NEOPLASIAS MALIGNAS GÁSTRICAS EM IDOSOS NO NORDESTE

Documentos relacionados
IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO E DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NO BRASIL

MORTALIDADE POR DE CÂNCER DE MAMA NO ESTADO DA PARAÍBA ENTRE 2006 E 2011

AVALIAÇÃO DO AUTOCONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE BOCA DOS IDOSOS NO MUNICÍPIO DE QUIXADÁ: PROJETO DE PESQUISA

TÍTULO: TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA DURANTE A GESTAÇÃO:O COMPROMETIMENTO MATERNO-FETAL

A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO-DENTISTA NA PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER DE BOCA

ANÁLISE DA POPULAÇÃO ACIMA DE 60 ANOS ACOMETIDA PELA AIDS NO ESTADO DA PARAÍBA NO PERÍODO DE 2008 A 2012

CÂNCER ORAL E OS DESAFIOS DO DIAGNÓSTICO PRECOCE: REVISÃO DE LITERATURA.

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO CÂNCER DE MAMA EM MULHERES: Recife, 2006 a 2016

TÍTULO: A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA PUERICULTURA: UMA REVISÃO DA LITERATURA

MORBIDADE E MORTALIDADE POR CÂNCER DE MAMA E PRÓSTATA NO RECIFE

TÍTULO: QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO COM ALZHEIMER ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO ASSISTENCIAL.

CÂNCER EM HOMENS MANUTENÇÃO DA SAÚDE MASCULINA

ESCOLA MUNICIPAL LEITÃO DA CUNHA PROJETO BOM DE PESO

PERFIL CLÍNICO E NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUPAA/UFAL)

II SIEPS XX ENFERMAIO I MOSTRA DO INTERNATO EM ENFERMAGEM CUIDADO DE ENFERMAGEM NA DETECÇÃO PRECOCE DE DOENÇAS NEONATAIS POR MEIO DO TESTE DO PEZINHO

PAPEL DA NUTRIÇÃO NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL: UMA REVISÃO NA LITERATURA

INCIDÊNCIA DENEOPLASIAS NA POPULAÇÃO ASSISTIDA PELA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA ANTÔNIO HORÁCIO CARNEIRO DE MIRANDA, PONTA GROSSA - PR

MORTALIDADE EM IDOSOS POR DOENÇAS E AGRAVOS NÃO- TRANSMISSÍVEIS (DANTS) NO BRASIL: UMA ANÁLISE TEMPORAL

Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006.

TUBERCULOSE NA TERCEIRA IDADE NO BRASIL

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS OBESOS QUE REALIZARAM A CIRURGIA BARIÁTRICA

PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE EVITÁVEIS EM IDOSO NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE PB.

CONHECIMENTO DAS IDOSAS ACERCA DO CÂNCER DE MAMA NA TERCEIRA IDADE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

HEPATITES VIRAIS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM IDOSOS: BRASIL, NORDESTE E PARAÍBA

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

VIGITEL BRASIL Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO HPV DURANTE O PERÍODO DA ADOLESCÊNCIA

TÍTULO: ADESÃO ÁS PRÁTICAS DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM

CARACTERIZAÇAO SOCIODEMOGRÁFICA DE IDOSOS COM NEOPLASIA DE PULMAO EM UM HOSPITAL DE REFERENCIA EM ONCOLOGIA DO CEARA

ENFERMAGEM DOENÇAS GASTROINTESTINAIS. Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENVELHECIMENTO ATIVO ASSOCIADO À QUALIDADE DE VIDA E GÊNERO

REVISÃO DE LITERATURA: A INCIDENCIA DE CÂNCER DE PRÓSTATA RELACIONADA À FAIXA ETARIA NO MUNICÍPIO DE PELOTAS- RS.

I Workshop dos Programas de Pós- Graduação em Enfermagem

TÍTULO: ADOLESCENTE DEPENDENTES DE DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS: ACOLHIMENTO DA ENFERMAGEM

Projeto de Extensão: Clínica Escola: atendimento ambulatorial de nutrição à comunidade

PERFIL DOS PACIENTES HIPERTENSOS EM UMA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA

QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES HIPERTENSOS E HIPERTENSO/DIABÉTICOS

O PERFIL DE INTERNAÇÕES DO SUS PARA NEOPLASIA DO COLO UTERINO EM IDOSAS NO NORDESTE: UMA DESCRIÇÃO DE 2015 A 2017

Que informações epidemiológicas sobre Oncologia Pediátrica têm sido produzidas?

CARACTERIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS REALIZADOS EM IDOSOS COM INFECÇÃO RELACIONADA À SAÚDE EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO TRATAMENTO DO CÂNCER

ATIVIDADES EDUCATIVAS SOBRE SAÚDE CARDIOVASCULAR PARA IDOSOS RESIDENTES NO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DE ANTÔNIO DIOGO.

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

ANÁLISE DA MORTALIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE NEOPLASIA CUTÂNEA EM SERGIPE NO PERIODO DE 2010 A 2015 RESUMO

CÂNCER DE PULMÃO EM IDOSOS NO BRASIL: É POSSÍVEL VENCER ESTA BATALHA?

O câncer afeta hoje mais de 15 milhões de pessoas no mundo todos os anos, levando cerca de 8 milhões a óbito.

MORBIMORTALIDADE DA POPULAÇÃO IDOSA DE JOÃO PESSOA- PB

TÍTULO: ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

TÍTULO: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM ÚLCERA VENOSA: ORIENTAÇÕES PARA CICATRIZAÇÃO E PREVENÇÃO DE RECIDIVAS

INTERNAÇÕES HOSPITALARES DE IDOSOS POR PROBLEMAS PROSTÁTICOS NO CEARÁ NO PERÍODO

Fase Pré- Clínica. Fase Clínica HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

PREVALÊNCIAS COMPARADAS DOS INTERNAMENTOS POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA ENTRE MARINGÁ, PARANÁ E BRASIL

Ações de prevenção e controle da doença renal crônica no Estado de Mato Grosso

Ano V Mai./2018. Prof. Dr. André Lucirton Costa, Adrieli L. Dias dos Santos e Paulo

A INFLUÊNCIA DA CULTURA POPULAR NO PROCESSO DE TRABALHO DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DO PÉ- DIABÉTICO

RESUMO SEPSE PARA SOCESP INTRODUÇÃO

Trabalho de biologia

ÍNDICE DE FUMANTES QUE DEIXARAM DE FUMAR NO PROJETO EDUCANDO E TRATANDO O TABAGISMO

COMPLICAÇÕES DO ENVELHECER: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CLIENTES DE UMA CLÍNICA DE CURATIVOS

CONSUMO ALIMENTAR E MORBIDADE DE IDOSOS BRASILEIROS: AS PARTICULARIDADES DA REGIÃO NORDESTE

CUIDADOS DE ENFERMAGEM DIANTE DO CONTROLE DA SÍFILIS ADQUIRIDA E CONGÊNITA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

RESUMO EXPANDIDO - ENFERMAGEM

Saúde do Homem. Medidas de prevenção que devem fazer parte da rotina.

Melhora dos indicadores de saúde e da qualidade de vida auto percebidas por pacientes que obtiveram êxito em parar de fumar.

A IDADE COMO FATOR DE RISCO PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA

TÍTULO: O PAPEL DO ENFERMEIRO NA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM

TÍTULO: ASSISTÊNCIA BÁSICA NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS ATRAVÉS DO PAPANICOLAU

CÂNCER GASTROINTESTINAL 1

ARTIGO REFLEXIVO SOBRE AS CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS TABAGISTAS

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA RN EDIÇÃO Nº01

CONSUMO ALIMENTAR DE ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO BÁSICA 1

FATORES DE ADESÃO MEDICAMENTOSA EM IDOSOS HIPERTENSOS. Nilda Maria de Medeiros Brito Farias. Contexto. População mundial envelhece

PERFIL SOCIO DEMOGRAFICO E ARRANJO DOMICILIAR DE IDOSOS CADASTRADOS NO HIPERDIA

BREVE ANÁLISE DO AUTOCUIDADO EM RELAÇÃO A SAÚDE DA MULHER NO MUNICÍPIO DE PINHALZINHO-SC

ÓBITOS POR TUBERCULOSE NO CEARÁ

MORTALIDADE POR CÂNCER NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, BRASIL, NO PERÍODO DE 1998 A 2007

Palavras-chave: Doenças Crônicas Não Transmissíveis; Promoção da Saúde; Educação em Saúde.

FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES FACTORS ASSOCIATED WITH BURNOUT SYNDROME IN TEACHERS

FATORES DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ADOLESCENTES NO BRASIL

A importância da prevenção em saúde para a redução do acidente vascular cerebral

Tumores renais. 17/08/ Dra. Marcela Noronha.

PREVALENCIA DAS DOENÇAS CRONICAS NÃO-TRANSMISSIVEIS EM IDOSOS NO ESTADO DA PARAIBA

QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: REVISÃO SISTEMÁTICA

TÍTULO: CONHECIMENTO DE DESCENTES DO GÊNERO MASCULINO DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO DA ZONA SUL DE SÃO PAULO SOBRE O CÂNCER DE PÊNIS.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO HIV/AIDS NO IDOSOS

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA COMUNIDADE: CÂNCER DE OVÁRIO

EPIDEMIOLOGIA, ESTADIAMENTO E PREVENÇÃO DO CÂNCER

Eixo 1: Política de Atenção à Saúde: Gestão, Acesso, Qualidade e

Informe Epidemiológico- Câncer de Mama

MORTALIDADE POR CÂNCER DE COLO DE ÚTERO, CARACTERÍSTICAS SÓCIODEMOGRÁFICAS E COBERTURA DO EXAME PAPANICOLAU NA PARAÍBA,

PERFIL DA POPULAÇÃO DE UMA MICRO-ÁREA DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO BAIRRO FACULDADE DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL-PR

PERFIL DE MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS POR DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM MARINGÁ-PARANÁ ( )

PREVENÇÃO E COMPLICAÇÕES DA DIABETES ATRAVES DE UM PROJETO DE EXTENSAO

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E DIABETES MELLITUS EM IDOSOS NO BRASIL NO PERÍODO DE 2006 A 2016

ENFERMAGEM DOENÇAS HEPÁTICAS. Profª. Tatiane da Silva Campos

PALAVRAS-CHAVE: Amamentação. Amamentação exclusiva. Enfermagem.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO AO PACIENTE ADULTO JOVEM

Diferenciais sociodemográficos na prevalência de complicações decorrentes do diabetes mellitus entre idosos brasileiros

ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA FARMÁCIA DE UMA COMUNIDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Transcrição:

NEOPLASIAS MALIGNAS GÁSTRICAS EM IDOSOS NO NORDESTE INTRODUÇÃO Fernanda Correia de Lima 1 Maria Carolina Dantas Campelo 2 Nilba Lima de Souza 3 O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e é responsável por 9,6 milhões de mortes em 2018. A nível global, uma em cada seis mortes são relacionadas à doença. Cerca de um terço das mortes por câncer se devem aos cinco principais riscos comportamentais e alimentares: alto índice de massa corporal, baixo consumo de frutas e vegetais, falta de atividade física e uso de álcool e tabaco. (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2018) O tipo mais comum de câncer gástrico é o adenocarcinoma, responsável por aproximadamente 95% dos casos diagnosticados de câncer no estômago. O adenocarcinoma de estômago atinge, em sua maioria, homens por volta dos 60-70 anos. Outros tipos de tumores, como linfomas e sarcomas, também podem ocorrer no estômago. Os linfomas são diagnosticados em cerca de 3% dos casos. Sarcomas são tumores raros, iniciados nos tecidos que dão origem a músculos, ossos e cartilagens. Um tipo que pode afetar o estômago é o tumor estromal gastrointestinal, mais conhecido como GIST. (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2018) Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (2018), o câncer de estômago foi elencado como o terceiro tipo de câncer mais comum, responsável por 783 mil mortes no mundo no ano de 2018. No Brasil, é o terceiro tipo mais frequente entre homens e o quinto entre mulheres. Na Região Nordeste, esses casos vêm sendo mais recorrentes nos idosos acima de 60 anos, de acordo com o DATASUS. Os dados acima destacados denotam a importância de estudos que abordem a ocorrência de câncer gástrico em idosos, população que apresenta vulnerabilidade para a doença e acredita- 1 Graduanda do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, fernanda.lima@ufrn.edu.br; 2 Graduanda do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, mcarolinadc@outlook.com; 3 Professor orientador: doutora em Ciências da Saúde atuante na Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, nilba.lima@hotmail.com.

se que com maior gravidade. Com base nisso questiona-se qual o número de casos de neoplasias malignas gástricas das unidades federativas do Nordeste em idosos acima de 60 anos? Que fatores favorece o surgimento dessa doença? Para responder esses questionamentos o estudo teve como objetivo investigar o número de casos de neoplasias malignas gástricas das unidades federativas do Nordeste em idosos acima de 60 anos e destacar os principais fatores de risco. Pretende-se com essa investigação oferecer subsídio para novas investigação sobre a temática de forma a incentivar atitudes que possam favorecer a prevenção desse agravo, o diagnóstico precoce da doenças e melhorias na qualidade de vida dos pacientes idosos acometidos por câncer gástrico. METODOLOGIA A pesquisa em questão constitui-se como revisão de literatura do tipo quantitativa podendo ser enquadrado à área temática 01 (gerontologia social). Foram coletadas publicações científicas relativas ao tema publicadas no período de 2015 a 2019. O início e a conclusão da busca de dados ocorreram em maio de 2019. Pertinente aos bancos de dados consultados utilizou-se a Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a Scientific Electronic Library Online (SciELO), com vistas a subsidiar os dados extraídos do TABNET/DATASUS referente ao registro de neoplasias gástricas em idosos no nordeste brasileiro, nos anos de anos de 2015 e 2016 A busca pelas publicações científicas ocorreu por meio do cruzamento dos descritores obtidos através da busca no sistema online do DECS Descritores em Ciência da Saúde em que foram cruzados de maneiras distintas, interligados pelo conector AND. Sendo eles: fatores de risco, neoplasia e idoso. Posteriormente, os 23 artigos encontrados tiveram lidos seus títulos e resumos e ao aplicar os critérios escolhidos, os que se condisseram foram lidos na íntegra. Para analisar as obras foram aplicados os critérios de inclusão sendo eles: título coeso, com acesso aberto e gratuito, artigos concluídos, em português, publicados dentro nos últimos cinco anos, que faziam prováveis associações sobre neoplasias do sistema digestório em idosos. Foram excluídos os editoriais, cartas ao editor, resumos, opinião de especialistas, revisões.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Com base nos dados disponíveis no TABNET/DATASUS, foi analisado o registro de casos de neoplasias malignas gástricas em indivíduos na faixa etária de 40 anos em diante e obtiveram-se os seguintes resultados: identificou-se que os maiores registros de neoplasias gástricas acometem indivíduos com faixa etária de 60 anos em diante. 27% dos casos de câncer gástrico em adultos a partir de 40 anos manifestam-se em pessoas na faixa etária de 70 a 79 anos, seguido do percentual de 26% em indivíduos com 80 anos de idade ou mais e 21% em indivíduos com 60 a 69 anos. Totalizando 74% dos casos de neoplasia gástrica registrados e analisados neste estudo. Os números encontrados na Região Nordeste equiparam-se com dados obtidos no restante do país. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (2018), o tipo de câncer gástrico mais comum, adenocarcinoma, acomete homens na faixa dos 60 a 70 anos e é responsável por 95% dos diagnósticos de câncer gástrico. Diante desses dados, fez-se relevante elencar os principais fatores de risco que levam a população idosa do Nordeste brasileiro a apresentarem tais porcentagens em relação ao câncer gástrico. Observou-se que o maior índice de câncer gástrico foi encontrado em populações com menor nível socioeconômico, o que pode ter relação com as condições sociais e de moradia em que se encontra esse grupo de pessoas. A falta de saneamento básico e tratamento adequado de esgoto expõem populações a diversas doenças que podem se tornar fatores agravantes ao surgimento de neoplasias malignas, são elas: hepatite, cólera, gastroenterites, verminoses, segundo Santana, Vicentini e Cuba (2012). Infecção pela bactéria Helicobacter pylori, que causa inflamação na mucosa gástrica podendo evoluir à neoplasia e dietas ricas em alimentos com alto teor de sódio, embutidos, excesso de carne vermelha são considerados fatores de risco pelo INCA (2018). Além disso, doenças como: hipertensão arterial sistêmica, cardiopatia isquêmica, doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes melittus tipo II e cirrose foram evidenciadas por TONETO (2014) como doenças associadas em pacientes diagnosticados com neoplasia maligna de estômago.

Após análise dos fatores de risco na literatura, torna-se compreensível o número evidenciado pelo TABNET/DATASUS em relação às neoplasias gástricas na população idosa do Nordeste, visto que ainda há comunidades sem acesso a saneamento básico, tratamento de esgoto e água de qualidade, o que proporciona aos indivíduos socioeconomicamente menos favorecidos um maior risco de contrair infecções gástricas que podem evoluir ao câncer. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do presente estudo foi possível identificar que os maiores registros de neoplasias gástricas no Nordeste acometem indivíduos com faixa etária a partir dos 60 anos. Os fatores de riscos para neoplasias gástricas em idosos encontrados na literatura investigada apontam as condições socioeconômico desfavorável, a falta de saneamento básico e tratamento adequado de esgoto expõem populações a risco de doenças infecciosas e contagiosas como as hepatites e verminoses além da infecção pela bactéria Helicobacter pylori, Os dados do estudo indicam a necessidade de estratégias preventivas em ações educativas para população de risco, no caso em questão os idosos, reeducação alimentar e medidas projetivas como o saneamento básico e agua potável, com vistas a redução dos índices de câncer gástrico no futuro. O estudo sugere investigações mais aprofundadas sobre os fatores condicionantes e determinantes do câncer gástrico em idosos na região nordeste frente ao elevado número de casos registrados nos sistemas de informação investigados. REFERÊNCIAS ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DA SAÚDE. Folha informativa Câncer. [S. l.], setembro 2018. Disponível em: https://www.paho.org/bra.../index.php?option=com_content&view=article&id=5588:folhainformativa-cancer&itemid=1094. Acesso em: 20 maio 2019.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Câncer de estômago. [S. l.], 9 out. 2018. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-estomago. Acesso em: 20 maio 2019. TONETO, Marcelo Garcia et al. Gastrectomia em pacientes idosos: análise dos fatores relacionados a complicações e mortalidade. Rev. Col. Bras. Cir., Rio de Janeiro, v. 31, n. 6, p. 373-379, Dec. 2004. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s010069912004000600008&lng=en &nrm=iso>. access on 24 May 2019. http://dx.doi.org/10.1590/s0100-69912004000600008 MILHOMEM, Leonardo Medeiros et al. Frequência e fatores preditivos relacionados a metástase linfática em câncer gástrico precoce. ABCD, arq. bras. cir. dig., São Paulo, v. 25, n. 4, p. 235-239, Dec. 2012. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s010267202012000400005&lng=en &nrm=iso>. Acesso em: 24 Maio 2019. http://dx.doi.org/10.1590/s0102-67202012000400005. BUSTAMANTE-TEIXEIRA, Maria Teresa et al. Sobrevida em pacientes com câncer gástrico em Campinas, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 8, p. 1611-1618, ago. 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-311x2006000800009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 maio 2019. http://dx.doi.org/10.1590/s0102-311x2006000800009. MAGALHAES, Lidiane Pereira et al. Variação de peso, grau de escolaridade, saneamento básico, etilismo, tabagismo e hábito alimentar pregresso em pacientes com câncer de estômago. Arq. Gastroenterol., São Paulo, v. 45, n. 2, p. 111-116, June 2008. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0004-28032008000200004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 24 Maio 2019. http://dx.doi.org/10.1590/s0004-28032008000200004.