ANALISE DA EFETIVIDADE DO MOSAICO BOCAINA PARA A CONSERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA E SUA SOCIOBIODIVERSIDADE BRASIL

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Transcrição:

ANALISE DA EFETIVIDADE DO MOSAICO BOCAINA PARA A CONSERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA E SUA SOCIOBIODIVERSIDADE BRASIL Área temática: Geografía física, recursos naturales, manejo de cuencas, zonas costeras y áreas protegidas. Autores: Dra. Juliana Marcondes Bussolotti, Universidade de Taubaté e Associação Cunhambebe da Ilha Anchieta, SP, Brasil julianabussolotti@gmail.com Ms. Felipe Spina, Secretário executivo do Mosaico Bocaina, SP/RJ, Brasil. secretaria.mosaico.bocaina@gmail.com O Mosaico Bocaina de Áreas Protegidas foi reconhecido pela Portaria MMA nº 49, de 11 de dezembro de 006. Reúne áreas protegidas localizadas na região de abrangência da Serra da Bocaina, Serra do Mar e Alto Vale do Paraíba e nas regiões costeiro -marinhas ao sul do Estado do Rio de Janeiro e ao norte do Estado de São Paulo. Compõe as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e reserva da biosfera da Mata Atlântica. O Mosaico Bocaina é um instrumento de gestão integrada e participativa de áreas protegidas composto por um conselho gestor que inclui diversas instituições protagonistas na conservação deste território. O trabalho pretende avaliar a efetividade do conselho consultivo deste Mosaico para a sua conservação. Por meio de pesquisa documental e bibliográfica trata do histórico, da analise das atas do conselho e, de maneira experimental, utiliza o protocolo de avaliação de efetividade de Mosaicos de Áreas Protegidas proposto por Daniele Gidsicki, Clayton Lino e Marcia Lederman adotado pelo ICMBIO em 01 como indicadores para elaboração do seu plano de ação. Como resultado pode-se dimensionar as ações do conselho consultivo nos ambitos: socioambiental, operacional e institucional. Analisaramse os pressupostos para um Mosaico efetivo e concluiu-se que o Mosaico Bocaina atinge um ótimo grau de efetividade porem no âmbito operacional tem as menores pontuações necessitando maior atenção por parte de seu conselho. Demonstrou-se também por esta analise a necessidade de maior contribuição por parte do Mosaico para a conservação da sociobiodiversidade do território. Palavras chaves: Conselho Gestor. Mosaico Bocaina. Áreas Protegidas. Conservação da sociobiodiversidade.

O presente trabalho tem como objetivo avaliar a efetividade do Mosaico Bocaina. Por meio de pesquisa documental e bibliográfica trata do histórico, da analise das atas do conselho e, de maneira experimental, utiliza o protocolo de avaliação de efetividade de Mosaicos de Áreas Protegidas proposto por Daniele Gidsicki, Clayton Lino e Marcia Lederman adotado pelo ICMBIO em 01 como indicadores para a sua avaliação e elaboração do seu plano de ação para 015. Sobre o Mosaico Bocaina O Mosaico Bocaina de Áreas Protegidas reúne unidades de conservação e territórios localizadas na região de abrangência da Serra da Bocaina, Serra do Mar e Alto Vale do Paraíba e nas regiões costeiro - marinhas ao sul do Estado do Rio de Janeiro e ao norte do Estado de São Paulo. Compõe as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e reserva da biosfera da Mata Atlântica. É um instrumento de gestão integrada e participativa de áreas protegidas composto por um conselho gestor que inclui diversas instituições protagonistas na conservação deste território. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC - (BRASIL, 00) que vem tomando forma, a partir da integração informal das gestões de algumas unidades de Conservação e hoje é reconhecido por meio de portarias pelo Ministério do Meio Ambiente. Como definição, entendeinterativas, sendo esta heterogeneidade existente para pelo menos um fator, segundo um observador leva em consideração as abordagens geográficas e ecológicas (METZGER, 001 apud TAMBELLINI, 014). O termo áreas protegidas foi definido durante o 4º Congresso Mundial sobre Parques Nacionais e Áreas Protegidas da IUCN, em 1994, da seguinte forma: Uma superfície de terra e/ou mar especialmente consagrada à proteção e manutenção da diversidade biológica, assim como dos recursos naturais e patrimônio cultural associado, e gerida através de meios jurídicos, ou outros meios eficazes. (BRASIL, 010). O primeiro Mosaico de Unidades de Conservação do Brasil, segundo a normalização do SNUC, foi criado em março de 005 no Piauí. Ao mesmo tempo foi criado um Corredor Ecológico integrando as duas unidades que o compõe. Em maio de 006, o segundo Mosaico foi criado abrangendo o litoral sul de São Paulo e litoral do Paraná. No Corredor da Biodiversidade da Serra do Mar temos o Mosaico Bocaina, o Mosaico Central Fluminense e Mosaico Mantiqueira, abrangendo municípios dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, todos criados em 006. Reúne Áreas protegidas localizadas na região de abrangência da Serra da Bocaina, Serra do Mar e Alto Vale do Paraíba e nas regiões costeiro-marinhas ao sul do Estado do Rio de Janeiro e ao norte do Estado de São Paulo. O Mosaico Bocaina foi instituído pela Portaria MMA nº 49, de 11 de dezembro de 006. O reconhecimento de um mosaico é feito pelos órgãos gestores das unidades de conservação. A maior parte das unidades de conservação que compõem o Mosaico Bocaina apresenta algum tipo de ocupação humana em seu interior, em boa parte composta por povos e comunidades tradicionais entre caiçaras, caipiras, quilombolas e indígenas. A lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação SNUC estabelece em seu cap. IV, artigo 6: Quando existir um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa, considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional. (BRASIL, 000).

O território do Mosaico Bocaina reúne unidades de conservação, de âmbitos federal, estadual e municipal e suas respectivas zonas de amortecimento, localizado no Vale do Paraíba do Sul, litoral norte do Estado de São Paulo e litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, abrangendo: 14 municípios dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo 18 Unidades de Conservação e suas zonas de amortecimento 05 Terras Indígenas 04 Quilombos A região integra o Corredor da Biodiversidade da Serra do Mar áreas mais ricas em biodiversidade em toda a Mata Atlântica. O território do Mosaico abriga importantes maciços florestais totalizando cerca de 0 mil hectares, sob condições especiais de manejo e proteção legal. Figura1: Área de influência do Mosaico Bocaina Fonte: secretaria executiva do Mosaico Bocaina, 014. O Papel do Mosaico Bocaina como agente integrador de mudanças A participação da sociedade na gestão de áreas naturais protegidas é recomendada por Conselhos gestores de unidades de Administrar áreas protegidas sem a participação das comunidades locais não é efetivo para a conservação (CORLETT; PRIMACK, 008 apud BRASIL, 014).

Para a Convenção sobre Diversidade Biológica, (COP 10 - CDB - Metas de Aichi de Biodiversidade, 010) a implementação das metas por meio de planejamento participativo e capacitação como os conselhos de Mosaicos é fundamental. O reconhecimento do papel-chave das comunidades locais é crescente, e há exemplos de que a participação efetiva trouxe benefícios para a conservação e as comunidades em vários locais do Brasil, do Quênia, Índia e Austrália. O traço mais importante dos projetos de conservação é conseguir apresentar soluções inovadoras, muitas delas desenvolvidas em conjunto com as comunidades locais (RODRIGUES, 00 apud BRASIL, 014). Para que a gestão integrada entre os órgãos e a sociedade civil aconteça são necessárias algumas premissas e estratégias (TAMBELLINI, 014): 1. Modelo de gestão integrada do território O Mosaico deve ser entendido como um organismo vivo, no qual suas partes dependem uma das outras para viver. É preciso mudar a visão das Unidades de Conservação e Áreas Protegidas -suficientes tanto administrativa quanto ecologicamentente, sem gestão territorial integrada.. Sistema de Informações Territoriais Compartilhada Divulgar o Mosaico para as comunidades, instituições, órgão e todos que fazem parte dos seus limites, com a finalidade de criar uma identidade coletiva construída em torno de um conjunto de valores comuns. As Unidades de Conservação e Áreas Protegidas são compostas de ecossistemas, que possuem uma biodiversidade relevante, a qual, para sobreviver, depende da interação saudável com a região onde estão localizadas. Com isso, se faz necessário uma cooperação administrativa entre os diferentes atores presentes na região, para que possam garantir os processos ecológicos essenciais e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais. Criar comunicação e dialogo efetivo, de maneira fácil e clara entre os representantes dos componentes do Mosaico, que podem ser redes, agenda de reuniões previamente marcadas, etc é a melhor maneira de consquistar sua efetivação.. Espaços públicos de participação e Controle público e social Fortalecer a noção de comunidade onde todos os membros sabem que serão amparados em seus esforços para atingir os seus próprios objetivos. 4. O Papel do Mosaico Bocaina como agente integrador de mudanças. Ter uma secretaria executiva enxuta para garantir que as decisões tomadas em conjunto sejam transmitidas e executadas. Para Delelis, Rehder, Cardoso, (BRASIL, 010, p. 65) institucionais que tem o potencial de fortalecer intercâmbios regionais, estabelecer trocas de experiências e fomentar mobilizações sem, no entanto, causar rejuízos à autonomia na gestão de Os conselhos consultivos dos mosaicos não são hierarquicamente superiores aos demais conselhos das UCs. Devem articular regionalmente as instituições que o compõem e necessitam mobilizar as redes sociais do território para que suas ações tenham repercussão social e política. Composição do Mosaico Bocaina Biênio (01-014) O conselho do Mosaico Bocaina foi instituído inicialmente com base na Portaria MMA nº. 49/06, as instituições que compõem o Conselho indicam oficialmente seus representantes, delegando-lhes competência decisória. Cada assento no Conselho é composto por um representante titular e um suplente, podendo ser ocupados por instituições diferentes que representem interesses semelhantes. A seguir segue em tabelas, a composição atual do conselho biênio (01-014). Tabela 1: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 09 VAGAS 18 UNIDADES / Entidade Estação Ecológica de Tamoios - ESEC Tamoios Área de Proteção Ambiental de Tamoios - APA Tamoios Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba - PESM PIC Parque Nacional da Serra da Bocaina - PNSB

Área de Proteção Ambiental do Cairuçu - APA Cairuçu Área de Proteção Ambiental da Baía de Paraty, Paraty Mirim e Saco do Mamanguá - APA Baía de Paraty Área de Proteção Ambiental Silveiras - APA Silveiras Área de Proteção Ambiental Mangaratiba - APA Mangaratiba Parque Estadual do Cunhambebe PEC Estação Ecológica de Bananal - EE Bananal Parque Estadual da Ilha Grande PEIG Reserva Biológica da Praia do Sul - ReBio Praia do Sul Reserva Ecológica da Juatinga - REJ Parque Estadual Marinho do Aventureiro - PEMA Parque Estadual da Ilha Anchieta - PEIA Área de Proteção Ambiental Marinha Litoral Norte - APA LN Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Santa Virgínia - PESM Santa Virgínia Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Cunha - PESM Cunha Tabela : ÁREAS PROTEGIDAS E POPULAÇÕES TRADICIONAIS INDÍGENAS, QUILOMBOLAS, CAIÇARAS E CAIPIRAS: 09 VAGAS - 16 ORGANIZAÇÕES. / Entidade Associação Comunidade Indígena do Bracuhy - Angra dos Reis (RJ) Aldeia Rio Pequeno - Angra dos Reis (RJ) Aldeia Arandú Paraty Mirim - Paraty (RJ) Assoc. Indíg. Paraty-Mirim - Paraty (RJ) Aldeia Guarani de Araponga - Paraty (RJ) Associação Indígena de Boa Vista - Ubatuba (SP) Aldeia Ywyty Guaçu - Ubatuba (SP) Quilombo da Fazenda - Ubatuba (SP) Quilombo do Cambury - Ubatuba (SP) Quilombo do Campinho - AMOCQ - Paraty (RJ) Quilombo Santa Rita do Bracuhy - Angra dos Reis (RJ) Soc. Moradores do Sertão do Ubatumirim - ASU - Ubatuba (SP) Assoc. dos Moradores do Bairro Picinguaba - AMBP - Ubatuba (SP) Assoc. Pescadores e Barqueiros de Trindade - ABAT - Paraty (RJ) Associação de Moradores da Praia do Sono - Paraty (RJ) Associação de Moradores da Praia do Pouso - Paraty (RJ) Associação de Moradores da Ilha do Araújo - Paraty (RJ) Tit / Supl 0 VAGAS ONGs representantes de povos caipiras Tabela : SETOR ENTIDADES ESTRATÉGICAS - 05 VAGAS - 10 ORGANIZAÇÕES / Entidade Fundação Nacional do Índio - FUNAI - Escritório Regional (SP e RJ) Fundação Instituto Oswaldo Cruz - FIO CRUZ (RJ) Instituto Estadual do Ambiente - INEA - DIGAT/ GERCO (RJ) Fundação Florestal - FF - Dir. Litoral Norte (SP) Prefeitura Municipal de Paraty - Secr. Meio Ambiente (RJ) Prefeitura Municipal de Angra dos Reis - Secr. Meio Ambiente (RJ) Prefeitura Municipal de Ubatuba - Administração Regional Norte (SP) Inst. Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN Costa Verde) Tit / Supl 0 VAGAS: Universidade de SP e RJ Tabela 4: SETOR PRIVADO 0 VAGAS 0 ORGANIZAÇÕES + 01 SUPLÊNCIA VAGA / Entidade Petrobras UO-Bacia de Santos Meio Ambiente VAGO destinado a uma empresa ou associação empresarial de SP Cons. Desenv. Sustentável da Baia de Ilha Grande - Consig BIG Associação de Turismo Subaquático da Costa Verde (ATSCV) Tabela 5: SETOR SOCIEDADE CIVIL 06 VAGAS (0 RJ e 0 SP) 11 ORGANIZAÇÕES / Entidade Movimento Verde - MOVE - Angra dos Reis (RJ) Verde Cidadania - Paraty (RJ) Soc. Angreense de Proteção Ecológica - SAPE Angra dos Reis (RJ) Comitê de Defesa de Ilha Grande - CODIG - Angra dos Reis (RJ) Instituto Ditakotená - Angra dos Reis (RJ) Instituto Ambiental Costa Verde - IACV - Angra dos Reis (RJ) Associação Cunhambebe da Ilha Anchieta ACIA - Ubatuba (SP) VAGO destinado a uma associação de SP Instituto de Permacultura IPEMA Ubatuba (SP) Projeto Hippocampus (RJ) () AKARUI S. L. Paraitinga (SP) Caminhos de Cunha Cunha (SP)

Linha do tempo do Mosaico Bocaina Em material disponibilizado por Antonio J. F. memórias de reuniões do Conselho Consultivo do Mosaico Bocaina (007- mimeo sobre o e UCs do litoral sul do Rio de J do artigo, traçou-se a seguir uma linha do tempo com os principais eventos do Mosaico Bocaina. O Mosaico Bocaina tem um histórico de existência que data de dez anos atrás. A primeira articulação para se pensar uma gestão integrada de área protegida na região sul fluminense do formação do Mosaico de UCs do litoral norte de São Paulo, PNSB e UCs do litoral sul do Rio de PARNA Bocaina-RJ; Reserva Ecologica da Juatinga-RJ; ESEC Tamoios-RJ; APA Cairucu-RJ; Núcleo Picinguaba e Núcleo Cunha do Parque Estadual da Serra do Mar-SP; EEc Bananal-SP; PE Ilha Anchieta-SP. Figura : Linha do tempo do Mosaico Bocaina Fonte: secretaria executiva do Mosaico Bocaina, 014. Em dezembro de 006 a Portaria MMA n 49 reconhece o Mosaico Bocaina. No ano de 007 foram realizadas seis reuniões. Na maior parte do tempo o conselho esteve envolvido com a discussão sobre a elaboração do Regimento Interno, com o formato adotado para a diretoria (por meio de coordenações e não segundo o modelo presidencialista previsto), com a composição paritária do conselho e com as respectivas representações governamentais e da sociedade civil.

Preparouprimeiras estratégias de ação para o biênio (007-009) tais como: gestão de conflitos - ocupações - fiscalização - ecoturismo e desenvolvimento regional sustentável - fortalecimento da gestão - comunicação com a sociedade/educação ambiental/identidade cultural regional - fortalecimento do território favorecendo o desenvolvimento sustentável. Elaborou-se a estratégia de gestão composta de coordenação colegiada e câmaras técnicas. Em 008 criou-se a coordenação colegiada do Conselho e das Câmaras Temáticas, participou como Mosaico representando as áreas protegidas da região nas discussões nas audiências públicas relativas ao licenciamento de Angra III. Iniciou-se também, ao fim de 008, os estudos para o processo de recategorização da Reserva Biológica da Juatinga, uma UC de proteção integral que abrigava em seu interior várias comunidades. A camara técnica de populações tradicionais e tiva com Valor Natural, Associação Mico Leão Dourado, Conservation International e IA-RBMA oração de um Plano de Comunicação para o Mosaico Bocaina e levantamento de práticas sustentáveis no território do Mosaico Bocaina. Em 009 prosseguiram as discussões sobre a necessidade de alterações na Portaria do MMA que institui o Mosaico Bocaina. As informações sobre o Projeto de Gestão Integrada dos Ecossistemas da Baía de Ilha Grande, a ser financiado com recursos do GEF (Fundo para o Meio Ambiente Global) e FAO começam a ser disponibilizadas em reunião do conselho. É executada a -se no âmbito do conselho um Plano de Fiscalização. O polo de conflito entre gestores e comunidades permanece. No ano de 010 foi eleito um novo colegiado gestor para o biênio (010-01). Finalizado o Projeto Fortalecimento do Mosaico Bocaina; a discussão entre gestores e comunidades permanece em pauta. Neste ano a região foi assolada por deslizamentos e enchentes o que trouxe à pauta a questão da conservação versus ocupação irregular. Iniciou-se a discussão no âmbito do Mosaico relacionado ao petróleo no Brasil. Elaborouticipação da Valor Natural, Associação Mico Leão Dourado, Conservation International e IA-RBMA no Mosaico Bocaina. Como resultado, estipulou-se com objetivo principal e missão consolidar a identidade territorial, a articulação e o fortalecimento institucional, garantindo a participação dos diferentes grupos de interesse, de forma a influenciar políticas públicas e a valorizar a sociobiodiversidade, promovendo o desenvolvimento sustentável. Figura : Planejamento Estratégico do Mosaico Bocaina 010 Fonte: secretaria executiva do Mosaico Bocaina, 014.

Em 011 houve posicionamento contra Angra. A discussão sobre o Pré Sal permaneceu em grupo de trabalho. O Projeto Gestão Integrada dos Ecossistemas da baía da Ilha Grande (GEF/INEA/FAO), que contempla o Mosaico Bocaina no componente Biodiversidade começa sua parceria com o Mosaico Bocaina e discute-se uma nova Secretaria Executiva. Os CTs Populações Tradicionais e Turismo e CT Comunicação fazem reuniões. Há a elaboração do 1º evento sobre o Pré-Sal em Angra dos Reis e o I Encontro de Gestores de Unidades de Conservação do Mosaico Bocaina. Em 01 tem-se a Mesa redonda sobre o Pré-Sal, Angra dos Reis. Ocorre a contratação da Secretaria Executiva do MB e em Novembro toma posse o novo colegiado Gestor biênio (01-014). Com efetiva participação do Projeto Gestão Integrada dos Ecossistemas da baía da Ilha Grande (GEF/INEA/FAO). Em 01 houve varias reuniões de câmaras técnicas: Unidades de Conservação e População Tradicional; Planejamento, Licenciamento e Monitoramento Ambiental; Fiscalização e Controle Ambiental; Economia Solidária & Negócios Sustentáveis. Reuniões do colegiado. Reuniões ordinárias. Encontro gestores e propostas para eventos. Em 014 houve a revisão da portaria de reconhecimento do mosaico; revisão de regimento interno; proposta de renovação do conselho; estruturação da secretaria executiva novo secretário 014; ativação das câmaras temáticas (com ações no âmbito de projetos); revisão e ativação do plano de comunicação; proposição e termo de referencia para plano de sustentabilidade financeira do conselho Mosaico Bocaina em parceria com o Projeto Gestão Integrada dos Ecossistemas da baía da Ilha Grande (GEF/INEA/FAO). O Mosaico é contemplado com a Emenda Parlamentar para implantação do Escritório Técnico do Mosaico Bocaina de Unidades de Conservação e de Programa de Educação e Comunicação Ambiental no âmbito de suas Unidades de Conservação. Como pautas recorrentes do Mosaico Bocaina verificam-se: Empreendimentos Turísticos; Angra ; Ampliação de Portos; Duplicação de Rodovias; Pré Sal; Especulação imobiliária e Questões fundiárias. A efetividade do Mosaico Bocaina De maneira experimental, utilizou-se o protocolo de avaliação de efetividade de Mosaicos de Áreas Protegidas proposto por Daniele Gidsicki, Clayton Lino e Marcia Lederman adotado pelo ICMBIO em 01 como indicadores para elaboração do seu plano de ação. Como resultado pode-se dimensionar as ações do conselho consultivo nos ambitos: socioambiental, operacional e institucional. Analisaram-se os pressupostos para um Mosaico efetivo e concluiu-se que o Mosaico Bocaina atinge um ótimo grau de efetividade, porém no âmbito operacional tem as menores pontuações necessitando maior atenção por parte de seu conselho. Demonstrou-se também por esta analise a necessidade de maior contribuição por parte do Mosaico para a conservação da sociobiodiversidade do território. Para Gidsicki, Lino e Lederman (01) existe atualmente mais de 40 ferramentas destinadas para análise de efetividade de gestão de unidades de conservação no mundo e mais da metade utilizada na América Latina e Caribe mas nenhuma é formulada para mosaicos. As principais referencias dos autores anteriormente citados foi Cifuentes, et al. com o trabalho intitulado Medición de la efectividad del manejo de áreas protegidas publicado na Costa Rica em 000 e a dissertação de mestrado de Maria da Penha Padovan intitulada Formulacion de un estandar y un procedimiento para la certificacion del manejo de áreas protegidas 001. Os autores definiram três ambitos de análise: institucional, operacional e socioambiental e a partir deles os princípios, critérios e indicadores conforme Quadro 1 a seguir, elaborou-se de forma experimental a valoração do Mosaico Bocaina para avaliar sua efetividade. Quadro 1 - Matriz hierárquica dos Âmbitos, Princípios, Critérios e Indicadores para Avaliação de Efetividade de Gestão de Mosaicos de Áreas Protegidas.

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Fonte: adaptados de GIDSICKI, Daniele. LINO, Clayton Ferreira; LEDERMAN, Marcia Regina. 01. A partir da escala de valoração instituída pelos autores GIDSICKI, LINO, LEDERMAN, (01) pode-se constatar que o Mosaico Bocaina tem 84% de efetividade demonstrando uma ótima gradiente. Projetando as ações do Mosaico para 015, tem-se como metas a Integração de conservação e desenvolvimento sustentável discutindo os: Atropelamentos de animais no território, o Fomento a boas práticas tais como: turismo de base comunitária, agroecologia e permacultura. Trabalhando para o ordenamento territorial integrado por meio do: observatório Pré Sal e do Comitê de Bacias Hidrográficas. Fazendo a articulação institucional e intersetorial por meio da: Reserva Biosfera da Mata Atlântica, Emendas Parlamentares, Comitê de Bacias Hidrográficas, Rede de Mosaicos da Mata Atlântica e Comitê Paraty. Efetivando a Gestão Participativa e Dinâmica por meio de seuconselho gestor, câmaras técnicas e grupos de trabalho. Procurando a resolução de conflitos por meio de estudo jurídico e do mediador contratados pela parceria com o Projeto Gestão Integrada dos Ecossistemas da baía da Ilha Grande (GEF/INEA/FAO). Pretende como a REJ E RDS no Rio de Janeiro. Também será instrumento de valorização do Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA por meio da gestão integrada regional. Considerações finais Ao analisarmos a história e atuação do Mosaico no território constatamos a contribuição nestes dez anos para a conservação da biodiversidade e para o fortalecimento de uma agenda sócio ambiental na região. Os Elementos da Governança passam pelo Modelo de Gestão Integrada do Território, por um Sistema de Informações Territoriais Compartilhada, por Espaços Públicos de participação bem articulados e ativos com Controle Público e Social eficiente (ABIRACHED, BRASIL; SHIRAISHI, 010). O debate acerca da sobreposição de áreas protegidas é recente no Brasil e as soluções para os casos concretos ainda estão sendo debatidos nos meios sociais, acadêmicos e governamental sendo o conselho do MB fórum importante para este debate. Tanto os direitos territoriais de povos e populações tradicionais são assegurados como o apoio às Unidades de Conservação se efetiva em fóruns como estes. Os direitos ambientais e culturais estão, portanto, no mesmo patamar de proteção constitucional. Para evitar as sobreposições e reproduzir processos de desigualdade social, é fundamental que os órgãos competentes planejem de forma articulada a criação de áreas protegidas, visando ordenar territórios a partir de uma visão sistêmica, na perspectiva cultural e socioambiental. (ABIRACHED; BRASIL; SHIRAISHI, 010). Além dos conselhos, os mosaicos podem prever outros espaços e estruturas de gestão que não estão previstos em lei, como a secretaria executiva, responsável em dar apoio gerencial à presidência e aos conselheiros e comitês técnicos ou grupos de trabalho, tendo em vista a realização de ações em temas específicos decididos pelo conselho, impostos ao seu funcionamento.

A Reserva da biosfera da Mata Atlântica entende que os mosaicos são consultivos quando tratam de assuntos ligados a cada área protegida, mas que tem um caráter deliberativo quando trata das ações conjuntas, pois demonstra o poder político das articulações intersetoriais na mudança de situações postas. Para tanto, o respeito às diferenças de opiniões e interesses dos grupos representados no conselho é fundamental. Outro grande limite, encontrado em quase todos os mosaicos estudados é a ausência de uma cultura de cooperação entre as esferas de gestão de cada área protegida. É observado nos mosaicos que persiste uma grande dificuldade de realizar trabalho conjunto, principalmente no nível gerencial e cotidiano o que não se difere neste Mosaico. A dificuldade na resolução conjunta de questões coletivas a exemplo: incêndios florestais, fiscalização, educação ambiental, regularização fundiária, demonstram que há necessidade de maior maturidade de seus pares e a vivencia de gestão integrada pode vir a minimizar estas dificuldades. (BRASIL, 010, p. 65-66). Embora já se tenha conquistado e ultrapassado vários obstáculos para a efetivação deste Mosaico ainda temos muito que fazer. REFERENCIAS ABIRACHED, Carlos Felipe de Andrade; BRASIL, Daniel; SHIRAISHI, Juliana Costa. Áreas Protegidas e Populações Tradicionais: Conflitos e Soluções. V Encontro Nacional da Anppas 4 a 7 de outubro de 010 Florianópolis - SC Brasil, 010. Disponível em: < http://www.anppas.org.br/encontro5/cd/artigos/gt16-47-404-01008110109.pdf> acessado em: jan. 014. BRASIL. (BRASÍLIA). Decreto Federal Nº 440, de de agosto de 00. Regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 de julho de 000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências, 00. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_0/decreto/00/d440.htm. Acesso em: maio de 011. BRASIL. (BRASÍLIA). Lei n.º 9.985, de 18 de julho de 000. Regulamenta o art. 5, 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências, 000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_0/leis/l9985.htm. Acesso em: maio de 011. BRASIL. (ICMBIO). (Org.) Carlos Felipe de Andrade Abirached Virginia Talbot. Conselhos gestores de unidades de conservação federais: um guia para gestores e conselheiros, 014. Disponivel em: < http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/publicacoes/guiaconselhos-014.pdf>. Acessado em: jan. 015 BRASIL. (MMA). Mosaicos de áreas protegidas: reflexões e propostas da cooperação francobrasileira. (org.) Caroline Jeanne Delelis, Tatiana Rehder, Thiago Mota Cardoso Brasília: Ministério do Meio Ambiente, MMA; Embaixada da Franca No Brasil - CDS UnB, 010. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/40/_arquivos/livro_mosaicos_portugues_montado_40.pdf. Acessado em: jan. 014. COSTA, Antonio J. F. Uma leitura critica das memórias de reuniões do Conselho Consultivo do Mosaico Bocaina (007-01). Versão preliminar, mimeo, 01. GIDSICKI, Daniele. LINO, Clayton Ferreira; LEDERMAN, Marcia Regina. Protocolo de avaliação de efetividade gestão de mosaicos de áreas protegidas. Manaus, Brasil, 01. 87 f. Dissertação

(mestrado) INPA, Manaus, CADERNO N 4 - Série Conservação e Áreas Protegidas, 01. Disponível em: < http://www.rbma.org.br/rbma/pdf/caderno_4.pdf>. Acessado em: set. 014. TAMBELLINI, Manuela Mosaicos de Unidades de Conservação e Áreas Protegidas. Mestranda em Ciência Ambiental do curso de Pós-graduação em Ciência Ambiental PGCA da Universidade Federal Fluminense - UFF, mimeo, 014. Disponível em:http://www.rbma.org.br/programas/docs_programas/mosaicos_corredores_ecologicos/01_0_01.pdf Acessado em: jun. 014.