP é para na mesma sessão legislativa. Como em uma legislatura ocorrem várias sessões legislativas, não há impedimento para a reedição da MP numa mesma legislatura. Logo, o item está errado. Gabarito da questão 47: alternativa a) 48) [FCC TRT24] A inobservância, pelo Congresso Nacional, do prazo constitucional de 60 dias, para conversão de medida provisória em lei, cuja vigência já tenha sido prorrogada uma vez, a) ocasionará a perda da eficácia, salvo se a mesma medida provisória for reeditada na mesma sessão legislativa. b) ocasiona perda ex nunc da eficácia da medida provisória. c) não ocasiona perda da eficácia da medida provisória, salvo se houver explícita rejeição do projeto de conversão. d) ocasiona perda da eficácia da medida provisória, a não ser que outra medida provisória tenha sido editada após o prazo de 60 dias para o Congresso se manifestar. 7

e) ocasiona perda ex tunc da eficácia da medida provisória. Considerações acerca da alternativa a) A alternativa afirma que haverá perda da eficácia da MP depois de passados os 60 dias do prazo. Alternativa incorreta pelo fato de não existir essa exceção. Considerações acerca da alternativa b) Aqui fala sobre a perda da eficácia ex nunc quando não observado o prazo de 60 dias, ou seja, com efeitos a partir de encerrado o prazo. Alternativa incorreta pelo fato de que a perda de eficácia da MP será desde a edição, conforme art. 62, 3º da CF/88. Considerações acerca da alternativa c) A alternativa fala que não ocasiona a perda da eficácia da MP, salvo se houver explícita rejeição do projeto de conversão. Alternativa incorreta pelo fato de que haverá a perda da eficácia sim. Considerações acerca da alternativa d) Por fim, essa alternativa trata exatamente sobre a perda de eficácia desde a edição (ex tunc) se a MP for rejeitada ou não for votada pelo Congresso Nacional após o prazo de 60 dias já prorrogado uma vez, conforme dispõe o art. 62, 3º da CF/88. Após isso, o Congresso Nacional deverá emitir um decreto legislativo, no prazo de 60 dias, para regularizar todas as situações que ocorreram na medida provisória. Alternativa correta. Gabarito da questão 48: alternativa c) 49) [MPE-GO Promotor de Justiça Substituto] Em processo legislativo de conversão de medida provisória em lei, não é possível a apresentação de emenda parlamentar sem pertinência lógico-temática com o objeto da mesma medida provisória. Sendo esta última espécie normativa de competência exclusiva do Presidente da República, não é permitido ao Poder Legislativo tratar de temas diversos daqueles fixados como relevantes e urgentes, sob pena de enfraquecimento de sai legitimidade democrática. Considerações acerca da questão Trata-se de uma situação já comentada em blocos anteriores pelo professor. Uma MP pode ter emendas parlamentares, desde que não aumente despesa e tenha, principalmente, pertinência temática. Sendo assim a questão se encontra certa. Gabarito da questão 49: certo. 8

50) [ESAF ANAC Especialista em Regulação de Avaliação Civil] Considerando as normas constitucionais a respeito do processo legislativo, é correto afirmar: a) matéria de direito civil não pode ser objeto de normatização por meio de medidas provisórias. b) possui efeito repristinatório sobre o direito com ela colidente a não conversão da medida provisória, de acordo com o Supremo Tribunal Federal. c) encaminhado projeto de lei pelo Poder Legislativo e em não sendo sancionado pelo chefe do Poder Executivo no prazo constitucional de quinze dias, referido projeto caduca, ante a inexistência de forma silente de sanção. d) pode ocorrer promoção de proposta de emenda constitucional, segundo a Constituição Federal, por meio de iniciativa popular, sem restrição de matérias. e) para que seja iniciado, deverá ser proposto junto à Mesa, no Senado Federal, projeto de lei de iniciativa do STF e tribunais superiores. Considerações acerca da alternativa a) A alternativa afirma que uma MP não pode tratar de Direito Civil. Como já visto anteriormente, ela pode sim tratar de direito civil, não poderá tratar de Direito Penal, Processual Penal e Processual Civil. Alternativa incorreta. Considerações acerca da alternativa b) Já foi explicado em blocos anteriores que quando uma MP trata de um mesmo assunto de uma lei que já existe, a eficácia da lei ficará suspensa. Após as deliberações, a MP será aprovada e convertida em lei e a lei anterior que disciplinava o assunto será revogada. Agora, se a MP não for aprovada e convertida em lei, ocorrerá um efeito repristinatório da lei que estava com a eficácia suspensa. Dessa forma, a alternativa está correta. Considerações acerca da alternativa c) Se o projeto de lei não for sancionado no prazo constitucional de quinze dias, haverá sanção tácita e não caducidade como a alternativa afirma. Logo, alternativa incorreta. Considerações acerca da alternativa d) Uma PEC não pode ser deflagrada por meio de iniciativa popular. Quem deflagra é o Presidente da República, mais da metade das Assembleias Legislativas com votação por maioria relativa, um terço da Câmara e um terço do Senado. Alternativa incorreta. Considerações acerca da alternativa e) 9

Para projeto de lei de iniciativa do STF e tribunais superiores, a casa iniciadora não é o Senado Federal, mas sim a Câmara dos Deputados. Logo, alternativa incorreta. Gabarito da questão 50: alternativa b) O professor recomenda que, além das questões resolvidas até então, procure resolver mais questões a respeito do assunto. Assim, ele passa agora à análise do Decreto Legislativo. O que é o Decreto Legislativo? Quem emite o Decreto Legislativo? É o Congresso Nacional. Mas o Congresso Nacional emite o Decreto Legislativo em sua atividade de legislar ou na atividade de fiscalização? O professor atenta para o fato de que muitas pessoas já erraram essa questão em prova. O Decreto Legislativo decorre da competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional. E se é da competência exclusiva, será então a atividade fiscalizatória. O Decreto Legislativo é ato normativo primário que manifesta a atividade fiscalizatória do Congresso Nacional e visa garantir a execução daquela fiscalização. Segue esquema para melhor visualização: 51) [TRT2] Em matéria de espécies normativas e de processo legislativo, assinale a alternativa correta. a) Pode ser objeto de lei complementar matéria que também pode ser objeto de lei ordinária, sendo que aquelas diferenciam-se desta última pelo quórum necessário à sua aprovação, correspondente à maioria simples. b) A reedição, na mesma sessão legislativa, de Medida Provisória expressamente rejeitada pelo Congresso Nacional configura hipótese de crime de responsabilidade do Presidente da República. c) Para que o Presidente da República possa elaborar Medida Provisória há necessidade de autorização do Poder Legislativo. d) O Decreto legislativo veicula matérias atinentes ao Poder Legislativo de cada uma das casas do Congresso, estando completo e apto a produzir efeitos imediatos no território nacional, quando autoriza a entrada no Brasil de um tratado internacional negociado e assinado por representante brasileiro. e) A sanção do Presidente da República deve ser expressamente manifestada e o veto, tendo em vista a sua negativa repercussão, pode ser objeto de retratação, após juízo de reconsideração do chefe do Executivo, no prazo inafastável de trinta dias. 10

Considerações acerca da alternativa a) Uma lei ordinária não pode tratar de matéria reservada à lei complementar, porém uma lei complementar pode tratar de matéria de lei ordinária, justamente pelo fato do quórum necessário para a aprovação de uma lei complementar ser maioria absoluta, enquanto para a aprovação de lei ordinária ser maioria simples. É o ditado do quem pode mais, pode menos. Alternativa incorreta pelo fato de afirmar que o quórum de lei complementar é maioria simples, sendo que, como já visto, é maioria absoluta. Considerações acerca da alternativa b) Sim, se o Presidente da República tentar reeditar a MP rejeitada pelo Congresso Nacional na mesma sessão legislativa cometerá crime de responsabilidade. Alternativa correta. Considerações acerca da alternativa c) O Presidente da República não necessita de autorização do Poder Legislativo para elaborar Medida Provisória. Alternativa incorreta. Considerações acerca da alternativa d) Quando se tem um Decreto Legislativo que participa da incorporação e internalização de tratado internacional, não se pode afirmar que esse tratado irá gerar efeitos imediatos a partir do Decreto Legislativo, pois deve haver uma ação proativa específica do Poder Executivo, mais especificamente do Presidente da República, para emitir um decreto presidencial que, a partir de sua promulgação, passam a valer os efeitos do tratado internacional. Logo, alternativa incorreta. Considerações acerca da alternativa e) A alternativa afirma que o veto presidencial pode ser objeto de retratação, o que não se coaduna com a realidade, uma vez que dado o veto, este é definitivo e não pode ser retratado. Dessa forma, alternativa incorreta. Gabarito da questão 51: alternativa b) 52) [ESAF MPOG] Em relação ao processo legislativo, julgue a) A Câmara dos Deputados tem iniciativa privativa de lei para fixação da remuneração de seus servidores, mas tal ato legislativo deve necessariamente ir à sanção do Presidente da República. b) O projeto de lei de iniciativa popular com assinaturas de 1% (um porcento) de eleitores distribuídos pela maioria absoluta dos estados-membros pode veicular matéria reservada a lei complementar. c) Tratado internacional incorporado ao direito interno brasileiro não pode conter norma concessiva de 11

isenção tributária de imposto estadual porque violaria a autonomia do estado-membro. d) As emendas parlamentares apresentadas a projeto de lei enviado pelo Presidente da República, em tema de sua privativa iniciativa, não precisam ter pertinência temática com o que constava do texto originalmente encaminhado ao Legislativo. e) Lei ordinária não pode revogar lei complementar editada antes da Constituição de 1988. Considerações acerca da alternativa a) Sabemos que a Câmara dos Deputados tem sim iniciativa privativa de lei para fixação da remuneração de seus servidores, e que também esse ato deve necessariamente ir à sanção do Presidente da República. Logo, alternativa correta. Considerações acerca da alternativa b) O projeto de lei de iniciativa popular para poder veicular matéria reservada a lei complementar deve contar com assinaturas de 1% do eleitorado nacional distribuídos por, no mínimo, cinco estados, com não menos de três décimos por cento (0,3%) dos eleitores de cada um deles. Alternativa incorreta. Considerações acerca da alternativa c) Pode sim, pois tratado internacional que não seja de direitos humanos tem característica de lei nacional podendo alcançar estado-membro. Alternativa incorreta. Considerações acerca da alternativa d) Como já visto anteriormente, as emendas parlamentares a projeto de lei enviado pelo Presidente da República devem sim ter pertinência temática. Alternativa incorreta. Considerações acerca da alternativa e) Lei ordinária pode sim revogar lei complementar editada antes da Constituição de 1988. Exemplo: Código Tributário Nacional. Alternativa incorreta. Gabarito da questão 52: alternativa a) Agora vamos trabalhar com Resolução. A Resolução vai ser promulgada pelo Presidente da respectiva casa legislativa. Quem pode emitir uma Resolução? O Congresso Nacional em sua competência privativa, caso veja necessidade em delegar suas atribuições ao Presidente para criar lei delegada, poderá fazê-lo através de Resolução. 12

E quais as diferenças entre Decreto Legislativo e Resolução? Veja no quadro a seguir para melhor visualização: E será que já houve caso em que, por decreto, alterou-se o texto de lei? Para responder, deve-se observar o disposto no art. 84, VI da CF/88. Além disso: Uma primeira corrente entende que sim, através de um decreto autônomo. Uma segunda corrente entende que não. 13