Educon, Aracaju, Volume 11, n. 01, p.1-6, set/2017

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Transcrição:

AS CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DE VAN HIELE NA CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE ÁREA MARIA GIRLENE DA SILVA MARIA APARECIDA ALVES DA SILVA HELENILSON MARQUES FERREIRA EIXO: 20. EDUCAÇÃO E ENSINO DE MATEMÁTICA, CIÊNCIAS EXATAS E CIÊNCIAS DA NATUREZA RESUMO Este trabalho é resultado de uma proposta de atividade, produzido durante um componente curricular obrigatório do UFPE-CAA. O mesmo tem por objetivo trabalhar o conteúdo de área fazendo uso da Teoria de Van Hiele - Desenvolvime modelo se apresenta com a finalidade de favorecer a compreensão dos conceitos geométricos, possibilitando uma r maturidade quanto ao processo de ensino e aprendizagem referente ao conceito de Geometria, além de proporcio obstáculos. Esperamos que estes consigam construir o conceito de área por meio da manipulação de figuras plan baseadas nos níveis de desenvolvimento abordados na teoria em estudo. Palavras-chave: Geometria. Conceito de Área. Teoria de Van Hiele. ABSTRACT This work is the result of a proposal of activity, produced during a compulsory curricular component of the UFPE-CA objective is to work the area content using Van Hiele Theory - Development of Geometric Thinking.This model is prese understanding of the geometric concepts, allowing a reflection on the abilities and maturity regarding the teaching and l Geometry, besides providing ways for overcoming of the obstacles. We expect these to be able to construct the concept through the proposed activities based on the levels of development addressed in the theory under study. Keywords: Geometry; Area Concept; Van Hiele Theory Introdução Este trabalho é resultado de uma proposta de atividade da disciplina de Metodologia do Ensino da Matemática III, qu Matemática-Licenciatura da UFPE/CAA. É válido salientar que o interesse em discursar sobre a construção do concei Hiele, veio a partir do momento em que construímos uma proposta de aula (sequência didática) utilizando tal teoria. O conteúdo de Área está presente na vida do ser humano, antes mesmo deste ingressar os degraus da sala de aul Ciências, surge a partir das demandas apresentadas pela sociedade, ou seja, é a partir das necessidades apresenta desenvolvidos a fim de suprir tais exigências. Educon, Aracaju, Volume 11, n. 01, p.1-6, set/2017 www.educonse.com.br/xicoloquio

Quando nos referimos a Matemática, mais especificamente a Geometria, estudos apontam que esta foi organizada Bongiovanni (2007). Segundo Massago (2010), a Geometria era estudada pelos Egípcios, Babilônios, Hindus e Chineses em dar início a Geometria Dedutiva. Assim como Tales de Mileto, houve vários outros teóricos tais como, Pitágoras aproximadamente 340 a.c, Eucl recentemente Fermat em 1629 e Descartes em 1637, onde buscaram compreender e aperfeiçoar os estudos de Geometr sociedade, assim como a busca em apresentar resultados que pudessem provar algumas teorias que fossem úteis para o De acordo com as afirmações anteriores, percebemos que o surgimento da Geometria teve um significado ou razão, ou s sociedade, como por exemplo: na Idade da Pedra momento em que os povos nômades passaram a fixar morada e como subsistência, que envolve tanto a vestimenta quanto a produção e armazenamento de alimentos, advindos da terra. No como conteúdo matemático e a posteriore, passou a compor o currículo escolar, onde lhe atribuíram algumas div superfícies planas" que se refere a composição desta. No que se refere à área, Belleiman e Lima (2000, p.2) apud SANTOS (2014, p. 2), afirmam que além de sua relevânci por interligar os outros eixos da matemática (números, grandezas e álgebra) e por suas aplicações em outras áreas do co disso, Belleiman e Lima (2000, p.2), afirmam que: Esses conceitos são dos mais importantes no ensino-aprendizagem da matemática e relevant visto que em suas atividades cotidianas, tem a necessidade de medir regiões planas com objetos e entre outras coisas. (apud SANTOS 2014, p. 2). É notório alguns alunos sentirem dificuldades de associar os conteúdos apresentados em sala de aula com a realidade, a a precariedade/carência da relação com o meio onde o público (alunos) está inserido, assim como, a forma pela qual o quando se trata de Geometria, nota-se certa limitação nos professores em repassar para alunos, onde as fórmulas são p de construção desta. Com isso, também, durante as resoluções os alunos não conseguem enxergar para além das fórmu De acordo com Santos (2014), a deficiência na formação de professores pode ser um dos fatores que vêm a contribuir n sendo abordados em aula, uma vez que ela interfere na prática docente. Como afirma Fiorentini (1995) apud Santos conhecemos e concebemos os conteúdos de ensino tem fortes implicações no modo como selecionamos e os reelabo especialmente no modo como os exploramos em nossas aulas. A fim de construirmos o conceito de área, iremos utilizar a teoria de Van Hiele como base, pois a mesma se utiliza de avaliação da aprendizagem do aluno. Com isso, as atividades deverão ser elaboradas de acordo com os métodos e etapa As contribuições da Teoria de Van Hiele Não muito raro, os conteúdos de Matemática são introduzidos a partir de fórmulas sem a apresentação de seu proces uma concepção de inutilidade, quanto a sua aplicação na realidade em que está inserido, além de reforçar a ideia de que Souza (2006), no que se refere à Geometria a situação é ainda mais complicada, pois a defasagem começou desde a M os tempos de hoje, principalmente no modo como é apresentado nos livros. O conteúdo de geometria vem quase sempre ao final dos mesmos e, muitas vezes, o profes tempo de trabalhá-lo. Em outros casos a geometria vem diluída entre o conteúdo de álgeb professor pula o capítulo (p. 265). Quando a Matemática é vista dissociada (descontextualizada) da realidade, no processo de ensino e aprendizagem, relacionar as manipulações com determinadas regras, Morelatti e Souza (2006), devido à precarização de significado ao c O modelo de Desenvolvimento do Pensamento Geométrico se apresenta com a finalidade de favorecer a comp possibilitando uma reflexão a respeito das habilidades e maturidade quanto ao processo de ensino e aprendizagem refe de proporcionar caminhos para a superação dos obstáculos (RODRIGUES, 2007; KALEFF et al, 1994; VILLIERS, 2010) Educon, Aracaju, Volume 11, n. 01, p.2-6, set/2017 www.educonse.com.br/xicoloquio

Este modelo foi desenvolvido pelo casal Dina van Hiele Geldof e Pierre Marie van Hiele. Composto de cinco níveis geométrico, onde o aluno deve adquirir conhecimento necessário para seguir ao próximo nível e cinco fases de aprendiz o processo de ensino e aprendizagem. Para Kaleff, et al (1994), esta teoria contribuiu para que o currículo de Matem tendo em vista que o nível de complexidade era bem mais elevado que o dos alunos, com isso a comunicação é prejudica Segundo Freudenthal, quando o ensinamento ocorre num nível acima ao do estudante, a ma retida por muito tempo na memória, assim como concepções erradas, quando aprendidas, par Ou seja, nem os alunos compreendem o exposto pelo professor nem o professor consegue entender o porquê da não nas avaliações gerais, em larga escala, no país com resultados insatisfatórios, como também tem mobilizado pesquisa exemplo o ENEM, Saeb e Prova Brasil (COSTA JÚNIO, 2014), que visam diagnosticar o desempenho dos alunos ao fina ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro, as habilidades desenvolvidas, assim como as dificuldades de aprend Daí, para a obtenção do acompanhamento e do reconhecimento da maturidade do aluno em Geometria, o model interesses, pois tem como proposta analisar o progresso no processo de desenvolvimento referente à aprendizagem so níveis: visualização, análise, dedução informal, dedução formal e rigor. (ou nível 1), diz respeito ao reconhecimento e avaliação das figuras geométricas por suas formas físicas, como um são explicitadas. Além da construção do vocabulário geométrico. Assim como a reprodução de figuras já diferenciações. Na Análise (ou nível 2), permite diferenciar as características de cada figura e identificar as propriedades, visto que reconhecimento delas, sem que ocorra explicações de suas relações. Completa Silva e Candido (2014, p. 2) Observ identificam suas partes, propriedades geométricas e percebem as consequências das propriedades. Utilizam-se de muita Neste nível, dedução informal (ou nível 3), o aluno se permiti fazer relações abstratas com as propriedades das figuras e Formulação de definições econômicas e corretas para as figuras. Capacidade de transformar completas e uma aceitação e uso espontâneo de definições para novos conceitos. A equivalentes para o mesmo conceito. Uso explícito da forma lógica se... então na formulaç do uso implícito de regras lógicas, como modus ponens. Incerteza e falta de clareza com axiomas, definições e provas (VILLIERS, 2010, p. 404). Em relação à dedução formal (ou nível 4), o aluno já está apto a compreender algumas peculiaridades dos axiomas, a suas demonstrações. Sobre o rigor (ou nível 5), os alunos comparam e avaliam sistemas seguindo o rigor Matemático, assim como uma anális da geometria não euclidiana. De acordo com o modelo, percebemos que o aluno só avança quando realmente atinge os objetivos do nível atual, poi exigidas na etapa seguinte. Acreditamos que, ao utilizar esta teoria como metodologia durante o processo de ensino e a para o professor perceber a vulnerabilidade do aluno no decorrer das atividades. Proposta de Atividade A presente atividade tem como proposta trabalhar a construção do conceito de área, a partir do modelo de Desenvolvim Van Hiele. Modelo este, que só veio ganhar força a partir de 1970, desenvolvido pelo casal de professores holandeses Pierre M. Van Hiele e Dina Van Hiele-Geodof, resultado de suas teses de doutorado, um modelo de ensino e aprendi concreto de aplicação desse modelo em cursos de geometria, respectivamente. O modelo consiste em cinco níveis de desenvolvimento, os quais devem ser alcançados gradativamente pelo aluno, o desenvolvimento geométrico durante o processo de ensino e aprendizagem, bem como sua maturidade quanto aos conte Esta atividade é uma proposta a ser utilizada com alunos do 6º ano dos Anos Finais do Ensino Fundamental. A escolha Educon, Aracaju, Volume 11, n. 01, p.3-6, set/2017 www.educonse.com.br/xicoloquio

ao fato do conteúdo de área ser apresentado de forma mais completa, ou seja, de maneira mais aprofundada, onde se ap Apresentaremos os níveis de aprendizagem, seguidos de exemplos. Estes têm por finalidade abordar os pontos aos quai posteriori irem ao nível seguinte. Para a aplicação serão necessários alguns recortes de papéis com formas geométricas e quadrado) e triângulos. Pois estas figuras planas serão utilizadas como recurso visual, possibilitando a manipula comparação de área entre as figuras dadas, tornando a situação em algo concreto. Em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática, buscamos inserir o público como pro aprendizagem, para assim ganhar um significado ainda mais consistente. Os PCN&39;s de Matemática trabalham com a Visam à construção de um referencial que oriente a prática escolar de forma a contribuir para tenham acesso a um conhecimento matemático que lhes possibilite de fato sua inserção, co das relações sociais e da cultura. (BRASIL, 1998, p.15). O 1º Nível, diz respeito ao aluno reconhecer visualmente as figuras e analisá-las através de suas aparências, onde suas A primeira questão aborda o 1º nível e esperamos que o aluno consiga perceber, através da manipulação das f retângulos de áreas iguais; três retângulos, sendo dois de áreas iguais e um o dobro da área do menor e um quadrado iguais, equivalentes. Segundo o Modelo de Van Hiele, o 2º Nível corresponde ao aluno, através da análise, identificar as propriedades de um segunda questão temos como proposta, apresentar dois triângulos retângulos de áreas iguais, um retângulo e vários soma da área dos triângulos é igual a do quadrado. Cujo objetivo é o preenchimento das figuras maiores com os quadra esperamos que os mesmos compreendam que os quadrados utilizados são unidades de medidas, e concluam que triângulos é igual a do retângulo. O 3º Nível consiste na dedução informal, onde o aluno é capaz de fazer inter-relações entre as propriedades de uma fig propomos ao indivíduo uma dedução, onde resultará na concepção de que a área do retângulo é duas vezes a área do tri Na terceira questão iremos apresentar a figura de dois triângulos retângulos e um retângulo cujas áreas são iguais. Ans caso exista, de outras maneiras que podem ser utilizadas para encontrar a quantidade de quadrados necessários para co Isso acontecerá, a partir do momento em que o indivíduo perceber que a quantidade de quadrados necessários para pr multiplicação de um dos lados do retângulo pelo outro, ou seja, a multiplicação da base pela altura. Desse modo, como já dois triângulos resulta no retângulo, então, irá identificar, que metade de quadrados usados no retângulo, é suficiente para Neste 4º Nível, compete ao aluno desenvolver demonstrações formais, diferenciação entre postulados, teoremas e defin existe apenas uma forma de se chegar ao resultado desejado. No Exemplo 4 pede-se que: Com base no exemplo anterior, escreva uma fórmula que represente a área de cada f descoberta em qualquer retângulo e triângulo. Em seguida, pense na possibilidade de encontrar outras figuras geométric a partir do retângulo. Este exemplo tem como meta, a dedução formal do conceito de área a partir das figuras, ou seja, pretende-se que o estudado para todo e qualquer retângulo e triângulo, assim como, para outros polígonos. No 5º e último nível do modelo, chamado de rigor, o aluno deverá ser capaz de fazer comparações entre diferentes compreendidas as geometrias distintas da usual, a Geometria Euclidiana. Segundo Silva e Candido (2014), este nível pesquisadores. (p. 2). Acreditamos que seja devido a sua complexidade, quando nos referimos a conteúdo para o p Fundamental. Como nossa proposta é para o 6º ano dos Anos Finais do Ensino Fundamental, não é possível verificar a efetivação do 5 Silva e Candido (2014), não há uma exploração deste nível por pesquisadores dessa área. Além do mais, neste ciclo: As atividades geométricas centram-se em procedimentos de observação, representações e manuseio de instrumentos de medidas que permitam aos alunos fazer conjecturas sobre a Desse modo, o estudo do espaço e das formas privilegiará a observação e a compreensão d Educon, Aracaju, Volume 11, n. 01, p.4-6, set/2017 www.educonse.com.br/xicoloquio

geométricas para resolver problemas, em detrimento da simples memorização de fatos e de u não significa que não se deva ter preocupação em levar os alunos a fazer uso de um vocabulá Ou seja, eles não tiveram contato com outras geometrias, tais como a Geometria Hiperbólica e Geometria Elíptica, a n assim, se torna um pouco confuso formalizar o conceito de área para sistemas axiomáticos distintos do usual. Considerações finais O modelo em questão oferece resultados satisfatórios, pois norteia o professor quanto às limitações do aluno acerca d das atividades, além do enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem, o que permite ao docente um melhor aluno. Então, a partir do momento em que o professor faz uso do modelo de Van Hiele, o mesmo permite que este uti aluno para assim agir diretamente em sua dificuldade. Assim, vislumbramos que ao utilizar esta atividade como proposta para o conceito de área de figuras planas, acreditamo a construção deste conceito mesmo antes da apresentação de suas fórmulas. Temos esta atividade como parte do processo esse que permite ao aluno adentrar no mundo empírico possibilitando lapidar os conhecimentos prévios, assim Referências bibliográficas BONGIOVANNI, V. O Teorema de Tales: uma ligação entre o geométrico e o n Acesso em: 01 fev. 2017. BRASIL. MINISTÈRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares n Educação Fundamental. - Brasília: MEC/ SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/matematica COSTA JÚNIOR, J. R. A Geometria pela ótica da teoria de Van Hiele: uma análise do N pensamento geométrico de Alunos de dm curso de licenciatura em Matemática. 2014. A ISSN 2317-0042 Disponível http://editorarealize.com.br/revistas/epbem/trabalhos/modalidade_1datahora_14_10_2014_23_21_33_idinscrito_184_635 Acesso em: 14 nov. 2016. KALEFF, A. M. et.al. Desenvolvimento do Pensamento Geométrico: o modelo de van Hiele. Bolema, Rio Claro, n. 10, p. 2 MASSAGO, M. Breve História da Geometria e do Cálculo como linha de tempo. Disponível em: Acesso em: 01 fev. 2017 MORELATTI, Maria Raquel Miotto; SOUZA, LHG de. Aprendizagem de conceitos geométricos pelo futuro professor das e as novas tecnologias. Educar, Curitiba, n. 28, p. 263-275, 2006. RODRIGUES, A. C. O Modelo de Van Hiele de desenvolvimento do pensamento geométrico. Trabalho de Conclusão Brasília, 2007. SANTOS, J. A. S. Problemas de ensino e de aprendizagem em perímetro e área de https://periodicos.ufsc.br/index.php/revemat/article/viewfile/1981-1322.2014v9n1p224/27633. Acesso em: 01 fev. 2017 Educon, Aracaju, Volume 11, n. 01, p.5-6, set/2017 www.educonse.com.br/xicoloquio

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