1 GEOMETRIA: RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COM A UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES MATEMÁTICOS Clovis Ricardo Hentz Duarte 1 - UNEB, Campus IX clovisricardohhentz@hotmail.com Eloísia da Cruz Camandaroba 2 - UNEB, Campus IX elocamandaroba@hotmail.com Fabiana Menezes da Silva 3 - UNEB, Campus IX fabianamenezesg12@hotmail.com Solange Fernandes Maia Pereira 4 UNEB Campus IX prosolangemaia@yahoo.com.br RESUMO Este trabalho tem como objetivo relatar os resultados alcançados referentes à realização de uma oficina de geometria utilizando software matemático (Geogebra). Nesse relato tivemos a intenção de analisar como a utilização do software matemático influencia no processo de ensino e aprendizagem da geometria plana de um grupo de alunos da 1ª série, do Ensino Médio. Partimos da perspectiva de que os alunos ao manusear ferramentas tecnológicas possam ter uma maior participação nas aulas, interagindo melhor com seus colegas e professor, e que por meio de suas construções vai formulando o seu próprio conhecimento. Palavras chaves: Matemática; Geometria Plana; Software. 1. DESENVOLVIMENTO 1.1. OBJETIVOS 1 Graduado em Administração UNIJUI/RS e Especializando-se em Educação Matemática e as Novas Tecnologias - UNEB. 2 Licenciada em Matemática - UNEB e Especializando-se em Educação Matemática e as Novas Tecnologias - UNEB. 3 Licenciada em Matemática - UNEB e Especializando-se em Educação Matemática e as Novas Tecnologias - UNEB. 4 Licenciada em Matemática com Ênfase em Informática - UNIFACS; Especialista em Mídia na Educação - UESB; Especialista em Educação à Distância - UNEB, Mestre em Ciências da Educação - UFPel, Professora Assistente da UNEB - Campus IX Barreiras BA.
2 Analisar como a utilização do software matemático (Geogebra) influencia no processo de ensino e aprendizagem da geometria plana e, desta forma, oportunizar aos alunos da 1ª série, do Ensino Médio, aulas mais atrativas e dinâmicas, permitindo assim a construção do conhecimento geométrico através da exploração de situações de manuseio de ferramentas tecnológicas. 1.2. ESPAÇO/COMUNIDADE A oficina foi realizada em novembro de 2013, no laboratório de informática de uma escola pública do município de Barreiras-BA durante 3 horas aulas, com uma turma de 24 alunos da 1ª série do Ensino Médio. Em visita à escola, observamos que a mesma se localiza em um bairro onde a comunidade em sua maioria é de baixa renda e trabalhadores dos comércios locais ou domésticos do lar. O espaço da unidade de ensino é de porte médio, com pátio em sua maioria coberto, no qual, são realizados os eventos. As salas são medianas e arejadas (sete salas de aula); paredes e iluminação em bom estado de conservação. 1.3. METODOLOGIA É de fundamental importância, no campo da educação básica, que sejam apresentados aos alunos conhecimentos geométricos, já que estes são instrumentos fundamentais para o desenvolvimento do pensamento de um indivíduo e de suas capacidades, que segundo os PCN (1998) o estudo dos conceitos de Geometria é um campo fértil para trabalhar com situações problema, e por meio dela o aluno desenvolve um tipo especial de pensamento que lhe permitirá compreender, descrever e representar, de forma organizada o mundo (p. 51). Baseado nisso, desenvolvemos atividades em que foram utilizadas as novas tecnologias na mediação do ensino de geometria plana, com intuito de proporcionar aos
3 estudantes, através do programa Geogebra, visualização, exploração e a oportunidade de fazer suposições e refletir sobre propriedades e conceitos. Nessa perspectiva Grispun (1999, apud LORENZATO 2006, p. 101) aponta que no processo educacional o que se pretende alcançar com o uso da tecnologia é que o indivíduo seja capaz de obter conhecimentos, construí-los através de uma atitude reflexiva e questionadora, trabalhando a dimensão dos sentimentos, da afetividade e da criatividade. Becker (2011, p.1) ao mencionar Bittencourt (2007) comunga com essa ideia ao enfatizar que quando se faz uso de ambiente informatizado, o aluno passa a ser coautor de sua própria aprendizagem através de atividades lúdicas que propiciem a utilizar toda sua criatividade e a desenvolver sua autonomia. Partindo desse pressuposto, dividimos a oficina em três etapas: na primeira foi feita uma breve explanação dos conteúdos trabalhados (polígonos, perímetro e área), bem como a apresentação do software Geogebra; na segunda fizemos construção de polígonos no Geogebra, medição de ângulos internos e classificação de triângulos quanto aos seus lados e ângulos e na terceira foram resolvidos problemas envolvendo perímetro e área de polígonos. Ao iniciarmos a breve revisão dos conteúdos (polígonos, perímetro e área) observamos que parte dos alunos já conhecia o assunto abordado e isso fez com que pudessem participar ativamente da aula dialogada. Em seguida, fizemos a apresentação do software Geogebra, explicamos o seu funcionamento (barra de ferramentas e interface) e alguns de seus comandos para que os educandos fizessem a validação do que foi aprendido anteriormente utilizando o programa. Utilizamos o data show para acompanhamento das atividades propostas e distribuímos uma apostila contendo o passo a passo de todas as tarefas para auxiliar o desenvolvimento das oficinas, a fim de frisar os diversos objetos matemáticos em estudo como também para fixar o uso da nomenclatura corretamente. Na medida em que os alunos foram se familiarizando com o programa este passo a passo foi diminuindo, sendo necessário apenas citar o nome para que identificassem corretamente a ferramenta.
4 No início da utilização do software, solicitamos aos alunos que construíssem três pontos não colineares. Após isso, que fossem unindo os pontos através de segmentos de retas, formando assim um triângulo qualquer, e pedimos que movimentassem em todas as direções. Ao notar que a sua figura movia, um aluno disse: - ALUNO 1: O meu triângulo ficou torto, como faço para deixá-lo certinho igual ao do colega?. A partir deste comentário, explicamos o acontecido, que sua figura não estava torta, mas sim construída de maneira diferente ao do colega. Por alguns instantes os alunos ficaram livres para construírem outros triângulos. E durante este momento ficamos contentes em observar que educandos conseguiam realizar essa atividade com autonomia. Logo mais, nos perguntaram se era possível construir outras figuras geométricas como quadrado, paralelogramo, retângulo e losango desse mesmo jeito. Respondemos que seria possível, pois com este software podemos fazer várias figuras geométricas. E após a essa explicação os alunos puderam fazer vários polígonos sem o nosso auxílio. Concluída essa atividade, começamos a determinar as medidas de cada ângulo (ângulos internos) das figuras construídas, como também a classificar os triângulos quanto aos lados e ângulos. Todavia, ao realizar essa atividade alguns alunos não conseguiram de imediato construir ângulos internos, mas sim os externos e, mais uma vez tivemos que orientá-los para que fosse possível fazer a construção corretamente. Em seguida, pedimos que movessem um dos pontos (vértices) do polígono e nesse momento, mais uma vez eles perceberam que à medida que movia o vértice, os ângulos também estavam sendo modificados, logo assumiam tamanho de aberturas diversificadas. Feito isso, solicitamos aos alunos que selecionassem a ferramenta distância ou comprimento, clicando em cada segmento das figuras construídas para que suas medidas fossem identificadas. A partir disso, pudemos calcular o perímetro e a área dos polígonos pelo método convencional (cálculos em folha de papel) e posteriormente fizessem pelo Geogebra para confronto dos dois procedimentos, já que ao vivenciar o mesmo conceito em diferentes situações o aprendizado será enriquecido.
5 Ao término da oficina ministrada, tivemos um diálogo com o grupo envolvido, e que através deste podemos afirmar que a proposta teve o resultado esperado, pois com os relatos obtidos os participantes gostaram da metodologia utilizada e conseguiram aprender um pouco mais sobre os conceitos geométricos. 1.4. RESULTADOS PARCIAIS Ao desenvolvermos a oficina com o uso do software Geogebra na abordagem de alguns tópicos da Matemática, observamos que os alunos demonstraram bastante interesse em trabalhar com o software, uma vez que procuravam sempre entender seu funcionamento para aplicá-lo na resolução de alguns problemas e na verificação de alguns resultados em geometria plana. Através da realização das atividades com o uso do software Geogebra percebemos que é possível ensinar Geometria de forma dinâmica, tornando a aula estimulante e atrativa, onde o aluno participa, interage com seus colegas, e que por meio de suas construções vai formulando o seu próprio conhecimento. Esta experiência mostrou-nos também, a importância da inserção dos recursos tecnológicos no ambiente escolar de forma geral, pois muitas são as contribuições que os mesmos podem proporcionar à aprendizagem, já que observamos, nos tempos atuais, as novas tecnologias estão cada vez mais presentes em nossas vidas e esta revolução tecnológica acontece também na escola. Sendo assim, proporcionamos aos alunos um ensino voltado para o incentivo à sua criatividade, descoberta e o desenvolvimento de suas diversas habilidades, permitindo aos mesmos a construção, experimentação e a confirmação ou contestação de suas hipóteses. REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : Matemática / Secretaria de Educação Fundamental.. Brasília : MEC / SEF, 1998.
6 BECKER, Alex Jenaro. Atividades no geogebra: um relato. Apresentado no SEPE- XV Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão, 2011./Universidade federal de Santa Maria, Santa Maria RS. Disponível em http://www.unifra.br/eventos/sepe2011/trabalhos/1395. pdf. Acesso em 03/02/2014. LORENZATO. Sergio. O laboratório de ensino de matemática na formação de professores/ Sergio Lorenzato (org.) Campinas, SP: Autores Associados, 2006. (Coleção formação de professores).