AVANÇOS DAS AÇÕES EDUCATIVAS EM EAD, UTILIZANDO TELEDUC, DESENVOLVIDAS NA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DE SANTOS COMPARTILHANDO SABERES NA REDE



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Transcrição:

AVANÇOS DAS AÇÕES EDUCATIVAS EM EAD, UTILIZANDO TELEDUC, DESENVOLVIDAS NA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DE SANTOS COMPARTILHANDO SABERES NA REDE Santos/SP- 02/2014 Carlos Eduardo da Silva Fontoura SEDUC/Santos - eduardofontoura@santos.sp.gov.br Experiência Inovadora Educação Continuada em Geral Inovação e Mudança Descrição de Projeto em Andamento RESUMO Este relato apresentará avanços nas atividades educativas oferecidas pelo Núcleo de Educação a Distância (NuED), da Secretaria da Educação (SEDUC) de Santos, do início em 2005 até 2012, utilizando-se ambiente TelEduc 1, que permite a criação de cursos em educação a distância - EAD. Neste ambiente são desenvolvidos cursos prioritariamente para professores e funcionários da Prefeitura Municipal de Santos, contribuindo para o compartilhamento de saberes na rede. Palavras-chave: EAD; WEB; atividades educativas; saberes; educação online 1 TelEduc é um ambiente para realização de cursos a distância através da Internet. Está sendo desenvolvido no Nied (Núcleo de Informática Aplicada a Educação) sob a orientação da Profa. Dra. Heloísa Vieira da Rocha do Instituto de Computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a partir de uma metodologia de formação de professores construída com base na análise das várias experiências presenciais realizadas pelos profissionais do núcleo. 1

1. Introdução Os avanços e o fortalecimento de ambientes virtuais e colaborativos de aprendizagem propiciam novas perspectivas para a educação a distância via internet (WEB). Na Prefeitura Municipal de Santos, novas iniciativas de educação online surgiram desde a apresentação do relato 2, por ocasião do 14º CIAED - Congresso Internacional ABED 3 de Educação a Distância. Assim, o objetivo principal deste relato de experiência é expor os avanços nas atividades educativas desenvolvidas no Núcleo de Educação a Distância (NuED) da Secretaria da Educação (SEDUC) de Santos, no ano de 2012 e comparar os avanços na proposta pedagógica e na oferta de cursos realizada em 2008. O NuED foi criado em 2005 e a partir de 2008 cursos modulares passaram a ser categorizados por Eixos Temáticos. Neste sentido, os cursos foram desenvolvidos para Educadores e Funcionários da Rede Municipal, por meio do planejamento e avaliação das atividades oferecidas. O modelo de EAD passou a ser compreendido de forma ampla, com enfoque na reflexão e aperfeiçoamento dos participantes, buscando favorecer uma mudança de postura por meio das discussões e da orientação nos caminhos de busca e escolha de informação e da análise do aprimoramento profissional, reconhecendo que a prática se constrói no processo de ensino/aprendizagem associada à necessidade de educação continuada. (Fontoura e Branco, 2008). No início do NuED, o primeiro curso, implantado em 2006, foi projetado para professores com pouca familiaridade em usar computador e sem experiência em participação em cursos à distância. Citando monografia, apresentada em 2007, por Horta et Al (p. 34) Foi sugerido que cada um dos participantes tivesse uma disponibilidade de 30 horas para participar do curso em laboratório de informática do núcleo [...] uma vez que as atividades propostas se constituíam de aprender a utilizar 2 Experiências e ações educativas em Educação a Distância desenvolvidas na Secretaria da Educação da Prefeitura do município de Santos Ano 2008 (Fontoura, Branco) 3 Associação Brasileira de Educação a Distância, foi criada em 21/06/1995 como sociedade científica, sem fins lucrativos, voltada para o desenvolvimento da EAD. 2

determinados softwares e aplicar o seu uso no trabalho de contexto de sala de aula. O conteúdo inicial do curso foi o aprendizado dos conceitos computacionais. A partir dessa vivência, o foco do curso foi redimensionado para as atividades reflexivas e pedagógicas, onde cada um dos participantes era direcionado para ler conteúdos específicos e discutir em fóruns, fora do horário de trabalho e de acordo com suas respectivas disponibilidades, o quanto assimilavam ou divergiam desses conteúdos. Com o passar do tempo, os participantes também opinavam sobre outras bibliografias que acrescentariam em conteúdo àquelas já especificadas pelos formadores. Com base neste trabalho e analisando a tabela abaixo foi possível identificar a aceitação imediata da modalidade de ensino à distância, mesmo com a falta de familiaridade com as TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação). Em outras palavras, podemos afirmar que os educadores estavam atentos às possibilidades de utilização do AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) para a própria formação docente, promovendo uma significativa mudança na prática pedagógica. Ano 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total/ alunos 73 130 553 924 1.346 1.327 1.312 1.349 Tabela 1: Quantitativo de participantes nos cursos de formação em EAD Segundo Fontoura & Branco (2008) os cursos do NuED passaram a ser categorizados por área do conhecimento na qual o professor atua como mediador, desenvolvendo ações de ensino nas dimensões interativas dos alunos, valorizando o que o aluno já sabe e enfatizando a prática interdisciplinar, portanto, ampliando as possibilidades na construção do conhecimento. Nesse relato, o foco está nos avanços detectados na oferta de cursos modulares propostos, em 2012, a educadores (da rede pública e privada), estudantes e funcionários, pelo NuED, que utiliza o ambiente TelEduc., um software livre, que permite a criação de cursos online. 3

2. A prática pedagógica do NuEd a partir de 2008 O modelo de educação a distância, desenvolvido pelo núcleo, é considerado aberto e voltado à utilização de novas técnicas metodológicas, tais como: educação de grupos, recursos midiáticos, temas de interesse específicos e atuais, estímulo à reflexão crítica, autonomia na busca de novos referenciais, mediação na construção do conhecimento, além das estratégias de interação e que está diretamente ligada com a proposta inovadora dos professores envolvidos (Fontoura & Branco, 2008). De acordo com o trabalho apresentado, a equipe de profissionais do NuED assumem que a prática em si está ancorada na proposta de Almeida (2003, pág. 35): Ambientes virtuais de colaboração e aprendizagem se constituem a partir de um grupo de pessoas que aprendem em colaboração por meio do uso de software específico para a comunicação a distância mediada pelas tecnologias de informação e comunicação. As interações entre pessoas e objetos de conhecimento são propiciadas pela mediação das tecnologias e de um professor orientador. As atividades se desenvolvem no tempo, ritmos de trabalho e espaço em que cada participante se localiza, de acordo com uma intencionalidade explícita e um planejamento que constitui a espinha dorsal das atividades a realizar, revisto e re-elaborado continuamente no andamento das interações. Assim, em 2008, a proposta pedagógica do NuED passou a ser composta por Eixos Temáticos. A seguir, apresentamos organograma e denominação dos eixos: 4

Coordenador do Núcleo Coordenador Geral - Apoio Pedagógico e de Ambiente Suporte Administrativo Coordenador do Curso Professor/Formador Eixo I II III IV V VI VII Denominação Educação Continuada Educação Infantil Educação Tecnológica Ensino FundamentaL I, II e EJA (Educação de Jovens e Adultos) Ensino Médio e Profissionalizante Parcerias Capacitação em EAD (Educação a Distância) 5

VIII IX Desenvolvimento Docente Semi-presenciais X Qualidade de Vida (criado em 2012) Tabela 2: Organograma do NuED e denominação dos Eixos Temáticos 3. Fundamento da aprendizagem online no NuED Em geral, a ideia inicial desenvolvida no NuED de proporcionar educação à distância de maneira inovadora, por meio de temáticas relacionadas às práticas interdisciplinares que procuram atender a complexidade das atividades desenvolvidas, vem oportunizando possibilidades de capacitação/desenvolvimento profissional e ampliando a aproximação dos alunos às ações da aprendizagem online. Devido às transformações contemporâneas e à implementação das TIC, este núcleo assumiu o desafio de romper com os paradigmas já detectados no modelo da educação tradicional, como a dicotomia teoria-prática, o ensino predominantemente transmissivo e a fragmentação dos conteúdos. Desta maneira, as ações educativas em EAD criam comunidades virtuais de aprendizagem, superando as concepções tradicionais e desenvolvendo o processo de aquisição e ampliação de saberes, onde o aluno transforma sua prática por meio das suas relações na interação com outros alunos, professores, fóruns de discussão etc. Nessas situações de aprendizagem online, são favorecidas o aprender significativo, pois ensinar requer interação professor-aluno, não somente no que diz respeito à natureza dos conteúdos, mas principalmente às formas de acesso e construção do conhecimento. A evolução e a complexidade da aprendizagem online envolvem o uso de diversas concepções pedagógicas, estabelecendo uma crescente necessidade de compreender tais sobre a implicação da utilização das NTIC (Novas Tecnologias de Informação e Comunicação). Em uma análise conjuntural, nos deparamos com a expressão Sociedade da Informação que é utilizada para designar as transformações tecnológicas da Sociedade Pós-Industrial (maior importância na produção de 6

serviços do que na produção de bens). Segundo Castells (2000), as transformações em direção à sociedade da informação estão ligadas à reestruturação do capitalismo desde a década de 80, reconhecidas nos países industrializados e que constituíram-se em uma tendência global definindo o paradigma da tecnologia da informação, que expressa a relação das transformações tecnológicas com a economia global e com a sociedade em que vivemos. Castells (2000), aponta as seguintes características da Sociedade da Informação: A informação é sua matéria-prima: as tecnologias se desenvolvem para permitir o homem atuar sobre a informação; a informação é parte integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva; a tecnologia tem alta capacidade de reconfiguração; e interligação de diversas áreas do saber. Neste contexto, a cibercultura surge ao relacionar as TIC com a cultura contemporânea, estabelecendo um conjunto de práticas sociais e as tecnologias digitais alterando o processo de criação no ciberespaço. Levy (1999) reforça três princípios que proporcionaram o crescimento deste espaço: Interconexão de computadores (grande rede mundial); comunidades virtuais (grupo de pessoas com objetivos comuns que interagem na rede por meio de troca de informações e compartilhamento de ideias); inteligência coletiva (equilíbrio entre a cooperação troca de ideias e a competição liberdade de confronto de pensamentos opostos). Hoje, algumas experiências de aprendizagem online, desenvolvidas neste ciberespaço, continuam atreladas aos conceitos antigos da Pedagogia, nos quais acontece a valorização do conteúdo, perdendo-se assim alguns 7

significados da utilização das NTIC e da evolução desta sociedade do conhecimento. De modo geral, com relação aos cursos online, os professores assumem a necessidade de estar embasados em metodologias construtivistas de ensino, considerando-se o contexto em que os alunos estão inseridos e principalmente propiciando a cooperação e o compartilhamento entre pares facilitando a aprendizagem e o desenvolvimento humano. Segundo Silva (2003, p.26): Estar on-line não significa estar incluído na cibercultura. Internet na escola não é garantia da inserção crítica das novas gerações e dos professores na cibercultura. O professor convida o aprendiz a um site, mas a aula continua sendo uma palestra para a absorção linear, passiva e individual, enquanto o professor permanece como o responsável pela produção e pela transmissão dos "conhecimentos". Professor e aprendizes experimentam a exploração navegando na Internet, mas o ambiente de aprendizagem não estimula fazer do hipertexto e da interatividade próprios da mídia on-line uma valiosa atitude de inclusão cidadã na cibercultura. Assim, mesmo com a Internet na escola, a educação pode continuar a ser o que ela sempre foi: distribuição de conteúdos empacotados para assimilação e repetição. Para este grupo, aprendizagem online, por conseguinte, deve propiciar a construção do conhecimento, de maneira que as informações a serem apresentadas ao aprendiz sejam potencialmente significativas, proporcionando a relação do que se apresenta com conceitos preexistentes na sua estrutura cognitiva (Ausubel, 1978). Na web, o professor pode disponibilizar recursos que implementem a interação, na qual todos, de modo participativo, se empenhem na reflexão e na discussão que levam ao pensar autônomo. Para Freire (1986, p.49), perguntas são estratégias para o conhecimento do mundo. Perguntas exigem respostas compartilhadas, discutidas e reveladoras da inquietação do educando diante do conhecimento. [...] o necessário é que o educando, ao perguntar sobre um fato, tenha na resposta uma explicação do fato e não a descrição pura 8

das palavras ligadas ao fato. É preciso que o educando vá descobrindo a relação dinâmica, forte e viva, entre a palavra e ação, entre palavra-ação-reflexão. 4. Referências [1]ALMEIDA, M.E.B. Educação, projetos, tecnologia e conhecimento. São Paulo: PROEM. 2002. [2]ALMEIDA, M.E.B.; PRADO, M. E. B. B. Criando situações de aprendizagem colaborativa. In: VALENTE, J. A.; ALMEIDA, M. E. B.; PRADO M. E. B. (Org.). Internet e formação de educadores a distância. São Paulo: Avercamp, 2003. [3]AUSUBEL, D.P.; NOVAK, J.D., HANESIAN, H. Educational Psycology: A cognitive view. New York: Holt, Rinehart & Winston, 1978. [5]BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. [6]CASTELLS, M. A era da informação: economia, sociedade e cultura. In: A Sociedade em rede. São Paulo : Paz e Terra, 2000. v. 1 [7]FONTOURA, C.E.S.; BRANCO, A.C. Experiências e ações educativas em Educação a Distância desenvolvidas na Secretaria da Educação da Prefeitura do município de Santos. 2008 URL: http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/520200854358pm.pdf > Acesso em 28 Jan 2014 [8]FREIRE, P, FAUNDEZ, A. Por uma pedagogia da pergunta. São Paulo: Paz e Terra, 1986. [9]FREIRE, P. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1985. [11]FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra. 1985. 9

[12]GADOTTI, M. Boniteza de um sonho: ensinar e aprender com sentido. Novo Hamburgo: Feevale. 2003. [13]HORTA, P.R.H et al. Capacitação digital do docente: análise crítica da necessidade de formação digital do professor e levantamento de estudos de casos. PUC/Rio de Janeiro. 2007. [14]NuED Núcleo de Educação a Distância URL: https://www.egov.santos.sp.gov.br/ead/pagina_inicial/index.php? > Acesso em 28 Jan 2014 [15]LEVY, P. As tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1997 [17]LEVY, P. Cibercultura. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999 [18]NUNES, I.B. Educação à Distância e o Mundo do Trabalho. Revista: Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro: ABT, v. 21- jul-ago.1992. [19]SILVA M. et al <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/2sf.pdf >. Acesso em 28 Jan 2014 [20]TelEduc - Núcleo de Informática Aplicada a Educação (NIED) - URL: http://teleduc.nied.unicamp.br/~teleduc/ > Acesso em 28 Jan 2014 10